MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
valete - 10 anos
YO Este som é dedicado a todos os manos que tão a dizer
que o meu rap tá a ficar muito erudito, tá a ficar
eloquente demais. Se querem ouvir rappers burros,
oiçam rappers burros. Mas não fiquem a ostracizar o nigga que quer cuspir com mais knowledge, o nigga que
que cuspir com mais elevação. Vai cheirar a peida do teu pai pra sentires a merda donde tu vieste man? Fuck
ya niggas!!!
Agora dizem que ?tou intelectual demais pa fazer rap
Que esses putos do hip-hop só curtem rap analfabeto
Desabrocha Almeida Garrett em cada mic aberto
Precisavas de 17 cérebros para absorver o meu
intelecto
Cuspo tão complexo, manos pensam que é um dialecto
Cuspo versos que envergonham o teu rapper predilecto
Quando activo o set mental eu faço surgir um pack
verbal
Com linhas de rap letal, mordaz e insurrecto
Eu sou Moisés, eu quero vida eterna no Sinai
Espero pela minha glória como espera um Samurai
Niggas sabem que é o viris quando a rima enferma sai
A história do liricismo nasceu no esperma do meu pai
E trouxe a kimahera pa esta nova era, atmosfera cai
Vem Valetosfera impera no teu hi-fi
Valete dilacera sempre que traz a rima Muay Tai
Abro crateras quando me transformo em super Einstein
Sou uma pantera para a tua noiva, nigga (ai, ai)
Dou-lhe a versão fera de Halloween e ela fly fly
Já não é rap dos teus dreams é mais um drive-by
Eu não rimo po mainstream eu faço o Zeightgeist
Soa a evolução com o mc valete, a inspiração
Arrumei a tua geração só com maquetes de iniciação
Desde 97 que eu sou muito phat pra competição
Eu tou a anos-luz, vocês inertes na escuridão
Tsunamis encaminho pra esses rappers que eu Katrino
Não percebes o Hip-Hop, até estudares o DNA do
Bambino
Viris é o mais felino, categórico e repentino
Atómico e libertino, histórico como Al Pacino
Metódico e serpentino, eufórico quando extermino
Difamas, levas estrume bem grosso como intestino
E desde 97 pensou-se que eu não ceifava quem fosse
E não deixava sem osso, qualquer suíno
Fiz tudo aquilo sem esforço, até o mais céptico
sentou-se
Insonso e todo dengoso foi genuíno
Estuda a força dos movimentos que eu liderei
Mc como eu, só quando eu fizer um filho com a Jean
Grae
Eu vinquei a minha marca no hip-hop e pimpei
Os meus niggas de Moz diriam que o teu rap é maningue
gay
Eu linchei mc?s deixei-os de saias e babetes
Levas vaias em paletes, és cobaia po meu rap
Rimo com Mc?s, tipo Azagaia e Mc Xeg
Não és da laia dos mais líricos só porque bytas o
Valete
Isso que tu fazes é só waia waia, não tem nexo
Olha o fire no meu rap, sou Damaia till I'm dead
Agora és grande porque fumas kaia com os teus dreads
Tu no kaia e eu a papar a tua catraia sem afecto
O meu rap bate forte, desde as Olaias ao teu beco
Se queres raia vem até ao cimo dos Himalaias onde eu
rappo
Eu fiz o meu buzz a espalhar flyers lá no metro
E a cuspir com mais veneno que manos paiam nos
projects
Estatuto é lendário desde Gaia a Budapeste
Eles vaiam mas eu como-os como papaias e croquetes
Insistem pra que?, quanto mais ensaiam ficam wacks
Vocês malham no abstracto eu espero que caiam no
concreto
Saiam desse projecto, vão para a praia vender caps
Sobressaiam como o rabo da Blaya no Boom Clap
Críticos! Acham que o rap é só beats e que a rima é
coisa pouca
Então avaliem a produção da minha piça na vossa boca
Essa ideia só pode sair duma cabeça ociosa e oca
Isso é o mesmo que ir a Chelas dizer: ?Eu quero que o
Barbosa se foda!?
Eu trago a tropa toda, deixo a tua cota rota
Faço mossa, dou-te coça, tu sabes que um Boss não
poupa
Roubo-te a roupa e ponho um mic na mão
Rimo com aquela vibração que deixa
a tua porca louca
Rappers apanham-me na rua, perguntam-me
se eu tenho beef com o Chulla
Nigga, eu não te pergunto porque
é que tu nem no teu bairro rulas
Porque é que os teus pais são escuros e tu saíste
quase pula
Porque é que o teu álbum vende menos que a mixtape do
Gula
Vê se vais procurar rubis no anús da tua mula
Antes que acabes expulso daqui como os tugas de
Nampula
Tu não tens pedigree, larga o mic veste lingerie
Nigga, eu cuspo um bisturi pa tua espinal medula
Outros dizem: ?Valete eu espanto-me com a tua
notoriedade,
Mal apareces na TV como é que tens tanta
popularidade??
Porque eu trago o discurso que agiganta a comunidade
E as rimas são flores belas que espancam sem piedade
Não compito com mc?s só canto para a posteridade
Esses rappers são wanna be?s só cantam vulgaridades
Suplantam precaridade, transplantam identidades
Descambam, encantam wacks com mediocridade
Eu cuspo grosso até a dormir como os niggas dos
Olivais
Tu nem sequer sabes cuspir, pareces as tias de
Cascais
Nigga, mostra credenciais e traz a rima bem posta
E composta como os mais reais
Os verdadeiros tropas hip-hoper?s são horizontais
A gente leva as nossas frotas engenhocas pos arsenais
Propostas para batalhas, só idiotas e surreais
Porque pos rivais acaba sempre em derrotas e funerais
Tu não és rapper bro, és só uma boca vaga
És um Zé Castelo Branco com roupa larga
Veste outra farda, niggas o teu flow desagrada
Já no futebol eu era o Oceano, tu eras o Gota d?Água
Sopa amarga, alguém rogou-te praga
O teu patrocínio já me ouviu, tens que arranjar outra
marca
Isso é pouco ou nada, nigga, tenta outra vaga
Eu só dou prop?s à tua shorty ela toda desaforada
Louca e depravada, suga o meu pau e fica rouca e
engasgada
Toda estrangulada, tiro o gadget, digo: ?go go Nádia,
Go go Nádia!? Sou o Pai Natal: ?Oh oh já tá?
?Oh no, pára? chama a (po po?)?
Acaba com isso Viris, leva a cena a sério man?
Se vieres à procura de aparato ou stress e chegares
aqui sem modas
Levas com sapatos, é melhor que tenhas reflexos como
Geoge Bush
Levas com tijolos, segue os protocolos
Nigga eu tou muito longe, não enxergas, põe binóculos
Dizem que é injusto eu rappar, porque sou muito mais
que um Mc
Dizem que é injusto porque parece que sou de outra
espécie
Se queres justiça pede a Deus pa nos devolver a
Maddie
E diz ao Cristiano para dar o prémio FIFA ao Messi
valete - fim da ditadura
Revolucionário:
? Yo, Valete, o people está a preparar um K.O. definitivo a América.
Vai haver uma concentração clandestina no México, em Guadalajara? e queremos saber se vais ou não??
Valete:
Eu sou Valete, bro, e sempre quis ser regicida
Sacrificar a vida pela maioria oprimida
Sem contrapartida, pela revolução sou suicida
Reserva um bilhete de ida pra mim, tou de partida
E vou contra América que Mao Tse Tung propagandeara
Com a filantropia com que Platão revolucionara, outrora
Com aquele Marxismo que Trotsky impulsionara
Estou farto da senzala, chao, só me galas em Guadalajara
A minha aversão ao imperialismo não sara
Não quero fama, nem glória, dá-me só uma T-shirt de Che Guevara
Põe-me num 7.4.7, México aqui vou
Viajo lembrando de como a segunda torre se desmoronou
Depois de 15 horas de voo, meu Blang aterrou
Já fora do aeroporto, houve um bro que me identificou
?irmão Valete, eu vim-te buscar para a concentração
Entra no carro só faltas tu para começar a acção?
Chegámos ao ponto rapidamente, assim clandestinamente
Provavelmente eu nunca vira pela frente tanta gente
Era uma cidade subterrânea cheia de dissidentes
Só resistentes e combatentes naquele contingente
Eu vi Sardar, Saramago, Mia Couto e Chomsky
Também vi os mentores do atentado de Nairobi
Nipónicos pa vingar Hiroshima e Nagasaki
Fidel Castro, Arafat, Chavez e Khadafi
Activistas do Hamas, Jihad e Hezbollah
Zapatistas, Talibãs e bombistas da Fatah
Todos diferentes mas com um objectivo em comum:
Acabar com esta ditadura que a América implantou
A sede de vingança deixava todo o exército operante
Deram o sinal pa nos reunirmos numa sala gigante
Em cima do palanque tava um fulano que elaborava o plano
Com style de saudita ou iraquiano, só queria saber quem é esse mano
Deixava toda a gente focada enquanto ele liderava
(Outro Revolucionário) ?Yo Valete é o Bin Laden?
(Valete) ?Bin Laden?!??
Bin Laden
Voz alterada sem barba e com cara totalmente modificada
Eu não o curtia mas ele era o que a América merecia
Radical sem diplomacia, assim como se exigia
Formulou o plano perfeito pá revolução que se pretendia
Tínhamos túneis subterrâneos até à cidade de Alexandria
Hackers bloqueavam a informação da NSA e da CIA
Tínhamos M1?s, F 16?s e muita artilharia, eu ria.
Informador
?Informação, informação.
As bases militares americanas em todo o mundo, já estão controladas pelas FARC , Al Qaeda e milhões de civis revoltosos.
O ataque aéreo ao pentágono está previsto para as 3h e 36 m.
Os ataques bombistas serão às 3h e 42 m
A invasão à Casa Branca ficará para 4h e 28m
Já sabem o que têm a fazer!?
Era um batalhão de insubmissos pa? acabar com aquela arrogância
?Tava incluído na missão Invasão à Casa Branca
Que seria reforçada pelo movimento black panther
Garanto qu?América nunca vira tanta encrenca
Fomos pelo túnel a dentro e chegámos em meio-dia
Alexandria tinha como Washington, cidade vizinha
E quando lá cheguei era inenarrável o que eu vira
América já ardia, rendida à nossa investida
Ficaram na defensiva, deixámos tropas sem vida
Éramos só homicidas com ira, topa a chacina
Numa outra ofensiva, edifício da ONU caíra
Largámos bué da mísseis em New York, Carolina
California, Louisiana, Detroit e Virgínia
Geórgia, Indiana, Illinois, Pensilvânia e Kansas
Ás quatro e um quarto já ?tava tudo controlado
Nossos soldados já tinham a Rádio a TV e o Pentágono
Passado mais um bocado, Fidel leu o comunicado
?Acabou a Ditadura? podes crer é o golpe de estado.
E à porta da Casa Branca fiquei com Bin Laden a sós
Disse-lhe sem hesitar um coche: Deixa-me liquidar o George
Ele esboçou um sorriso e olhou-me fundo nos olhos
Sentiu segurança na minha voz e passou-me uma Kalashnikov
Era só ódio destruitivo na minha cabeça
Kalash fui exibindo assim a dar paleta
Eu fui o homem escolhido pa? ditar a sentença
Olha o meu peito erguido pa man vingar o planeta
Entrei na Casa Branca assim cheio de moral
Nossos snipers iam abatendo a escolta presidencial, eu andava
No piso inferior de corredor em corredor
Abria porta a porta à procura daquele estupor
Vi a porta dos fundos, senti um feeling interior
Abri? até que enfim Seu Ditador
Agora sente o pavor
Vais pagar pela tua merda e pela dos teus antecessores
Isto é pelas vítimas das guerras que vocês fabricaram
Pelas bocas que morreram pela falta de pão que vocês negaram
Pelo terror que semearam, alastraram, perpetuaram
Pelos homens e mulheres que as vossas bombas mutilaram
Pelo suor dos trabalhadores que vocês escravizaram
Pela alma deste planeta que vocês danificaram.
(Tiros)
valete - a mentira do vosso amor
A Mentira do vosso amor
Está na fonética da própria palavra que tu banalizas diariamente
Eu nunca amei com o vosso amor
Eu sempre deixei o bater do meu coração compassar os meus movimentos
Hoje chamam-me de sonhador
Porque eu trago comigo os vossos sonhos para realizá-los antes que o Sol se aposente
Eu apenas quero o calor
Do teu abraço quando a vitória chegar e nos deixar seguir em frente
Não é amor esse amor que me entregas timidamente
Não é amor esse sorriso que nasce hipocritamente
Não é amor esse amor que fazes selvaticamente
O amanhecer vos deixará mais diferentes e indiferentes
Meu amor vem da agonia dessa mulher que te venera
E vem da melodia da balada mais sincera
Meu amor vem desse Inverno que te oferece a primavera
Meu amor vem desse amor que ainda te espera
valete - subúrbios
Subúrbios....
onde a realidade é sinistra e não dá abverbios
5 da matina
já todos caminham pr'o o mesmo enrredo
porque nos subúrbios
o sol levanta sempre mais cedo
É um povo escravizado nesta sociedade de extremos
trabalham 2 vezes mais e ganham 2 vezes menos
sentes o cheiro intenso
que esses homens trazem no sovaco
porque não há desodorizante que abafe o suor do
trabalho escravo
manos encharcam na bebida todo o espírito frustrado
por cada garrafa que cabe
é uma esposa c'o olho inchado
Ainda creditas que o futuro será diferente do passado
Aqui não dá para dormir
Quanto mais para sonhar és parvo!
Aqui o Diabo choca e actua
Ás vezes para veres o Inferno
Basta abrires a porta da rua
Negros dos subúrbios são sempre vistos como gente a
mais
para as discotecas africanas eles são pretos demais
São 22:00h ainda há gente no trabalho
Porque para os suburbanos a lua Levanta sempre mais
tarde....
Refrão:
Onde a tua mãe aos 14 engravidou
Onde o teu pai semeou e não ficou
Onde a pobreza penetrou e se instalou
Subúrbios onde Deus nunca passou...
Onde a policia espancou e assassinou
Onde o meu povo lagrimou e ripostou
Onde o meu Flow escureceu e congelou
Subúrbios onde Deus nunca passou
Manos em desespero gritam...
Que safoda os empregos
Há sempre trabalho nas esquinas do Getto
Vendem doses duras a pobres coitados á deriva
E que se armam em heróis
E pensam que podem foder com a Heroína
Vês milhares deles por aí com uma seringa no braço
a investirem a vida num suicídio de médio prazo
Momento de silencio para todos os manos
Que a heroína levou.........
Chikas querem sempre algo em troca para poder abrir as
pernas
mas a única cena que manos têm para oferecer é a
Esperma
são racionais mas raramente racionalizam
acham que a cona é quente demais para usarem camisa
aqui tens de ter cuidado com as pachaxas que tens a
merecer
podes entrar cheio de fé e sair com HIV Ouviste!
Esses dreds entram em qualquer racha que se abre
Por isso aqui nada cresce
a não ser a taxa de natalidade
E dos putos que nasçam ás uns nem têm a cara do pai
É fudido têm a cara do melhor amigo do pai
Subúrbios...
Refrão:
Onde a tua mãe aos 14 engravidou
Onde o teu pai semeou e não ficou
Onde a pobreza penetrou e se instalou
Subúrbios onde Deus nunca passou...
Onde a policia espancou e assassinou
Onde o meu povo lagrimou e ripostou
Onde o meu Flow escureceu e congelou
Subúrbios onde Deus nunca passou
Manos saem de cana
Mas cá fora não há chance pr'a gente cadastrada
Então vão e voltam como se a prisão
Fosse uma segunda casa
Aqui mães sofrem
Porque mães sabem
Que a cada 2 filhos que fazem 1 é para as ruas
adoptarem
Na rua não há futuro
Não á amor
Não há fé
Esses putos roubam para comer Bro!
E comem bue
Sempre que há drama só contigo é que podes contar
Porque 112 aqui pode ser o nº do azar
Bófias vêem pr'os Subúrbios com arrogância e
prepotência
Por isso é que forças de segurança
aqui só trazem insegurança
vêem numa de roubar pretos com armas e cacetetes
Há mais Skineds na PSP que no PNR
Mas onde ta tudo mudado não é só levar e cair
Manos também tão armados
Porque tão cansados de fugir
Enrrolam com bue artilharia
Prontos para quando o beef estala
Bófias têm 7 vidas niggas têm 8 balas
Refrão:
Onde a tua mãe aos 14 engravidou
Onde o teu pai semeou e não ficou
Onde a pobreza penetrou e se instalou
Subúrbios onde Deus nunca passou...
Onde a policia espancou e assassinou
Onde o meu povo lagrimou e ripostou
Onde o meu Flow escureceu e congelou
Subúrbios onde Deus nunca passou
O ppl da linha de Sintra vai sentir este som
Tropas da Margem Sul vão sentir este som
Todos os manos que tão de cana vão sentirem este som
Em Odivelas (ODC) St. António vão sentir este som
Em Talaide e Carcavelos vão sentir este som
Manos de Quarteira e Gaia vão sentir este som
Ate nos subúrbios de Braga vão sentir este som
A rádio é muito patakeira pr'a passar esse som
Subúrbios...
Subúrbios...
Subúrbios...
Bófias têm 7 vidas, niggas têm 8 balas
valete - no meu quarto
Na minha cama eu tenho uma dama que eu mal conheço
Atraída por esta fama que eu às vezes exerço
Que miséria de espírito!
Ela dá o corpo e o espírito por algo cheio de nada
Que miséria de espírito a minha!
A aproveitar da degradação de valores de uma coitada
Com fascínio irracional pelo estrelato
Fascínio racional pelo aparato sem substrato
Mano, todos querem estar atracados aos mais amados
Para puderem ter a atenção
Dos que amam os mais amados
Carência colectiva patológica
Escravos do amor escasso é a nossa tese sociológica
Acendo a televisão
Vejo o passos de coelho a dizer
Que em breve saímos da recessão
Porque que a gente vota nesses políticos?
São extensões do poder econômico
Está mais que explicito
Assaltam o estado, dão cargos aos aliados
Das autarquias aos ministérios está tudo maniatado
Privatizam a justiça em nome deles
Instrumentalizam os media para nos deixar alienados
Ã? a falência da democracia representativa
Que apenas pariu corrupção e uma massa passiva
Uma massa inofensiva de homens que subjugaram
Que abdicaram do país
Que eles usurparam e desmantelaram
Do meu quarto eu vejo tudo
Ã? aqui que eu reflito, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
Na aparelhagem só tocam musicas refrescantes
Sons de tamin, sacik brow e orlando santos
Músicos independentes de inegável talento
Mas com pouca projeção neste mercado aberrante
Promotores só contratam artistas da playlist
Catapultam os catapultados e o talento desiste
Os festivais estão cheios de artistas sem publico
Impostos por agências para promoverem seus músicos
Eles ignoram todo o teu buzz na internet
Se não tens tv nem rádio o teu buzz morre na retrete
Mano, esta é a industria anti-méritocracia
Promotores e editoras em pornografia doentia
Explicito na mesa de cabeceira tenho latas de coca-cola
Sacos de mc donalds é só comida rafeira
Ã? só toxicidade que me envenena o corpo
Por dentro eu sou uma lixeira de comida carniceira
Sou mais uma vitima dessa publicidade que nos cerca
Para nos por nos impor vontades e necessidades
Andamos sempre doentes a comer o que eles publicitam
Depois médicos dão-nos medicamentos
Que não nos reabilitam
Claro, medicamentos que te aliviam só temporariamente
Para seres obrigado a compra-los infinitamente
Assim vamos alimentando a industria farmacêutica
Eles bilionários e nós doentes sem terapêutica
Do meu quarto eu vejo tudo
Ã? aqui que eu reflito, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
Vou para o computador
Abro o meu facebook
São 5 da manha e ainda há bué gente a postar cenas
Desabafam problemas, criticam o sistema
Sugerem temas, partilham lemas e poemas
Tudo com o propósito de obter atenção
E vale tudo em busca dessa atenção suprema
O afecto e a atenção que o mundo real não lhes deu
O mundo real que nos tornou em cegos ou ateus
O mundo real o da competição mortal
O mundo canibal onde toda a gente é rival
Onde o amor não dá sinal
E já avista o seu funeral
Onde viver é infernal
Por isso só nos resta o virtual
Da janela eu vejo pessoas a irem para o trabalho
Abatidas, deprimidas sem vida como espantalhos
Resignadas num trabalham que nunca desejaram ter
Resignadas na ideia que têm de ser escravas para viver
Mano, viveram assim escravos a vida toda
Sem alegria para oferecer sem sonhos para renascer
Mano, estamos todos atrás desse dinheiro necessário
Elemento prioritário neste sistema monetário
Que te diz que ser feliz e realizado é secundário
E que sem um salário tu não existes neste calvário
Eu vejo toda a nossa degradação no meu quarto
Diz-me, vês o mesmo do teu quarto?
Do meu quarto eu vejo tudo
Ã? aqui que eu reflicto, que eu choro e me desiludo
Do meu quarto eu vejo-me a mim
Vejo-te a ti, a tua alma e vejo o teu fim
valete - anti herói
Los que le cierran el camino a la revolución pacífica,
le abren al mismo tiempo el camino a la revolución
violenta
Só se pode fazer isto uma vez
Eu cresci trancado num quarto com livros de Marx e
Pepetela
Alimentado com parágrafos de Nélson Mandela
Foi esta a fonte do ódio que agora já não escondo
Este é o som que eu inalei na voz de Zeca Afonso
Ninguém me separa deste Guevara que eu tenho em mim
E podes ver na minha cara a raiva de Lenine
Eu choro este sangue que devora o espírito
E choca os mais sensíveis, e torna-me num monstro como
Estaline
Valete a.k.a Ciclone Underground, nigga
O filho do bastardo da vossa opressão, nigga
Eu tenho nos meus olhos a cor da insurreição, nigga
Sou como Malcom-x com o microfone na mão
Eu desenterro vítimas de genocídio capitalista
E levo mais comigo pa rebelião
Eu sou o primeiro a marchar pa esta revolução
Tu és o primeiro a bazar na hora da intervenção
Eu vim para ressuscitar Lumumba, Ghandi e Arafat
E os nossos homens de combate através desta canção
Pai, eu tatuei no meu peito a Tua imagem
Pa respirar através dela a Tua batalha e a Tua
coragem
Hoje eu trago nos meus braços a Tua alma e a Tua
mensagem
E esses escumalhas não sabem que jamais irão levar
vantagem
Nós vestimos a farda de Xanana
E levamos drama de terceiro mundo à casa branca
Desfilamos com a mesma gana que tropas em Havana
E com a resistência suburbana desssa convicção cubana
Toma, esta ira psicopata deste filho de Zapata
Activismo de vanguarda é o registo do som
Eu trago a obstinação com que Luther King abalou
E a mesma solução todo o meu people sonhou
Eu sou aquele mundo novo que Bob Marley cantou
Esboço desse sofrimento todo meu povo guardou
(Refrão)
Eu sigo este caminho que o ódio abriu para mim
E serei um dos guerreiros que aplaudirão no fim
Este é o som da revolução que em breve chegará
Eu sou anti-herói, que nunca se renderá
Eu sou um dos filhos deste mundo que a Luta inspirou
No mesmo trilho da mensagem que Cabral deixou
Esta é a voz da justiça que um dia se afirmará
Eu sou o anti-herói que o povo aclamará
Enquanto eu me enveneno com este rancor
Vou pondo balas no carregador pa abater esses
opressores
Esta é a missão dos peronistas, que eu assumi na hora
Com a determinação que herdei da minha progenitora
Ninguém pára a frente armada que eu comando agora
Combate a escória na alvorada como fez Samora
Eu trago nesta oratória a história dos filhos que
viram a morte inglória dos pais
E que hoje anseiam desforra
Na Palestina, no Cambodja, Vietname, Angola
No Iraque, Na Somália, Afeganistão e Bósnia
Esse é o grito desse mundo que chora e implora
Pela justiça dos homens porque já viram que Deus não
acorda
Vítimas de quem fez de todo o mundo seu património
Da hipocrisia assassina do FMI e da ONU
É o povo anónimo cobaia do liberalismo económico
Que sai das amarras eufórico para combater o demónio
Eu sou aquele que vocês chamaram de fundamentalista
Quando eu disse que era um trotskista belicista
Posicionei-me assim contra a América imperialista
Aqui está o vosso kamikaze terrorista
Farto de vos ver sentados, manipulados
Por uma televisão que vos deixa impávidos e
formatados
Asnáticos inconformados, fechados e enganados
Otários e atrasados, inválidos e atordoados
Nós estamos do lado contrário nesta jornada cheia de
gente angustiada
Traumatizada por um passado onde foram pisadas,
martirizadas
Apedrejadas, excluídas, extorquidas, extropiadas
Cuspidas
Por uma brigada Desalmada de parasitas
Que devastaram arrasaram vidas
E agora vão pagar com a descarga
Desta entifada criada pelos homens que vocês flagelara
E sobraram com guerra para vingar aqueles que não ficaram
(Refrão)
Eu sigo este caminho que o ódio abriu para mim
E serei um dos guerreiros que aplaudirão no fim
Este é o som da revolução que em breve chegará
Eu sou anti-herói, que nunca se renderá
Eu sou um dos filhos deste mundo que a luta inspirou
No mesmo trilho da mensagem que Cabral deixou
Esta é a voz da justiça que um dia se afirmará
Eu sou o anti-herói que o povo aclamará
valete - bolas e consciência
Segues cristo e gabas a tua grandeza espiritual
Como se ser cristão de te desses superioridade moral
Mas não sabes nada de cristianismo
Só segues o estúpido pedantismo do catolicismo
Jesus amava de verdade
Ele não fazia caridade Jesus dava metade
Hoje ias chamá-lo de extremista
Porque para além de humanista ele também era comunista
Hoje eu vejo-te de rasta
A ouvir os clássicos de Bob Marley todo entusiasta
A pensar que és Rastafari I
Só porque fumas um banzai e gritas Selassie I
Tu não tens causas nem proezas
Um Rasta é um guardião, um conservador da natureza mano
A tua existência é leviana
Um rasta é um guerreiro da emancipação africana
Refrão
Ã?s só mais um que fica a ver
Não és homem suficiente para seres o homem que queres ser
Falta-te bolas e consciência
E ainda mais irreverência pa' marcares a diferença
Eu vejo te a gritar revolução com a t-shirt do Che
Á procura de atenção, desesperado, mas cheio de fé
Achas divertido ser um rebelde contestatário
E achas que ir a manifestações faz de ti um revolucionário
Não sabes o que é arriscar a vida numa insurreição
Como os irmãos no Egipto no combate da opressão
Morrerias se tivesses que passar uma noite numa cela
Tua revolta não faz mazelas pouca accão e muita guela
Se tu fosses mais aqueles que idolatras
Serias mais que tanto falta para se opor aos tecnocratas
Mais um que tanto falta para mudarmos de paradigma
E sairmos da sina da ditadura mercadocrata
Serias mais um para criarmos outro mundo
Fecundo de humanismo sem regimes nauseabundos
O mundo novo das massas soberanas
Com a chama do homem novo que este planeta reclama
Refrão
valete - dor e prazer
Meu pai era um player
E conquistou minha mãe com arte e verborreia
De gala são tomense
Citava -lhe poemas, cantava-lhe baladas,
Minha mãe caiu na teia já toda enfeitiçada
Começaram a namorar, noites longas
Até ao luar e sexo até a alvorada
Estavam juntos todos dias,
Cada beijo uma alquimia cada olhar uma profecia
Minha mãe engravidou, meu pai bazou fugiu do filho
Que ele procriou
Minha mãe ficou sozinha com um filho na barriga
Que com descuido fecundou
Sem dinheiro para o aborto
Minha mãe resolveu ter-me apesar de devastada
Chorava todos os dias arrasada,
Sombria, despedaçada, estilhaçada
Fui crescendo na barriga dela lá dentro
Sentia as mazelas da alma fulminada
A gravidez dava-lhe dores, tonturas, enjoos,
Deixava-lhe toda esgotada
Meu pai voltou seis meses depois
Arrependido e certo que minha mãe era sua amada
Minha mãe aceitou-o de volta apesar
Da revolta continuava apaixonada
Felizes novamente, encandeados
Pelo mesmo sentimento efervescente
Nasci novembro a tarde bem perto das quatro,
Depois de 24 horas duras de trabalho de parto
Aniyah
Refrão
Se não tens amor, é só dor
Se queres prazer, dás amor
Se não tens amor, é só dor
Se queres prazer, dás amor
Yeah...
Meus pais deliciavam com cada sorriso,
Cada som, cada olhar, cada movimento
Cada gesto que eu fazia
Tudo o que eu fazia era motivo pra deslumbramento,
Encantamento empaditas de euforia
Mas um bebé custa caro dá muita despesa
E mais dureza, pra quem já vive na pobreza
Minha mãe mal se recompôs da gravidez,
Foi trabalhar na costura quatrocentas horas por mês
Meu pai estudava e trabalhava ao mesmo tempo,
Um ritmo violento por causa do seu rebento
Eu chorava todas as madrugadas, gritava,
Borrava desvairado e eles nunca dormiam nada
Estavam esgotados, secos, stressados,
Surtiam por qualquer coisa, andavam sempre alterados
Eu comecei a andar com dez meses
E aos onze meses já falava ficavam maravilhados
Encantados com cada palavra nova
Que eu dizia com evolução da minha fisionomia
Encantados com cada palavra nova
Que eu dizia com evolução da minha fisionomia
Aniyah:
Se não tens amor, é só dor
Se queres prazer, dás amor
Se não tens amor, é só dor
Se queres prazer, dás amor
Passava horas e horas a escrever no quarto
A fazer trilhas sonoras pra sair do anonimato
Mal dormia, mal saia, mal via os amigos
A escrita era minha religião, meu castigo meu abrigo
Eu rimo as dores do meu povo,
Envolvo nos versos o sofrimento que absolvo
Ela mandou-me um e-mail a dizer
Que sou o rei e que trouxe um estilo novo
Diz que chora desalmadamente,
Quando eu rimo intensamente, nos temas mais comoventes
Diz que me quer conhecer, pra ver realmente
Se eu sou o que digo ser
Encontramos num bar no vasco da gama,
Logo fiquei encantado com aquela áurea africana
Ela explana uma negritude soberana,
Imana a mesma luz que originou o nirvana
Começamo-nos a ver regularmente,
E como era evidente acabou em envolvimento
Dia sim, dia não em minha casa, entrosamento sexual
Até o esgotamento
Foram vários meses na mesma rotina,
Mas estava sem adrenalina que o puro amor origina
Eu não a amo mas o sexo é tão bom
Que eu não consigo acabar com ela e terminar nossa novela
Por isso eu minto e digo que lhe amo,
O amor dela é insano e ela nem sente que é engano
Ela ama-me perdidamente
E acha que o relacionamento durará eternamente
Passaram dois anos e fui ficando distante,
Já era flagrante aquele meu distanciamento
Ganhei coragem resolvi acabar, resolvi terminar
O que já não tinha fundamento
Ela entrou num caos depressivo,
Autopunitivo e quase vegetativo
Não comia, não dormia, não saia de casa
Entregou-se num processo corrosivo erosivo
Largou o trabalho, largou a faculdade,
Ficou esquelética e perto da insanidade
Com instintos suicidas, completamente escurecida,
Vazia e destruída.
Esta é uma música profunda irmão,
Na estrada da tua vida, o teu espírito
Estimula-te sempre a fugir da dor e ir em busca do prazer,
Mas lembre-te sempre que há muitos objectivos
Que tu não consegues sem dor, sem sacrifício,
Sem sangue. lembre-te que tu podes erguer,
Reerguer ou salvar vidas sacrificando por elas,
Sangrando por elas em actos de puro altruísmo.
Na busca pelo prazer tu podes ficar cego
E chacinar a alma de todos seres humanos
Em actos de puro egoísmo.
Por isso grandes pensadores budistas
Falavam na importância deste equilíbrios entre a dor e prazer.
O equilíbrio do planeta depende muito desse equilíbrio
Entre a dor e prazer
Que cada um de nós tem que alcançar individualmente.
Ver o sacrifício de uma mãe a criar seu filho,
Ver a história de gandhi e a sua devoção pelo seu povo,
Vá também em busca do prazer irmão,
Vá também em busca da felicidade
Mas não vás sozinho, leve outros manos consigo,
Ensine os manos a amar ensina os manos o humanismo.
David cross
Se não tens amor, és só dor
Se queres prazer dás amor
Se não tens amor, és só dor
Se queres prazer dás amor
valete - baile de máscaras
Nuno Adriano Moreira Ramos
Padre da igreja decarnida há seis anos
Respeitado e admirado por toda a freguesia
Todos adoram a sua simpatia e sabedoria
Na igreja ele defende com valentia
Antecedida abstinência sexual e da homofobia
Todos aplaudem, alguns concordam
Todos aplaudem, alguns discordam
A noite no seu quarto solitário
Seu corpo acende fogos como em incendiário
Ã? cabeça vem-lhe imagens de homens incorporados
Assustado masturba-se e viaja no prazer interditado
Vendo mais imagens, agora dos acólitos da igreja
Crianças que ele tanto as observa e tanto deseja
Ele ejacula e chora
"Entre o prazer e a religião
Fica uma alma que se apavora"
"Entre o prazer e a religião
Fica uma alma que se apavora"
Lurdes Conceição Torres Bragança
Casada há oito anos, mãe de três crianças
Na cama com o marido entrega-se para o satisfazer
Mas nunca se sentiu excitada
Nunca sentiu o prazer
Lurdes nunca o amou e ao desamor que lhe arrasa
Ela casou porque toda a gente casa
A toda gente ela diz que nunca esteve tão feliz
Sorri e ilumina os olhos menor do que qualquer atriz
A noite quando ele dorme, ela chora
"Entre o desamor e a resignação
Fica uma alma que se apavora"
"Entre o desamor e a resignação
Fica uma alma que se apavora"
Rui Fontes Palma Furtado
Arquiteto de sucesso consagrado e abastado
Todos o admiram
Todos o invejam
Todos o bajulam todos o cortejam
E ele pavoneia-se com tanta subserviência
Julga-se o senhor eminência
Desfila com imponência
Ele é bem sucedido mas o seu sonho era ser trompetista
Ter uma banda de jazz, ser elogiado em revistas
Ele tem dinheiro e prestígio
Mas de seu sonho de vida nunca viu nenhum prestígio
Quando ouve michael davis, ele chora
"Entre o sonho e o desencanto
Fica uma alma que se apavora"
"Entre o sonho e o desencanto
Fica uma alma que se apavora"
Padre Nuno, Lurdes e Rui
Estão os três no teatro, a ver a peça
"baile de máscaras" que estreou com aparato
Os três adoram teatro
Acham que é um espetáculo graúdo
Onde em cima do palco tu estás acima de tudo
Onde o que mais se liberta é exaltado e aclamado
Onde podes ser o que queres sem ser sentenciado
Onde os imunes a pressão são celebrados e enaltecidos
Onde até os desintegrados são aplaudidos!
O teatro é nossa casa!
O teatro é nossa casa!
O teatro é nossa casa!
valete - construí uma mentira
Não é algo que sonhe
Tive-te quando mais queria
Ficaste enquanto quisemos
E partiste quando quiseste
Não era fundamental
Partilhar mais do que nós
Quando te tive temi que me quisesses
E quis-te muito forte quando partiste
Talvez volte a ter-te
Alterarei o que escrevi
Não que a história mude,
Essa repetir-se-á
Sinto que só assim,
Com mais uma vez
Terei um ponto final
Não, não pensei que tinhas algo a esconder
Pareceu-me tão claro o que nos estava a acontecer
Se o que trocámos não conta, eu não quero viver
Construí uma mentira que me está a corromper.
A mentira do vosso amor
Tá na fonética da própria palavra
Que tu banalizas diaramente
Eu nunca amei com o vosso amor (não)
Eu sempre deixei o bater do meu coração
Compassar os meus movimentos
Hoje chamam-me de sonhador
Que eu trago comigo os vossos sonhos
Para realiza-los antes que o sol se aposente
Eu apenas quero o calor do teu abraço
Quando a vitória chegar e nos deixar seguir em frente
Não é amor esse amor que me entregas timidamente
Não é amor esse sorriso que nasce hipocritamente
Não é amor esse amor que fazes selvaticamente
Que o amanhecer vos deixara mais diferentes e indiferentes
Meu amor vem da agonia dessa mulher que te venera
E vem da melodia da balada mais sincera
Meu amor vem desse inverno que te ofereçe a primavera
Meu amor vem desse amor que ainda te espera
Não nao pensei que tinhas algo a esconder
Pareceu me tao claro o que nos estava a acontecer
Se o que trocamos não conta eu nao quero viver
Construi uma mentira que me esta a corromper
Não não pensei que tinhas algo a esconder
Pareceu me tao claro o que nos estava a acontecer
Se o que trocamos não conta eu não quero viver
Construi uma mentira que me esta a corromper
Construi uma mentira
A mentira do amor ...
valete - ja estou farto
Ja estou farto, cansado, so vejo confusao entra no meu Mundo aqui morreu mais um irmao
Violencia é certa, nao é ilusao a bala a todos acerta e no fim deixa-te no chao
Mais uma mae que chora, filho preso no passado apagaram-lhe o futuro e seu presente foi enterrado
Almas vazias por noite, eu na cidade adormecida e quem somos nós, diz-me Deus porque corro, se a cela e escura la no fundo pede socorro, as maes choram os seus filhos, as lagrimas escorrem, os inimigos sao batidos, porque o que o dia dá, a noite leva sem esitar, suicidio e ficar com movimentaçao suspeita, sei qe a hiena ja me espreita entao eu vou por cima dou a volta, ninguem que siga a minha rota porque isto é complicado explicar-te deste lado, aonde eu estou por ca
Mas a vida continua, que nunca fosse acabar, os bons morrem e os vivos esses ficam pra contar, sentados a reflectir, nao tarda mais um negro a dormir, assim eternamente vivemos como negros, morremos como ilegais, neste jogo deliquente, vejo alguem me fazendo sinais, chamando por mim, no chao um corpo sem vida, uma mae que chora sem fim, eu nao quero morrer, mas sei que um dia será assim, o coraçao para, a alma se separa, ficou roxa a face, ao mesmo tempo que no inferno, mais um ruble nasce, sem do nem piedade, ser guero betlers e nao fazer parte da sociedade
Ja estou farto, cansado, so vejo confusao entra no meu Mundo aqui morreu mais um irmao
Violencia é certa, nao é ilusao a bala a todos acerta e no fim deixa-te no chao
Mais uma mae que chora, filho preso no passado apagaram-lhe o futuro e seu presente foi enterrado
Ja estou farto, cansado, so vejo confusao entra no meu Mundo aqui morreu mais um irmao
valete - hall of fame
?Gabriel o Pensador o homem que eles amam odiar?
nah, é o homem que fez o nosso coração parar
?távamos todos a chamar de burras as loiras mais belas
e a pedir ajuda para morar numa favela
quando em 94 Rapúblicaram o rap tuga
e enquanto uns afogaram-se, eu li o dicionário da rua
lá também vi a Verdade, nua e crua
Boss AC foi o primeiro mc a reduzir todos os outros a pesos plumas
e em 95 levou o flow para outro nível
deu-lhe com a alma e devorou o Pacman no álbum dos Da Weasel
era um flow homicida, e ele tinha apenas 19
era preciso ser um Mad Nigga para competir com o Boss
96 ergeu-se o underground e eu despertei
era na assembleia da Microlândia que se fazia a lei
ninguém cuspia com a auto-estima de Sagas, o sensei
D-Mars tinha rimas mais Assassinas que o dj
Dealema deixaram o Submundo ainda mais submerso
eles chegaram mais longe porque andavam de Expresso
e tinham o tal mc dos versos ilusionistas
com um Fusível a mais que o resto dos liricistas
(Refrão)
se o r.a.p. é a tua life então faz isso bem
deita sangue e suor até chegares além
sê humilde bro, ainda não és ninguém
ainda não tens o skill para entrar no hall of fame
caga nessa pop shit de fama, guito e tops
sê tu próprio e corre por amor ao hiphop
trabalha forte e firme até tu seres alguém
e até teres o skill para entrar no hall of fame
o sol nasceu no álbum dos LNM em 97
e apareceu com o estilo matematicamente correcto
eu diria matematicamente infalível
para a maioria praticamente impossível
o primeiro clássico de hiphop tuga chegou Sem Cerimónias
foi quando o Porto começou a deixar Lisboa com insónias
Mind da Gap conseguiram tirar o underground do fundo
fácil, porque eles tinham um Serial Killer e um Ace de trunfo
o ás da escola do rap da rua chamava-se Chullage
muito gás, todos os street rappers ficaram lá atrás
eficaz na street knowledge, sempre cru e voraz
perspicaz na rima por mais que rimasse Red Eyes
o rap voltou em carga ao ghetto na época de ouro
à espera da nova Praga que rimava em crioulo
e trouxe a nova saga do flow para meu consolo
que libertava veneno para vos deixar a soro
(Refrão)
se o r.a.p. é a tua life então faz isso bem
deita sangue e suor até chegares além
sê humilde bro, ainda não és ninguém
ainda não tens o skill para entrar no hall of fame
caga nessa pop shit de fama, guito e tops
sê tu próprio e corre por amor ao hiphop
trabalha forte e firme até tu seres alguém
e até teres o skill para entrar no hall of fame
em 98 já se falava de um tal Projecto Secreto
que depois foi desvendado em mixtapes e maquetes
Xeg, o primeiro mc a fazer da língua um sabre
que mais tarde ainda provou que é mais amargo sem Vinagre
Sam, Entre(tanto) saiu do Quarto Mágico
com o primeiro álbum independente em formato de clássico
Sam, ninguém sabia o que o puto valia
Sam, ninguém sabia no que se tornaria
?tavam todos concentrados, perplexos, embasbacados
a ver os resultados do Mundo e os versos silábicos
Mundo, ninguém percebia onda a rima caía
Mundo transformava palha em poesia
bem antes da banalização e dos morangos
bem antes da fama e do cifrão ser importante
bem antes do sá leão, do melão e do sandro
quando era só skills, transpiração e sangue
valete - um negro que sofre
Relato de mais um negro que sofre em Portugal
Onde o maior dos problemas é a cor facial
Ninguém se importa? com os nossos antepassados
E este problema? jamais será ultrapassado
Tenho orgulho na minha pele e na sua cor
Lembro-me de canções de negros e hinos de louvor
Dói-me o peito por saber que fomos escravos
Mas apesar de tudo fomos bastante bravos
Ainda lutamos? pelos nossos direitos
Mas a ganância de muitos os seus proveitos
Querem pisar-nos e humilhar como fizeram antigamente
Se sofremos antes, isso continua no presente
Porquê que julgam desta forma as pessoas
Dizem que sim?mas não vejo intenções boas
Vivo triste por saber que o racismo existe
E que no coração de muitos, a indiferença preciste
Porquê que o meu povo tem k passar por essa merda?
Será que vou morrer por estar farto de guerra
Essa guerra de raças que discrimina seres humanos
Este maneira de ver que já matou muitos manos
De coração apertado digo que estou farto de
sofrimento
Essa merda de ponto de vista só nos traz ferimento
Meu coração esta farto desse batimento
E a minha alma esta mais pesada que a carroça d?um
jumento
A minha voz chora ao som desta melodia
Meu coração grita, pra que haja paz um dia
Mas esse dia parece ainda estar longe de chegar
Mas não sou do tipo de ficar a lamentar
Lamento pois, mas continuo a lutar
Não há fuga possível pra este mal da humanidade
Pois quem mais sofre é quem mais tem humildade
As crianças de hoje já nascem com as cabeças
amaldiçoadas
E como se não bastasse, pelos pais são maltratadas
Não entendem os seus corações nem o seu estado de
espírito
Querem ditar um futuro, mas aonde está o guito
Em toda essa merda, há a maldade de ricos
Que nos matam aos poucos?com mentiras e picos
A paka tá nos bolsos de quem não a merece
Mas eu não a procuro, não tenho qualquer interesse
Meu objectivo de vida, é a minha felicidade
Junto de quem eu amo, quem me ama de verdade
A pessoa que me fez ver, como o mundo é
A pessoa que quando caí, me ajudou a tar de pé
A pessoa que quando errei, fez-me ver k tava errado
Magoei mas mesmo assim, permaneceu do meu lado
E se fossem assim todos os governantes?
Não haveria pobreza, nem casais com amantes
Então que se foda, toda a vossa riqueza
Pois a minha é interior e naquele que me fala com
franqueza?.
valete - meu país
Tou a arrumar as malas
Levo quase tudo, até o meu kimono de judo, (quase tudo)
Já não sei se volto
Quem emigra quer voltar
Mas muitos poucos voltam à base
Farto disto tudo
Farto de estar desempregado de nada servem estes canudos
Quando há trabalhos são sempre temporários
Humilhantes, precários, os salários hilários
União Europeia a colapsar,
Portugal a mergulhar nestes dias funerários
Vou-me embora, vou
Vou para Luanda
Já não há nada aqui pra mim,
isto já não anda nem desanda
Estas são as minhas últimas lágrimas
Ã?ltimas páginas, neste país que hoje tresanda
Portugal, meu céu meu lamaçal
Assiste ao recital da minha fuga da tua varanda
Refrão:
Ahhhahhhhah
Meu país, vou-me embora...
Ahhhahhhhah
Meu país, vou-me embora...
Ahhhahhhhah
Portugal, vou-me embora..
Ahhhahhhhah
Portugal, vou-me embora!
Ana, meu amor por ti é irrefutável
Memorável nas nossas vidas, divino, inenarrável
Mas vou-me embora, minha alma chora
E devora a minha carne e deixa-me assim inconsolável
Tens emprego estável, situação invejável
Não faria sentido vires comigo
Ana, seria irresponsável
Fica aqui, progride na empresa
Tenho a certeza que chegarás lá em cima com a tua destreza
Ã? melhor acabarmos esta relação
A minha volta é um ponto de interrogação
Ã? tudo uma incerteza, Ana
Não chores, não deflores
Ainda mais esta dor que me atinge com tanta crueza
Acabamos mas serei sempre teu
O teu Romeu que viverá do que imana a tua grandeza
Vou-me embora, sê feliz
Mesmo com a cicatriz deste amor a levar-te pra a tristeza
Refrão:
Ahhhahhhhah
Meu país, vou-me embora...
Ahhhahhhhah
Meu país, vou-me embora...
Ahhhahhhhah
Portugal, vou-me embora..
Ahhhahhhhah
Portugal, vou-me embora!
--ptfilipesilva--
valete - oligarquismo
Desde o neolítico, todos os regimes que
Vimos funcionar tiveram o oligarquismo
Na sua fundação ideológica
Todos esses ismos que nos impingem
Nunca ensaiaram a igualdade entre os homens
Serviram apenas para perpetuar elites
Em lugares de poder e privilégio
Qual é o ismo que te controla?
No neolítico quando o homem já conhecia o sedentarismo
Sacerdotes e curandeiros assumiam o dirigismo
Eram venerados por dizerem o dominar o espiritualismo
Subjugavam conterrâneos com tácticas de obscurantismo
Criaram religiões, criaram o fundamentalismo
Inferiorizaram a mulher, instituiriam o sexismo
Persas, gregos, romanos em nome do expansionismo
Invadiram povos e territórios com sede de imperialismo
O mundo viu crescer o islamismo e o cristianismo
Religiões que cegaram e levaram milhões ao fanatismo
A religião divinizou reis e legitimou o absolutismo
A igreja juntou-se ao estado e fortificou o totalitarismo
Jesuítas tentaram impor ao mundo o catolicismo
Católicos criaram a inquisição a instituição do barbarismo
Mataram milhões de pessoas para vincar o seu dogmatismo
E apoiaram os descobrimentos que mais não foi que terrorismo
Delapidaram a América e África e chamaram de colonialismo
Traficaram negros pelo mundo, moralizaram o esclavagismo
Europeus também foram escravizados na época do feudalismo
Senhores avassalavam camponeses era o puro vampirismo
Governam-nos desde o neolítico, nada mudou
Já nos mostraram 1000 regimes, nada mudou
Estupidificam-nos, manipulam-nos desde a escola
Diz-me mano, qual é o ismo que te controla?
Diz-me mano, qual é o ismo que te controla?
Será que sabes quem manipula e quem controla?
Diz-me mano, qual é o ismo que te controla?
Diz-me mano, qual é o ismo que te controla?
Com a revolução industrial veio a noção de capitalismo
Onde operários eram máquinas, não interessava o humanismo
Esse desumanismo trouxe a ascensão do comunismo
Um comunismo que começou a rimar com despotismo
E pauperismo
Europa como nação ariana, era o objectivo do nazismo
Que sustentava ideologicamente a necessidade de racismo
Tudo é o estado, era o slogan do fascismo
Que defendia que só há nação quando há autoritarismo
Até que veio a neo-democracia cheia de romantismo
Prometendo a liberdade sem condicionalismos
Mas o problema é que a democracia não se livrou do elitismo
Elites continuaram no poder e continuou o clientelismo
Partidos são financiados por instituições de burguesismo
Governantes e poder econômico vivem em companheirismo
Direito ao voto só serviu para aniquilar o ativismo
Manipulam-nos com tv e jornais num pseudo-jornalismo
Na escola distraem-te com conjunções e anaforismos
Serias revolucionário se te ensinassem neo-liberalismo
Querem-te no mercado de emprego alienado mas com civismo
Para trabalhares por trocos e aderires ao conformismo
Bilderberg governa o mundo, tudo o resto é seguidismo
G20 e união europeia extensões desse maquiavelismo
Para sempre subordinados, liberdade é ilusionismo
Submissos e reprimidos damos vivas ao oligarquismo
Governam-nos desde o neolítico, nada mudou
Já nos mostraram 1000 regimes, nada mudou
Estupidificam-nos, manipulam-nos desde a escola
Diz-me mano, qual é o ismo que te controla?
Rasga os teus livros de história!
Cds valete á Venda