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Guilherme De Sá
flor de outono
Eu não sou flor que se deixe pra trásQuem és tu, outono
Que ousa não regar as minhas folhas?
Perdoa-me, ó verão de maio
Por não apreciar o equinócio
É que eu não estimo
Aquele que se aproveita de meu findar
Onde está o perfume de sua seiva?
Tu apenas tinges o chão
Enquanto outros escorregam em ti
Não me culpe pelo seu final
Eu sou o que de ti restou
Seu findar
Árvore que enverga, o vento não quebra
Se fraco fôssemos nós
Flor tu não serias
Nem eu existiria
É o inverno que me mata, primavera
Ao separar-me de ti
Deixo-te minha folha seca
Para que compreendas
Que somente juntos
Voltamos fortes