MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
serrinha e caboclinho - mato grossense
(â??Ao gemer desta viola
Recordando meu passado
Minha vida foi penosa
Meus trabáio foi dobrado
Jogado por este mundo
De mardade e ambição
Que nem uma fôia seca
Pelos matos do sertão
Comecei a minha vida
Trabaiando de peão
Desde a idade de dezessete
Eu nunca fui jogado no chão
Nunca tive mão amiga
Que me desse direção
Com a força dos meus braços
Sozinho e com devoção
Tocando boiada braba
Prendendo ruim e bão
Cum meu suor fiz fortuna
Devo à Deus sua bençãoâ?)
O meu nome é Virgulino
Mas não sou o Lampião
Sou nascido em Mato Grosso
Meu Brasir e meu sertão
Conheço a casco de burro
Parmo a parmo pelo chão
Minha vida foi penosa
Sem ajuda e sem lição
Eu ainda era menino
Trabaiava de peão
Dormindo nas capoeira
Sob o luar e a solidão
Fui crescendo e aprendendo
Desse mundo o ruim e bão
Trabaiando fiz fortuna
Devo à Deus sua benção
Sozinho com os meus braço
Sempre cativo à devoção
Hoje sou um zebuzeiro
Vivo longe da cidade
Tenho girindo Brasir
E zebu em quantidade
Meu passado foi penoso
Mas hoje eu sinto a felicidade
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - a saudade mandou lembrança
Saudades mandou lembrança, suspiro trouxe um recado
Coração chorou demais ficou roxo de apertado
Suspiro que vai e vem sente-se desconsolado
Disse com muita tristeza: nunca mais trago recado
Saudades mandou lembrança no peito dum sabiá
Numa tarde primorosa ao pé do jequitibá
Foi quando a brisa passava parecendo soluçar
Deixando o cravo e a rosa e a flor do manacá
Saudade seguiu viagem a caminho do sertão
E de pena do soluço fazendo reclamação
Eu moro no peito triste amante da solidão
Desenganado da sorte, deliroso de paixão
O destino da saudade é viver no coração
Companheira da esperança, o amor em separação
Não tem hora nem distância peregrinando pelo chão
Saudades é provocante, saudade é judiação
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - abandonado
Abandonado sem os carinhos teus
Já terminaram os sonhos meus
Mas não faz mal tanta judiação
Tanta ingratidão, você não tem alma e nem coração
Abandonado sem os carinhos teus
Já terminaram os sonhos meus
Mas não faz mal tanta judiação
Tanta ingratidão, você não tem alma e nem coração
declamado:
(â??Abandonado sem os carinhos teus
Já terminaram os sonhos meusâ?)
Mas não faz mal tanta judiação
Tanta ingratidão, você não tem alma e nem coração
Abandonado sem os carinhos teus
Já terminaram os sonhos meus
Mas não faz mal tanta judiação
Tanta ingratidão, você não tem alma e nem coração
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - ave maria
Quando vem a tardezinha
Na hora da Ave-Maria
Vou encontrá com a moreninha
Pra contá o que eu fiz de dia
Nesse momento sagrado
Eu deixo de trabaiá
O sór entra no cerrado
Pra mor do inhambu piá
Que linda tarde serena
Já tava o sór furta-cor
Já ia começá a novena
Na igrejinha do Senhor
Pra nóis elevá o pensamento
Em Deus como bão cristão
Depois do arrependimento
Pra no céu ter sarvação
E assim que chegô a tardinha
Na hora da Ave-Maria
Piniquei minha violinha
Solfejando uma harmonia
E no atáio da invernada
Apontô a romaria
Trazendo todos a enxada
Que sustenta a famia
Era pra ver que pintura
Os raio do sór na mata
Colorindo com brandura
Com a cor de ouro e prata
Parecia o sangue do Pai
E as lágrimas de Maria
Que estava abençoando
A tarde que escurecia
Ave-Maria
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - namoro de fronteira
Conheci uma paraguaia
Lá pelas bandas de Ponta Porã
Seu nome era Cipriana
E tinha as faces cor de romã
Atravessei a linda fronteira
Desta minha terra brasileira
E com a Chica Ambaraí
Foi que eu aprendi a falar guarani
Dancei polca bem rasqueada
Tomei tereré em pipa preparada
Do bom tempo que lá estive
Lá do Paraguai sinto saudades mil
Daquela bela terra
Fronteira amiga deste Brasil
Que dor foi a despedida
Com que separei do meu bem-querer
E cá neste Mato Grosso
Ã? que eu procuro não me esquecer
E cá neste Mato Grosso
Ã? que eu procuro não me esquecer
Do bom tempo que lá estive
Lá do Paraguai sinto saudades mil
Daquela bela terra
Fronteira amiga deste Brasil
Que dor foi a despedida
Com que separei do meu bem-querer
E cá neste Mato Grosso
Ã? que eu procuro não me esquecer
E cá neste Mato Grosso
Ã? que eu procuro não me esquecer
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - no velho ranchinho
Tenho meu ranchinho véio lá na beira do caminho
Todo cercado de mato, esburacado, coitadinho
Ã? uma jóia, uma lembrança, uma dor da ingratidão
Palavras que pra mim dói e me corta o coração
Meu ranchinho testemunha, abandono e sofrimento
A falta de uma promessa de quem fez um juramento
Da muié que eu gostava recebi desolação
Já morreu minha esperança e a vida do sertão
Quando ela foi-se embora, adeus veio me dizer
Palavras que pra mim dói e jamais posso esquecer
Eu lhe disse com ternura, com amor e com carinho
Estas últimas palavras lá na curva do caminho
declamado:
(â??E agora que vancê vai se embora
Peça a Deus pra chover
- Chover pra quê? â?? me disse ela
- Pra apagar seu rastro pra mim não vê
Porque se eu vê eu sinto sôdade de vancêâ?)
E agora quando chove lá na terra do caminho
Eu inda pareço ver o sinal dos seus pezinho
E como as águas vão caindo o ranchinho sem amor
Vai descendo do meu rosto minhas lágrimas de dor
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - porto alegre
Meu Porto Alegre terra distante
Das gauchitas tão fascinantes
Tenho saudade, muita saudade
Daqueles tempos da mocidade
Um churrasquinho, um pingo bão
E no Guaíba lá no galpão
Oh! Medianeira vai nesta prece
A gratidão de quem não esquece
Meu Porto Alegre terra distante
Das gauchitas tão fascinantes
Tenho saudade, muita saudade
Daqueles tempos da mocidade
Um churrasquinho, um pingo bão
E no Guaíba lá no galpão
Oh! Medianeira vai nesta prece
A gratidão de quem não esquece
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - quando eu era carreiro
Ai, quando eu era carrero
Eu fui um cabra luxoso
Tinha dezoito boi preto ai, ai
No cabeçáio o Barroso
Adeus morena
Quando entrava na cidade
Meu carro entrava cantando
As mocinhas na janela ai, ai
Entravam pra dentro chorando
Adeus morena
Meu carro cantava triste
Que nem a perdiz no campo
E até meu coração ai, ai
Se desmanchava em pranto
Adeus morena
Meus boizinho ensinado
De cor preto aveludado
Vive na recordação ai, ai
Dos carrero apaixonado
Adeus morena
Distante da mocidade
Daquele tempinho bão
Aqui sofre este carrero ai, ai
De sôdade e de paixão
Adeus morena
Recordando as estrada
Do meu querido sertão
A saudade no meu peito ai, ai
Cresce na imaginação
Adeus morena
Tinha um ranchinho triste
No barranco da estrada
Tenho a recordação ai, ai
Da mais linda namorada
Adeus morena
Naquele campo formoso
Quando meu carro cantava
As plantinhas do caminho ai, ai
Parecia que chorava
Adeus morena
Meu carro não canta mais
Por este chão brasilero
Na costa deste carrero ai, ai
Já tem noventa janero
Adeus morena
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - recordando botucatu
Eu canto pra não chorá
Saudades da minha terra
Oh! meu berço querido
Onde meu amor encerra
Tão simples e majestosa
Tão solitária e tão bela
Ã?s para mim minha terra
Um jardim na primavera
Eu canto pra não chorá
Saudades da minha terra
Oh! meu berço querido
Onde meu amor encerra
Tão simples e majestosa
Tão solitária e tão bela
Ã?s para mim minha terra
Um jardim na primavera
Eu canto pra não chorá
Saudades da minha terra
Oh! meu berço querido
Onde meu amor encerra
Tão simples e majestosa
Tão solitária e tão bela
Ã?s para mim minha terra
Um jardim na primavera
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - a seca
Quando o roceiro
Viu a terra esturricada
Na sua roça já cansada
Seu olhar umideceu
Com a falta d'água
Da seca do mês de agosto
Foi tamanho seu desgosto
Que de tristeza morreu
E no momento
Que a pobre criatura
Baixava na sepultura
Por debaixo de uma cruz
Aquela alma
Nos murmúrios do cipreste
Ia na mansão celeste
Pra pedir chuva à Jesus
Depois de um pouco
Que o pobre foi enterrado
Todo o céu ficou nublado
E de prece se enlutou
E veio a chuva
Pingos d'água cristalina
Como lágrimas divina
De Jesus, Nosso Senhor
Depois das chuvas
Quando é noite de luar
Vem o vento a ciciar
O milho que floresceu
Até parece
Que a alma do roceiro
Rondando pelo carreiro
Da roça que reviveu
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - benedito tempestade
("foi um cabra destemido
Benedito tempestade
O seu passado era sangue
Violência e barbaridade
Brigava que nem guerreiro
E matava sem piedade
Valente por trinta home
Implacável na maldade
Mas numa tarde sombria
Já esquecido pelo mundo
Chega chico viramundo
O mais triste vagabundo
E mal sabia tempestade
Que nas mãos do viramundo
A sua vida estava apenas por um segundo
E foi assim que tempestade
O viramundo ofendeu
"-sai da frente milionário da sujeira
Representante da porqueira"
E sobre a ofensa doída
O viramundo arrespondeu
"-tempestade se aprepare
Hoje quem briga sou eu")
Tempestade traiçoeiro
Ajeitou seu para-belo
Correu numa perobeira
Pra garantir o duelo
Viramundo fez o mesmo
Foi na venda do marcelo
Trouxe bala e carabina
Festa do papo amarelo
A ofensa custa caro
Viramundo assim dizia
Pode fazer tua reza
Pra virgem santa maria
E o tempestade afiava
Viramundo arrespondia
Era tiro que roncava
Era bala que tinia
E naquele tiroteio
Que formava cerração
Tempestade percebeu
Que acabou sua munição
Gritou em nome da mãe
Do seu pai e dos irmão
Chorava que dava pena
Implorando a sarvação
E naquela triste hora
Sem pena e sem compaixão
Viramundo foi chegando
De carabina na mão
Tocou-lhe um tiro na testa
E outro no coração
Acabou-se o tempestade
Acabou-se o valentão
serrinha e caboclinho - bom jesus de pirapora
("Mãe
Nome sagrado que a gente venera e adora
Criatura que mais se ama depois de Nossa Senhora
Vendo minha mãe paralítica e sem sinal de melhora
Levei ela confiante ao bom Jesus de Piraporaâ?)
Num velho carro de boi
Saímos estrada afora
Passando em toda a viagem
Perigos de hora em hora
Dormindo nos mataréus
Adonde as pintada mora
Mas quem tem fé neste mundo
Sofre calado e não chora
Com dez dias de viagem
Sem a esperança perder
Do alto de um espigão
Ouvi um sino gemer
Eu vi a linda paisagem
Que nunca hei de esquecer
A matriz de Pirapora
Nas margens do rio Tietê
Até a porta da igreja
O meu carro nos conduz
Levei minha mãe no colo
No altar cheio de luz
Ali mesmo ajoelhei
Fazendo o sinal da cruz
Beijei a imagem sagrada
Do abençoado Jesus
E a cura milagrosa
Deu-se ali naquela hora
Minha mãe saiu andando
Daquela igreja pra fora
Foi o milagre da fé
Falo por Nossa Senhora
Bendito sejas pra sempre
Bom Jesus de Pirapora
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - burrão de aço
Tenho meu burrão de aço
Todo prazer eu desfruto
Quando eu tô no lombo dele
Eu entro em quarqué reduto
Toda raia que ele corre
Sempre é absoluto
Com ele eu faço forgado
Meia légua em dois minuto
Pra passar no rio bufando
Não preciso de viaduto
Jogo o burro no barranco
Só o barulho da água escuto
Fico em pé em riba dele
E vou pitando charuto
Meu burrão vira torpedo
Do outro lado eu saio enxuto
Disputei uma carreira
Com o tar de Benê Benuto
Ele correu de automóve
Carro novo e bão produto
Eu fui no burrão de aço
Na certeza irresoluto
Cheguei no fim da carreira
Dando poeira no bruto
Nem por cinquenta cavalo
Meu burrão eu não permuto
Quem quisé que venha vê
No sítio deste matuto
Se um dia ele morrer
Sou capaz de vestir luto
Porque sei que meu burrão
Não vai ter substituto
serrinha e caboclinho - burro baio
Burro bão de qualidade
Ã? o meu que faz arvoroço
Eu separei duma tropa
Que eu trouxe de Mato Grosso
Tem nome de Palácio
Por ser mesmo um colosso
Todas as linha são perfeita
Desde a anca até o pescoço
Eu munto no burro baio
Vejam só que bicho bão
Eu faço minhas aposta
Desminto quarqué cristão
Com a marcha regulada
Cum copo d'água na mão
Distância de oitenta metro
Não cai um pingo no chão
Meu maior prazer na vida
Ã? passear na redondeza
No arreio pulseano
Fazendo minhas proeza
Par de espora e meu chicote
Eu só trago por beleza
Eu não bato no meu burro
Porque ele tem nobreza
Eu quando ando de a pé
Eu já tenho observado
Que todas moças bonitas
Para mim não tem ligado
Mas quando eu saio no burro
Envergando a formosura
A moçada se atrapáia
A coisa muda de figura
A moçada se atrapáia
A coisa muda de figura
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
serrinha e caboclinho - cabôco bão
No Triângulo Mineiro
Na fazenda Seleção
Cidade de Monte Alegre
Gente de valorização
Estes dois simples violeiro
Trouxero recordação
Senhor Ranurfo Arvarenga
Criador de gado bão
Caboclo de qualidade
Mineiro de coração
Pra cantar estes versinho
Pra fazer a louvação
Eu falo de gente boa
Gente ruim não falo não
Neste chão, em quarqué parte
Falo sem bajulação
Senhor Ranurfo Arvarenga
Amigo de estimação
Mais vale a nossa amizade
Do que fortuna em milhão
Ele é dono do boi Vorga
Com a marca R. A
Tem o gado hindu Brasil
Tem zebu de admirá
O cabôco é mesmo bão
Não é para lhe agradá
Gosta dum fuminho bão
Também gosta de pescá
Também gosta de cachaça
Que faz ele ressoná
O nosso Brasir é grande
Dos países o primeiro
Na extensão da palavra
Ã? mió que o estrangeiro
Provamos esta verdade
Porque somos violero
Ã? desde piquinininho
Nos chamam de pionero
Viajando e cortando chão
Ai neste Brasir brasileiro
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Cds serrinha e caboclinho á Venda