Mulamba
bagatela
Escureceu o dia em pleno meio diaNo céu, a fumaça cobria
E era um céu pra todo mundo
Pela temperatura, toda criatura
Que porventura respirasse
Era melhor que estocasse o ar
Mata queimada mata quem chegou aqui primeiro
Mundurukus, Yanomami, Carajá
Mata quem mandou queimar
A mata de quem é da mata
Bota fogo pra tu ver
Quem logo vem te cobrar
Tá por uma bagatela
O ar que entra da janela
E ela vem cobrar
Seres gafanhotos
Quase humanos
Devastam o planeta
Quase humanos
Agem como praga pestilenta
Envenenam a água, o ar, os rios, o mar, a terra
Satisfação nunca
Fome eterna, febre do ouro
O veneno tá na horta, o veneno tá na mesa
Química mortal, certeza de contaminação
O Q. I da população em queda livre
Falta proposital de informação, informações
Sem terra, guerrilha pela vida
Fundamental
Há muitas opções
Mas quando olho dentro de suas pupilas só vejo mentiras, mortes, destruição e cifrões