MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
zico e zeca - a caneta e a enxada
?Certa vez uma caneta foi passear lá no sertão
Encontrou-se com uma enxada, fazendo a plantação.
A enxada muito humilde, foi lhe fazer saudação,
Mas a caneta soberba não quis pegar sua mão.
E ainda por desaforo lhe passou uma repreensão.?
Disse a caneta pra enxada não vem perto de mim, não
Você está suja de terra, de terra suja do chão
Sabe com quem está falando, veja sua posição
E não se esqueça à distância da nossa separação.
Eu sou a caneta soberba que escreve nos tabelião
Eu escrevo pros governos as leis da constituição
Escrevi em papel de linho, pros ricaços e barão
Só ando na mão dos mestres, dos homens de posição.
A enxada respondeu: que bateu vivo no chão,
Pra poder dar o que comer e vestir o seu patrão
Eu vim no mundo primeiro quase no tempo de adão
Se não fosse o meu sustento não tinha instrução.
Vai-te caneta orgulhosa, vergonha da geração
A tua alta nobreza não passa de pretensão
Você diz que escreve tudo, tem uma coisa que não
É a palavra bonita que se chama.... educação!
zico e zeca - amor passageiro
Você era pra mim uma flor
Mais formosa que tem no jardim
Você fez tantas juras de amor
Que jamais esquecias de mim
Você hoje é tão diferente
E até finge que não me conhece
Um coração que bate desfeito
Sofre calado, mas não esquece
Nosso amor foi tão passageiro
Como um sonho que é tudo mentira
Relembrando o passado
Hoje meu peito suspira
Se um dia a saudade doer
Você sabe aonde me encontrar
Quando a sua ilusão morrer
Estou pranto pra lhe amparar
Se nos braços de outra eu tiver
Por favor, não me venha insistir
Você mostre a opinião de mulher
Você sofra, mas saiba fingir
Se um dia isto acontecer
Nunca diga que eu fui ruim
Você fique bem certa
Nosso amor chegou ao fim
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zico e zeca - dona jandira
Quando eu era um folgazão novo
Se eu contar sei que o povo admira
Eu em muitos bar importante
E também nos teatro caipira
Eu cantava com uma moreninha
Pra queles arredares, praqueles catira
Que o povo todo admirava
Por ver o bom peito da Dona Jandira
Fui cantar numa rica fazenda
De uma dona que veio da Síria
Lá os folgazão se amedrontaram
Por me ver tinir as cordas caipira
Fui fazer a minha saudação
Quase que me puseram na embira
Lá perdi meu chapéu de castor
Mas salvei minha vida
E da Dona Jandira
Foi no ato de um casamento
Nós saimos passear lá na vila
Quando foi da igreja pro civil
Nós dois era os primeiro da fila
O escrivão fez um ar de censura
Respondi do meu modo caipira
Perguntou como é que eu chamava
Eu me chamo amor firme da Dona Jandira
Apartei da formosa morena
Por enredo da pirma Porfiria
Ela andava só triste e chorando
Também já fiquei de ogiria
Vou fazer uma promessa custosa
Só pra ver se a nossa sorte vira
Ainda tenho uma linda esperança
De deitar nos braços.....
Da dona Jandira
zico e zeca - caminhos desiguais
Aquele que agora festeja
Que já voltou da igreja
Com ela que foi meu amor
Ele com tanta alegria
Não sabe que eu na agonia
Escondo a minha dorEle não sabe que ela
A sua noivinha bela
É o meu querido bem
Mas guardarei um segredo
Que usou em seu dedo
Minha aliança também
Foi o destino mesquinho
Que levou nossos caminhos
Por rumos tão desiguais
Agora adeus oh! felicidade
Eu partirei com saudade
Não voltarei nunca mais
Foi o destino mesquinho
Que levou nossos caminhos
Por rumos tão desiguais
Agora adeus oh! felicidade
Eu partirei com saudade
Não voltarei nunca mais
zico e zeca - a enxada e a caneta
Certa vez uma caneta foi passear lá no sertão,
encontrou-se com uma enxada fazendo uma plantação,
a enxada muito humilde foi lhe fazer saudação,
mas a caneta soberba não quis pegar na sua mão
e ainda por desaforo lhe passou uma repressão.
Disse a caneta pra enxada
não vem perto de mim não
você está suja de terra
de terra suja do chão
sabe com quem está falando
veja sua posição
e não esqueça a distância
da nossa separação...
Eu sou a caneta dourada
que escreve no tabelião
eu escrevo para os governo a lei da constituição
escrevo em papel de linho para os ricaço e para os barão,
só ando na mão dos mestres dos homens de posição...
A enxada respondeu
de fato eu vivo no chão
pra poder dar o que comer
e vestir o seu patrão
eu vim no mundo primeiro
quase no tempo de Adão,
se não fosse o meu sustento
ninguém tinha instrução...
Vai-te caneta orgulhosa vergonha da geração atual
da nobreza não passa de pretenção,
você diz que escreve tudo
tem uma coisa que não,
é a palavra mais bonita
que se chama...EDUCAÃ?Ã?O!
zico e zeca - a morte da bugrinha
Com destino pra Bahia
Eu deixei o meu estado
No sertão do Rio do Peixe
Quando eu cheguei do outro lado
A bugrada me prendêro
Num tronco eu fui amarrado
Noutro dia bem cedinho
Pra morrê fui condenado
Esperando a triste hora
Eu vi os bugre dançá
E uma bugrinha bonita
Começô a me namorá
Fazendo o sinar com a mão
Ela veio me explicá
Te arranjo uma canoa
Que era pra eu me sarvá
Os bugre tava entretido
Nesta hora eu me escapei
Com a bugrinha por diante
Na beira do rio cheguei
Fui dizer adeus pra ela
Mas coragem eu não achei
Carregando ela nos braço
Na canoa eu me embarquei
Um bugre tava sondando
No arto de uma ramada
Quando ele avistou a canoa
Atirou uma flechada
A bugrinha deu gemido
E no rio caiu deitada
Deixando um rastro vermeio
Naquelas águas prateada
Aquele rosto moreno
Disse adeus e afundou
A canoa foi descendo
Num pranto cheio de dor
Meu coração de caboclo
Deste peito se apartou
No fundo do Rio do Peixe
Com a bugrinha ele ficou
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zico e zeca - adeus morena
Na casa de Mané Pedro
Foi numa festa de São João
Cantei moda de viola
Cateretê lá do meu sertão
Toada paraguaiana
De mexê no coração
Eu fiz as véias chorá
E as moça senti paixão.
No termina essa festa
Eu vim s´imbora e deixei alguém
Sai tocando viola
Pra estrada afora como ninguém
Quando eu cheguei na estação
Que eu ia pegá o trem
Ouvi uma voz me chamando
Que queria vim também.
Menina tenha paciência
Vorte pra casa e vai com seu pai
Eu sigo pra muito longe
Eu pego o trem e vou pro Paraguai
Não levo você comigo
Porque isso não se fais
(Adeus morena, adeus, Adeus para nunca mais)BIS
zico e zeca - fazenda são francisco
Na fazenda São Francisco
Na beira do rio do norte
Com outro caminhoneiro,
Traquejado no transporte.
Fui buscar uma vacada,
Para um criador do norte,
Na chegada eu presenti,
Que era dia de sorte,
Depois do embarque feito só ficou um boi de corte.
O mestiço era bravo,
Que até na sombra investia,
E a filha do fazendeiro,
Molhando os lábios dizia.
Eu nunca beijei ninguém,
Juro pela luz do dia,
Mas quem montar nesse boi,
e tirar a valentia,
Ganha meu primeiro beijo que darei com alegria.
Vendo a beleza da moça,
Meu sangue ferveu nas veias,
Eu calcei um par de esporas,
E passei a mão na peia.
Peguei o mestiço a unha,
Rolei com ele na areia,
Enquanto ele esperneava,
Fui apertando a correia,
Mas quando eu sentei no lombo foi que eu ví a coisa feia.
O boi saltou a porteira
no primeiro corcoveado
numa ladeira de pedra
desceu pulando furtado
saia língua de fogo,
cheirava chifre queimado
quando os cascos do mestiço
batiam no lageado
parou berrando na espora ajoelhando derrotado
Prá cumprir sua promessa
a moça veio ligeiro
me disse você provou
ser peão e boiadeiro
dos prêmios que eu vou lhe dar
o beijo é o primeiro,
sua boca foi-se abrindo
seu olhar ficou morteiro
nessa hora eu acordei abraçando o travesseiro
zico e zeca - luz vermelha
No recanto que a maldade assemelha
E a honestidade por regime é proibida
No clarão de uma estranha luz vermelha
Tu construístes um mercado em tua vida
Nos conhecemos nesta vida tão errante
Seguimos juntos o desejo de amar
A luz vermelha apagou-se neste instante
E acendeu a luz risonha de um lar
Com saudades das orgias do passado
Em outra vida não pudestes acostumar
Em virtude dos teus erros praticados
Fui obrigado dos teus braços me afastar
Regressastes a viver no mesmo ambiente
A tua volta muita gente festejou
A luz vermelha acendeu-se novamente
A luz humilde para sempre se apagou
De madrugada quando desponta o clarão da aurora
A luz da lua vai se apagando na amplidão do espaço
Os coronéis que te abraçava já foram simbora
E os teus boêmios também já fugiram para outros braços
zico e zeca - a outra boiada
Boiadeiro estava triste por perder sua boiada
A inveja de alguém destruiu sua invernada
Deus ajuda quem precisa e dele não esquece
Trabalhando, trabalhando novo gado aparece
Uê, uei boi, uê, uei boi
Noite alta, céu azul, boiadeiro descansando
Relembrando a sua amada que ficou lhe esperando
O mugido do seu gado com as notas misturando
No repique da viola o boiadeiro vai cantando
Uê, uei boi, uê, uei boi
Muito obrigado meu Deus
Por ter me ajudado a vencer
A outra boiada já vai
Muito obrigado meu Pai, uei boi
Como é lindo a gente ver lá no alto da chapada
Colorindo a natureza a poeira da boiada
Parece um quadro à óleo que o destino desenhou
Lá se foi o boiadeiro com saúde, paz e amor
Uê, uei boi, uê, uei boi
Uê, uei boi, uê, uei boi
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zico e zeca - a outra mulher
Você que era só minha
Princesa e rainha dentro do meu lar
Com todo conforto e riqueza
Mas sua beleza foi seu grande mal
Deixou o seu ninho de flores
E novos amores você foi buscar
E pra não ser minha somente
Veja em que ambiente você foi morar
Vim pra lhe contar que vivo a cantar
E sou bem feliz vivendo assim
Meu maior prazer
Ã? lhe ver sofrer pertinho de mim
Que pra se manter precisa beber
E viver nos braços de outro qualquer
Vendo o seu fracasso
Eu beijo e abraço outra mulher
Vim pra lhe contar que vivo a cantar
E sou bem feliz vivendo assim
Meu maior prazer
Ã? lhe ver sofrer pertinho de mim
Que pra se manter precisa beber
E viver nos braços de outro qualquer
Vendo o seu fracasso
Eu beijo e abraço outra mulher
(Pedro Paulo Mariano â?? Santa Maria da Serra-SP)
zico e zeca - adeus boiada
Adeus boiada
Minha boiada carreira
Esta noite é derradeira
Que aqui eu vou passar
Boiada
O patrão me despachou
Meu cansaço já chegou
Já não posso trabaiá
Boiada
Sei que não vou resistir
O meu pranto vai cair
Quando estiver bem distante
Boiada
Tão valente e companheira
A saudade é a vida inteira
Vai me torturar bastante
Meu carro véio
De ti vou levar lembrança
Desde o tempo de criança
Até hoje eu fui carreiro
Carro véio
Nunca mais eu voltarei
E jamais te esquecerei
Adeus carro companheiro
Deixo agora
A casinha que eu morei
E o recanto onde passei
Minha bela mocidade
Para sempre
Digo adeus companheirada
Adeus casa, adeus boiada
Vou levar muita saudade
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zico e zeca - a melhor laçada
Tenho um cavalo tordilho, tratado no milho.
Tem peito de aço
Quando eu entro na cidade, eu deixo saudade.
No lugar que paço
Do couro de um boi de rento, tirei quatro tento.
E trancei um laço
O cipó não arrebenta, o matungo agüenta.
Os pialos por baixo
Fui ser peão de boiadeiro, de um fazendeiro.
Muito ricaço
Ganhando muitos cruzeiros, logo meu dinheiro.
Fui guardando os maços
Pra pegar mestiço arisco, minha vida arrisco.
Mas não embaraço
Eu sou peão corajoso, se o boi for teimoso
Eu pego de braço
A filha do meu patrão, era um botão
De uva no cacho
Mostrava delicadeza, essa grande beleza
Com desembaraço
Um dia essa malvada, ao descer a escada
De um lindo terraço
Encostou-me seu rostinho, e com muito carinho
Me pediu um abraço.
Daquele dia em diante, esse lindo semblante
Me trouxe um fracasso
Lacei muita vaca arisca, mas essa mestiça
Me em bramou no laço
Pedi ela em casamento, no consentimento
O velho disse eu faço
Foi a melhor laçada, que das embocadas
Trouxe o cacho cacho
zico e zeca - amor sincero
Meu bem tem gente querendo
Destruir o nosso amor
Querendo plantar espinho
Nesse canteiro de flor
Mas o nosso amor é grande
Nasceu da simplicidade
Não conhece a desventura
Nem tão pouco a falsidade
Eu olhei para os teus olhos
E me preocupei meu bem
Vi eles quase chorando
E quase chorei também
Não se pode entrar no jogo
Dessa gente que não tem
O dom da felicidade
De um dia amar alguém
E vive no anonimato
Fazendo o que lhe convém
Um amor sincero e puro
Juro que eles não tem.
Eu olhei para os teus olhos
E me preocupei meu bem
Vi eles quase chorando
E quase chorei também
zico e zeca - barco furado
Querumana
O amor é um sentimento que existe dentro do peito
Mais no amor vive o ódio na perfeição o defeito ?
Dentro da educação está faltando respeito
A paz esta dormindo fazendo a guerra de leito
No meio da honestidade mora quem não tem conceito.
Tem muita gente de lei agindo na malandragem
A nação é um velho carro sem freio e sem embreagem
O revolver do progresso está negando a contagem
Quem tinha a fama de quente hoje vive na friagem
Dentro de um barco furado a nação segue viagem.
Da caneta do poeta sai um resumo geral
Noventa e sete por cento vive de modo imoral ?
O mundo segue o caminho onde se vê o final
Até no campo da fé vejo desfecho fatal
Tem líder religioso pulando no carnaval.
Em nosso planeta terra a humanidade eu já vi
Uns morrendo de calor, outros morrendo de frio
Um furacão misterioso muita coisa destruiu
Eu faço esse pedido entrando a era dois mil
Oh, meu Deus tenha piedade desse povo do Brasil
Cds zico e zeca á Venda