orlando silva - jura de cabocla
Numa festa de dezembro
No natá, inda me lembro,
Tava tudo a me esperar
E a Teresa uma cabocla,
Que andava de boca em boca,
Me pediu para cantar,
Quando a viola calou-se
A jurar, num beijo doce
Ela disse, eu voltarei,
E eu atrás desta marvada
Fui de quebrada em quebrada
E nunca mais a encontrei.
Companheira é a viola
Que acompanha o que eu quiser
Viola não é como a gente
Que crê em juras de mulher
Para o meu maior tormento,
Fui levado a um casamento
Onde eu tinha que cantar
Cheguei lá, ó que tristeza
Era a cabocla Teresa
Que acabava de casar
Ela estava tão bonita
Toda enfeitada de fita
Que eu da jura me lembrei,
Quis cantar, mais tanta mágoa,
Que meus olhos se encheram d'água
Em vez de cantar, Chorei !!!
orlando silva - amigo leal
Escute meu grande amigo
Preste atenção no que digo
Vim despedir-me de ti
Trocamos um abraço forte
Desejos de boa sorte
E incontinenti eu parti
A tristeza mal contendo
Até hoje vou vivendo
Como meu destino quer
Esse amigo até agora
Não sabe que vou-me embora
Por causa de uma mulher
Para não cometer um erro
Preferi este desterro
Com toda resignação
Para eles a vida é bela
Hoje ele vive com ela
E ela no meu coração.
orlando silva - caprichos do destino
Se Deus um dia olhasse a terra e visse o meu estado
Na certa compreenderia o meu trilhar desesperado
E tendo ele em suas mãos o leme dos destinos
Não deixar-me-ia assim, a cometer desatinos
É doloroso, mas infelizmente é a verdade
Eu não devia nem sequer pensar numa felicidade
Que não posso ter
Mas sinto uma revolta dentro do meu peito
É muito triste não se ter direito, nem de viver
Jamais consegui um sonho ver concretizado
Por mais modesto e banal sempre me foi negado
Assim meu Deus francamente devo desistir
Contra os caprichos da sorte eu não devo insistir
Eu quero fugir ao suplício a que estou condenado
Eu quero deixar esta vida onde eu fui derrotado
Sou um covarde bem sei se o direito é levar a coisa até o fim
Mas não posso é pesada demais para mim
É doloroso, mas infelizmente é a verdade
Eu não devia nem sequer pensar numa felicidade
Que não posso ter
Mas sinto uma revolta dentro do meu peito
É muito triste não se ter direito, nem de viver
orlando silva - aos pés da cruz
Aos pés da Santa Cruz
Você se ajoelhou
E em nome de Jesus
Um grande amor
Você jurou
Jurou mas não cumpriu
Fingiu e me enganou
Pra mim você mentiu
Pra Deus você pecou
(bis)
O coração tem razões
Que a própria razão desconhece
Faz promessas e juras
Depois esquece
Seguindo esse princípio
Você também prometeu
Chegou ate a jurar um grande amor
Mas depois se esqueceu
Aos pés da Santa Cruz
Você se ajoelhou
E em nome de Jesus
Um grande amor
Você jurou
Jurou mas não cumpriu
Fingiu e me enganou
Pra mim você mentiu
Pra Deus você pecou
O coração tem razões
Que a própria razão desconhece
Faz promessas e juras
Depois esquece
Seguindo esse principio
Você também prometeu
Chegou ate a jurar um grande amor
Mas depois se esqueceu
orlando silva - atire a primeira pedra
* Covarde sei que me podem chamar { {
* Porque não calo no peito esta dor { {
* Atire a primeira pedra, ai, ai, ai {bis. {
* Aquele que não sofreu por amor. { {
Eu sei que vão censurar o meu proceder {
Eu sei, mulher {bis.
Que você mesma vai dizer {
Que eu voltei pra me humilhar {
É, mas não faz mal {
Você pode até sorrir {
Perdão foi feito pra gente pedir. {
* Refrão...
orlando silva - a última canção
Esta será a última canção
Que cantarei ao me despedir
Depois verás então
Em breve eu partir
Para não ver em vão
O teu sorrir.
Esta será a última canção
Que cantarei ao me despedir
Quando eu te abraçar chorando
Para seguir e te deixar cantando.
FALADO:
Com os olhos rasos d´água
Olhos que vivem cheios de mágoas
Ao partir venho triste, soluçando, me
despedir,
Dar-te o último adeus.
Lamento que os olhos meus
Não tenham sido os olhos teus
Para terem chorado tanto,
Tanto, tanto quanto os meus.
(Retorna a estrofe primeira e finaliza.)
orlando silva - apoteose do amor
Deus, só Deus
Sabe que os olhos teus
São para mim
Dois faróis clareando o mar
Na fúria do mar
Onde naufraga uma barca
Que o leme perdeu
Coitada, essa barca sou eu
A naufragar
Na existência que é o mar
Socorre-me com a luz desses faróis
Que são teus olhos azuis
São dois lírios os teus seios alabastrinos
Quase divinos
Parecem feitos para o meu beijo
Muito almejo dos lábios teus
Por um som
Pela glória do nosso amor
Musa dos versas meus
Inspira-me por quem és
Minha alma, bendito amor
Curvada aos teus pés
Rosa opulenta
Que o meu jardim ostenta
A queima em dor
Inspiração do meu amor
Eu nem sei por que foi que te amei
Pois tudo em ti é formosura e singular
Amei teu perfil
Amei teus olhos azuis
Eu amei teu olhar
Por fim nem tens pena de mim
Que sofro e choro
Na ânsia de te amar
Ah, triste de quem
Vive a chorar por alguém
orlando silva - boêmio
Boêmio, nos cabarés da cidade
Buscas a felicidade
Na tua própria ilusão
Boêmio, a boemia resume
No vinho o amor, o ciúme,
Perfume, desilusão.
Boêmio, ó sultão, por que é que queres
Amar a tantas mulheres,
Se tens um só coração?
Boêmio, pensa na vida um instante
E vê que o amor inconstante
Só traz por fim, solidão.
Boêmio, tu ficas na rua, em noites de lua,
Insone a cantar
Na ilusão dos beijos viciosos
E dos carinhos pecaminosos,
Boêmio, tu vives sonhando, com a felicidade,
Mas não és feliz
Vives boêmio sorrindo e cantando
Mas o teu sofrer, o teu riso não diz.
orlando silva - chora cavaquinho
Chora cavaquinho,chora
Chora violão também
que o nosso amor foi embora
deixando saudades em alguém
Quantas vezes ele cantava
alegrando o meu coração
O seu cantar redobrava
fazendo sentir o violão
E não tendo mais esperança
na morte vive pensando
parece inocente criança
Um pobre cavaquinho, triste chorando