MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
neto fagundes - canto alegretense
Não me perguntes onde fica o alegrete
Segue o rumo do seu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão
Prá quem chega de rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no rio ibirapuitã
Ouve o canto gaucheso e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do inhanduy
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão
neto fagundes - eu sou do sul
Eu sou do Sul,
é só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem o céu azul,
é só olhar pra ver.
Nasci entre a poesia e o arado,
a gente lida com o gado e cuida da plantação
a minha gente que veio da guerra
cuida dessa terra como quem cuida do coração.
Eu sou do sul...
Você, que não conhece o meu estado
está convidado a ser feliz neste lugar
a serra te dá o vinho,
o litoral te dá carinho
e o Guaíba te dá um por de sol,
lá na capital.
Eu sou do sul...
Na fronteira "los hermanos"
é prenda, cavalo e canha
viver lá na campanha é bom demais
que um santo missioneiro
te acompanha e companheiro
se puder vem lavar a alma no rio Uruguai.
Eu sou do sul...
neto fagundes - querência amada
Quem quiser saber quem sou
Olha para o céu azul
E grita junto comigo
Viva o Rio Grande do Sul
O lenço me identifica
Qual a minha procedência
Da Província de São Pedro
Padroeiro da Querência
Ò meu Rio Grande
De encantos mil
Disposto a tudo
Pelo Brasil
Querência amada
Dos parreirais
Da uva vem o vinho
Do povo vem o carinho
Bondade nunca é demais
Berço de Flores da Cunha
E de Borges de Medeiros
Terra de Getúlio Vargas
Presidente brasileiro
Eu sou da mesma vertente
Que Deus saúde me mande
Que eu possa ver muitos anos
O céu azul do Rio Grande
Te quero tanto
Torrão gaúcho
Morrer por ti
Me dou o luxo
Querência amada
Planície e serra
Os braços que me puxa
Da linda mulher gaúcha
Beleza da minha terra
Meu coração é pequeno
Porque Deus me fez assim
O Rio Grande é bem maior
Mas cabe dentro de mim
Sou da geração mais nova
Poeta bem macho e guapo
Nas minhas veias escorre
O sangue herói de farrapo
Deus é gaúcho
De espora e mango
Foi maragato
Ou foi chimango
Querencia amada
Meu céu de anil
Este Rio Grande gigante
Mais uma estrela brilhante
Na bandeira do Brasil
neto fagundes - disparada colorada
Prepare seu coração
O colorado que vai jogar
Seu sonho lá no japão
E ganhar o Mundial
É torcida é vibração
Do seu Internacional
Aplaudir com o coração
Ver o mundo sem vaiar
Gritar a pleno pulmão
Que o papai é que é o tal
Abram alas pro povão
Esse é o Internacional
Da América sou rei
No Brasil fui tricampeão
De todos eu já ganhei
E sempre fui respeitado
Não somente nesse estado
Mas também neste mundão
Quem conhece o Colorado
Sabe o que é ter coração
O domingo vem raiando
O coração apertado
E é hora de empurrar
Nosso clube mais amado
Te prepara Barcelona
Aí vem o Colorado
Quem já teve Valdomiro
Larry, Nena e Claudão
Claudiomiro, Tesourinha
Figueiroa e Falcão
Tem cara de quem vai marcar seu nome na história
Conquistar sua maior glória lá nas bandas do Japão
Da América sou rei
No brasil fui tricampeão
De todos eu já ganhei
E sempre fui respeitado
Não somente nesse estado
Mas também neste mundão
Quem conhece o Colorado
Sabe o que é ter coração
neto fagundes - a casa onde moro
Acontece na casa onde moro uma fome
De só querer se gostar
Uma cara vermelha tentando
Se consumar
Uma janela desengonçada, um mapa,
Uma notícia ainda por vir
A pé ou a cavalo, tanto faz
Não quero briga, aviso a saudade
Basta um banquinho, uma voz, um violão
Um tango, um sorriso, um lápis, papel
Um samba, milonga... um chamamé
A gente da boca pra fora, melhora
Diz coisa com coisa,
Faz guerra de nervos
E cheio de birra faz cara de bravo
Põe fogo no mato,
Pilchado até os dentes
A vida na alma da gente
Parece carente
Logo quer tocar
Mansinha ela busca um cantinho,
Se abanca no mimo,
E, criativa, ouve música
E se reconhece louca
Na encilha do mate
A tempo de se gostar, gostando
Assim é o futuro humano
Enquanto uns lambem a cria
Outros fazem poesia
Portanto assim também
Ã? o meu amor
Portanto assim também
Ã? o nosso amor
Portanto assim também
Ã? o meu amor
neto fagundes - adeus mariana
Nasci lá na cidade me casei na serra
Com minha Mariana moça lá de fora
Um dia eu estranhei os carinhos dela
E disse Adeus Mariana que eu já vou embora
É gaúcha de verdade dos quatro costados
Que usa chapéu grande, bombacha e esporas
E eu que estava vendo o caso complicado
Disse Adeus Mariana que eu já vou embora
Nem bem rompeu o dia me tirou da cama
Encilhou o tordilho e saiu campo afora
e eu aproveitei e saí dizendo
Adeus Mariana que eu já vou embora
Ela não disse nada mas ficou cismando
Que era dessa vez que eu daria o fora
Pegou uma soiteira e veio contra mim
Eu disse larga Mariana que eu não vou embora
Ela ficou zangada e foi quebrando tudo
Pegou a minha roupa e jogou porta a fora
Agarrei uma trouxa e saí dizendo
Adeus Mariana que eu já vou embora
neto fagundes - bochincho
A um bochincho - certa feita,
Fui chegando - de curioso,
Que o vicio - é que nem sarnoso,
nunca pára - nem se ajeita.
Baile de gente direita
Vi, de pronto, que não era,
Na noite de primavera
Gaguejava a voz dum tango
E eu sou louco por fandango
Que nem pinto por quirera.
Atei meu zaino - longito,
Num galho de guamirim,
Desde guri fui assim,
Não brinco nem facilito.
Em bruxas não acredito
'Pero - que las, las hay',
Sou da costa do Uruguai,
Meu velho pago querido
E por andar desprevenido
Há tanto guri sem pai.
No rancho de santa-fé,
De pau-a-pique barreado,
Num trancão de convidado
Me entreverei no banzé.
Chinaredo à bola-pé,
No ambiente fumacento,
Um candieiro, bem no centro,
Num lusco-fusco de aurora,
Pra quem chegava de fora
Pouco enxergava ali dentro!
Dei de mão numa tiangaça
Que me cruzou no costado
E já sai entreverado
Entre a poeira e a fumaça,
Oigalé china lindaça,
Morena de toda a crina,
Dessas da venta brasina,
Com cheiro de lechiguana
Que quando ergue uma pestana
Até a noite se ilumina.
Misto de diaba e de santa,
Com ares de quem é dona
E um gosto de temporona
Que traz água na garganta.
Eu me grudei na percanta
O mesmo que um carrapato
E o gaiteiro era um mulato
Que até dormindo tocava
E a gaita choramingava
Como namoro de gato!
A gaita velha gemia,
Ás vezes quase parava,
De repente se acordava
E num vanerão se perdia
E eu - contra a pele macia
Daquele corpo moreno,
Sentia o mundo pequeno,
Bombeando cheio de enlevo
Dois olhos - flores de trevo
Com respingos de sereno!
Mas o que é bom se termina
- Cumpriu-se o velho ditado,
Eu que dançava, embalado,
Nos braços doces da china
Escutei - de relancina,
Uma espécie de relincho,
Era o dono do bochincho,
Meio oitavado num canto,
Que me olhava - com espanto,
Mais sério do que um capincho!
E foi ele que se veio,
Pois era dele a pinguancha,
Bufando e abrindo cancha
Como dono de rodeio.
Quis me partir pelo meio
Num talonaço de adaga
Que - se me pega - me estraga,
Chegou levantar um cisco,
Mas não é a toa - chomisco!
Que sou de São Luiz Gonzaga!
Meio na volta do braço
Consegui tirar o talho
E quase que me atrapalho
Porque havia pouco espaço,
Mas senti o calor do aço
E o calor do aço arde,
Me levantei - sem alarde,
Por causa do desaforo
E soltei meu marca touro
Num medonho buenas-tarde!
Tenho visto coisa feia,
Tenho visto judiaria,
Mas ainda hoje me arrepia
Lembrar aquela peleia,
Talvez quem ouça - não creia,
Mas vi brotar no pescoço,
Do índio do berro grosso
Como uma cinta vermelha
E desde o beiço até a orelha
Ficou relampeando o osso!
O índio era um índio touro,
Mas até touro se ajoelha,
Cortado do beiço a orelha
Amontoou-se como um couro
E aquilo foi um estouro,
Daqueles que dava medo,
Espantou-se o chinaredo
E amigos - foi uma zoada,
Parecia até uma eguada
Disparando num varzedo!
Não há quem pinte o retrato
Dum bochincho - quando estoura,
Tinidos de adaga - espora
E gritos de desacato.
Berros de quarenta e quatro
De cada canto da sala
E a velha gaita baguala
Num vanerão pacholento,
Fazendo acompanhamento
Do turumbamba de bala!
É china que se escabela,
Redemoinhando na porta
E chiru da guampa torta
Que vem direito à janela,
Gritando - de toda guela,
Num berreiro alucinante,
Índio que não se garante,
Vendo sangue - se apavora
E se manda - campo fora,
Levando tudo por diante!
Sou crente na divindade,
Morro quando Deus quiser,
Mas amigos - se eu disser,
Até periga a verdade,
Naquela barbaridade,
De chínaredo fugindo,
De grito e bala zunindo,
O gaiteiro - alheio a tudo,
Tocava um xote clinudo,
Já quase meio dormindo!
E a coisa ia indo assim,
Balanceei a situação,
- Já quase sem munição,
Todos atirando em mim.
Qual ia ser o meu fim,
Me dei conta - de repente,
Não vou ficar pra semente,
Mas gosto de andar no mundo,
Me esperavam na do fundo,
Saí na Porta da frente...
E dali ganhei o mato,
Abaixo de tiroteio
E inda escutava o floreio
Da cordeona do mulato
E, pra encurtar o relato,
Me bandeei pra o outro lado,
Cruzei o Uruguai, a nado,
Que o meu zaino era um capincho
E a história desse bochincho
Faz parte do meu passado!
E a china? - essa pergunta me é feita
A cada vez que declamo
É uma coisa que reclamo
Porque não acho direita
Considero uma desfeita
Que compreender não consigo,
Eu, no medonho perigo
Duma situação brasina
Todos perguntam da china
E ninguém se importa comigo!
E a china - eu nunca mais vi
No meu gauderiar andejo,
Somente em sonhos a vejo
Em bárbaro frenesi.
Talvez ande - por aí,
No rodeio das alçadas,
Ou - talvez - nas madrugadas,
Seja uma estrela chirua
Dessas - que se banha nua
No espelho das aguadas!
neto fagundes - brasilhana
Onde vi
estrelas nuas e haraganas
quase iguais a ti
Era um rancho
ou um país a nossa cama
nos confins do Chuy
Eram línguas
brasileira e castelhana
de sabor igual
Numa festa
tão bonita e tão profana
quanto o Carnaval
Eram homens e fuzis
violando as rosas
Violentando a luz
Eram menos
que as manhãs maravilhosas
Que a paixão produz
Um romance
estrangeiro e suburbano
Era igual ao dia
Era claro
como as noites em que amamos
E a democracia
neto fagundes - castelhana
Eu hoje me vou pra fronteira
Pois queira ou não queira vou ver meu amor
Esperei toda a semana
Pra ver a castelhana minha linda flor
Tá frio na minha cidade
A bem da verdade está frio demais
Ao sul do meu coração
Quero tempo bom, só você me traz
Ao sul do meu coração
Quero tempo bom, só você me traz
Larga tudo e vem comigo,
Vamo encarar o perigo
Larga tudo e vem comigo,
Vamo encarar o perigo
Castelhana se você me ama,
Me ama, me ama, me diz
Castelhana se você me ama,
Me ama, me ama
A gente pode ser feliz
Tá frio na minha cidade
A bem da verdade está frio demais
Ao sul do meu coração
Quero tempo bom, só você me traz
Ao sul do meu coração
Quero tempo bom, só você me traz
Larga tudo e vem comigo,
Vamo encarar o perigo
Larga tudo e vem comigo,
Vamo encarar o perigo
Castelhana se você me ama,
Me ama, me ama, me diz
Castelhana se você me ama,
Me ama, me ama
A gente pode ser feliz
neto fagundes - chamameceiro
A7M D E7 A7M
A7M
Como se a escuridão trouxesse luz
C#m7
Como se o coração fosse explodir
Bm7 Cº
Mastiguei a fala negaceei a mágoa
Bm7 E7(11)
Só pra ver a lágrima feliz
A7M
Quis amansar a dor, me vi pela vida
C#m7
Quis conhecer o amor fiz um chamamé
Bm7 Cº
Cheio de carinho louco de faceiro
Bm7 E7(11)
Mas que chamamecero me senti
A7M
Coisa de bom menino abraçando o pai
C#m7
Coisa de mão saudosa mimando o filho
Bm7 Cº
Fui me emocionando a mando do gaiteiro
Bm7 E7(11)
Mas que chamamecero repeti
A Em7 A7
(A mão vem me dando o soco eu prendo-lhe um sapucai
D Ebº
O pé pisoteia a marca e a alma arrepia em pelo
Bm7 E7 A7M
E quase arrebenta o fole e torce pra vida melhorar)
Int.
neto fagundes - cismas
Não rodei estradas pra colher lamentos
Nem somei auroras pra ser como o vento
Quis virar saudade num quinchar de esperas
Pra sestear nas nuvens e acordar quimeras
Não tirei da estrada o solar das buscas
Nem cruzei caminhos com o olhar em rugas
Fiz dos meus afagos portal pras andorinhas
E guardei só mágoas pra mostrar que eu vinha
(E que venham cismas e milongas tortas
Mas que deixem vivas as lembranças mortas
E que venham cismas e milongas tortas
Mas que deixem vivas as lembranças mortas)
Não domei o ontem pra semear eu mesmo
Nem guardei esporas só pra andar a esmo
Fiz antes de tudo um galpão de estimas
Pra matear recuerdos e escutar a vida
neto fagundes - de qualquer vaneira
Meu caro amigo tá servido um mate
A tarde é uma criança balançando o pé
Não demora eu vou servir uma bóia
Mande a dor embora e tudo o que quiser
Meu caro amigo estou pelos domingos
Devorando uns livros, escutando um rádio
A vidinha anda como sempre
Tordilhando a gente, patrulhando o pago
Nessa conversa de violão e verso
O tema é tão diverso dentro do galpão
Vida é a busca de afeiçoar milongas
As noitadas longas de assoprar tição
Não repare a arrumação do catre
Meu silêncio é um mate que se aquerenciou
Meu compadre a saudade é mansa
Passa um tempo e cansa, sabe como eu sou
(A varanda aqui de casa, ai, ai, ai
Dá de fundos pro meu amor, ai, ai, ai, ai
Pelos olhos da minha amada
O que nos separa eu quis matar deu flor)
neto fagundes - do fundo da alma
C B7 Em
D C B7
(A lágrima que por engano entristece o canto
F#m7(b5)
Que em outros tantos faz de um quebranto
B7 Em
Parelha e canga sem machucar
D C B7
No fundo ri da minha cara, encendeia a alma
F#m7(b5)
Fazendo farra, arrumando a sala
B7 Em
Onde a saudade vem conversar
D7 G
Um dia quem sabe, me sirva um mate longe de casa
D7 G
Talvez posadas, ao entardecer
G#º Am7 D7 G
/Onde houver um rio, um sapucai, uma cordeona
C F#m7(b5) B7 Em Bis
Um guitarreiro, ai, por inteiro, um chamamé)
Int.( )
C B7 Em D
A lágrima trouxe consigo amigos
C B7 Em D
Me encharcou o rosto e tirou retrato
C B7 Em D
Me chamou de louco entre um canto, um rango, uns livros
C B7 Em
O troço é o destino ir tocando o gado
D C#º C B7 Em
Que eu virei o barco mas voltei a nado
Int. D7 G D7 G B7 Em Am B7 Em / /
neto fagundes - escravo de saladeiro
Escravo de saladeiro me dói saber como foi
Trabalhando o dia inteiro sangrando o mesmo que o boi
A faca que mata a vaca o coice o laço que vem
O tronco a soga e a estaca tudo é teu negro também
(A dor do charque é barata o sal te racha o garrão
É fácil ver tua pata na marca em sangue no chão
O boi que morre te mata pouco a pouco meu irmão)
Pobre negro sem futuro touro olhando humilhado
O teu braço de aço escuro sustentou o meu estado
Já é hora negro forte que os homens se dêem as mãos
E se ouça de sul a norte que somos todos irmãos
neto fagundes - fulanos e sicranos
Pensei que fosse um galope, um sonho de à trote acariciando de toda
Esta milonga sem rima que enrodilhada nas clinas rejeita tudo que dobra
Podia ser de à cavalo este entono de galo este manejo de freio
Este olhar de posseiro que amadrinhado nos tentos, estima o suor que lhe sobra
Pensei que fossemos cúmplices, múltiplos meigos mansos soltos vagos
Cabeça de gado potro e rodeio na leva dos arremates
Pensei que fossemos caça, várzea, rio cheio campo quebranto
Blanco, chimango peão e chibeiro, no aparte do buenas tardes
(Ai milonga, milonga buena
Ai milonga, milonga buena)
Podia haver mais um catre, uma rodada de mate uma noitada, um afeto
Um bem-me-quer descoberto uma qualquer novidade alheia à nossa vontade
Podia haver mais que terra, pouca miséria junta carreta
Soga, soiteira canga e arado, benfeitora e machado
Pensei que fôssemos fruto, suco, bagaço lenha, coivara
Verde e queimada na alienação das porteiras do mata-burro à estrada
Pensei que fôssemos bando, nômades músicos mouros e manos
Fulanos, sicranos sábios paisanos no despertar das manadas
Talvez me faça costado outra milonga ou gateado outra figueira, outra sombra
Outra paixão sem delongas outra carícia antiga, mimosa como a saudade
Talvez nem seja preciso, usar o mesmo alarido do quero-quero teatino
Do boitatá de mangueira prá afugentar as ovelhas, arrebanhadas pro gasto
Preciso acostumar meu dom a aperfeiçoar a voz fortalecer o rebanho
Ah que tolice a minha fazendo minha vidinha, encimesmado de abraços
Preciso amamentar a fome toda dos guachos regar a sede dos pastos
Dar pérola aos porcos fazer tudo o que gosto, prá dar porfia ao passo
Cds neto fagundes á Venda