MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
pirisca grecco - alpargateando
Domingo cedo quando calço as alpargata
Curto das plata faço um vale no patrão
Que o potro baio espera a lua da enfrenada
E a ternerada vai lindaça com a ração
Toso parelho num tordilho bem gaúcho
De pouco luxo que eu não sou de pacholear
A bombachita e a camisa gola pólo
Que desenrolo quando saio a não voltar
Alpargateando nos bolichos da campanha
Tem que ter manha pra poder pegar na mão
Pelas orelhas se proseia carinhoso
O perigoso é um pranchasso de facão
Alpargateando nos bolichos da campanha
Que se arreganham as pinguanchas do rincão
Prenda solteira meto o olho e não tem nada
E as casada é pra mirar de refilão
Chego na venda do Selino Arboredo
Não tem segredo ele já sabe das milonga
Primeiro um liso pra espantar calor e frio
Depois vacio pra temperar a tarde longa
A cordeona vai se abrindo de mansinho
E o Zé do pinho vai ponteando de paleta
Largo a veneira de toma samba com fanta
E umas percanta já vão mostrando a careta
Alpargateando nos bolichos da campanha
Tem que ter manha pra poder pegar na mão
Pelas orelhas se proseia carinhoso
O perigoso é um pranchasso de facão
Alpargateando nos bolichos da campanha
Que se arreganham as pinguanchas do rincão
Prenda solteira meto o olho e não tem nada
E as casadas é pra mirar de refilão
Boca da noite quando vem batendo a broca
Salta da toca um pastelzito pura banha
E a energia do gaúcho se renova
Pua de trova quero vê qual que me apanha
é só gaiteiro, vanerão de cola atada
Não cobro nada mas enfreno sim senhor
Pobre alpargata quando a sala se apequena
Vem cá morena que hoje não tem por favor
Alpargateando nos bolichos da campanha
Tem que ter manha pra poder pegar na mão
Pelas orelhas se proseia carinhoso
O perigoso é um pranchasso de facão
Alpargateando nos bolichos da campanha
Que se arreganham as pinguanchas do rincão
Prenda solteira meto o olho e não tem nada
E as casada é pra mirar de refilão
pirisca grecco - a foia da faca
A "foia" da faca que sova palha
do pito que armou em riba do mouro
é a que riscou o couro de um consumo pendurado
num mato de estrada folgando uma tropa
Que vai e que volta
chorando na xaira
pra sacar um tento e costurar perfeito
um bocó curandeiro duns cano de bota
é a mesma que bolca e lonqueia ligeiro
um novilho estendido "a la pucha" de digo
é um assado com "cuero"
é um assado com "cuero"
a "foia" da faca que sovou a palha par o vicio do pito me leva ao tranquito
por este meu mundo
pois a tira de couro que o mouro ainda masca
tirei na "foia" faca
pra sovar alguns veiuno
pirisca grecco - a chacarera do tempo
É um potro que bate patas sobre os tambores da terra
Feito quem declara guerra ao que chamamos presente
É o que transforma em ausente o que nos parecia eterno
É o verão que vira inverno no infindo ciclo da gente
É chacarera truncada
Que o tempo canta pra nós
Sempre na mesma batida
Fazendo a vida mudar de voz
Quem baila essa chacarera
Não pode ?froxá o garrão?
Hay que firma o puchero
Batendo o legüero do coração
É o pranto que sai dos olhos, evapora e vira riso
É a ilusão de um sorriso se transformando em saudade
Não existe identidade na dinâmica da vida
Pois pode ser desmentida qualquer pretensa verdade
Quem vive vai rumo ao nada mas pode passar por tudo
Se sabe apenas que o mundo não tem começo nem fim
A história também é assim, andando sempre pra frente
E é só contar diferente pra que o Não nos diga Sim
pirisca grecco - a cusco e mangaço
Quando esparramo meu laço
Calçando o zaino na espora
Num combate campo a fora
Contra um boi mandando pata...
Quis a "mala suerte" ingrata
Que eu errasse aquele pealo
E que rodasse o cavalo
"Virge" quase que me mata
Mas eu como sou vaqueano
Cruzei a perna ligeiro
Só escutei o "entrevero"
De pingo, terra e boléu...
Quando finco meu chapeú
Bem debochado na nuca
Nem diabo, nem arapuca
Me "cambeiam" lá pro céu
Refrão:
Chega, chega, pega, pega
Que o zebu é caborteiro!
- Me entrincheirei nas macegas
Atiçando os ovelheiros -
E não é que o boi me veio
"Causa" do pala encarnado
Trazia um cusco agarrado
Bem na junta do garrão...
Meu cachorro "Tradição"
Mordendo o tronco da "oreia"
Pressentindo a coisa feia
Virei o mango na mão
E aprumei o "pitangueira"
Bem no miolo do tirano
Nisso já vinha meu zaino
Me procurando no espaço...
Coisas da lida de laço
Pra quem anda de a cavalo
Se eu não derrubo de um pealo
Derrubo a cusco e mangaço.
pirisca grecco - a hora do sétimo anjo
A pena antes tão firme, que doce, na folha branca
A mão que lhe sustentava estava agora tão fria
Final de vida com jeito de românce inacabado
Um solo de clarineta tomando a noite vazia
Se calam tantos fantoches quando o vento é rebeldia
O tempo mostrando as garras vem seifar outra
existência
A alma do escritor verte amor, se faz poesia
E a cruz que lhe acompanha é a cruz da sua Querência
Uma música ao longe ecoou na imensidão
Talvez seja essa passagem, mais um livro a começar
A vida pode ser poeira a escorrer por entre as mãos
Mas a alma nessa hora é raiz de cambará
O rumo da liberdade não tem caminhos cruzados
Os lírios não se desbotam quando a terra é sentimento
Mais um contador de história seguindo pra eternidade
Deixando suas pegadas pelo tempo e pelo vento
Então em vez da trombeta, tocou, o Sétimo Anjo,
Um solo de clarineta no seu tom de despedida
A voz de Deus sussurrando, aos poucos, foi lhe
mostrando
Que os sonhos que plantamos são maiores que essa vida
Uma música ao longe ecoou na imensidão
Talvez seja essa passagem, mais um livro a começar
A vida pode ser poeira a escorrer por entre as mãos
Mas a alma nessa hora é raiz de cambará
Uma música ao longe ecoou na imensidão
Talvez seja essa passagem, mais um livro a começar
A vida pode ser poeira a escorrer por entre as mãos
Mas a alma nessa hora é raiz de cambará
Uma música ao longe ecoou na imensidão.
pirisca grecco - a vertente da milonga
Quem tem os sonhos no campo
E o sortilégio na estampa
Já perseguiu pirilampos
Forjando a noite do pampa
Quem viu a lua redonda
Banhando as crinas no rio
Cantou esporas de ronda
Pra milonguear desafios
Quem desatou o atavismo
Do memorial dos galpões
Conhece o fogo e o lirismo
Da pulsação dos violões
Sabe que o canto dos galos
É a saudade do azul
Querendo o sol de à cavalo
Pelas planícies do sul
A milonga é uma vertente
De há muito, não é segredo
É o pampa dentro da gente
Querendo vazar nos dedos
Quem se perdeu em repontes
Seguindo o ocaso das brasas
Já aramou horizontes
Pra ter aurora ?nas casa?
Quem colhe a rosa dos ventos
E bebe estrelas na sanga
Tem tanto pampa por dentro
Que se derrama em milonga
pirisca grecco - água no fogão
Toda manhã eu me levanto cedo,
Vou lavando a cara, água no fogão
Boto o rádio numa FM
Dessas que se perdem por um milongão
Lá vem o Jayme declamando uns versos
Se eu tava disperso, já não to mais não
Um Guarany vem me contar segredos
E eu percebo as coisas que tenho na mão
Eu sinto em mim uma Felicidade
Que só Lupicínio pôde descrever
Veio do campo, ganhou a cidade
E eu sei que me invade meio sem querer
Quero domingo uma guerra santa
Pra incendiar o ?Porto?, que vai ter GRENAL
Enquanto isso nos fundões do estado
A platéia vibra ?nalgum? festival
Rica essa terra que vem qual enchente
Carregando a gente pra tanto lugar
Olha dois ?loco? tangueando tragédias
Nos mostrando a Sbórnia que há no seu cantar
Coisa mais linda ter um Silva Rillo
Pra rodar seu canto por todo Brasil
Fazendo rima com essa força ?loca?
Que verte da boca dos irmãos Ramil
Vi como o mundo fica diferente
Quando a alma sente o cantar da Elis
Vi como o Oscar quase achou seu trilho
Rumando pra serra do sul do País
Água ferveu, vou esquentar de novo
Mas vi que este povo tem amor ao chão
E eu sigo ao tranco dessa FM
Que quase se espreme noutro milongão!
pirisca grecco - amargo
Amargo como o gosto da saudade
Quando vai caindo à tarde
Sem alguém que a gente ama
Amargo igual o tom do meu canto
Com o gosto acre do pranto
Que da alma se derrama
Amargo como o gosto do mate
E um lugar vazio no catre
Onde alguém sonha sozinho
Amargo feito os versos do poema
E o soluço de chilenas
No silêncio dos caminhos
Refrão (2x)
A quantas semanas tem o dia
Amargurando a poesia
Quando o amor vai embora
A quantos anos tem as horas
Quando o amor vai embora
Amargurando a poesia
Amargo como o gosto da ausência
E um por de sol na querência
Quando o dia chega ao fim
Amargo que nem a lembrança tua
Gosto de noite sem lua
Quando estas longe de mim
Amargo como o gosto do fracasso
Depois de um tiro de laço
Que no vazio se extraviou
Amargo tal um poema sem rima
Gosto de amor que termina
E o que era doce acabou
Refrão (2x)
Ahh quantas semanas tem o dia
Amargurando a poesia
Quando o amor vai embora
Ahh quantos anos tem as horas
Quando o amor vai embora
Amargurando a poesia
pirisca grecco - aos farrapos do novo milênio
Os sóis de setembro repontam lembranças,
Trazendo a garupa nas asas do vento,
Alvores de um tempo num pago criança,
Por sobre o lombilho do meu pensamento.
Os moços de hoje desfilam garbosos,
Com pilchas cedidas dos bens de família,
Mas dentro do peito trazem orgulhosos,
O mesmo amor dos heróis farroupilhas.
Cruzando avenidas parecem senhores,
Em pingos ligeiros de cascos groseados,
As rédeas, as bridas, os largos fiadores,
Buçais e cabrestos e estribos prateados.
Das ancas, dos fletes, os lanços trançados,
Bem apresilhados junto ao cinchador,
Vestidos da lida com touros alçados,
Rodadas, rodeios e pealos de amor.
Centauro farrapo, gaúcho imponente,
Assim te descrevem as telas e livros,
Mas quem te contempla, é certo que sente,
Que teus ideais permanecem bem vivos.
O ponho pesado em vicunha encarnada,
Pistolas pendidas das largas guaiacas,
Que junto a cintura conservam guardadas,
As onças e libras, tostões e patadas.
Chapéu bem copado de abas robustas,
Preso ao barbicacho que pende do peito,
Bombacha espalhada já ruta de lutas,
E o mango campeiro impondo respeito.
As longas adagas de folhas estreitas,
Bainhas soberbas de prata lavrada,
Pesadas chilenas de grandes rosetas,
Que ainda ostentam o pó das estradas.
pirisca grecco - bem gaúcha
O verso vem abrindo uma porteira
num jeito bem gaúcho de cantar
Uma milonga pulsa em minhas veias
querendo o coração descompassar
Milonga que acompanha o mate amargo
reparte a solidão do milongueiro
Milonga pra cantar o nosso pago
Milonga onde me encanto por inteiro
Milonga, milonguita que te quero bem
milonga da tristeza quando o pranto vem
meus sonhos viajeiros vagam pelo tempo
buscando o sentimento que a milonga tem
Vertente musical que inunda da minha alma
guardando a emoção em sua foz
é um canto ancestral que se propaga
levando em cada um a mesma voz
é um pássaro cruzando o céu da pampa
é um potro que se manda campo fora
é a força de um cantar que se levanta
saudades por alguém que foi embora
Milonga pra enfrentar as invernias
Milonga bem gaúcha, sim senhor
Ã? rima que amanhece todo dia
guardando toda paz e toda a dor
um verso bem campeiro me garante
um sonho estradeiro me conduz
uma milonga ecoa pela noite
e enche a escuridão toda de luz.
pirisca grecco - buraco no peito
E foi assim desse jeito
Que morto entrou pela sala
Do lado esquerdo do peito
Tinha um buraco de bala
Eu já fiquei desconfiado
Bem logo no sangrador
No lugar premeditado
Por onde entra o amor
Será que foi por velhaco
Querer aquele abandono
Contar com aquele buraco
Pra vida sair do dono
Para quem leva por diante
A vida de fachudaço
Não exista quem garante
Que era furo de balaço
De morte não vou chamá-la
Nem com a prova do cartucho
Não vai ser furo de bala
Que vai matar um gaúcho
Ele morreu de verdade
Por outro tipo de bala
Com o balim da saudade
Que abre furo e não cala
Não há prova do delito
Morrer assim desse jeito
De tanto viver solito
Abriu um buraco no peito
pirisca grecco - caborteira
Ala Putcha! Que coisa gaúcha
é meu sonho que sai pelo pago.
É a tristeza campeando um achego
e eu "loco de bueno" tocando o cavalo.
É o Rio Grande que pede passegem
matando a saudade num fundo de campo.
É o sorriso que vem de regalo
fazendo um costado pras coisas que canto.
Tchê, compadre, falando em saudade,
esta dona anda "loca" pra vim me judiá.
Eu tenteio, pois sou caborteiro,
vou só no floreio e não vou me "afloxá".
"Se bobeia eu já tapo de bala",
pra mim não dá nada mais uma peleia,
seu eu me calço não tem pra ninguém
e me vou "bem de bem" que não tem coisa feia.
Pego essa saudade
chamo ela no "reio"
faço "conhece" rodeio
só pra pacholar.
Corto pelo meio
e firmo nos arreios
me agarro companheiro
e deixo corcovear.
pirisca grecco - carreira de campo
Era uma tarde qualquer
Volta pras casas da lida
Ia um gateado e um tordilho
Cruzando a várzea estendida
Ia um índio no gateado
No tordilho outro campeiro
Um de pala a meia espalda
Outro de lenço e sombreiro
Se largaram em paleteio
Que um olhar firma carreira
Desde as duas corticeiras até o cruzar da porteira
É a rédea frouxa na mão
Contra uma espora segura
Quem sabe é por pataquada, por honra ou por rapadura
Só sei, que bem,
Pareciam dois tauras em disparada
Uma carga de combate, mas era só carreirada
Hace tiempo no se via uma carreira tão parelha
Era fucinho a fucinho, era orelha com orelha
A várzea ficou pequena
Pra mostrar como se faz
Uma carreira de campo
Saltando o barro pra trás
O gateado mais ligeiro
Que um tirambaço de bala
Cruzou o vão da porteira
Com o índio abanando o pala
No tordilho, outro balaço
Cruzou ligeiro num facho
Chapéu quebrado na aba mas firme no barbicacho
Quem perdeu e quem ganhou
Cruzaram assim num repente
Um diz que cruzou primeiro o outro que ia na frente
Só sei, que bem,
Pareciam dois tauras em disparada
Uma carga de combate, mas era só carreirada
Hace tiempo no se via uma carreira tão parelha
Era fucinho a fucinho, era orelha com orelha
Só sei, que bem,
Pareciam dois tauras em disparada
Uma carga de combate, mas era só carreirada
Hace tiempo no se via uma carreira tão parelha
Era fucinho a fucinho, era orelha com orelha
pirisca grecco - chora gaita véia
Se a mim me tocar pelar o chibo duma gaita veiaca
gasguita de fole!
Comigo não tem tronqueira,atropelo em mangueira
Sampando de lote...
Eu trago ao tranco a mirada d'uma sobra estirada
E um romance a capricho,
Sou tipo flor de gaúcho,loco de macanudo
Criado em bochincho...
Comigo não tem de floreio e quarquer negaceio
Tem gaita e cambicho...
Eu trago uma escrita charrua numa rastra pampa
Chairada em refrega...
Um baita estadão de fachada com a égua encilhada
Pateando macega...
A alma atada a cordeona campeando as bocona
De gavarzito nas pedras...
Chora gaita véia!
-Bufa e prende o grito...
Contra falta envido!
-Contra falta o resto...
E o bailongo se estende
deixando de lambuja
As alpargata barbuda e o coraçao desdomado
D'uma morena cor de cuia
galponeando a lo largo!
"Do Japejú ao Toro Passo
No corredor um de gaitaço
A indiada mete o cavalo
Num compassão de campanha...
Cheio das "balda", das "manha"
Não "temo"perna ensaboada
Nem "refuguemo"bolada
Nós "semo" de Uruguaiana.
pirisca grecco - co as espora torta
Tenho que ir embora
Tenho quem não quer que eu vá
Tenho uma tropilha xucra
E os que já tão pronto tenho que entregar
Me falta só bolear a perna
A solidão do brete quer me galopear
Tenho que domar o frio
E só os avio de mate pra me amadrinhar
Quando eu chegar de volta
Co´as espora torta e a tropilha mansa
Trago um coração de freio
Pronto pros arreio dessa moça
Chega de domar tormentas
Sesmarias pra enfrenar
Tenho quem me aqueça o mate
Quem não quer que eu vá
Tenho um poso em cada estância
Tenho a confiança dos patrões
Tenho um chasque pra peonada
Que vive apartada nos galpões
Tenho a vida nas esporas
Roseteando auroras me fiz nesse oficio
Hoje o coração me cobra um bem que Não se joga em mesa de bolicho
Cds pirisca grecco á Venda