MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
metá metá - vale do jucá
Era um caminho quase sem pegadas
Onde tantas madrugadas folhas serenaram
Era uma estrada, muitas curvas tortas
Quantas passagens e portas ali se ocultaram
Era uma linha, sem começo e fim
E as flores desse jardim, meus avós plantaram
Era uma voz, um vento, um sussurro
Relampo, trovão e murro nos que se lembraram
Uma palavra quase sem sentido
Um tapa no pé do ouvido
Todos escutaram
Um grito mudo perguntando aonde
Nossa lembrança se esconde
Meus avós gritaram
Era uma dança
Quase uma miragem
Cada gesto, uma imagem dos que se encantaram
Um movimento, um traquejo forte
Traçado, risco e recorte
Se descortinaram
Uma semente no meio da poeira
Chã da lavoura primeira
Meus avós dançaram
Uma pancada, um ronco, um estralo
Um trupé e um cavalo
Guerreiros brincaram
Quase uma queda, quase uma descida
Uma seta remetida, as mãos se apertaram
Era uma festa
Chegada e partida, saudações, despedidas
Meus avós choraram
Onde estará aquele passo tonto
E as armas para o confronto, onde se ocultaram?
E o lampejo da luz estupenda que atravessou a fenda
Que tantos enxergaram
Ah se eu pudesse, só por um segundo
Rever os portões do mundo que os avós criaram
metá metá - angoulême
Manca, pula, para e berra
Desespero na tela do celular
Vaga pela rua, na penumbra
Inventa seu amor fora do ar
Tem comida mas não come
Tem morada mas sem chave pra entrar
Vai beijar o chão de pedra
Transformada em pedra fria e cinza
Pele tatuada, carne mutilada
O seu dente sangra
Chora enquanto ri sozinha, faz careta
Grita um verso a quem passar
Não tá bom aqui em cima, salta
Sai de banda, um, dois, não tá mais
Platibanda leva a marca da felina
Sonsa que tem asa
metá metá - obá iná
Abram caminho para o rei
Sorriam em vez de se curvar
Ele é justiça, ele é a lei
Que fez pra nos levantar
Pra nos por em pé, nos erguer
E lançar pra orum nosso olhar
Não há justiça se há sofrer
Não há justiça se há temor
E se a gente sempre se curvar
Kawó kabiecilè xangô oba iná
Abram caminho para o rei
Que se anuncia em um trovão
Que bravo, escreve o que errei
Cuspindo fogo pro chão
Labareda pra eu me consertar
Fogo pra me aquecer de perdão
Não há justiça sem ceder
Não há justiça sem amor
E se a gente nunca se entregar
metá metá - oranian
Surgiu no Orum
Um punhado de pó
O chão do reino de Oió
Solo de Ifé
Um grão de terra vã
Opá de Oranian
Galo ciscou e espalhou
Pairou, boiou
A terra se multiplica no mar
Okê navega
Sobre o véu de Olokum(2x)
Guerreia
Ô, guerreia
E a espada cega corta
Sem olhar a quem
Guerreia
Ô, guerreia
E a pele preta e branca
Se desvai no além
metá metá - papel sulfite
Peço que você digite num papel sulfite
Versos convincentes
Peço que você grafite poemas de amor
Com tinta fluorescente
Peço que você delete tudo que doeu e te deixou doente
Não sei que bicho isso vai dar, mas peço
Vamos lá, meu bem, experimente.
Peço que me dê abrigo
Corte meu cabelo na lua crescente
Se você zangar comigo
Vamos ao cinema aliviar a mente
Peço que você aplique tudo em nós dois
Nós dois daqui pra frente
Não sei que bicho isso vai dar, mas peço
Vamos lá, meu bem, experimente
Peço que evite olheiras
A vida é passageira, amor, não esquente
Vamos imprimir em negrito
Tudo de bonito que marcou a gente
Peço que compense o atraso
Se quiser, me caso agora e para sempre
Não sei que bicho isso vai dar, mas peço
Vamos lá, meu bem, experimente
Tudo que te peço, meço
Pra não cometer excesso
Se ocorrer o inverso
Mil desculpas eu te peço
metá metá - samuel
Diz, samuel
Que que cê pensou?
Nem é longe de casa aqui
Vim uma vez
Acho que há um mês
Eu e o deto da 16
O deto é doido pra caralho
Zuou o guardinha daquele conjunto quadrado
Depois roubou moeda do homem estátua de lata
Diz, samuel
Que que cê pensou
Nem é tão diferente assim
Vim da outra vez
Chamei vocês
Com o nikimba do 23
Mas o nikimba é cabuloso
Desceu a augusta montado atrás do busão
Com a coxinha do bar deu perdido
E saiu sem pagar
Diz, samuel como é que foi
Porque cê nunca veio aqui
Quem te prendeu, quem te impediu
Qual o foi o muro que subiu
Porque não atravessou
Nunca pro lado de cá
Ó lá o metrô
Já vai fechar
Diz samuel que que cê pensou, nem é tão diferente assim
Diz samuel que que cê pensou, nem é longe de casa aqui
metá metá - três amigos
São três amigos para matar
Mais doze santos pra apedrejar
Um grande amor a sodomizar
Ã?, não deu, não dá
Uma esperança morta pra lá
Uma ferida aberta pra cá
Um carnaval onírico, ai
Ã?, não deu, não dá
Tem um carmim, um fim, um dó
Tem um agogô, um pus, um som
Tem, de funeral, de bem viver
Tem, de cheiro meu, de cheiro bom
metá metá - trovoa
Minha cabeça trovoa
Sob o meu peito eu te trovo e me ajoelho
Destino canções pros teus olhos vermelhos
Flores vermelhas, vênus, bônus
Tudo que me for possível, ou menos
Mais ou menos
Me entrego, ofereço, reverencio a tua beleza
Física também, mas não só,
Não só
Graças a deus você existe
Acho que eu teria um troço se você dissesse que não tem negócio
Te ergo com as mãos, sorrio mal, mal sorrio
Meus olhos fechados te acossam
Fora de órbita
Descabelada, diva, súbita
Súbita
Seja meiga, seja objetiva
Seja faca na manteiga
Pressinto como você chega, ligeiro
Vasculhando a minha tralha
Bagunçando a minha cabeça
Metralhando na quinquilharia que carrego comigo
Clipes, grampos, cremes, tônicos
Toda dureza incrível do meu coração
Feita em pedaços
Minha cabeça trovoa
Sob teu peito eu encontro a calmaria e o silêncio
No portão da tua casa no bairro
Famílias assistem tv - eu não
Às 8, 9 da noite
Eu fumo um marlboro na rua como todo mundo
E como você, eu sei
Quer dizer, eu acho que sei
Eu acho que sei
Vou sossegado e assobio
E é porque eu confio em teu carinho
Mesmo que ele venha num tapa
E caminho a pé pelas ruas da lapa
- logo cedo, vapor? não acredito!
A fuligem me ofusca
A friagem me cutuca
Nascer do sol visto da vila ipojuca
O aço fino da navalha que faz a barba
O aço frio do metrô
O halo fino da tua presença
Sozinha na padoca em santa cecília
No meio da tarde, soluça
Quer dizer, relembro
Batucando com as unhas coloridas
Na borda de um copo de cerveja
Resmunga quando vê
Que ganha chicletes de troco
Lembrando que um dia falou
"sabe, você tá tão chique, meio freak, anos 70
Fique
Fica comigo
Se você for embora eu vou virar mendigo
Eu não sirvo pra nada
Não vou ser seu amigo
Fique
Fica comigo"
Minha cabeça trovoa
Sob o teu manto eu me entrego
Ao desafio de te dar um beijo, entender o teu desejo
Me atirar pros teus peitos
Meu amor é imenso, é maior do que penso
É denso
Espessa nuvem de incenso de perfume intenso
E o simples ato de cheirar-te
Me cheira a arte
Me leva a marte
A qualquer parte
A parte que ativa a química
Química
Ignora a mímica e a educação física
Só se abastece de mágica
Explode uma garrafa térmica
Por sobre as mesas de fórmica de um salão de cerâmica
Onde soem os cânticos
Convicção monogâmica
Deslocamento atômico
Para um instante único
Em que o poema mais lírico
Se mostre a coisa mais lógica
E se abraçar com força descomunal
Até que os braços queiram arrebentar
Toda a defesa que hoje possa existir
E por acaso queira nos afastar
Esse momento tão pequeno e gentil
E a beleza que ele pode abrigar
Querida, nunca mais se deixe esquecer
Aonde nasce e mora todo o amor
metá metá - umbigada
Do quimbundo, semba
Singular, dissemba
No plural, massemba
Dançam a semba em luanda
Do zaire ao cunene
De cabinda ao zaire
Umbigada bantu
Bbanziri de oubangue
Desce pelo congo
Chega ao poente africano
Até moçambique
Passa por catanga
Fogope da rebita de benguela
Quilengue de angola
A umbigada é obrigatória
Em moçambique
Na xingombela
Umbigam da mesma forma
Cassonda dos bangalas de cacole
Sobado do titoco
Que assisti em terra lunda
Quem diz batuque
Diz umbigada
E sacudidas cheganças
Vira verde gaio sarapico
Malhão caninha verde
Bailarico bambelô
Coco lundu zambê
Semba
metá metá - vias de fato
E na reta, caminhar
Sem saber onde vai dar
No breu, sigo só
E o corpo no espaço é bom
Me alimento desse breu
Já nem sinto quem sou eu
Noturno, fugaz
Já não sei se sou capaz de parar
Bifurcação, entroncamento, contramão
São ruas sem fim
Vias de fato aos pés de quem
Desrespeitou sinais e atravessou ileso
Decidiu flutuar, quis se plantar de peso
Quando a noite cansar e a luz brotar à esmo
Sigo o meu caminhar, nunca amanheço o mesmo
metá metá - me perco nesse tempo
Ás vezes sinto tenho que mudar
Penso que o tempo sempre quis me devorarMe perco nesse tempo
Me perco nesse tempo
Me perco nesse tempo
Me perco nesse tempo
Me perco em pensamento
Caminhando prá tão longe
Não sei como voltar
Não sei como voltar
Me perco nesse tempo
Me perco nesse tempo
Me perco nesse tempo
Me perco nesse tempo
Ás vezes sinto tenho que mudar
Penso que o tempo sempre quis me devorar
Tempo! (me perco nesse tempo)
Tempo! (me perco nesse tempo)
Tempo! (me perco nesse tempo)
Tempo! (me perco nesse tempo)
Me perco nesse tempo!
Me perco nesse tempo!
Me perco nesse tempo!
Me perco nesse tempo!
Cds metá metá á Venda