MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
simone de oliveira - a noite e a rosa
Fiz da noite a rosa
As mãos do pecado
No tempo da rosa
Sorrindo a teu lado
Falei-te por mim
Ouviste por ti
E os ramos surgiram
Depois que te vi
As mulheres da noite
Rasgaram as luas
E eu e tu fugimos
Por todas as ruas
Olhaste o meu rosto
Marcado pela fama
E abriste o teu peito
No fogo e na chama
Pedaços de rosa
Beijaram a cama
Que dói por que dói
Quando o amor nos chama
Pedaços de rosa
Beijaram a cama
Fiz do nosso dia
Depois da partida
Um lago desfeito
Onde deixei a vida
Que a vida eras tu
Os campos da história
Abrindo esta rosa
Chamada memória
Falei com amigos
De ontem como hoje
Chamando o teu corpo
Que em meu corpo foge
E a mãe que eu já tive
Abriu-se no mar
Para que o meu amor
Se fosse deitar
E a rosa era a noite
E a noite era a o dia
Rasgando as palavras
Que ninguém sabia
E a rosa era a noite
E a noite era o dia
simone de oliveira - salva de palmas
Tristezas, desenganos
A noite em nossas almas
O não da vida pára
Numa salva de palmas
Na estrada percorrida
Vocês, vocês, vocês
Vocês são nossa vida
As nossas vidas
São só vocês
Os horizontes
São só vocês
No dia-a-dia
Nós damos tudo
Só a vocês
Vivemos
Só, só pra vocês
Damos amor
Somos assim
Vosso abandono
Vosso abandono
Ã? o nosso fim
Mas há alegrias, há acção
São só vocês
Mas os nossos sonhos
São, são de vocês
Vocês, vocês, vocês
A nossa vida
Ã? de vocês
Vivemos
Só, só pra vocês
Damos amor
Somos assim
Vosso abandono, ai
Vosso abandono
Ã? o nosso fim
Mas há alegrias há acção
São só vocês
Mas os nossos, sonhos
São, são de vocês
Vocês, vocês, vocês
A nossa vida
Ã? de vocês.
simone de oliveira - lado a lado
Somos dois caminhos paralelos
Vamos pela vida lado a lado
Doidos que nós somos
Loucos que nós fomos
Nem sei qual é de nós mais desgraçado
Lado a lado meu amor
Mas tão longe
Como é grande a distância
Entre nós
O que foi que se passou entre nós dois
Que nos separou
Porque foi que os meus ideais
Morreram assim dentro de mim
Ombro a ombro
Tanta vez
Mas tão longe
Indiferença
Entre nós quem diria
Custa a crer
Que tanto amor
Tão profundo amor
Tenha acabado
E nós ambos sem amor
Lado a lado
Fomos no passado um só destino
Somos um amor desencontrado
Doidos que nós somos
Loucos que nós fomos
Nem sei qual é de nós mais desgraçado
Lado a lado meu amor
Mas tão longe
Como é grande a distância
Entre nós
O que foi que se passou entre nós dois
Que nos separou
Porque foi que os meus ideais
Morreram assim dentro de mim
Ombro a ombro
Tanta vez
Mas tão longe
Indiferença
Entre nós quem diria
Custa a querer
Que tanto amor
Tão profundo amor
Tenha acabado
E nós, ambos sem amor
Lado a lado
E nós ambos sem amor
Lado a lado
simone de oliveira - desfolhada
Corpo de linho
lábios de mosto
meu corpo lindo
meu fogo posto.
Eira de milho
luar de Agosto
quem faz um filho
fá-lo por gosto.
É milho-rei
milho vermelho
cravo de carne
bago de amor
filho de um rei
que sendo velho
volta a nascer
quando há calor.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
Minha raiz de pinho verde
meu céu azul tocando a serra
oh minha água e minha sede
oh mar ao sul da minha terra.
É trigo loiro
é além tejo
o meu país
neste momento
o sol o queima
o vento o beija
seara louca em movimento.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
Olhos de amêndoa
cisterna escura
onde se alpendra
a desventura.
Moira escondida
moira encantada
lenda perdida
lenda encontrada.
Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada.
simone de oliveira - ai amor que amor o teu
lalalalaralaralararalara
Ai amor, que amor o teu que já tanto me doeu
De ficar e de fugir
Ai amor, amor parado
Que não estás em nenhum lado
Onde eu possa despir
lalalalaralaralararalara
Ai amor, desespero
Pois só estás, onde te espero
Num sitio onde não és nada
Ai amor, casa triste
Parede que não assiste
Aos gritos da madrugada
lalalalaralaralararalara
Ai amor, amor sem rosto
Aberto no meu desgosto
Com sombras no meu caminho
Vem dar-te à curva do mar
Que as ondas deste lugar
Precisam do teu carinho
lalalalaralaralararalarai
S.
PORTUGAL
simone de oliveira - cansaço da mesma viagem
Há pássaros nos fios do telefone
gaivotas em navios de onda em onda
crianças nos jardins correndo ao pé de mim
mas eu não vejo, eu não sinto assim
Há cães vadios na rua a ladrar
os faróis são duas luas a passar
há noite no jardim, há luar também pra mim
mas eu só vejo nuvens sem ter fim
E chego a casa cansada da mesma viagem
ligo a rádio no máximo e escuto Beethoven
Não consigo ler um só livro
Não vejo mais televisão
E tento tirar da cabeça esta confusão
Há gente nos passeios do Chiado
há pombos nas igrejas, nos telhados
sirenes a soar, conversas pelo ar
mas eu nem oiço e fico a pensar
na vida que eu vivo por acaso
Em tudo o que passou e com os diabos
não consigo inventar
um vento pra levar
as nuvéns que eu tenho no olhar
E chego a casa cansada da mesma viagem
ligo a rádio no máximo e escuto Beethoven
Não consigo ler um só livro, não, não
Não vejo mais televisão
E tento tirar da cabeça esta confusão
E ligo a rádio no máximo e escuto Beethoven
Não consigo ler um só livro, não, não
Não vejo mais televisão
E tento tirar da cabeça esta confusão
Não consigo ler um só livro, não, não
Não vejo mais televisão
E tento tirar da cabeça esta confusão
simone de oliveira - cinco quadras cinco pedras
Meu amor se fosses barco
eras um barco de mágoa
ancorado na saudade
dos meus olhos rasos d'água.
Meu amor se fosses rio
corrias pelo meu corpo
até acender o frio
no meu olhar fogo morto.
Meu amor se fosses vaga
rebentarias em mim
com esta maré de raiva
que me vai levando ao fim.
Meu amor se fosses vento
rugias neste deserto
aonde soa um lamento
dos meus dois pulsos abertos.
Meu amor se fosses pedra
caías na solidão
deste lago de ternura
a que chamo coração.
simone de oliveira - desfolhada portuguesa
Instrumental
Corpo de linho, lábios de mosto
Meu corpo lindo, meu fogo posto.
Eira de milho, luar de Agosto
Quem faz um filho, fá-lo por gosto.
Ã? milho-rei, milho vermelho
Cravo de carne, bago de amor.
Filho de um rei, que sendo velho
Volta a nascer, quando há calor.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada.
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada.
Instrumental
Minha raiz de pinho verde
Meu céu azul tocando a serra.
Ã? minha mágoa e minha sede
Ã? mar ao sul da minha terra.
Ã? trigo loiro, é além Tejo
O meu país neste momento.
O sol o queima, o vento o beija
Seara louca em movimento.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada.
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada.
Instrumental
Olhos de amêndoa, cisterna escura
Onde se alpendra, a desventura.
Moira escondida, moira encantada
Lenda perdida, lenda encontrada.
Ã? minha terra, minha aventura
Casca de noz desamparada.
Ã? minha terra minha lonjura
Por mim perdida, por mim achada.
Instrumental
simone de oliveira - lisboa que nome é este
Que nome é este
Que em mim oiço?
Que em mim ressoa
Lisboa, Lisboa
Que será Lisboa
Um pássaro, um castelo
Um barco, o mar
Uma cidade
Onde hei-de chegar
Este azul do rio
Este branco junto ao mar
Passa por mim no Rossio
Deixa-me Lisboa olhar
Em ti nasci,
Em ti amei,
Em ti vivi,
Lisboa, Lisboa
E quando um dia morrer
Quero, Lisboa, fazer
Parte de ti
Lisboa
Que nome é este
Que em mim oiço?
Que em mim ressoa
Lisboa, Lisboa
Que será Lisboa
Um pássaro, um castelo
Um barco, o mar
Uma cidade
Onde hei-de chegar
Este azul do rio
Este branco junto ao mar
Passa por mim no Rossio
Deixa-me Lisboa olhar
Em ti nasci,
Em ti amei,
Em ti vivi,
Lisboa, Lisboa
E quando um dia morrer
Quero, Lisboa, fazer
Parte de ti
Lisboa
simone de oliveira - amar é ressurgir
Não sei porque é que o amor dói
E me faz sofrer sem razão
E destrói uma ilusão
Também creio que não tem paz
Pois me faz sentir
Que viver para sonhar é ressurgir
Sem saber porquê,
Quem já experimentou o tal amor
Pode bem dizer que é um não sei quê
Que nos dói também
Mas sabe bem ao fazer sofrer
Para mim foi um bem difícil
Ter na minha mão uma vida
Um destino, um coração
Também creio que não tem paz
Pois me faz sentir
Que viver para sonhar é ressurgir
Sem saber porquê,
Quem já experimentou o tal amor
Pode bem dizer que é um não sei quê
Que nos dói também
Mas sabe bem ao fazer sofrer
Para mim foi um bem difícil
Ter na minha mão uma vida
Um destino, um coração
Que é o teu
simone de oliveira - amor sem depois
Meu amor, que resta deste dia?
Uma dor que já não se adia
Porque hoje eu sei de cor
O que se vai seguir depois.
Deste amor resta um copo já sem vinho,
Uma flor, fica a roupa em desalinho
O frio que foi calor, o fim que eu adivinho
Aos dois depois.
E tu sais, não voltas de certeza
E eu arrumo a louça que ficou na mesa.
O que sobra são rugas nos lençóis,
A marca do teu corpo sem depois.
Meu amor, que resta do que havia?
Este ardor que já ninguém sacia
Que nada há de pior
que o nosso dia-a-dia depois.
Este amor que ficou pelo caminho,
Deixou a vida em desalinho,
Para me recompor um copo mais de vinho
Plos dois, plos dois.
Tu partiste deixando a tristeza
Mas ficaste no retrato esquecido sobre a mesa.
O que sobra no linho dos lençóis
São as marcas deste amor sem depois.
simone de oliveira - apenas o meu povo
Quem disse que morreu a madrugada?
Quem disse que esta noite foi perdida?
Quem pôs na minha alma magoada
As palavras mais tristes que há na vida?
Quem me disse saudade em vez de amor?
Quem me disse tristeza em vez de esperança?
Quem me lançou a pedra do terror
Matando o cantador e a criança?
Quem fez da minha espera desespero?
Quem fez da minha sede temperança?
Quem me dando tudo quanto eu quero
Da minha tempestade fez bonança?
Quem amainou os ventos do meu corpo
E saciou o mar da minha fome?
Quem foi que me venceu depois de morta
E soletrou as letras do meu nome?
Quem foi foi quem fez serva sem servir?
Quem foi que me fez escrava sem querer?
Quem foi que disse que eu podia ir
Tão longe quanto nós podemos ser?
Apenas quem me viu calada e triste
E despertou em mim um mundo novo
Apenas a esperança que resiste
Apenas o meu sangue, apenas o meu povo
Apenas a esperança que resiste
Apenas o meu sangue, apenas o meu povo
simone de oliveira - cidade
Em Lisboa
Não morro mas espero
O Tejo, a água, a ponte
E o Rossio
Em Lisboa
Não moro mas espero
Um pouco menos Tejo
Menos frio
Em Lisboa
Vendendo a minha fruta
De azeite e mel de ódio
E Saudade
Ã? dentro de mim própria
Que eu tropeço
Num degrau de ternura
Da cidade
Em Lisboa
Gaivota que navega
No Terreiro do Paço
Por acaso
Encontro a dimensão
da minha entrega
num aterro onde me enterro
a curto prazo
Limoeiro
Limão do mar da palha
Palha podre de tédio
Rio surpresa
Desta Lisboa de água
Que só falha
Quando céu azul
Sobra tristeza
Lisboa
Meu amor, minha aventura
Em cada beco só
Uma saída
Alfama, meu mirante
De lonjura
Má fama que a nós todos
Dás guarida
Em Lisboa
Gaivota que navega
No Terreiro do Paço
Por acaso
Encontro a dimensão
da minha entrega
num aterro onde me enterro
a curto prazo
Mas nesta angústia
Que eu canto
Lisboa, Lisboa
Não vem ao caso
simone de oliveira - espectáculo
Não será Alfama
Nem é o Castelo
Diferente da Bica
Não é Madragoa
Mas é espectáculo
Mas é Lisboa
Não é arraial
Nem marcha da rua
Não saiu de Alcântra
Nem é Mouraria
Mas é espectáculo
Ã? fantasia
Não é Bairro Alto
Nem é fado antigo
Que ponha tristeza
Num beijo de amor
Mas é espectáculo
Música e cor
Ã? mundo nocturno
Ã? Paris, é Bruxelas
Ã? Londres, Berlim
New York, Milão
Ã? o espectáculo
Ã? a canção
São as capelines
O rouge e o batôn
São plumas, egrettes
Champagne e folia
Porque a canção
Ã? fantasia
Luzes, luzes, luzes da ribalta
Cores e projectores
Orquestras e palcos
O ser ou não ser
Porque a canção
Ã? mundo a viver
simone de oliveira - esta festa das cidades
Trazes no corpo sinais breves de amargura
O frio de casas a habitar
Trazes cidades, praças, ruas e a loucura
De uma canção por inventar
E tens a força da seara em movimento
Que incendia o teu olhar
E a frescura das pedras e dos rios
E a ternura do trigo pra colher
E tens no sangue o grito das manhãs
E a violência das coisas por sofrer
Das chagas por abrir
Dos nomes por saber
De um dia por surgir
Trazes vestígios de um segredo que guardaste
E uma semente em cada mão
Trazes amigos, trazes datas e lamentos
Para construir uma canção
E és a festa das cidades povoadas
Onde a viagem não termina
E a frescura das pedras e dos rios
E a ternura do trigo por colher
E tens no sangue o grito das manhãs
E a violência das coisas por sofrer
Das chagas por abrir
Dos nomes por saber
De um dia em que
As palavras por dizer
Serão rostos de sorrir
Serão braços de mulher
Dias certos pra partir
As palavras serão certas
Como a água que bebemos
Como fogo de saber
O que sabemos
E tens a força das pedras e dos rios
E a ternura do trigo por colher
E tens no sangue o grito das manhãs
E a violência das coisas por sofrer
E tens a força das pedras e dos rios
E a ternura do trigo por colher
E tens no sangue o grito das manhãs
E a violência das coisas por sofrer
Cds simone de oliveira á Venda