MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
os fagundes - origens
Campeando um rastro de glória
venho sovado de pealo
erguendo a poeira da história
nas patas do meu cavalo
o índio, que vive em mim
bate um tambor
no meu peito
o negro, também assim
tempera e adoça
o meu jeito
com laço e com boleadera
com garrucha e com facão
desenhei pátria e fronteira
pago, querência e nação.
Eu sei que não vou morrer
porque de mim vai ficar
o mundo que eu construí
o meu Rio Grande, o meu lar
campeando as próprias origens
qualquer guri vai achar
campeando as próprias origens
qualquer guri vai achar.
Sou a gaita corcoveando
nas mãos do velho gaiteiro
dizendo por onde ando
que sou gaúcho e campeiro
eu sou o moço que canta
o pago em cada canção
e traz na própria garganta
o eco do seu violão.
Sou o guri pêlo duro
campeando o mundo de amor
e me vou rumo ao futuro
tendo no peito um cantor.
Eu sei que não vou morrer
porque de mim vai ficar
o mundo que eu contruí
o meu Rio Grande, o meu lar
campeando as próprias origens
qualquer guri vai achar
campeando as próprias origens
qualquer guri, vai achar.
os fagundes - baita baile
Moças bonitas rodeadas de tia sogra e madrinhas
Índios que atiram nas gordas e outros que afofam a magrinha
Só quem foi ao baita baile sabe bem como é que é
Muita fanta na guampa e muito verso pras mulher
(Puxa o fole da cordeona não deixa o baile parar
Puxa o fole da cordeona não deixa o baile parar
Puxa o fole da cordeona não deixa o baile parar
Não deixa o baile parar não deixa o baile parar)
Num baita baile se dança se espia o dia nascendo
Sempre se acha parceria pra se espiar se não está chovendo
Só que os olhos das madrinhas de longe dá pra laçar
Sobrevoando a pista inteira fiscalizando o lugar
os fagundes - a gente canta
Meu irmão, meu companheiro
Como é bom te ouvir cantar
Meu peito é um bombo legueiro
Pronto pra te acompanhar.
Meu amigo, meu parceiro
O Sul é o nosso lugar
Onde fores vou contigo
Pois nascemos pra cantar.
A gente canta, a gente canta, a gente canta
com a mesma voz
Pois o Rio Grande do Sul é um só
dentro de nós.
Na cidade ou na campanha
No teatro ou no galpão
Tu sabes que te acompanha
O som do meu coração.
Onde canta um Fagundes
Canta junto todo o clã
Nossas vozes se confundem
Nossas vozes são irmãs.
A gente canta, a gente canta, a gente canta
com a mesma voz
Pois o Rio Grande do Sul é um só
dentro de nós.
os fagundes - bate-coxa
Se é bate-coxa
Bole-bole, arrasta-pé
Se é bate-coxa
Bole-bole, arrasta-pé
Se é bate-coxa
Bole-bole, arrasta-pé
A morena diz no pé
Toma conta do bailão
Joga os cabelos
Jinga aquele requebrado
E o mundo apaixonado
Bate palma e pede bis
Moreninha bem tostada
É a marca registrada
Dos fandangos dos brasis
Se é bate-coxa
Bole-bole, arrasta-pé
A morena diz no pé
Toma conta do bailão
Onde ela chega
E exibe o rebolado
Deixa o povo atordoado
Causa aquele zum zum zum
No mundo inteiro
Entre a ruiva e a loirinha
Essa nossa moreninha
É sempre a número um
Se é bate-coxa
Bole-bole, arrasta-pé
A morena diz no pé
Toma conta do bailão
os fagundes - tô no vanerão
Toque de cordeona
Água na cambona
Chimarrão, fandango
Vanerão no pé
Quem já me conhece
Sabe o meu sotaque
Eu sou do Rio Grande
Eu quero arrasta-pé
Se puxo do fole
Um toque brasileiro
Não penso em dinheiro
Quero animação
Um sorriso franco
Paga a minha conta
E quando me dou conta
Tô no vanerão
Eu tô, eu tô
Eu tô no vanerão
Eu tô, eu tô
Eu tô no vanerão
Eu tô, eu tô
Eu tô no vanerão
Desses de levantar poeira
No fandango de galpão
Quando eu vou pra estrada
Prá levar meu canto
Nem me causa espanto
Tudo o que eu vivi
Pra quem ama a vida de viver cantando
Eu vivo tocando desde que nasci 2x
Eu tô, eu tô
eu tô no vanerão
eu tô, eu tô
eu tô no vanerão
eu tô, eu tô
eu tô no vanerão
desses de levantar poeira
no fandango de galpão
os fagundes - menino da porteira
Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino
de longe eu avistava a figura de um menino
que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo:
- Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo.
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando,
eu jogava uma moeda e ele saía pulando:
- Obrigado boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando
pra aquele sertão à fora meu berrante ia tocando.
Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei,
mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada o menino não avistei.
Apeei do meu cavalo e no ranchinho a beira chão
Ví uma mulher chorando, quis saber qual a razão
- Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão!
Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração!
Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem
quando passo na porteira até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem.
A cruzinha no estradão do pensamento não sai
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure, e eu precise ir atrás
Neste pedaço de chão berrante eu não toco mais.
os fagundes - o colono
Eu vi um moço bonito, numa rua principal
Por ele passou um colono, que trajava muito mal
O moço pegou a rir, fez ali um carnaval
Resolvi fazer uns versos, pra este fulano de tál.
Não ri seu moço daquele colono
Agricultor que ali vai passando
Admirado com o movimento
Desconfiado la vai tropicando
Ele não veio aqui te pedir nada
São ferramentas que ele anda comprando
Ele é digno do nosso respeito
De sol a sol vive trabalhando
Não toque flauta, não chame de grosso
Pra ti alimentar, na roça está lutando.
Se o terno dele não esta na moda
Não é motivo pra dar gargalhada
Este colono que ali vai passando
É um brasileiro da mão calejada
Se o seu chapeu é da aba comprida
Ele comprou e não te deve nada
É um roceiro que orgulha a pátria
Que colhe o fruto da terra lavrada
E se não fosse este colono forte
Tu ias ter que pegar na enchada.
E se tivesse que pegar na enchada
Queria ver que mocinho moderno
Pegar na foice de um arado nove
E um machado pra cortar o cerno
E enfrentar doze horas de sol
Num verão forte tu suava o terno
Tirar o leite arrancar mandioca
No mês de julho no forte do inverno
Tuas mãozinhas finas delicadas
Criava calo e virava um inferno.
Este colono enfrenta tudo isto
E muito mais eu não disse a metade
Planta e colhe com suor do rosto
Pra sustentar nós aqui na cidade
Não ri seu moço mais deste colono
Vai estudar numa faculdade
Tire um "dr" chege la na roça
Repare la quanta dificuldade
Faça algo por nossos colonos
Que deus lhe pague por tanta bondade.
os fagundes - louco por chamamé
A tarde abafou o espaço
Sol e mormaço mandando ver
Andava no meu picaço
Me fui ao passo dar de beber
A balsa ia rio acima
E uma morena de lá sorriu
Botou uma flor no cabelo
Me atirou um beijo e depois sumiu
Quem sabe fosse a morena
Uma estancieira buscando amor
Quem sabe ficou parada
Nesta fachada de domador
Quem sabe naquela trança
Tem uma herança e dinheiro tanto
Quem um tipo viva clinudo
E vendendo tudo ainda sobre campo
Fiquei meio enfeitiçado
Sempre enredado num assovio
A moça no pensamento
E os olhos sempre rondando o rio
Um dia sei que ela volta
Se a balsa sobe, tem que descer
Pintando o rio de aquarela
E trazendo nela o meu bem-querer
Morena fique sabendo
Que eu quero mesmo é mudar de vida
Já chega de pantomina
Com essas meninas de má bebida
Eu sou partido de luxo
Flor de gaúcho, além de ser
Doutor no jogo de truco
Borracho e louco por chamamé
os fagundes - oh de casa
Venho vindo de longe
E muito tem de andar
Por isso peço ao patrão
Um lugar para eu pousar
Chegue seu moço e apeie
Puxe o pingo pro galpão
Neste rancho de gaúcho
Tem pousada e chimarrão
Ôh! de casa, ôh! de casa
Quanta alegria se sente
Quando alguém nos recebe
Ôh! de casa, ôh! de casa
E no dia seguinte
A jornada prossegue
Mas quando se dá um ôh! de casa
Na estância do bem-querer
É só o eco responde
Fazendo a gente sofrer
Sem rumo quase cansado
Se sai sem ter direção
É o ôh! de casa mais triste
Na estrada da ilusão
Ôh! de casa, ôh! de casa
É só o eco responde
Fazendo a gente pensar
Ôh! de casa, ôh! de casa
É na estrada da vida
A gente tem que pousar
Na estância lá de São Pedro
De joelho e de chapéu na mão
Vou dar o ultimo ôh! de casa
Com respeito e devoção
Peço ao patrão do céu
Que de mim tenha piedade
Me arranje qualquer cantinho
No rancho da eternidade
Ôh! de casa, ôh! de casa
Peço ao patrão do céu
Um cantinho pra mim
Ôh! de casa, ôh! de casa
Essa tropeada da vida
Um dia chega a seu fim
os fagundes - os cavaleiros da paz
Declamado:
En la pampa de lo infierno
Ninguna cerca se grampa
O homem é o Deus na terra
E o centauro a sua estampa
Os meus olhos transnoitados
Como estrelas pirilampas
São um mapa de casco e flores
Quando cavalgo na pampa
Vem nos bastos paissandu
Nas chilenas cantaderas
No fio das guajuvira
Nos bulbos de alma leguera
Vem nos palas curraleiros
Na humildade das taquaras
Onde tremulam bandeiras
Pra se esquecerem fronteiras
Por sorte, hoje encilho um verso
Como quem monta um bete
Não estou só, estou de a cavalo
Aonde o pago me vê
Estrada feita na guerra
Na amizade se refaz
Por que aí vão de a cavalo
Os cavaleiros da paz
Música:
Levo comigo, de meus amigos
Hasta la vuelta
Eu vou e volto
Não é um adeus
Eu sou da tribo do pé no estribo
Me dá um amargo
Porque a lo largo, amanheceu, amanheceu
E lá se vão, lá se vão os Cavaleiros
Lá se vão os companheiros da paz... (2x)
Como estes homens e seu cavalos
Lá vão os galos
São os centauros, vivem assim
Viejo Sapiavas
Encilham sonhos no continente
Um sonho bueno
Que não tem fim
Que não tem fim
E lá se vão, lá se vão os Cavaleiros
Lá se vão os companheiros da paz... (bis)
os fagundes - tropeiro velho
Sentado a beira do fogo
Sentindo o peso da idade
Tão triste o velho tropeiro
Quase morto de saudade
Oitenta anos nas costas
Sempre lidou com boiadas
Mas nunca em suas andanças
Deixou um boi na estrada
Agora não pode mais
Seu corpo velho, cansado
Ás vezes fica caducando
E começa a grita com o gado
"era boi, era boiada"
Se assusta e recobre os sentidos
E outra vez fica calado
Pois este velho de oitenta
Muito pra mim representa
Ouça os meus versos rimados
Tropeiro velho que tanta tristeza
Esconde o rosto na aba do chapéu
Olhos cravados no fogo do chão
Olha a fumaça subindo pro céu
Quebra de um tapa o teu chapéu na testa
Esqueça o seus oitenta janeiros
Repare os campos lá vem a boiada
Pela estrada gritando os tropeiro
Tropeiro velho não levanta os olhos
Não tem mais força é o peso da idade
"Acabrunhado a beira do fogo
Está morrendo de tanta saudade" 2x
Tropeiro velho sou um moço novo
Uma prposta te farei agora
Me dá o teu pala, o relho, o chapéu
Bombacha e botas e um par de esporas
Me dá o cavalo e o arreio completo
Vou continuar no teu lugar tropiando
Tropeiro velho levantou os olhos
Sentado mesmo me abraçou chorando
Beijou meu rosto e foi fechando os olhos
Entregou tudo e morto tombou
"Morreu feliz porque vou continuar as tropiadas que ele tanto amou" 2x
Enterrei ele a beira da estrada
Pra ver a tropa que passa e se vai
Leiam na cruz, vocês vão saber
Tropeiro velho é o meu próprio pai
Adeus meu pai
Tropeiro dos pampas
Teu pensamento cumprirás teu filho
Estou fazendo aquilo que fizestes
Grito a boiada encima do lumbrilho
Tropeiro velho hoje descansa em paz
Estou fazendo aquilo que ele fez
"Os anos passam também fico velho
Vou esperando chegar minha vez" 2x
os fagundes - canto alegretense
Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do seu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão
Prá quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã
Ouve o canto gaucheso e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão
os fagundes - chamamecero apaixonado
Prepara um mate que eu tô chegando
Tô com saudade que dói demais
Quero sentir todo o teu perfume
E do teu abraço não saio mais
Te trago flores de muitas cores
Te trago um beijo e meu coração
Essa distância não passa nunca
Me separando dessa paixão
Enquanto isso leio baixinho
Algum poema que fiz pra ti
Talvez o verso nem diga nada
Perto do que eu já sinto por ti
Mas não importa o que eu te escreva
Quero que sintas nos braços meus
Toda a paixão que trago comigo
E todos os beijos que já são teus
Chamamecero apaixonado
Assim me sinto agora
Andando campo afora
E louco pra chegar
os fagundes - galpão crioulo
Galpão crioulo, galpão sagrado
da acordeona, do mate amargo
galpão querido, templo da raça
de chão batido, temperado na fumaça.
Galpão de braços abertos
do culto, da tradição
o vinho tem a cor verde
na cuia do chimarrão
todos aqui são bem vindos
todos aqui são irmãos
para os aplausos e as palmas
para o carinho das mãos.
Galpão de braços abertos
do culto, da tradição
o vinho tem a cor verde
na cuia do chimarrão
todos aqui são bem vindos
todos aqui são irmãos
para os aplausos e as palmas
para o carinho das mãos.
Galpão crioulo, galpão sagrado
da acordeona, do mate amargo
galpão querido, templo da raça
de chão batido, temperado na fumaça.
Galpão de braços abertos
do culto, da tradição
o vinho tem a cor verde
na cuia do chimarrão
todos aqui são bem vindos
todos aqui são irmãos
para os aplausos e as palmas
para o carinho das mãos.
os fagundes - lá no alegrete
Se vai passar no Alegrete
No começo ou no fim
Quando cruzares a ponte
Atira um beijo por mim
Manda esse beijo, parceiro
Nas pétalas de alguma flor
Levando a minha saudade
Nas asas do meu amor
Lá no Alegrete, parceiro
Verás um povo feliz
Nas barrancas do meu rio
De pedras e sarandis
Bombo no peito e cantando
Quem sabe um verso que eu fiz
Meus amigos que se foram
Um dia eu hei de encontrar
Cada vez que eu lembro deles
Voltam no vento a cantar
E aquela menina linda
Que foi meu primeiro amor
Viverá em dó maior
Na garganta de um cantor
Lá no Alegrete, parceiro
Verás um povo feliz
Nas barrancas do meu rio
De pedras e sarandis
Bombo no peito e cantando
Quem sabe um verso que eu fiz
Cds os fagundes á Venda