moreno e moreninho - 13 de maio
Treze de maio
Ã? um dia muito bonito
As congadas já reunem
Pra festejar São Benedito
E a rainha
Com a bandeira na mão
Reza pra Santa Isabel
Que deu a libertação
Santa Isabel
Ã? uma santa milagrosa
Libertou a escravidão
Por ser muito caridosa
A meia noite
A festa vai terminando
Eles deixam uma bandeira
Pra voltar no outro ano
moreno e moreninho - tempo de criança
Eu tenho muita saudade
Daquele tempinho bom
Da minha felicidade
Eu tenho saudade
No meu coração.
Eu não posso me lembrar
O bom tempo que passou
O meu tempo de criança
Cheio de esperança
Tudo se acabou.
Quando eu era pequeno
Era levado da breca
Eu caçava passarinho
Fazia carrinho
Jogava peteca.
Eu cortava papagaio
Eu rodava meu pião
Eu sentava no soalho
Eu jogava baralho
Com o meu irmão.
Eu pescava de peneira
Eu brincava no riacho
Eu trepava na paineira
Derrubava as folhas
E carregava os cachos.
Eu corria de acavalo
Apostava uma pareia
Caia, não machucava
Pois até gostava
De rolar na areia.
Eu corria pelos campos
Eu caçava borboleta
Minha irmã ficava brava
Eu mostrava a língua
E fazia careta.
Eu brincava de doutor
Carregava a maleta
Eu brincava de cirquinho
Saltava trapézio
Numa piruleta.
Hoje eu vivo tão tristonho
Relembrando o meu passado
Triste cá no meu cantinho
Pobre sem carinho
Sempre amargurado.
Acabou minha alegria
Minha vida não tem paz
Só me resta uma saudade
Dessa mocidade
Que não volta mais.
moreno e moreninho - a professora e o vagabundo
Quem vê aquele moço mal vestido
Servindo de palhaço à molecada
Não sabia que no tempo de mocinho
Ele tinha uma bela sua amada
Essa moça era a sua professora
Que todo dia lhe ensinava a lição
Ele aprendia todo estudo com carinho
Mas a ela entregava o coração
Declarou seu amor a professora
Como mestra ela fez a explicação
Dizendo que ele era uma criança
E não devia ter com ela essa intenção
Esse aluno não voltou mais a escola
Desiludido pelo amor de sua bela
Com o giz que levava para casa
Escrevia na calçada o nome dela
Ficou boêmio pelas ruas da cidade
Desprezando sua rica juventude
Cabelo grande mal vestido e beberrão
Pouco a pouco foi perdendo a saúde
Certo dia encontraram ele morto
E o resto do veneno que bebeu
A giz na calçada estava escrito
Que sua mestra mudou o destino seu
moreno e moreninho - hino de reis
25 de dezembro
Quando o galo deu sinal
Ai que nasceu menino Deus
Numa noite de natal, ai, ahhhh
A estrela do oriente
Fugiu sempre dos judeus
Ai pra avisar os três santos
Que o menino Deus nasceu, ai, ahhh
Os três reis quando souberam
Viajaram sem parar
Ai cada um trouxe um presente
Pro menino Deus saudar, ai, ahhh
Nesse instante, no ranchinho
Passou a estrela da guia
Ai visitou todos os presentes
Onde o menino dormia, ai, ahhh
Deus lhe salve, a casa santa
Onde é a sua morada
E aqui mora o deus menino
E a Hóstia consagrada, ai, ahhh
moreno e moreninho - capela de joão boiadeiro
Reuniram boiadeiros
Do sertão do meu Brasil
Pra fazer uma homenagem
Muito simples mas gentil
Construiram uma capela
Amor puro e verdadeiro
Colocaram a imagem
Do herói João Boiadeiro
O que resta de sua luta
Para nós muito importante
O seu laço de doze braça
E o seu famoso berrante
Se achar na capelinha
Para uma recordação
De quem foi o rei do laço
Boiadeiro do sertão
Sua noiva ainda chora
Quando vê uma boiada
Quando ouve um berrante
Repicando pela estrada
Lá na sua capelinha
Existe um grande letreiro
O seu nome João Ferreira
Conhecido João Boiadeiro
Todo mundo ainda comenta
O boiadeiro colosso
Que foi ele o rei da linda
No sertão de Mato Grosso
Não deixou uma grande herança
Mas deixou a sua glória
Seu talento e sua luta
Ficou em nossa memória
moreno e moreninho - dança de congo
Congada passou na ponte
A ponte tremeu
Com batido da caixa
Meu coração doeu
No dia 13 de maio
Ã? que eu acho mais bonito
Ã? a dança da congada
Festejar São Benedito
Todos que dança com gaita
Ã? por uma devoção
Essa é a Praça da Isabel
que me deu a libertação
Congada passou na ponte
A ponte tremeu
Com batido da caixa
Meu coração doeu
moreno e moreninho - casamento do caipira
No tempo que eu era moço
Gostava de adiverti
Eu ia na pagodeira
Dançava daqui pra li
Assisti um casamento
Na cidade de Jacuí
Casamento de caipira
Quase me matô de ri
A noiva era zaroia
E o noivo era papudo
Parecia tá contente
Marvado do carrancudo
Paletó muito curtinho
Carça boca de canudo
Do bigode esparramado
Que tampava a cara tudo
Na hora de ir pra igreja
Eu achei mais engraçado
Enxovar daqueles noivo
Tava tudo atrapaiado
O noivo muito contente
Quando o par de braço dado
Os dois vestido de branco
Com o sapato tudo errado
Galho de manjericão
O noivo tinha no peito
Casava naquela hora
Tava tudo satisfeito
Ele queria era a noiva
Viesse de quarqué jeito
Butinão do pé esquerdo
Carçado no pé direito
Quando foram dar o nome
Bem pertinho eu fui ficá
Seu vigário perguntô
Se era de gosto casá
Os dois responderam junto
Ã? a coisa mió que há
Nóis qué ajuntá o baixeiro
Pra fiarada aumentá
Na hora de ir deitá
Eu achei mesmo absurdo
Os dois entraram num quarto
Deitaram de roupa e tudo
Até hoje ainda me lembro
Do casar de butinudo
A tár de Chica Zaroia
E o Pafúncio Bigodudo
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
moreno e moreninho - divino espírito santo
Salve o Divino Espírito Santo, oiá
(Salve o Divino Espírito Santo, oiá)
O Divino Espírito Santo
Chegô aqui nesta morada
Veio guiando a bandeira
Na poeira da estrada
Veio trazer sua bença
Por nóis muito esperada
Veio tirá a esmola
Da igreja do queimado
Salve o Divino Espírito Santo, oiá
(Salve o Divino Espírito Santo, oiá)
O Divino Espírito Santo
Veio em forma de um pombinho
Quer entrar nesta morada
Abençoar os seus filhinho
Proteger a sua esposa
Seu irmão, tio e sobrinho
Agradece sua esmola
Pra seguir o seu caminho
Salve o Divino Espírito Santo, oiá
(Salve o Divino Espírito Santo, oiá)
O Divino vai-se embora
Muita gente tá chorando
Nesta triste despedida
A bandeira tão beijando
Bandeireiro se despede
As viola tão tocando
O Divino vai-se embora
Pra vortar no outro ano
Salve o Divino Espírito Santo, oiá
(Salve o Divino Espírito Santo, oiá)
Salve o Divino Espírito Santo, oiá
(Salve o Divino Espírito Santo, oiá...)
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
moreno e moreninho - a lua se escondeu
Lá lá lá lá, Lá lá lá lá lá
Lá lá lá lá lá, Lá lá lá lá lá
A lua se escondeu atrás da mata
Meu desprezou eu, que sorte ingrata
A lua se escondeu atrás da mata
Meu desprezou eu, que sorte ingrata
A lua está chorando, ai, ai, ai
Meu bem está sorrindo, ai, ai, ai
A noite vai passando, ai, ai, ai
O dia vem surgindo, ai, ai, ai
A lua se escondeu atrás da mata
Meu desprezou eu, que sorte ingrata
A lua se escondeu atrás da mata
Meu desprezou eu, que sorte ingrata
Lá lá lá lá, Lá lá lá lá lá
Lá lá lá lá lá, Lá lá lá lá lá
A lua se escondeu atrás da mata
Meu desprezou eu, que sorte ingrata
A lua se escondeu atrás da mata
Meu desprezou eu, que sorte ingrata
Um dia de tristeza, ai, ai, ai
Sozinho sem ninguém, ai, ai, ai
Eu olho a natureza, ai, ai, ai
Me lembro do meu bem, ai, ai, ai
A lua se escondeu atrás da mata
Meu desprezou eu, que sorte ingrata
A lua se escondeu atrás da mata
Meu desprezou eu, que sorte ingrata
Lá lá lá lá, Lá lá lá lá lá
Lá lá lá lá lá, Lá lá lá lá lá
(Pedro Paulo Mariano â?? Santa Maria da Serra-SP)
moreno e moreninho - resposta da professora e o vagabundo
Vendo um letreiro pelas ruas da cidade
Era o aluno, a professora já sabia
Que as palavras eram escritas com amor
Tudo isso ela mesma compreendia
Que um menino lhe entregava o coração
Ela era para ele uma alegria
Disfarçando seu grande sofrimento
Na calçada o nome dela escrevia
Reclamando a pobre moça despediu
Do lugar que tantos anos ela morava
Bem distante ela foi pra outras terras
Numa escolinha outros alunos ensinava
Sem alegria imaginando a triste sorte
Arrependida no menino ela pensava
Resolveu entregar o seu amor
Para o menino que tanto ela amava
Passando o tempo muitos anos se passaram
A professora do amor compreendeu
Ela pensando que ele era homem feito
O seu amor para ele prometeu
E voltando pra cidade novamente
O letreiro na calçada ainda leu
Foi culpada em mudar o seu destino
Tomou veneno e ali também morreu
moreno e moreninho - mané tibiriçá
Há coisa de muito tempo / Prá vocês eu vou conta
Certa vez um camponês / Cortou um pau de cambará
Fez a imagem de um juda / Muito feio sem iguá
Prá espantar os passarinhos / Pois o juda no arrozá
Seu filho de oito ano / Que gostava de brincá
Pois o apelido no juda / De Mané Tibiriça
Mas um dia deu enchente / E levou o juda de lá
Foi rodando rio abaixo / Muito longe doi parar
E depois de muito tempo / Os pescador foi encontra
O juda numa lagoa / Na beira de um capinzá
Pensaram que era um santo / Perto daquele luga
Construiram uma capela / E pôs o juda no altar
E a notícia do Santo / Fêz o povo alvoroça
Começou vir romaria / Na capela prá reza
E o juda fêz milagre / Fêz muita gente sarar
Cego viu a luz do dia / Aleijado tornou anda
E o filho do camponês / Veja só o que foi se dá
Ficou mudo de repente / Não podia mais falá
Seu pai fês um promessa / Prometeu e foi leva
O menino na capela / Pediu pro Santo Curá
Chegaram lá na capela / O menino pegou caçoa
Vocês são ignorante / E ainda querem me engana
Essa cara eu já conheço / Eu aqui vim prá contá
Esse Santo não é Santo / Ã? o Mané Tibiriçá.
moreno e moreninho - folia de reis
Ai Santo Reis aqui chegou ai ai
Cansado de viajar ai ai
Veio lhe pedir esmola ai ai
Veja lá se pode dar ai ai
Ai vinte e cinco de dezembro ai ai
Fiquei a noite por dia ai ai
Nasceu Cristo redentor ai ai
Veio da Virgem Maria ai ai