MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
ruy maurity - a casa da santa branca
1970
Como se fosse lenda, tabuleta no portão:
?Esta casa está à venda?, foi de outra geração...
E assim, pra onde ninguém foi, eu vou
Levando o som do meu flautim
Eu vou tentar sair de mim. (Repete)
Entre palavras, entre paredes, tudo
Parecia sempre tão igual
O mesmo castiçal antigo
E o abrigo da Santa, branca
Lá no meu quintal.
Entre palavras, entre paredes deixo
A saudade escrita num olhar
Os móveis no lugar, o vento
E os pássaros, soltos, presos, lá no meu pomar
Janela, madrugada, sobre um banco de jardim
E a grama está molhada ? é manhã, é sol pra mim!...
(Repete II)
Contribuição de:
LAURO SOARES DE ALVARENGA
São José dos Campos ? SP
?Na Ciência, Fé Eterna!?
ruy maurity - festa crioula
(1977)
A lua, a lua no banguê é bamborê
A lua, a lua no banguê é canjerê (4 vezes)
Ó estrela navegante, ó pastora de Oxalá
Iemanjá, mãe e amante, és a terra e o mar
És o pão de cada dia e o sonho de Ogá
A lua, a lua no banguê é bambolê
A lua, a lua no banguê é canjerê (2 vezes)
Ó estrela, ó pastora, ó profundo azul do mar
Minha raça é crioula pelas chagas de Oxalá
Minha cruz está no sangue e o meu canto está no ar
A lua, a lua no banguê é bambolê
A lua, a lua no banguê é canjerê (5 vezes)
ruy maurity - fazendeiro do ar
(1976)
Eu não devia te dizer agora,
Mas esta vida comovida é o diabo!
Eu não devia te dizer agora,
Mas esta vida comovida é o diabo!
Carlos Drummond de Andrade, anjinho torto
Que perdeu o bonde na curva da esperança.
Carlos Drummond de Andrade, moleque de Minas
Menino antigo, de ferro, futuro e lembrança.
Carlos Drummond de Andrade, perdoa a pretensão
De cantar tua poesia, mas vê se não adia pro outro século
A nossa bendita felicidade!
(Repete: Eu não devia te dizer...
Tempo de homens partidos, da falta que ama, reclama
Ensina amar, desamar, fazendeiro do ar que plantou a Rosa do Povo no Brejo das Almas, no conhaque de um bar...
Carlos, Carlito, o povo sumiu, a luz apagou
A festa vai continuar
Mas o Caso do Vestido, esse o jornal não vai noticiar!
(Repete: Eu não devia te dizer...
ruy maurity - movimento geral
1970
Movimento geral, o fato fatal
Nós estamos na rua, viva o homem normal
Que lê seu jornal e passeia na lua
Viva a dor natural, a selva, o sal
A primeira aventura, movimento em mim
Ciranda, festim, a varanda na lua
Voam mísseis no céu, a noite, o bordel
Distraída ternura, a lua nova é postal
Espanto final, quem não viu?
Vou decifrando você em cada ponto do céu
Imagem viva, bom-gosto, seu rosto mágico se perdeu
Imagem longe de mim, velocidade com luz
Uma cantiga, saudade, no sul da tarde, mil anos-luz
Movimento geral, o fato fatal
Nós estamos na rua, viva o homem normal
Que lê seu jornal e passeia na lua
Viva a dor natural, a selva, o sal
A primeira aventura, movimento geral,
Movimento geral, movimento geral.
Contribuição de:
LAURO SOARES DE ALVARENGA
São José dos Campos ? SP
?Na Ciência, Fé Eterna!?
ruy maurity - xote do amor
1978
Amor tem cumplicidade com a trama do desejo
Se pega a gente de jeito, fica à vontade, faz seu cortejo
Amor brinca de saudade nos olhos de quem não vejo
O corpo não tem sossego, felicidade até sente medo.
(Repete)
Quando encontra um coração partido, amor se revela
Um sábio senhor
No peito viola sem corda ainda ponteia por conta do Amor
Se a mais velha das sabedorias ensina que toda alegria é dor
Infeliz quem resiste à intriga antiga da qual o Amor é autor
Amor goza de vantagem no coração de quem sabe
Que o tempo não tem segredo, se hoje é cedo amanhã é tarde
Amor também é capricho, é truque, jogo marcado
Não é virtude nem vício, é mais que isso, de cabo a rabo.
(Repete I a III)
ruy maurity - a natureza
1980
A natureza...
O que prende demais minha atenção é um touro raivoso na arena
Uma pulga do jeito que é pequena dominar a bravura de um leão
Na picada ele muda a posição pra coçar-se depressa, com certeza
Não se serve da unha nem da presa; se levanta da cama e fica em pé
Tudo isto provando quanto é poderosa e suprema a Natureza.
Admiro demais o beija-flor que com medo da cobra inimiga
Só constrói o seu ninho na urtiga, recebendo a lição do criador
Observa a coragem do condor que nos montes rochosos come a presa
Urubu, empregado da limpeza. Quanto é triste a vida do abutre:
Quando encontra um morto é que se nutre. E quanto é grande e suprema a Natureza.
A natureza...
A abelha por deus foi amestrada sem haver um processo bioquímico
Até hoje não houve nem um químico pra fazer a ciência dizer nada
O buraco pequeno da morada facilita a passagem com franqueza
Uma é sentinela de defesa e as outras se espalham no vergel
Sem turbina, sem tacho fazem mel. E quanto é grande e suprema a Natureza.
A natureza...
Não há pedra igualmente ao diamante nem metal tão querido quanto o ouro
Não existe tristeza como o choro, nem reflexo igual ao do brilhante
Nem comédia maior que a de Dante, nem existe acusado sem defesa
Nem pecado maior que a avareza, nem altura igualmente ao firmamento
Nem veloz igualmente ao pensamento, nem há grande igualmente à Natureza.
A natureza... A natureza...
ruy maurity - a senha do lavrador
1974
(Para Ascenço Ferreira, poeta-bumbá)
Mai si Deus quisé cai chuva miúda que móia o mato
Que planta a muda que dá o pé
Eu só tenho fé ni quem mi ajuda a fazer a casa
Pé-de-arruda faz vim mulé. (Repete tudo)
O trem-de-ferro vai danado pra Catende, vai danado pra Catende
Com vontade de chegar
No fim do ano é que lá vai ter mutirão, é que lá vai ter mutirão
E muita gente no arraiá
Só Deus do céu me vê, só Deus do céu me dá
Um pedacinho de terra, enxada, ancinho pra capiná!
Só Deus do céu me vê, só Deus do céu me dá
Um pedacinho de terra, enxada, ancinho pra capiná1
[ Repete I 2x, II, III, e I 3x ]
.....
ruy maurity - a vida é essa
1970
Luzes no Aterro suspensas, foi por um erro sem triz
Carros afiando navalhas, cortam no chão cicatriz
Anda depressa, a vida é essa, rodas rodando no ar
Vidro embaçado, todo cuidado é pouco pra não virar
Um astronauta solto no espaço, só vigiando você
Fim de semana, pilhas no rádio, quem desligou a TV?
Brilho, chuva quebra o asfalto, foi por um erro sem triz
Carros em seu último salto, cortam no chão cicatriz
No centro da cidade vendem-se livros, discos
Vendem-se livros, discos no centro da cidade
No centro da cidade...
Contribuição de:
LAURO SOARES DE ALVARENGA
São José dos Campos ? SP
?Na Ciência, Fé Eterna!?
ruy maurity - a xepa
1977
Final de feira, legumes baratos
Meninos mulatos enrolam nos trapos
Os restos do prato que o dia-a-dia deixou pelo chão
Epa! mais vale uma xepa na boca da gente
Que o corpo doído, faminto, doente
E o amor esquecido de um coração.
(Repete tudo)
Que alegria! Panela no fogo, barriga vazia
Que coisa boa! Batata baroa, chuchu, agrião
Subiu ladeira, moleque sabido, menino feliz
E quem é que diz: no bolso furado não leva um trocado
Nem vale um tostão. Subiu ladeira, moleque...
(Repete tudo, e I)
.....
ruy maurity - acho que é assim
1981
Quero querer sim, quero querer não
Acho que é assim que fala o coração
Palavra bonita demais, é fita ou pretensão
Digo o que quiser, como eu sentir
Haja o que houver, melhor que se trair
Palavra pomposa demais, é prosa prá boi dormir
Poeira de estrada é nuvem, galope de alazão
Toda cantiga é como chuva que enche o ribeirão
Só creio na vida e na morte, assim sou mais feliz
Quem já curou o próprio corte sabe o que a gente diz...
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Letra enviada por RUY MAURITY a:
LAURO SOARES DE ALVARENGA
São José dos Campos - SP
ruy maurity - alazão
1984
É, amanheceu, a natureza parece que deu cria
Meu coração é uma nave incandescente
Meu potro valente, alazão
Meu potro valente, alazão
Solto o meu bridão, galope leve na sombra, à luz do dia
Nem só de pão, nem só de reza ou folia
Vida deixa rastro no chão
Vida deixa rastro no chão
Se eu contasse, ninguém acreditaria
Capaz até de dizer que tudo é fantasia
Vou procurar a turma que tá numa fria
Índio, catingueiro, peão
Índio, catingueiro, peão
(Repete I, III, I)
ruy maurity - além dos cafezais
1981
Te ouvi tocar, viola fazendeira,
Numa capoeira, além dos cafezais
Ouvi o aboio triste dos vaqueiros,
Tangendo a boiada pelos cafezais...
E a tal morena que foi a primeira
A fazer trança no meu coração
Doce esperança que me envenena,
Pingo de chuva na minha mão...
Te ouvi tocar, viola fazendeira,
Numa capoeira, além dos cafezais
Ouvi também o trote das meninas
Dando bote num fogoso capataz
Senti os passos de uma caipora,
Lá onde ela mora ninguém passa mais...
E a rapariga, moça traiçoeira
Fazendo troça da minha paixão
A cabeleira sobre seu decote,
Mas que cangote, me esqueço não!...
.....
Letra enviada por RUY MAURITY a:
LAURO SOARES DE ALVARENGA
São José dos Campos - SP
ruy maurity - artimanhas de lourenço, filho de serafim
ARTIMANHAS DE LOURENÇO, FILHO DE SERAFIM
Lembro que se deu em noite de silêncio e lua quando Serafim cumpre a sina
De crucificar o próprio filho em nome de vingança cega e honra assassina
Só porque Lourenço, dos quatro o mais novo era quem tudo sabia, eia-ô
Com a cara e a coragem enfrenta o pai, os dois irmãos e Maria.
Percorrendo tantas léguas quantas são precisas prá encontrar o elo perdido
Foi até guia-de-cego, protetor de moças, defensor de lei e bandido
Pelos idos de setenta, contam que Lourenço foi preso e linchado, eia-ô
Pelo povo da aldeia que viam nele a encarnação do Diabo
Desse feito o que se guarda na memória dessa gente ainda é um mistério
Poucos sabem que Lourenço escapou prá longe e lá fundou um santo império
Defendido por caboclos e mundanas, índios, mendigos, hermanos - Eia-ô
Todos eles unidos por devoção ao mais fiel dos ciganos!...
ruy maurity - bananeira mangará
Tá no tempo de plantar
Bananeira mangará!
Plantando vai ter que dar
Bananeira mangará !
Plantei um pé de certeza
Já colhi tanta tristeza
De pensar dá prá chorar
Bananeira mangará!
Chove chuva prá molhar
Bananeira mangará!
Chovendo vai melhorar
Bananeira mangará!
Pingo d'agua junta água
Mas amor ajunta mágoa
E ninguém vai poder mudar
Bananeira mangará!
Prá provar tem que gostar
Bananeira mangará!
Gostando deixa ficar
Bananeira mangará!
Já provei de uma amizade
Hoje provo da saudade
Prá amargar o meu passar
Bananeira mangará!
Outro fio vai brotar
Bananeira mangará!
Amor vai desfolhar
Bananeira mangará!
Mas se o cabra é roedor
Todo amor é doedor
E faz a vida não prestar
Bananeira mangará!
ruy maurity - batismo dos animais
Estribilho
Batizamos todos os animais
Bem no principio, bem no principio
Batizamos nossos ancestrais
Bem no principio, há muito tempo atras
Habitantes dos porões do medo,
com as garras prontas pra sangrar
Passaro noturno, missil negro
Morcego é como vamos chamar
Estribilho
Sua energia vale ouro, Seu
porte divino é secular
Valente e arisco como
Louro, Touro é como
vamos chamar!
Estribilho
Bicho sujo, lixo mal cheiroso,
Ele come tudo que encontrar
De cabeça, rabo torto,
Porco é como vamos chamar!!
Estribilho
Longe sobre o manto da colina,
bicho santo, monge no altar
Seu rebanho é o mundo inteiro
Carneiro é como vamos chamar!!
Estribilho
Finalmente, um bicho envolvente,
Seu corpo de vidro a rastejar
Destilando louça e a semente,
Serpente...
Cds ruy maurity á Venda