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Manuel De Almeida
azenha velhinha
Aquela azenha velhinhaNa margem da ribeirinha
Que p'los vales serpenteia
Foi testemunha impassível
Da tragédia mais horrível
Que houvera na minha aldeia
( bis )
Naquela tarde de inverno
O céu parecia o inferno
Estavam os astros em guerra
E a ribeira mal sustinha
A grande cheia que vinha
Pelas vertentes da serra
( bis )
Vendo a ribeira subir
O moleiro quiz fugir
Levando o filho nos braços
Pela ponte carcomida
Já velhinha e ressequida
A desfazer-se em pedaços
( bis )
Mas, ai, que a ponte quebrou-se
E o moleiro como fosse
Na cheia da ribeirinha
Levou o filho consigo
E nunca mais moeu trigo
Aquela azenha velhinha
( bis )