MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
rolando boldrin - vide vida marvada
Corre um boato aqui donde eu moro
Que as mágoa que eu choro são mal ponteadas
Que no capim mascado do meu boi
A baba sempre foi santa e purificada
Diz que eu rumino desde menininho
Fraco e mirradinho a ração da estrada
Vou mastigando o mundo e ruminando
E assim vou tocando essa vida marvada
É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meus desenganos
É que a viola fala alto no meu peito, mano
E toda mágoa é um mistério fora desse plano
Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega lá em casa pruma visitinha
Que no verso e no reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me no cateretê
Tem um ditado dito como certo
Que cavalo esperto não espanta a boiada
E quem refuga o mundo resmungando
Passará berrando essa vida marvada
Cumpadi meu que inveieceu cantando
Diz que ruminando dá pra ser feliz
Por isso eu vagueio ponteando
E assim procurando minha flor-de-liz
rolando boldrin - calmaria
O canto rouco de um amor aflito
Só é bonito quando existe paz
O grito louco de um amor bonito
Me deixa aflito e me enlouquece maisVocê não sabe o que é calmaria
Nem avalia como ignorar
É só sentar-se à beira mar um dia
E ficar triste, pronta pra chorar
Chorar por tudo até pensar em nós
Como se a calmaria fosse a própria voz
Do pensamento, essa coisa à toa
Mero argumento de uma vida boa
Eu não me caso com seu gesto feio
Nem no ponteio do meu violão
Mas faço um verso que te cala fundo
Nesse fim de mundo do seu coração
Mas faço um verso que te cala fundo
Nesse fim de mundo do seu coração
Mas faço um verso que te cala fundo
Nesse fim de mundo do seu coração
rolando boldrin - chapéu de páia
Meu chapéu de páia
Autor: Raul Torres E Florencio
Meu chapéu de páia que é pro sor não me queimá
Meu chapéu de páia que veio do Ceará
Chapéu de páia e um lenço no pescoço
um cinto de couro grosso, muié e cavalo bão
Um ranchinho lá na beira do caminho
uma viola de pinho pra alegrá meu coração
Meu chapéu de páia que é pro sor não me queimá
Meu chapéu de páia que veio do Ceará
Uma espingarda, uma trela de cachorro
pra caçar naquele morro que tem caça como quê
e nos domingos visto meus terno riscado
e caminho pro mercado pros meus porquinho vendê
Meu chapéu de páia que é pro sor não me queimá
Meu chapéu de páia que veio do Ceará
rolando boldrin - herói sem medalha
Eu nasci no interiô do grande estado mineiro
Fui um herói sem medáia na profissão de carrêro
Puxando tora do mato com doze bois pantaneiro
Eu ajudei desbravá nosso sertão brasilêro
Sem vaidade eu confesso
Do nosso imenso progresso eu fui um dos pionêro
Veja bem como o destino muda a vida de um home
Uma doença marvada minha boiada consome
Só ficou um boi mestiço que chamava Lobisome
Por ser preto iguár carvão foi que eu lhe pus esse nome
Mas pouco tempo depois
Eu vendi aquele boi pros fio não passá fome
Aborrecido com a sorte dali resorvi mudá
E pruma cidade grande com a famia fui morá
Por eu ser anarfabeto tive que me sujeitá
Trabaiá no matado pro meu pão podê ganhá
Como eu era um home forte
Nuqueava o gado de corte pros companheiro sangrá
Veja bem a nossa vida como muda de repente
Eu que às vez inté chorava quando um boi ficava doente
Ali eu era obrigado matá rês inocente
Mas certo dia o destino me transformou novamente
Um boi da cor de carvão
Pra morrê na minha mão tava ali na minha frente
Quando eu vi meu boi Carrero não contive a emoção
Meus zóio se enchero d'água e o pranto caiu no chão
O boi me reconheceu e lambeu a minha mão
Sem podê sarvar a vida do meu boi de estimação
Pedi as conta e fui embora
Desisti na mesma hora dessa ingrata profissão
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
rolando boldrin - acorda maria bonita
Acorda Maria Bonita
Levanta vai fazer o café
Que o dia já vem raiando
E a polícia já está de pé
Se eu soubesse que chorando
Empato a tua viagem
Meus olhos eram dois rios
Que não te davam passagem
Cabelos pretos anelados
Olhos castanhos delicados
Quem não ama a cor morena
Morre cego e não vê nada
rolando boldrin - a capelinha do arraiá
Na minha terra a capelinha
Ã? simples, pequenininha
Mas porém como é bonita!
Toda de branca pintada
E fica anssim numa chapada
No arraia de Santa Rita
Ã? uma igrejinha modesta
Mas quando é dia de festa
Da padroeira do lugá
Fica que é uma boniteza
E o pessoár da redondeza
Vai tudo ali pra festá
Quando eu era inda menino
Era eu que tocava o sino
E com que sastifação
Ã? que eu cuidava do artá
Que limpava os castiça
E ajudava o capelão
Despois quando fiquei moço
Eu me lembro com que arvoroço
Eu vi as festa chegá
Só pra morde as moreninha
Que faceira e bonitinha
Vinha festá no arraia
E anssim que um dia
Um ano os índio tava berando
Foi numa festa de São José
Foi que eu vim a conhecê
Aquela que haverá de sê
Um dia minha muié
Na capela nóis se via
Tudo a festa, até que um dia
Resorvemo se casá
Na capela se encontremo
E ali memo nóis casemo
Numa vespra de Natá
E pouco tempo despois
Que alegria pra nóis dois
Padre Estevam, ô padre bão!
Batizou nossas criança
Juquinha, Zé, Constança
E despois, por fim, Bastião
Mas o que é bão pouco dura
E um dia, que amargura!
Um dia não sei pruquê
Rosinha, que judiação
Sentiu dor no coração
E ficou ruim pra morrê
Eu corri lá na capela
Acendi todas as vela
E caí de jueio a rezá
E anos pés de Santa Rita
Desesperado, a arma aflita
Pedi pra Rosa sarvá
Pedi, eu roguei, eu fiz promessa
De fazê uma festa
Dessas de até dá o que falá
De eu fazê com o meu dinheiro
Que nunca outro festêro
Fez nas festas do arraia
Mas quá, nada adiantou
Quar quê!
Foi-se embora meu amô
E foi bonita como na vida
Tudo de branca vestida
E tudo coberta de flô
E foi lá, na capelinha
Onde eu conheci Rosinha
Onde garremo a se amá
Foi lá que nóis se encontremo
Foi lá que nóis se apartemo
Pra nunca mais se encontrá
Eu fiquei anssim como loco
Porque palavra de caboclo
Inté perdi minha fé
Num entrei mais na capela
Nunca mais passei por ela
Nunca mais lá pus meus pé
Agora, às vez de tardinha
Ouvindo as Ave-Maria
Na capelinha tocá
Escuitando a voz do sino
Que eu toquei quando menino
Sem querê garrei a lembrá
Tudo que ali se passo
As alegria, as dô
Que já tá longe, pra trás
Mas que tá sempre presente
E que o coração da gente
Não se esquece nunca mais
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
rolando boldrin - chico mulato
("Na vorta daquela estrada
Em frente aquela encruziada
Todo ano a gente via
Lá no meio do terreiro
A imagem do padroeiro
São João da FreguesiaDo lado tinha fogueira
Em redor a noite inteira
Tinha caboclo violeiro
E uma tár de Terezinha
Cabocla bem bonitinha
Sambava nesse terreiro
Era noite de São João
Tava tudo no serão
Tava Romão cantadô
Quando foi de madrugada
Saiu com Tereza pra estrada
Tarvez confessá seu amô
Chico Mulato era o festeiro
Caboclo bão violeiro
Sentiu frio seu coração
Rancou da cinta o punhá
E foi os dois encontrá
Era o rivá seu irmão
Hoje na vorta daquela estrada
Em frente aquela encruziada
Ficou tão triste o sertão
Pro morde de Terezinha
Essa tá de caboclinha
Nunca mais teve São João")
Tapera de beira de estrada
Que vive anssim descoberta
Por dentro não tem mais nada
Por isso ficou deserta
Morava Chico Mulato
O maior dos cantadô
Mas quando o Chico foi embora
Na vila ninguém mais sambô
Morava Chico Mulato
O maior dos cantadô
A causa dessa tristeza
Sabida em todo o lugá
Foi a cabocla Tereza
Com outro ela foi morá
E o Chico acabrunhado
Largou então de cantá
Vivia triste, calado
Querendo só se matá
E o Chico acabrunhado
Largou então de cantá
Emagrecendo o coitado
Foi indo inté se acabá
Chorando tanta sôdade
De quem não quis mais vortá
E todo mundo chorava
A morte do cantadô
Não tem batuque nem samba
Sertão inteiro chorô
E todo mundo chorava
A morte do cantadô
rolando boldrin - a moda do fim do mundo
Cumpadi em brasília,
Espaiaram um boato muito chato
Que o mundo vai se acabar
Vancê fique de oreia no rádio
Vancê fique de oio no jorná
Porque, vou te contar,
No dia que o mundo se acabá
Nesse dia a gente tem que resolver
Que nós temo que esconder
Aquele galo bolinha
Prá dispois do fim do mundo a gente ter
Um macho prás galinha,
Um macho prás galinha
Cumpadi também temo que esconder
Aquele touro garanhão,
Grandão e arruaceiro
Prá dispois no fim do mundo a gente ter
O bicho que sabe fazer bezerro,
O bicho que sabe fazer bezerro
Vancê fique de oreia no rádio...
Cumpadi pense bem no dia d
Que porva vai garrá fedê
E tudo nóis vira mingau
Prá dispois do fim do mundo a gente ter
Um casal do bicho que faz miau,
Um casal do bicho que faz miau
Cumpadi também temo que alembrar
E a sete chave nós guardar
O cachorro e a cachorra
Prá dispois do fim do mundo a gente ter
Que evitar que a raça morra
Vancê fique de oreia no rádio...
Cumpadi acabei de me alembrar,
Que o jegue irará
Também temo que esconder
Prá dispois do fim do mundo a jega ter
Um jegue prá lhe comer,
Um jegue prá lhe comer
Cumpadi sabe que na afobação
A gente quase se esqueceu
De guardar uma comadre
Prá dispois do fim do mundo a gente ter
Um pecadinho prá confessar com o padre
Um pecadinho prá confessar com o padre
rolando boldrin - cavalo zaino
Tenho meu cavalo Zaino que na raia é corredor,
Já correu quinze carreira, todas quinze ele ganhou,
Eu sorto na quadra e meia meu Zaino vem no galope,
Chega três corpo na frente nunca precisa chicote,
Oi, que cavalo bão , oi, que cavalo bão
Tenho meu cavalo Zaino que na raia é corredor,
Já correu quinze carreira, todas quinze ele ganhou,
Quiseram comprar meu Zaino por trinta notas de cem,
Não há dinheiro que pague o macho que eu quero bem,
Oi, que cavalo bão , oi, que cavalo bão
Tenho meu cavalo Zaino que na raia é corredor,
Já correu quinze carreira, todas quinze ele ganhou,
Um dia roubaram meu Zaino fiquei sem meu pareeiro,
Meu Zaino na mão de outro nunca mais chega primeiro,
Oi, que cavalo bão, oi, que cavalo bão
rolando boldrin - manhã bonita
Manhã bonita,
apaixonada,
vem p'ra festa,
da sinfonia dos alegres colibris,
o vento canta espalhando poesia,
orvalho brilha enfeitando os quintais.
Assim a terra nos dizendo todo dia,
tudo é tão simples num eterno dispertar,
E o raiar do sol é o mesmo e o segredo
está no jeito
da gente olhar.
E o raiar do sol é o mesmo e o segredo
está no jeito
da gente olhar.
Tempo bom,
manhã bonita,
novo dia claria.
Tempo bom,
manhã bonita,
e um novo tempo p'ra cantar.
Assim a terra nos dizendo todo dia,
tudo é tão simples num eterno dispertar,
E o raiar do sol é o mesmo e o segredo
está no jeito
da gente olhar.
E o raiar do sol é o mesmo e o segredo
está no jeito
da gente olhar.
Tempo bom,
manhã bonita,
novo dia claria.
Tempo bom,
manhã bonita,
e um novo tempo p'ra cantar.
rolando boldrin - amor de violeiro
No braço de uma viola
Eu faço meu cativeiro
Eu choro, a dor me consola
E doa a quem doa, parceiro
Eu vim de um mundo levado
Misturado por inteiro
Fez o amor mais procurado
Que moeda, que dinheiro
Vejo a vela que se apaga
Vejo a luz, vejo o cruzeiro
Vejo a dor, vejo a vontade
Do amor de um violeiro
No braço de uma viola
Verdade seja bem-vinda
Que acabe o choro, que seja
O amor a coisa mais linda
Eu sou de agora e de sempre
Cantador de mundo afora
Padeço se estou contente
Me dói a dor de quem chora
Por isso eu sou violeiro
E num braço de uma viola
Quem quiser me abrace forte
Ou eu abraço primeiro
Sinto a vida, sinto a morte
Do amor de um violeiro
Salve a vida, salve a morte
Salve a hora de eu cantar
Deus me deu tamanha sorte
Não sair do meu lugar
No braço de uma viola
Eu faço meu cativeiro
rolando boldrin - joão carreiro
O meu nome é João Carreiro conhecido no lugar
Eu vou contar minha história pra vocês não duvidar;
Já estou velho, estou cansado, já não posso carrear,
Mas o galo quando morre deixa as penas por sinal.
No tempo que eu fui carreiro muita figura eu fazia
Com doze juntas de boi, cabeçalho até a guia,
João carreiro era falado, conhecido em demasia
Introdução
Quando ele entrava na vila, o povo todo sabia!
Com as dozes juntas de boi caminhava sossegado,
O carro do João Carreiro tinha um cantar apaixonado
Distância de légua e meia quando subia o cerrado
Os dois cocões rangedor fazia um dueto chorado.
Parelha do cabeçalho: Beija-Flor e Manzambinho
Parelha de boi de guia: Fortaleza e caboclinho,
Na subida caminhava, Riachão e Riachinho,
Introdução
Vamos embora Sereno, parelha de Passarinho!
No riacho da Graúna quando meu carro parava
Os olhos de uma cabocla meu coração cutucava,
Na volta lá da cidade de novo por lá passava
Os olhos desse malvada de novo me provocava!
Assim fiquemos um tempão, cinco mês fiquemos assim,
Eu com receio dela, e ela com medo de mim .
Um dia criei coragem, falei com ela por fim
Introdução
Essa cabocla chamava Corina Flor do Alecrim!
O alecrim não tem espinho e é danado pra cheirar
E mesmo não tendo espinho, alecrim pode magoar,
Corina Flor do Alecrim só soube me judiar,
Me prometeu mil venturas e só me trouxe penar -
Só tive um amor na vida, tristeza veio me dar
Fiquei velho aporreado já não posso carrear.
Já contei a minha história antes de outro contar
Onde meu carro passou ficou rastro por sinal
rolando boldrin - vaca estrela e boi fubá
Seu doutor, me dê licença
Pra minha história contar
Hoje eu tô na terra estranha,
Ã? bem triste o meu penar
Eu já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu tinha cavalo bom
E gostava de campear
Todo dia eu aboiava
Na porteira do curral
Eeeeiaaaa, êeee vaca estrela, ôoooo boi fubá
Eu sou filho do nordeste,
Não nego meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá prá cá
Lá eu tinha o meu gadinho, não é bom nem imaginar
Minha linda vaca estrela
E o meu belo boi fubá
Quando era de tardinha, eu começava a aboiar
Eeeeiaaaa, êeee vaca estrela, ôoooo boi fubá
Aquela seca medonha
Fez tudo se atrapalhar
Não nasceu capim no campo para o gado sustentar
O sertão se estorricou,
Fez o açude secar
Morreu minha vaca estrela,
Se acabou meu boi fubá
Perdi tudo quanto eu tinha, nunca mais pude aboiar
Eeeeiaaaa, êeee vaca estrela, ôoooo boi fubá
Hoje nas terra do sul
Longe do torrão natal
Quando vejo em minha frente
Uma boiada a passá
As águas corre nos óio
Começo logo a chorá
Me lembro a vaca estrela
Me lembro meu boi fubá
Com sodade do nordeste
Dá vontade de aboiá
Ã?eeeiaaaa
Ã?eee vaca estrela
Ã?oooo boi fubá
rolando boldrin - viola quebrada
Quando da brisa no açoite a flor da noite se acurvou
Fui encontra coma a Maróca meu amor
Eu senti n'alma um golpe duro
Quando ao muro lá no escuro
Meu olhar andou buscando a cara dela e não achou
Minha viola gemeu
Meu coração estremeceu
Minha viola quebrou
Meu coração me deixou
Minha Maróca resolveu prá gosto seu me abandonar
Porque o fadista nunca sabe trabalhar
Isto é besteira pois da flor
Que brilha e cheira a noite inteira
Vem de´pois a fruta que dá gosto de saborear
Minha viola gemeu
Meu coração estremeceu
Minha viola quebrou
Meu coração me deixou
Por causa dela sou um rapaz muito capaz de trabalhar
E todos os dias todas as noites capinar
Eu sei carpir porque minh'alma está arada e loteada
Capinada com as foiçadas desta luz do seu olhar
rolando boldrin - boiadeiro apaixonado
A mineira me pediu
Um vistido dilicado
Eu mandei dizê pra ela
Espera eu vendê meu gado
Mineira mandô dizê
Boiadeiro tá quebrado
Se quisé que eu vá e vorte
Mande varrê as estrada
Tire a pedra do caminho
Sereno da madrugada
Já comprei o teu vistido
Já vendi minha boiada
Desse lado tem batuque
Doutro lado também tem
Eu quero passá pra lá
Quero ir buscá meu bem
Os galos já tão cantando
E a barra do dia evem
Mineira se tu subesse
Cumo eu ti quero bem
Tu não ria nem brincava
Perto de mim com ninguém
Ai, mineira, eu vou me embora
Vorto a sumana que vem
Meu benzinho, tô de vorta
Escuite o meu petitório
Tu vai ser minha santinha
Quero ser teu oratório
Ponha teu vistido branco
Vamos junto pro cartório
Cds rolando boldrin á Venda