João Bosco
profissionalismo É isso ai
Era eu e mais dez num pardieirono Estácio de Sá
Fazia biscate o dia inteiro
pra não desovar
e quanto mais apertava o cinto
mais magro ficava com as calças caindo
sem nem pro cigarro, nenhum pra rangar
Falei com os dez do pardieiro
do jeito que tá
com a vida pela hora da morte
e vai piorar
imposto, inflação cheirando a assalto
juntamo as família na mesma quadrilha
nos organizamo pra contra-assaltar
Fizemo a divisão dos trabalhos
Mulher - suadouro, trotuá
Pivete - nas missas, nos sinais
Marmanjo - no arrocho, pó, chantagem
balão apagado, tudo o que pintar
E assim reformando o pardieiro
Penduramo placa no portão
Tiziu, Cuspe-Grosso e seus irmãos
agora no ramo atacadista
convidam pro angu de inauguração
Tenteia, tenteia
com o berro e saliva
fizemo o pé-de-meia (bis)
Hoje tenho status, mordomo, contatos
pertenço à situação
mas não esqueço os velhos tempos
Domingo numa solenidade
uma otoridade me abraçou
Bati-lhe a carteira, nem notou
Levou meu relógio e eu nem vi
Já não há mais lugar pra amador! (bis)
Tenteia, tenteia
com o berro e saliva
fizemo o pé-de-meia (bis)
Ri melhor
Quem ri impune