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Milton Nascimento
yanomami e nos
Ter de resisti a dor, a dorSem compreender porque a dor, a dor
Ter de suportar viver a dor, a dor
E sem merecer a dor, a dor
Se é esse meu destino,
Quem é o algoz que o traçou
Quem me contaminou
Quem me doou a dor
Homem não existe para ser só animal
A sua história é mais que corporal
Abre o sentido para ter, a liberdade
Com todo mundo que é seu igual e solidário
Pensará, amará, sonhará, saberá
Que a felicidade da cidade
Não tem que o mato matar
Aí a dor vai nos unir,
O fim da dor começa é assim,
É um filho que não para de crescer,
A fruta que vai madurar,
Aquela mão, aquela paz,
Morena, é aquele olhar
Que é sempre, verde verdeja
É aquele gesto humano,
É aquela voz humana,
É aquele amor humano,
Que chega e diz que vai ficar