MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
tião carreiro e pardinho - o rei do gado
Num bar de Ribeirão Preto eu vi com meus olhos esta passagem
Quando champanha corria a rodo, no alto meio da grã-finagem
Nisto chegou um peão trazendo na testa o pó da viagem
Pro garçom ele pediu uma pinga, que era pra rebater a friagem
Levantou o almofadinha e falou pro dono eu tenho má-fé
quando um caboclo que não se enxerga, num lugar deste vem por os pés
O senhor que é o proprietário deve barrar a entrada de qualquer E principalmente nesta ocasião que está presente o rei do café
Foi uma salva de palmas gritaram viva pro fazendeiro
Que tem milhões de pés de cafés por este rico chão brasileiro
Sua safra é uma potência em nosso mercado e no estrangeiro
Portanto veja que este ambiente não é pra qualquer tipo rampeiro
Com um modo muito cortês respondeu o peão pra rapaziada
Esta riqueza não me assusta topo e aposta qualquer parada
Cada pé desse café eu amarro um boi da minha invernada
e pra encerrar o assunto eu garanto que ainda me sobra uma boiada
Foi um silêncio profundo o peão deixou o povo mais pasmado
Pagando a pinga com mil cruzeiro disse ao garçom pra guardar o trocado
Quem quiser meu endereço que não se faça de arrogado
È só chegar lá em Andradina e perguntar pelo rei do gado.
tião carreiro e pardinho - a coisa tá feia
Burro que fugiu do laço ta de baixo da roseta
Quem fugiu de canivete foi topar com baioneta
Já está no cabo da enxada quem pegava na caneta
Quem tinha mãozinha fina foi parar na picareta
Já tem doutor na pedreira dando duro na marreta
A coisa tá feia, a coisa ta preta...
Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta.
Criança na mamadeira, já ta fazendo careta
Até o leite das crianças virou droga na chupeta
Já está pagando o pato, até filho de proveta
Mundo velho é uma bomba, girando neste planeta
Qualquer dia a bomba estoura é só relar na espoleta
A coisa tá feia, a coisa ta preta...
Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta.
Quem dava caixinha alta, já esta cortando a gorjeta
Já não ganha mais esmola nem quem anda de muleta
Faz mudança na carroça quem fazia na carreta
Colírio de dedo-duro é pimenta malagueta
Sopa de caco de vidro é banquete de cagueta
A coisa tá feia, a coisa ta preta...
Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta.
Quem foi o rei do baralho virou trouxa na roleta
Gavião que pegava cobra, já foge de borboleta
Se o Picasso fosse vivo ia pintar tabuleta
Bezerrada de gravata que se cuide não se meta
Quem mamava no governo agora secou a teta
A coisa tá feia, a coisa ta preta...
Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta.
tião carreiro e pardinho - a mão do tempo
Na solidão do meu peito o meu coração reclama
Por amar quem está distante e viver com quem não ama
Eu sei que você também da mesma sina se queixa
Querendo viver comigo, mas o destino não deixa.
Que bom se a gente pudesse arrancar do pensamento
E sepultar a saudade na noite do esquecimento
Mas a sombra da lembrança é igual a sombra da gente
Pelos caminhos da vida, ela está sempre presente.
Vai lembrança e não me faça querer um amor impossível
Se o lembrar nos faz sofrer, esquecer é preferível
Do que adianta querer bem alguém que já foi embora,
É como amar uma estrela que foge ao romper da aurora.
Arranque da nossa mente, horas distantes vividas
Longas estradas que um dia foram por nós percorridas
Apague com a mão do tempo os nossos rastros deixados
Como flores que secaram no chão do nosso passado.
tião carreiro e pardinho - franguinho na panela
No recanto onde moro é uma linda passarela
O carijó canta cedo bem pertinho da janela
Eu levanto quando bate o sininho da capela
E lá vou eu pro roçado tenho Deus de sentenela
Tem dias que o meu almoça é um pão com mortadela
Só que lá no ranchinho a mulher e os filhinhos
Tem franguinho na panela
Eu tenho um burrinho preto bom de arado e bom de cela
Pro leitinho das crianças a vaquinha cinderela
Galinhada no terreiro papagaio tagarela
Eu ando de qualquer jeito de botina ou de chinelo
Na roça se a fome aperta vou apertando a fivela
Só que la no ranchinho a mulher e os filhinhos
Tem franguinho na panela
Quando eu fico sem serviço a tristeza me atropela
Eu pego uns bicos pra fora deixo cedo a currutela
Eu levo o meu viradinho é um fundinho de tigela
É só farinha com ovo mais da gema bem amarela
Esse é o meu almoço que desce seco na guela
Só que la no ranchinho a mulher e os filhinhos
Tem franguinho na panela
Minha mulher é um doce e diz que eu sou o doce dela
Ela faz tudo pra mim e tudo que eu faço é pra ela
Não vestimos lã e nem linho é no algodão e na flanela
É assim a nossa vida que levamos na cautela
Se eu morrer Deus da um jeito pois a vida é muito bela
Só que la no ranchinho a mulher e os filhinhos
Tem franguinho na panela
tião carreiro e pardinho - a ferro e fogo
Venho de terra distante por estrada perigosa
Vendo a morte toda hora na tocaia criminosa
Encontrando a cada passo só serpente venenosa
Caminho cheio de espinho mas a viagem é vitoriosa.
No meio de ferro e fogo a luta é deliciosa
Bala bate no meu peito e vira medalha honrosa
Se alguém me atira pedra faço virar uma rosa
Quanto mais tombo eu caio acho a vida mais gostosa.
Viola minha viola nós estamos em perigo
Querem destruir você querendo acabar comigo
A guerra está declarada mas a vitória eu consigo
Quanto mais perto da morte mais bonito ainda eu brigo.
A viola e o violeiro vão ganhar este duelo
Eu não nasci pra ser prego eu nasci pra ser martelo
Nesta cantoria encerro tudo que há de mais belo
Eu brigo pra defender o nosso verde amarelo.
tião carreiro e pardinho - herói sem medalha
Sou filho do interior
Do grande Estado mineiro
Fui um herói sem medalha
Na profissão de carreiro
Puxando tora do mato
Com doze bois pantaneiros
Eu ajudei desbravar
Nosso sertão brasileiro
Sem vaidade eu confesso
Do nosso imenso progresso
Eu fui um dos pioneiros
Vejam como o destino
Muda a vida de um homem
Uma doença malvada
Minha boiada consome
Só ficou um boi mestiço
Que chamava Lobisome
Por ser preto igual carvão
Foi que eu pus esse nome
Em pouco tempo depois
Eu vendi aquele boi
Pros filhos não passar fome
Aborrecido com sorte
Dalí resolvi mudar
E numa cidade grande
Com a família fui morar
Por eu ser analfabeto
Tive que me sujeitar
Trabalhar no matadouro
Para o pão poder ganhar
Como eu era um homem forte
Nuqueava o gado de corte
Pros companheiros sangrar
Veja bem a nossa vida
Como muda de repente
Eu que às vezes chorava
Quando um boi ficava doente
Alí eu era obrigado
Matar o rês inocente
Mas certo dia o destino
Me transformou novamente
Um boi de cor de carvão
Pra morrer nas minhas mãos
Estava na minha frente
Quando eu vi meu boi carreiro
Não contive a emoção
Meus olhos encheram d'água
E o pranto caiu no chão
O boi meu reconheceu
E lambeu a minha mão
Sem poder salvar a vida
Do boi de estimação
Pedi a conta e fui embora
Desisti na mesma hora
Dessa ingrata profissão
tião carreiro e pardinho - a volta que o mundo da
No estado de São Paulo foi em Guaratinguetá
Um casal de namorados jurou de não separar
Mas o malvado dinheiro fez a jura se quebrar
O pai falou para filha seu namoro vai parar
Somos de família nobre o seu namorado é pobre
Não vamos se misturar.
Rapaz que não tem dinheiro no meu lar não vai entrar
Caboclinho do pesado suspirou pra não chorar
Retrucou assim dizendo dinheiro eu posso ganhar
Minha mão tá calejada meu defeito é trabalhar
Se fosse como eu queria nosso pão de cada dia
Eu não deixava faltar.
Um sujeito endinheirado um dia passou por lá
Contando tanta vantagem fez o velho acreditar
Meu pai tem muito dinheiro meu trabalho é estudar
Levou a moça no tapa namorando sem casar
O cara de posição não passava de um ladrão
Que a polícia foi buscar.
Ladrão deixou uma filha o avô quem vai criar
E a mãe ficou solteira não adianta reclamar
A menina a todo instante para mãe vai perguntar
Mãezinha cadê meu pai quero ver onde ele está
Nesta hora a mãe se cala a verdade ela não fala
Porque a coragem não dá.
O amor é coisa séria nunca vi ninguém comprar
Muito pai sem coração tem filha pra negociar
Procura quem tem dinheiro para filha namorar
Desprezaram o caboclinho que deviam respeitar
Caboclinho do pesado hoje tem seu lar honrado
É a volta que o mundo dá.
tião carreiro e pardinho - boi soberano
Me alembro e tenho saudade do tempo que vai ficando
Do tempo de boiadeiro que eu vivia viajando
Eu nunca tinha tristeza vivia sempre cantando
Mês e mês cortando estrada no meu cavalo ruano;
Sempre lidando com gado, desde a idade de 15 anos
Não me esqueço de um transporte, seiscentos bois cuiabanos
No meio tinha um boi preto por nome de Soberano
Na hora da despedida o fazendeiro foi falando
Cuidado com esse boi que nas guampas é liviano
Esse boi é criminoso já me fez diversos danos
Toquemos pela estrada naquilo sempre pensando
Na cidade de Barretos, na hora que eu fui chegando.
A boiada estourou ai, só via gente gritando.
Foi mesmo uma tirania, na frente ia o Soberano.
O comércio da cidade as portas foram fechando
Na rua tinha um menino de certo estava brincando
Quando ele viu que morria de susto foi desmaiando
Coitadinho debruçou na frente do Soberano
O Soberano parou ai, em cima ficou bufando.
Rebatendo com o chifre, os bois que vinham passando.
Naquilo o pai da criança de longe vinha gritando
Se esse boi matar meu filho eu mato quem vai tocando
Quando viu o filho vivo e o boi por ele velando
Caiu de joelho por terra e para Deus foi implorando
Salvai meu anjo da guarda desse momento tirano
Quando passou a boiada, o boi foi se arretirando
Veio o pai dessa criança e me comprou o Soberano
Esse boi salvou meu filho ninguém mata o Soberano
tião carreiro e pardinho - a viola e o violeiro
Tem gente que não gosta da classe de violeiro
No braço desta viola defendo meus companheiros
Pra destruir nossa classe tem que matar primeiro
Mesmo assim depois de morto ainda eu atrapaio
Morre um homem, fica a fama e minha fama dá trabalho.
Todos que nasce no mundo tem seu destino traçado
Uns nasce pra ser engenheiro, outros pra ser advogado
Eu nasci pra ser violeiro, me sinto bastante honrado
De tanto pontear viola meus dedo estão calejado
Sou um violeiro que canta para vinte e dois estados.
Viva o povo mineiro, cantador de recortado
Também viva os gaúchos que no xote é respeitado
Viva os violeiros do Norte que só canta improvisado
Goiano e Paranaense cantam tudo bem cantado
Viva o chão de Mato Grosso que é o berço do rasqueado.
Representando São Paulo este pagode é o recado
A música dos estrangeiros quer invadir nosso mercado
Vamos fazer uma guerra, cada violeiro é um soldado
Nossa viola é a carabina e nosso peito é um trem blindado
A viola e o violeiro é que não pode ser derrotado.
tião carreiro e pardinho - a travessia do araguaia
Naquele estradão deserto, uma boiada descia pras bandas do araguaia pra fazer a travessia.o capataz era um velho com muita sabedoria as ordens eram severas ,e a
Pio nada obdescia. oponteiro moço jovem , muito desembaraçado mas era a primeira viagem que fazia pra estes lados ,não conhecia as tormentas do araguaia afamado não sabia que as piranhas era um perigo danado.ao chegarem na barranca disse o velho boiadeiro,derrubamos um boi n? água deu a ordem ao ponteiro enquanto as piranhas comem,temos que passar ligeiro,toque logo este boi velho que vale poço dinheiro.
Era um boi de aspa grande já ruído pelos anos. o coitado não sabia do seu destino tirano
Sangrado por ferroada no araguaia foi entrando, as piranhas vieram loucas e o boi foram devorando.enquanto o pobre boi velho estava sendo devorado,a boiada foi nadando e saio do outro lado,naquelas verdes pastagens tudo estava sossegado,disse o velho ao ponteiro,pode ficar descansado o ponteiro revoltado disse que barbaridade, sacrificar um boi velho pra que esta crueldade.
Respondeu o boiadeiro aprenda esta verdade, que jesus também morreu pra salvar a humanidade
tião carreiro e pardinho - o mineiro e o italiano
O mineiro e o italiano viviam as barras
Dos tribunais em uma demanda de terra
Que não deixava os dois em paz
Só de pensar na derrota o pobre caboclo
Não dormia mais
O italiano roncava nem que eu gaste alguns capitais
Quero ver esse mineiro voltar de a pe pra minas gerais
Voltar de a pe pro mineiro seria feio pros seus parentes
Apelou para o advogado fale pro juiz pra ter do da gente
Diga que nós somos pobres que meus filhinhos vivem doentes
Um palmo de terra a mais para o italiano é indiferente
Se o juiz me ajudar a ganhar lhe dou uma leitoa de presente
Retrucou o advogado o senhor não sabe o que esta falando
Não caia nessa besteira se não nos vamos entrar pro cano
Esse juiz é uma fera, caboclo serio e de tutano
Paulista da velha guarda família de 400 anos
Mandar leitoa para ele dar a vitória pro italiano
Porem chegou o grande dia que o tribunal deu o veredicto
Mineiro ganhou a demanda, o advogado achou esquisito
Mineiro disse ao doutor eu fiz conforme lhe havia dito
Respondeu o advogado que o juiz vendeu e eu não acredito
Jogo meu diploma fora se nesse angu não tiver mosquito
De fato, falou o mineiro, nem mesmo eu to acreditando
Ver meus filhinhos de a pe meu coração vivia sangrando
Peguei uma leitoa gorda foi Deus do céu que me deu esse plano
Numa cidade vizinha para o juiz eu fui despachando
Só não mandei no meu nome
Mandei no nome do italiano.
tião carreiro e pardinho - a força do perdão
Quando escuto alguém contando mais um caso de assaltante
Lembro um fato há muito tempo me recordo neste instante
Pobre mãe banhada em prantos numa cena emocionante
Pede ao médico que salve o seu filho agonizante.
O doutor um dia antes tinha sido assaltado
Em legítima defesa lutou tão desesperado
O ladrão com a própria arma acabou sendo baleado
O doutor saiu com vida, porém muito machucado.
Mas o médico bondoso sem medir dificuldade
Foi prestar o seu socorro por dever de humanidade
Pela estrada lamacenta tão distante da cidade
Parecia até loucura enfrentar a tempestade.
Viu no rancho com surpresa que o ferido era o ladrão
Mas curou o assaltante que fez essa confissão
Ao doutor de corpo e alma devo a minha salvação
Mais forte do que o ódio é à força do perdão.
tião carreiro e pardinho - a morte do carreiro
Isto foi no mês de outubro regulava meio dia
O sol parecia brasa queimava que até feria
Foi um dia muito triste só cigarras que se ouvia
E o triste cantar dos pássaros naquela mata sombria.
Numa campina deserta uma casinha existia
Na frente tinha uma palhada onde a boiada remoia
Na estrada vinha um carro com seus cocão que gemia
Meu coração palpitava de tristeza ou de alegria.
Lá no alto do cerrado a sua hora chegou
O carro tava pesado e uma tora escapou
Foi por cima do carreiro e no barranco prensou
Depois de uma meia hora que os companheiros tirou.
Quando puseram no carro já não podia falar
Somente ele dizia tenho pressa de chegar
E os companheiros gritavam numa toada sem parar
Já avistaram a taperinha e as crianças no quintal.
Os galos cantaram triste aí, aí, aí, aí,
No retiro aonde eu moro aí, aí, aí, aí.
Levaram ele pra cama não tinha mais salvação
Abraçava seus filhinhos fazendo reclamação
Só sinto estes inocentes ficarem sem proteção
Fechou os olhos e despediu deste mundo de ilusão.
tião carreiro e pardinho - a vaca já foi pro brejo
Mundo velho está perdido
Já não endereita mais
Os filhos de hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do fim
Já estou vendo sinais
Metade da mocidade estão virando marginais
É um bando de serpente
Os mocinhos vão na frente, as mocinhas vão atrás...
Pobre pai e pobre mãe
Morrendo de trabalhar
Deixa o coro no serviço pra fazer filho estudar
Compra carro a prestação
Para o filho passear
Os filhos vivem rodando fazendo pneu cantar
Ouvi um filho dizer
O meu pai tem que gemer, não mandei ninguém casar...
O filho parece rei
Filha parece rainha
Eles que mandam na casa e ninguém tira farinha
Manda a mãe calar a boca
Coitada fica quietinha
O pai é um zero à esquerda, é um trem fora da linha
Cantando agora eu falo
Terreiro que não tem galo quem canta é frango e franguinha...
Pra ver a filha formada
Um grande amigo meu
O pão que o diabo amassou o pobre homem comeu
Quando a filha se formou
Foi só desgosto que deu
Ela disse assim pro pai: "quem vai embora sou eu"
Pobre pai banhado em pranto
O seu desgosto foi tanto que o pobre velho morreu...
Meu mestre é Deus nas alturas
O mundo é meu colégio
Eu sei criticar cantando: Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau
Eu mato e não apedrejo
Dragão de sete cabeças também mato e não alejo
Estamos no fim do respeito
Mundo velho não tem jeito, a vaca já foi pro brejo...
tião carreiro e pardinho - a derrota do boi palácio
No vale do Paraíba seu Castorino chegou
Da cidade de São Carlos trazendo dois toureador
Também trouxe o boi palácio um mestiço pulador
À procura de um peão que fosse bom montador
Porque na Zona do Norte , vinte oito peãos dos mais forte
O mestiço derrubou ai..... Já no primeiro domingo o palácio foi Montado
Pelo senhor Nenê Lima um peão muito afamado
Foi aquela grande insistência muito dinheiro apostado
O povo estava ansioso na espera do resultado
O boi pranchava no ar, só vi os cascos relampiar
E quatro pulos foi jogado ai....
Petito lá de Barretos não por engrandecer
Lá na naquela redondesa é o melhor peão pra meu ver
Quando soube da notícia também veio se inscrever
Apostou dez mil cruzeiros na certeza de vencer
Mas o malvado mestiço sem ter grande sacrifício
Tambem fez ele descer ai....
Apareceu Gumercindo um mulato decidido
Falou pro seu Castorino se lhe era concedido
Pra montar naquele boi sem ele ter se inscrevido
Eu garanto que esta tarde vai ser muito divertido
A fama durou até agora mas hoje acaba na espora
Deste peão desconhecido ai....
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Ele montou e não caiu naquele boi afamado
Gumercindo pro revanche logo ele foi convidado
No dia cinco de junho no grande dia esperado
Tornou montar e não caiu onde foi considerado
Que o malvado do mulato tem de ser mesmo de fato
O melhor Peão do estado ai....
Naquela grande cidade depois do boi ser montado
O nome de Gumercindo ta sendo muito falado
Por essa grande vitória por este Peão alcançada
Arrecebeu vinte contos honradamente ganhado
E o Boi Palácio voltou pra terra que se criou
Por ter sido derrotado ai....
Cds tião carreiro e pardinho á Venda