MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
tom zé - a felicidade
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha
O ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor.
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo por favor
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor.
tom zé - o abacaxi de irará
Minha terra é boa,
plantando dá
o famoso abacaxi de Irará.
Minha terra é boa,
plantando dá
o famoso abacaxi de Irará.
Moça emperrada namora
e o noivo não quer casar
se apega ao bom Santo Antônio
e o noivo este ano ainda vai pensar...
Falou véio
dá um chá de abacaxi
de Irará
que é pro noivo se animar.
Minha terra é boa
plantando dá
o famoso abacaxi de Irará.
Véio viúvo com setenta anos
ainda quer casar
Pergunto pra ele o segredo
e peço pra me contar.
Falou o veio:
Vá comendo abacaxi
de Irará
que você vai se animar.
tom zé - a babá
O Rockefeller acusou Branca de Neve,
os anões se dividiram,
três de sim e três de não,
mas um morreu de susto
e perguntava, perguntava, perguntava:
Mas quem é, quem é, quem é?
quem é que agora
está cantando um acalanto
pra cabeça do século?
Ô de marré, de-marré-de-ci
Quem é que está fazendo
pesadelos na cabeça do século?
Ô de marré, de-marré-de-ci
Quem é que está passando
dinamite na cabeça do século?
Ô de marré, de-marré-de-ci
Quem é, quem é, quem é?
me diga você que sabe datilografia
quem é, quem é, quem é?
me diga você que estudou filosofia
Quem é que agora está
fazendo tanto medo na cabeça do século?
Ô de marré, de-marré-de-ci
E quem é que tá
botando piolho na cabeça do século?
Ô de marré, de-marré-de-ci
Quem é que está passando
pimenta na cabeça do século?
Ô de marré, de marré de si
Quem é, quem é, quem é?
Me diga você que sabe datilografia
quem é, quem é, quem é
me diga você que estudou filosofia
Quem é que agora está
botando tanto grilo na cabeça do século?
Ô de marré, de-marré-de-ci
Quem é que empresta
um travesseiro pra cabeça do século?
Ô de marré, de-marré-de-ci.
tom zé - senhor cidadão
Senhor cidadão
senhor cidadão
Me diga, por quê
me diga por quê
você anda tão triste?
tão triste
Não pode ter nenhum amigo
senhor cidadão
na briga eterna do teu mundo
senhor cidadão
tem que ferir ou ser ferido
senhor cidadão
O cidadão, que vida amarga
que vida amarga.
Oh senhor cidadão,
eu quero saber, eu quero saber
com quantos quilos de medo,
com quantos quilos de medo
se faz uma tradição?
Oh senhor cidadão,
eu quero saber, eu quero saber
com quantas mortes no peito,
com quantas mortes no peito
se faz a seriedade?
Senhor cidadão
senhor cidadão
eu e você
eu e você
temos coisas até parecidas
parecidas:
por exemplo, nossos dentes
senhor cidadão
da mesma cor, do mesmo barro
senhor cidadão
enquanto os meus guardam sorrisos
senhor cidadão
os teus não sabem senão morder
que vida amarga
Oh senhor cidadão,
eu quero saber, eu quero saber
com quantos quilos de medo,
com quantos quilos de medo
se faz uma tradição?
Oh senhor cidadão,
eu quero saber, eu quero saber
se a tesoura do cabelo
se a tesoura do cabelo
também corta a crueldade
Senhor cidadão
senhor cidadão
Me diga por que
me diga por que
Me diga por que
me diga porque
tom zé - cilindrada
A cilindrada fina
meninamorada
me deixou na mão
curto-circuito, pô!,
que martelouqueceu
também meu coração.
Quanta paquera
paquê, paquerei
para me vingar daquela dor,
500 watts, queimando óleo diesel
e distorção: pirou meu transmissor
pirou meu transmissor.
E me doía
na pele
no pêlo
tirado por minha
maldita patota
que me lembrava
da pele
do pêlo
(veludo)
daquela cocota.
Que foi viver
sua vida de
suavidade
pelas bocas e me desmamou
quando me deixou:
o meu ouvido, que andava
pregado na saia dela
pra ficar escutando o raspar da sua coxa
ela desligou.
A cilindrada fina
meninamorada
me deixou na mão
curto-circuito, pó!,
que martelouqueceu
também meu coração
tom zé - dodó e zezé
- E por que é que a gente tem que ser marginal ou cidadão?
Diga, Zezé.
- É pra ter a ilusão de que pode escolher, viu, Dodó?
- E por que é que a gente tem que ter um medo danado
de tudo na vida? Diga, Zezé.
- É pra aprender que o medo é o nosso melhor conselheiro,
viu, Dodó?
- Sorrisos, creme dental e tudo. E por que é que a felicidade
anda me bombardeando? Diga, Zezé.
- Anda o que, Dodó?
- Anda me bombardeando.
- Ah! É pra provar que ninguém mais tem o direito de ser infeliz,
viu, Dodó?
- E por que é que um Zé qualquer de vez em quando tem que dar sete
sopapos na mulher? Diga, Zezé.
- Ah! Isso é pra no outro dia de manhã cedinho vender muito jornal,
viu, Dodó?
- E por que é, e por que é, e por que é, e por que é? Diga, Zezé.
- É porque porque, porque porque, porque porque, porque porque,
viu, Dodó?
tom zé - jingle do disco
Comprem este disco
É uma pesquisa paciente.
Tom Zé! Tom Zé!
Cada volta da agulha
Pelo sulco docemente
Tom Zé! Tom Zé!
Fará você ficar
Mais feliz e inteligente
Tom Zé! Tom Zé!
tom zé - multiplicar se única
Toda a canção quer se multiplicar
na multidão única se tornar.
Simples prazer
de ressoar
no ar
o som da voz.
Canta por nós:
cordas vocais
sem cais,
cordas ou nós.
tom zé - quando eu era sem ninguém
Ô cadê, cadê você?
Quando eu era sem ninguém
eu não tinha amor nenhum,
o meu coração batia, ô maninha,
tum, tum, tum.
Todo mundo arranja um bem:
eu ficando sem ninguém
e o meu coração batendo, ô maninha,
tum, tum, tum.
Você diz que faca corta,
que navalha corta mais,
e a navalha que mais corta
é a língua dos rapaz.
Tum, tum, tum, tindolelê.
tum, tum, tum, tindolalá.
As moças da minha terra
nunca ficam sem casar,
(porque se passar dos trinta ela tem
Santo Antônio pra ajudar).
E toda meia-noite
eu sonho com você.
se você duvidar, posso até
sonhar pra você ver.
tom zé - quero sambar meu bem
quero sambar,
meu bem
quero sambar
também
não quero é vender
flores
nem saudade
perfumada
quero sambar,
meu bem
quero sambar
também
mas eu não quero
andar na fossa
cultivando tradição
embalsamada
meu sangue é de
gasolina
correndo, não tenho
mágoa
meu peito é de
sal de fruta
fervendo no copo
d´água
tom zé - a briga do edifício itália com o hilton hotel
O Edifício Itália
era o rei da Avenida Ipiranga:
alto, majestoso e belo,
ninguém chegava perto
da sua grandeza.
Mas apareceu agora
o prédio do Hilton Hotel
gracioso, moderno e charmoso
roubando as atenções pra sua beleza.
O Edifício Itália ficou enciumado
e declarou a reportagem de amiga:
que o Hilton, pra ficar todo branquinho
toma chá de pó-de-arroz.
Só anda na moda, se veste direitinho
e se ele subir de branco pela Consolação
até no cemitério vai fazer assombração
o Hilton logo logo respondeu em cima:
a mania de grandeza não te dá vantagem
veja só, posso até ser requintado
mas não dou o que falar
Contigo é diferente,
porque na vizinhança
apesar da tua pose de rapina
já andam te chamando
Zé-Boboca da esquina
E o Hilton sorridente
disse que o Edifício Itália
tem um jeito de Sansão descabelado
e ainda mais, só pensa em dinheiro
não sabe o que é amor
tem corpo de aço,
alma de robô,
porque coração ele não tem pra mostrar
Pois o que bate no seu peito
é máquina de somar.
O Edifício Itália sapateou de raiva
rogou praga e
até insinuou que o Hilton
tinha nascido redondo
pra chamar a atenção
abusava das curvas
pra fazer sensação
e até parecia uma menina louca
Ou a torre de Pisa
vestida de noiva
tom zé - a chegada de raul seixas e lampião no fmi
É Raul, Raul, Raul,
É Raul Seixas, é Lampião
Chegaram no FMI
Que nem tentou resistir
É Raú, Raú, Raú,
Lampião não anda só
Trouxe Deus e o diabo
Raul, a terra do sol
Lampião com o clavinote
Raul trouxe o Ylê Ai Ê
Tiraram os colhões do rock
Enrabaram o iê-iê-iê.
Chegaram na Casa Branca
Os dois de carro-de-boi
Tio Sam fugiu de tamanca
Ninguém viu para onde foi
Wall Street fechou
E a ONU não deixou pista
O presidente jurou
Que sempre foi comunista
Mano Brown disse a Raul
O dinheiro a gente investe
No Banco Carandiru
Xingu, favela e Nordeste
Todo-poderoso e rico
O grande senhor dali
Cagou-se, pediu pinico
Aflito, fora de si
Pois o FMI
Viu que não tinha mais jeito
E entregou todo o dinheiro
Para o pobre dividir
E o mundo se viu diante
De grande felicidade:
Trabalho pra todo o dia
Comida pra toda a tarde
Mas entre os países pobres
Não houve fazer acordo
Para dividir os cobres
E a guerra pegou fogo
tom zé - a gravata
A gravata já me laçou
a gravata já me enforcou
amém
A gravata já me laçou
a gravata já me enforcou
amém
Um cidadão sem a gravata
é a pior degradação
é uma coroa de lata
é um grande palavrão
é uma dama sem pudor
estripitise moral
é falta de documento
é como sopa sem sal
Tem a gravata borboleta
com o bico inclinado
tem a gravata caubói
com o rabinho duplicado
Tem a gravata de laço
que desce do colarinho
molenga como uma tripa
que se deita na barriga
Ela é a forca portátil
mais fácil de manejar
moderna, bem colorida,
para a vítima se alegrar
é um processo freudiano
para a autopunição
com o laço no pescoço
e a fé no coração
tom zé - a noite do meu bem
Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah ! Eu quero amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah ! Como esse bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda a ternura que eu quero te dar
tom zé - a volta de xanduzinha
Sofrimento não me assusta
Mariá
É meu vizinho de boas tardes
Mariá
Conhecer a ingratidão
Isso não
Isso não
Isso não
Quando ela tinha nada
Mariá
Eu abri a casa toda
Mariá
Quando eu precisei dela
Mariô
Mariô
Mariô
Foi, quem sabe, a vaidade
ou os oito boi zebu
ou a casa com varanda
dando pro norte e pro sul
Fiz a caminha dela
No manacá
O sapatinho dela
no manacá
E a roupinha dela
No manacá
Cadê agora?
Mana, maninha, como é triste recordar
A beleza do seu riso
É demais pra se lembrar
O vestido dos seus olhos
Se vestiu pra descansar.
Cds tom zé á Venda