MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
mônica salmaso - menina amanhã de manhã
Menina , amanhã de manhã
Quando a gente acordar quero te dizer
Que a felicidade vai desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens
Na hora ninguém escapa
De baixo da cama ninguém se esconde
A felicidade vai desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens
Vai, desabar sobre os homens
Menina, ela mete medo
Menina, ela fecha a roda
Menina, não tem saída
de cima, de banda ou de lado
Menina, olhe pra frente
menina, todo cuidado
Não queira dormir no ponto
Segure o jogo, atenção de manhã
Menina a felicidade
É cheia de praça, é cheia de traça
É cheia de lata, é cheia de graça
Menina, a felicidade
É cheia de pano, é cheia de peno
É cheia de sino, é cheia de sono
Menina, a felicidade é cheia de ano,
É cheia de eno
É cheia de hino, é cheia de onu
Menina, a felicidade
É cheia de an, é cheia de en
É cheia de in, é cheia de on
Menina, a felicidade é cheia de a,
É cheia de é, é cheia de i, é cheia de ó
É cheia de a, é cheia de é,
É cheia de i, é cheia de ó
mônica salmaso - a canoa virou
A canoa virou
Por deixá-la virar
Foi por causa da Sandra
Que não soube remar
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar
Tirava a Sandra
Do fundo do mar
mônica salmaso - a violeira
Desde menina caprichosa e nordestina
Que eu sabia, a minha sina era no Rio vir morar
Em Araripe, topei com o chofer de um jipe
Que descia pra Sergipe pro serviço militar
Esse maluco me largou em Pernambuco
Quando um cara de trabuco me pediu pra namorar
Mais adiante, num estado interessante
Um caixeiro viajante me levou pra Macapá
Uma cigana revelou que a minha sorte
Era ficar naquele Norte, eu não queria acreditar
Juntei os trapos com um velho marinheiro
Viajei no seu cargueiro que encalhou no Ceará
Voltei pro Crato e fui fazer artesanato
De barro bom e barato pra mó de economizar
Eu era um broto e também fiz muito garoto
Um mais bem feito que outro, eles só faltam falar
Juntei a prole e me atirei no São Francisco
Enfrentei raio, corisco, correnteza e coisa má
Inda arrumei com um artista em Pirapora
Mais um filho e vim-me embora
Cá no Rio vim parar
Ver Ipanema foi que nem beber Jurema
Que cenário de cinema que poema à beira-mar
E não tem tira, nem doutor, nem ziguizira
Quero ver quem é que tira nós aqui desse lugar!
Será verdade que eu cheguei nessa cidade
Pra primeira autoridade resolver me escorraçar?
Com a tralha inteira, remontar a Mantiqueira
Até chegar na corredeira e o São Francisco me levar?
Me distrair nos braços de um barqueiro sonso
Despencar na Paulo Afonso no oceano me afogar?
Perder os filhos em Fernando de Noronha
E voltar morta de vergonha pro sertão de Quixadá?
Tem cabimento depois de tanto tormento
Me casar com algum sargento e todo sonho desmanchar
Não tem carranca, nem trator, nem alavanca
Eu quero ver quem é que arranca nós aqui desse lugar!
mônica salmaso - a felicidade
Tristeza não tem fim, felicidade, sim...
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar...
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval,
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento do sonho
Pra fazer a fantasia de rei ou pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira
A felicidade é como gota de orvalho
Nnuma pétala de flor
Brilha tranqüila, depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo por favor
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos do amor
mônica salmaso - a histórialily braun
Como num romance
O homem dos meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom
Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri feliz
E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão
Foi desde então ficando flou
Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilinguindo toda
Ao som do blues
Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris
E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê
Como amar esposa
Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar
Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz
mônica salmaso - a lenda do abaeté
No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca
Ô de areia branca
Ô de areia branca
De manhã cedo
Se uma lavadeira
Vai lavar roupa no Abaeté
Vai se benzendo
Porque diz que ouve
Ouve a zoada
Do batucajé
O pescador
Deixa que seu filhinho
Tome jangada
Faça o que quisé
Mas dá pancada se o seu filhinho brinca
Perto da Lagoa do Abaeté
Do Abaeté
A noite tá que é um dia
Diz alguém olhando a lua
Pela praia as criancinhas
Brincam à luz do luar
O luar prateia tudo
Coqueiral, areia e mar
A gente imagina quanta a lagoa linda é
A lua se enamorando
Nas águas do Abaeté
Credo, Cruz
Te desconjuro
Quem falou de Abaeté
No Abaeté tem uma lagoa escura
mônica salmaso - a permuta dos santos
São José de porcelana vai morar
Na matriz da Imaculada Conceição
O bom José desalojado pode agora despertar
E acudir os seus fiéis sem terra, sem trabalho e pão
Vai a virgem de alabastro Conceição
Na carroça para a Igreja do Bonfim
A Conceição incomodada de escutar nossa oração
Nos livrar da seca, da enxurrada e da estação ruim
Bom Jesus de luz neon sai do Bonfim
Pra capela de São Carlos Borromeu
O Bom Jesus contrariado deve se lembrar enfim
De mandar o tempo de fartura que nos prometeu
Borromeu pedra-sabão vai pro altar
Pertencente à Estrela-Mãe de Nazaré
A Nazaré vai de mudança pro mosteiro de São João
E o Evangelista prá basílica de São José
Mas se a vida mesmo assim não melhorar
Os beatos vão largar a boa fé
E as paróquias com seus santos, tudo fora de lugar
Santo que quiser voltar pra casa, só se for a pé
mônica salmaso - a velha
Lá em casa tinha uma velha
Essa velha tinha uma cama
E debaixo da cama uma cumbuca
Dentro da cumbuca um rato
No meio da sala um cachorro
Perto da cumbuca um gato
Quando a velha subiu
A forquilha rachou
A cama caiu
E a cumbuca quebrou
A rato chiou
Mas o gato pegou
Cachorro ganiu
Au, au, minha velha
Você mesmo é que facilitou
mônica salmaso - a volta do malandro
Eis o malandro na praça outra vez
Caminhando na ponta dos pés
Como quem pisa nos corações
Que rolaram dos cabarés
Entre deusas e bofetões
Entre dados e coronéis
Entre parangolés e patrões
O malandro anda assim de viés
Deixa balançar a maré
E a poeira assentar no chão
Deixa a praça virar um salão
Que o malandro é o barão da ralé
mônica salmaso - ave maria no morro
Barracão de zinco
Sem telhado, sem pintura
Lá no morro
Barracão é bangalô
Lá não existe
Felicidade de arranha-céu
Pois quem mora lá no morro
Já vive pertinho do céu
Tem alvorada, tem passarada
Alvorecer
Sinfonia de pardais
Anunciando o anoitecer
E o morro inteiro no fim do dia
Reza uma prece ave maria
Ave Maria, Ave
E quando o morro escurece
Elevo a Deus uma prece
Ave Maria
mônica salmaso - basta um dia
Pra mim basta um dia
Não mais que um dia
Um meio dia
Me dá só um dia
E eu faço desatar
A minha fantasia
Só um belo dia
Pois se jura, se esconjura
Se ama e se tortura
Se tritura, se atura e se cura
A dor na orgia
Da luz do dia
É só o que eu pedia
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia
Só um santo dia
Pois se beija, se maltrata
Se come e se mata
Se arremata, se acata e se trata
A dor na orgia
Da luz do dia
É só o que eu pedia, viu
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia
mônica salmaso - bate canela
Ora, bate canela que eu quero ver
Sinhá Maria tem sete filho
Todos sete pequenininho
Panelinha, pequenininha
Todos sete querem comer.
mônica salmaso - beatriz
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
mônica salmaso - beradêro
Os olhos tristes da fita
Rodando no gravador
Uma moça cosendo roupa
Com a linha do equador
E a voz da santa dizendo:
O que é que eu tô fazendo
Cá em cima desse andor
A tinta pinta o asfalto
Enfeita a alma
Motorista é cor na cor da cidade
Batom no lábio nortista
O olhar vê tons tão sudestes
E o beijo que vós me nordestes
Arranha-céu da boca paulista
Cadeiras elétricas da baiana
Sentença que o turista cheire
E os sem amor, os sem teto
Os sem paixão, sem alqueire
No peito dos sem peito uma seta
E a cigana analfabeta
Lendo a mão de Paulo Freire
A contenteza do triste
Tristezura do contente
Vozes de faca cortando
Como o riso da serpente
São sons de sins, não contudo
Pé quebrado, verso mudo
Grito no hospital da gente
mônica salmaso - boa noite
Gatinha a mamãe tá tão cansada
Vê se dorme hoje toda a madrugada
Garoto que dá uma de bacana
Faz xixi, escova os dentes e já pra cama
Brotinho com você não tem problema
Só não dorme quando vamos pro cinema
Ich e agora, a nenê tá com cocô
E a mamãe já foi pra casa do vovô
Meu filho se você dormir bem cedo
Amanhã te conto um baita de um segredo
Menininha pra que tanta choradeira
A mamãe já está fazendo a mamadeira
Menino não é hora de TV
Não tem essa de programa que você precisa ver
Criança eu já tive a sua idade
Também tive que dormir sem ter vontade
Bichinha cê é mesmo uma capeta
Você não disse que ia mais chupar essa chupeta?
Menininha você me enrola com pergunta
Bando é bando, banda é banda e bunda é bunda
Criançada vou cantar a vaca amarela
Quem falar primeiro come todo o cocô dela
Agora sem nenhuma brincadeira
Vê se dorme e chega de tanta besteira
Mil abraços, mil beijinhos, mil carinhos
Durma bem e sonhe só com os anjunhos
Boa Noite...
Cds mônica salmaso á Venda