MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
zilo e zalo - a marca da traição
Balanço
Vendo Maria doente chegando no fim da vida
José fez uma promessa com a lama comovida
Se a santa padroeira salvasse a sua querida
Eles iam se casar na igreja da Aparecida.
E depois de pouco tempo alegrava o seu viver
A Maria sua noiva já deixava de sofrer
Ele então preparava pra cumprir seu dever
De pagar essa promessa que acabava de fazer.
Mas numa tarde chuvosa a desgraça ele encontrou
O rapaz perdeu a vista numa queda que levou
Por causa deste defeito Maria lhe desprezou
Com um moço da cidade ele fugiu e casou.
O rapaz no fim do ano para o norte viajou
E nos pés da padroeira soluçando ajoelhou
E sentiu nesse momento que sua vista voltou
Foi o segundo milagre que a santa lhe mostrou.
Lá na casa de Maria numa noite de verão
Nascia um pobre ceguinho chorando na escuridão
Foi a força do destino desta mãe sem coração
Que marcou o próprio filho com a mac a da traição.
zilo e zalo - a volta do seresteiro
Companheirada eu aqui estou de novo
Foi a saudade que me obrigou voltar
Quem foi criado pelos braços deste povo
Em outros cantos nunca pode acostumar
Vocês bem sabem a razão que eu fui embora
E até jurei de nunca mais voltar aqui
Pois a mulher que eu mais amei com outro mora
Só Deus quem sabe quanta dor eu já senti.
Porém agora junto com meus velhos amigos
Só hei de amar esta lua cor de prata
Esta viola que sempre sofreu comigo
Me acompanha nesta nova serenata
Revendo ao alto a linda lua da lua cheia
E ouvindo a voz de meus velhos companheiros
Ao som dolente nesta viola que ponteia
Eu canto as mágoas de um pobre seresteiro.
Hoje meu peito tem profunda cicatriz
O meu destino é amar quem não me quer
Eu sei que ela com outro vive feliz
Eu não consigo gostar de outra mulher
E quando eu passo no lugar que ela morava
Eu não suporto nem olhar mais na janela
Relembro as tardes que ela sempre me esperava
E as horas alegres que passei...ao lado dela.
zilo e zalo - alma sertaneja
Quem passa o que passei na vida
Nada mais importa
A não ser cantar
Sou viajante sem fronteiras
Senhora sertaneja dona do meu mundo
Amores proibidos eu vivi
Paixões que nunca esqueci
Mas ao soltar a voz do coração
É que fui feliz sertaneja, alma sertaneja
Alma de um vulcão
Alma solidão
Meu sertão
Sol que me abraça
Lua que disfarça a dor
Que existe em mim
Tá vendo a viola que chora
No peito de um cantador
O cheiro da terra molhada
Desabrochando o amor
Quem dorme em mim é o meu sertão
Que acorda como um sonhador
Quem passa o que passei na vida
Transforma tudo em flor
zilo e zalo - a procura de alguém
Guarania
Neste noite silenciosa e fria
Eu gostaria de encontrar alguém
A mesma fosse que eu me vejo
Querendo beijo de um novo bem.
Então seria eu o seu remédio
E o meu tédio chegaria ao fim
Quero encontrar um novo bem querer
Para esquecer quem esqueceu de mim.
Porem a rua esta tão deserta
E a madrugada esta pra cegar
Nem mesmo a lua minha companheira
Não aprece pra me iluminar.
Tudo é silencio, a cidade dorme
Só esse que não dormi até agora
Na ilusão de ter um novo amor
Mais uma noite vejo ir embora.
zilo e zalo - a porteira
O rangido da porteira pela estrada deserta
Numa noite enluarada minha tristeza desperta
Para quem vive esperando é um aviso de alerta
Para uma alma ferida é uma saudade aberta.
{Estribilho}
Bate porteira na raiz do coração
Bate porteira o meu peito é seu mourão.
A porteira quando bate nos confins do meu sertão
É o martelo da saudade que me traz recordação
Daquele primeiro dia que peguei na tua mão
Quando a porteira bateu para a nossa saudação.
Um dia porém partiste para uma outra cidade
Bem distante desta terra no país da eternidade
Hoje vejo a sua imagem bem no ego da crueldade
Da porteira quando bate na estrada da saudade.
zilo e zalo - alma inocente
Uma mulher que foi meu sonho adorado
Tornou-se um dia a rainha do meu lar
Mas numa noite pelo ciúme enfeitiçado
Sem ter motivo eu jurei que irei matar
Ela foi embora e não deu a despedida
Ao inocente que dormia em seu bercinho
Foi arrastada pela lama de outra vida
Só a desgraça ela encontrou no seu caminho
Porém agora o remorso me tortura
Como uma sombra me persegue noite e dia
E quantas vezes pra aumentar minha amargura
Entre soluços meu filhinho me dizia
"Papaizinho vá buscar minha mãezinha
Que aqui de casa o senhor mandou embora
Faz tanto tempo que eu não vejo a coitadinha
E o senhor não quer contar aonde ela mora"
Eu reconheço, fui o úinico culpado
Mandei embora quem amava loucamente
E hoje eu sofro pra pagar o meu pecado
Porque feri duas alamas inocentes
O meu filhinho sempre chama o nome dela
E me condena por não querer lhe buscar
Ele não sabe que pedi perdão a ela
Mas por vingança ela não quer perdoar
zilo e zalo - a saudade dói demais
Batidão
A tristeza fez morada não perto desse rapaz
Um dia vai, outro vem, não posso viver em paz
Tem certas coisas na vida só amargura nos traz
Mandei a saúde embora, mas ela voltou pra trás.
Terá todo bem, não é assim que se faz
No coração de quem ama a saudade dói demais
A saudade dói demais, dói demais.
Ta fazendo quinze dias que meu amor foi embora
Vivo chamando teu nome todo dia, toda hora
No meu quarto solitário lembrança comigo mora
Começa de tardezinha vai até o romper da aurora.
Dizem que homem não chora isto é mentira pura
Quantas vezes já chorei por aquela criatura
A chuva que vem do céu se espalha pelo chão
As lagrimas que derramamos nascem do meu coração.
zilo e zalo - lei agrária
Lá nas alturas o senhor onipotente
Deu ao nosso presidente a sublime inspiração
De dar um amparo ao caboclo brasileiro
Ao querido herói roceiro que não tinha proteção
Com moral nossos caros lavradores
Já conhecem bem as cores da bandeira da nação
Você caboclo neste sesquicentenário
Foi o beneficiário com a lei do lavrador
Daqui pra frente não será mais um meeiro
Ninguém vai ganhar dinheiro explorando seu suor
E seu produto tendo preço tabelado
Você não será lesado pelo astuto comprador
A lei agrária que por nós era esperada
Foi agora assinada pelo chefe da nação
E na doença vem a lei de previdência
Você vai ter assistência e também sua pensão
Irmão do campo brinda aqui o seu sucesso
Viva o brasil progresso, viva a revolução
Doce brasil manancial de poesia
Sua tecnologia já tem fama mundial
Coisas sublimes acontecem nessa terra
Onde a paz venceu a guerra e o bem ganhou do mal
Como me orgulho de você brasil querido
O exemplo a ser seguido para a paz universal
zilo e zalo - última serenata
Nesta minha tristonha seresta
Venho dar-te adeus, oh! querida
Tendo a lua como testemunha
Desta nossa triste despedida
Sei que dorme sonhando com outro
Desprezando quem vive a te amar
Levarei no meu peito esta dor
Só porque teu amor eu não pude comprar
Tu bem sabes que sou muito pobre
Só amor eu tenho pra te dar
Partirei soluçando sozinho
Porque sei que tu vai se casar
Venha ao menos um pouco à janela
Para ouvir meu violão soluçar
Sob a luz de um luar cor de prata
Outra serenata não hei de cantar
Muito embora tu me desprezaste
Eu te amo com sinceridade
Não te esqueças, meu bem, que a riqueza
A ninguém traz a felicidade
Se um dia quiseres voltar
Tornarei dar-te o meu coração
A teu lado a vida é tão boa
Quem ama perdoa, terás meu perdão
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zilo e zalo - a vida de são sebastião
Falado:
O soldado Sebastião com seu uniforme dourado
Era o comandante da guarda daquele grande reinado
No antigo império romano era o primeiro soldado
Braço direito do rei, por ele muito estimado.
Naquela era distante o cristão era condenado
Se acreditassem em Deus era logo sacrificado
O rei mandava prender e seu dia estava marcado
Era levando na arena e pelos leões era devorado
Aquele rei sem coração carrasco do império romano
Não acreditava em Deus, era malvado e profano
Sempre falando a todos que tenho poder sobre humano
Que o único Deus da terra, era ele, o rei soberano.
Cantado
Deus do céu lá das alturas vendo tanta ingratidão
Enviou esta mensagem ao soldado Sebastião;
Para proteger os pobres, todos que fossem cristão
Combater o rei tirano homem ruim sem religião.
A partir deste momento Sebastião se transformou
Adorava Deus do céu que a missão lhe confiou
Mas o rei sabendo disso por vingança condenou
O soldado Sebastião que a Deus se dedicou.
Quase louco envaidecido lhe falou o rei maldito
Eu sou Deus aqui na terra em mais nada eu acredito
Sebastião lhe respondeu com os olhos no infinito
Só existe um Deus no mundo nosso senhor Jesus Cristo.
Com a resposta que deu num mourão foi amarrado;
E seu corpo quase nu pelas flechas foi varado
Hoje é um santo milagroso foi por Deus glorificado
Conhecido em todo mundo São Sebastião abençoado.
zilo e zalo - adeus do mineiro
Toada
Adeus amigos companheiros de viola
Sei que é chegada a hora de eu partir pra eternidade
Meu coração, chora pranto de cascata
Por deixar a serenata bem na flor da mocidade.
Adeus viola dedicada companheira
Junto a minha cabeceira és a sombra da saudade
De um pobre artista sem platéia delirando
Que vê cair o pano de um drama de verdade.
De minha vida, um rosário de amargura
Só não levo a desventura de querer mal um violeiro
Se eu mereço ir morar lá no infinito
Caboclinho e Gauchito vão serão meus dois parceiros.
O nosso trio terá o nome de humildade
Pois no céu não há vaidade, nem quem manda é o dinheiro
Deixo a terra meus colegas combatendo
Cada qual sempre querendo ser maior que o companheiro.
Adeus colegas perdoem a minha franqueza
Pois é com grande tristeza que agora vou lhe deixar
Adeus catiras noites frias e garoas
Deixo esta vida tão boa que eu não pude aproveitar
Adeus Maria não chore o destino meu
Lembra as palavras de Deus pra você sem conformar
Veio do céu somente cristo, ele só
O resto veio do pó, e ao pó retornará.
zilo e zalo - aliança abandonada
Huapango
Hoje eu recordo amargurado, aquela noite com tanto ardor;
Que num abraço apaixonado tu me juraste eterno amor â??
Em nosso dedo uma aliança era um sinal de felicidade
Era um sonho de esperança que não chegou a realidade.
Peço a Deus que teu novo amor
Não te faça mal que eu te fiz
Pra fazer teu passado de dor
Transformar num futuro feliz.
Ainda guardo como lembrança em um cantinho abandonada
Aquele triste par de aliança, cruel espelho do meu passado
E com tristeza eu te confesso, te esquecer não sou capaz
E nestes versos s eu despeço, adeus querida pra nunca mais.
zilo e zalo - alma de caboclo
Moda Campeira
E cruel a minha saudade que eu sinto neste instante
Recordando tão distante o sertão onde nasci
Recordando rio Verde a cachoeira murmurante
A floresta verdejante que deixei longe daqui.
Vou voltar pra minha terra, vou matar minha saudade
Pois na ida da cidade eu não me acostumei
O bom filho á casa torna bem por isto estou de volta
Vou bater na mesma porta que um dia abandonei.
Minha alma de caboclo se alegre e se encanta
Quando a cigarra canta numa tarde de calor
Quando chega madrugada o sertanejo levanta
Por que o galo quando canta é o seu despertador.
O caboclo sertanejo é um herói desconhecido
Por que não é promovido com medalha e galhardão
Mas na luta do progresso no Brasil de sul a norte
O seu braço rijo e forte é o esteio da nação.
zilo e zalo - alma do ferreirinha
Eu parei na invernada da fazenda Água Fria.
Pra descansar a boiada até o raiar do dia.
Os peões da comitiva que nesta tarde folgava.
Foram todos pra cidade comprar o que precisava.
Eu deitei na minha rede procurando descansar.
Mais nesta hora pensei que o mundo ia desabar.
Uma briga de cachorro assustou a zebusada.
Eu fiquei desnorteado vendo o estouro da boiada.
Mais naquilo eu avistei um campeiro na invernada.
Estalando seu chicote e gritando com a boiada.
Ele reuniu o meu gado sem perder uma só rês.
Serviço de seis peões ele sozinho me fez.
Puxei da minha carteira pra pagar o bom campeiro.
Mais por nada deste mundo ele quis o meu dinheiro.
Sorrindo muito contente me disse o bom cavaleiro.
Não me esqueci que você foi meu melhor companheiro.
Suas costas meu amigo ainda deve estar gelada.
Do dia em que me levou pra derradeira morada.
Dizendo essas palavras o misterioso peão.
Riscou o potro na espora e partiu acenando a mão.
Por incrível que pareça eu não perdi minha calma.
Lá mesmo acendi uma vela e rezei pra sua alma.
Aquela noite eu dormi feliz a noite inteirinha.
Sonhando com as proezas do saudoso Ferreirinha.
zilo e zalo - grão de areia
Quando a maldade formando teia
Vem acusar-me do que não fiz
Saio da trama que me enleia
Buscando a terra dos bem-te-vis
Só gente amiga lá me rodeia
E ouvindo o canto de uma perdiz
A luz divina em mim clareia
E ensina a forma de ser feliz
A mão do mestre desfaz a teia
E a vida toma lindo matiz
No fio de água que serpenteia
Por entre as flores do meu país
Colher os frutos que a fé semeia
Sem magoar-se com que se diz
Ã? o grande leme que aqui norteia
A nau perdida do infeliz
Quando a tristeza me desnorteia
O meu refúgio é meu chafariz
Ã? uma casinha modesta e feia
De móveis velhos e sem verniz
A luz cortiça de uma candeia
Sentindo o cheiro da flor-de-lis
E o prateado da lua cheia
Banhando as copas dos buritis
Nessa casinha parede e meia
No paraíso das juritis
A minha sorte me presenteia
Com tudo aquilo que tanto quis
Não guardo mágoa de quem me odeia
Porque num mundo de idéias vis
Sou simplesmente um grão de areia
E o ser supremo é meu juiz
Cds zilo e zalo á Venda