sebastiana / um a um / chiclete com banana

Zé Ramalho

Convidei a comadre Sebastiana
Pra dançar um xaxado na Paraíba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que nem uma guariba

E gritava A E I O U, E
E gritava A E I O U ipslone

Já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Segurei a Sebastiana pelo braço
E gritei não faça sujeira no xaxado
Esquentou na gafieira
Sebastiana não veio mais pra casa

E gritava A E I O U, E
E gritava A E I O U ipslone

Esse jogo não é um a um
(se o meu time perder tem
zum-zum-zum)

Esse jogo não pode ser um a um
O meu clube tem time de primeira
Sua linha atacante é artilheira
A linha média é tal qual uma barreira
O center-forward corre bem na dianteira
A defesa é segura e tem rojão

E o goleiro é igual um paredão
É encarnado e branco e preto
É encarnado e branco
É encarnado e preto e branco
É encarnado e branco

Mas o jogo não é um a um
Mato um!

É encarnado e branco e preto
É encarnado e branco
É encarnado e preto e branco
É encarnado e branco

Eu só boto be-bop no meu samba
Quando o Tio Sam tocar num tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele aprender que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chiclete eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim

Bop-be-bop-be-bop
Bop-be-bop-be-bop
Bop-be-bop-be-bop
Eu quero ver a confusão

Bop-be-bop-be-bop,
Bop-be-bop-be-bop, Tirurururiruri
Bop-be-bop-be-bop, Tirurururiruri
Olhe o samba rock, meu irmão

É, mas em compensação
Eu quero ver o boogie-woogie de pandeiro e violão
Quero ver o Tio Sam, de frigideira
Numa batucada brasileira.