remai, remai

Vicente Celestino

Minha barquinha dourada
Que rumo queres levar
Eu sei que estais ansiosa
Já vem saudade saudar
A brisa desata as tranças
Das minhas velas se espalha
Lá onda veja serena
O seio alvo da praia

Remai, remai
Não deve a nau parar (todos comigo)
Remai, remai
Que a nossa salvação
Remai, remai
Que havemos de chegar
Remai, remai
Cantando esta canção
Remai, remai
Remai, remai

Pelo milagre da música, os remos moviam-se ao mesmo tempo
E uma onda de vergonha, obrigou os últimos recalcitrantes
A também ajudar
Mas, então aconteceu o inesperado: Mulheres rechaçaram
E dignaram tardio arrependimento
E ficaram os voluntários esperando que elemento feminino cansassem
Para os lugares que haviam em princípio rejeitado
Mas em meio a confusão reinante
Mário não notara que a seu lado, ombro a ombro
Uma jovem de longos cabelos negros
Fazendo de sua fragilidade e força
Renova- se em instante
Era a santa da veste, a madona dos sonhos de mário
Daí em diante o fazendeiro cantou com mais ardor

Vamos sulcando estas águas
A terra ingrata esquecer
Eu quero contar as vagas
O meu profundo sofrer
Não tem negrume esta noite
No mar não vejo perigo
Quando contigo me vejo
Quando me vejo contigo

Remai, remai
Não deve a nau parar
Remai, remai
Que a nossa salvação
Remai, remai
Que havemos de chegar
Remai, remai
Cantando esta canção
Remai, remai
Remai, remai