marilia medalha - o grande apelo
Uma tarde na Bahia, amor
Perdi a minha paz
A saudade que eu sentia, amor
Doía, amor, demais
Mas o vento em meus cabelos
Era um lamento
Cheio de apelos
E no vento eu pressentia, amor
Que eu ia, amor, amar
Ao sol, no mar, no mar
[atheredrum]
marilia medalha - ponteio
Era um, era dois, era cem
era o mundo chegando e ninguém
que soubesse que sou violeiro
Que me desse um amor ou dinheiro
Era um, era dois, era cem
vieram pra me perguntar
Ã? você, de onde vai, de onde vem
diga logo o que tem pra contar
Parado no meio do mundo
senti chegar meu momento
Olhei pro mundo e nem via
nem sombra, nem sol, nem vento
Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar
Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar
Quem me dera agora eu tivesse a viola pra cantar
Quem me dera agora, eu tivesse a viola pra cantar, pra cantar
Era um dia, era claro, quase meio
era um canto calado, sem ponteio
Violência, viola, violeiro
era morte em redor, mundo inteiro
Era um dia, era claro, quase meio
tinha um que jurou me quebrar
Mas não lembro de dor nem receio
só sabia das ondas do mar
Jogaram a viola no mundo
mas fui lá no fundo buscar
Se eu tomo e viola, ponteio
meu canto não posso parar, não
Quem me dera agora, eu tivesse a viola pra cantar, ponteio
Quem me dera agora, eu tivesse a viola pra cantar, ponteio
Quem me dera agora, eu tivesse a viola pra cantar, ponteio, ponteio, todo mundo pontear
Quem me dera agora, eu tivesse a viola pra cantar, pontear
Era um, era dois, era cem
era um dia, era claro, quase meio
Encerrar meu cantar já convém
prometendo um novo ponteio
Certo dia que sei por inteiro
eu espero, não vai demorar
Esse dia estou certo que vem
diga logo que vim pra buscar
Correndo no meio do mundo
não deixo a viola de lado
Vou ver o tempo mudado
e um novo lugar pra cantar
Quem me dera agora, eu tivesse a viola pra cantar, ponteio
Quem me dera agora, eu tivesse a viola pra cantar, ponteio
Quem me dera agora
marilia medalha - são são paulo
São, São Paulo mon amour
São, São Paulo mon amour
São oito milhões de habitantes
De todo canto em ação
Que se agridem cortesmente
Correndo a todo vapor
E amando com todo ódio
Se odeiam com todo amor
São oito milhões de habitantes
Aglomerada solidão
Por mil chaminés e carros
Caseados à prestação
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo mon amour
São, São Paulo mon amour
Salvai-nos por caridade
Pecadoras invadiram
Todo centro da cidade
Armadas de rouge e batom
Dando vivas ao bom humor
Num atentado contra o pudor
A família protegida
O palavrão reprimido
Um pregador que condena
Um festival por quinzena
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo mon amour
São, São Paulo mon amour
Santo Antonio foi demitido
E os Ministros de cupido
Armados da eletrônica
Casam pela Tv
Crescem flores de concreto
Céu aberto ninguém vê
Pelo norte é veraneio
No Rio é banho de mar
Todo está de férias
E nós é só trabalhar
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo mon amour
São, São Paulo mon amour
marilia medalha - senhor motorista de praça
Senhor, motorista de praça
Meu velho amigo
Agora tambem vou fazer minha media contigo
A sua vida, corre perigo constante
E não te dão colher
Por isso as vezes na rua
Tu me deixas a pé
Não, não avance o sinal
Nem ande na contra mão
Quem dorme no volante
Acorda no céu
Todo cuidado é pouco
Nesse transito louco
Quando preciso de um taxi
Faço um sinal
Olhas para o outro lado, aí é que a vaca vira boi
Fico muito invocado
Mas no fundo eu te dou razão, sei que não fazes por mal
A cara da gente não diz, quem é o marginal
A cara da gente não diz quem é o marginal
marilia medalha - valsa para o ausente
Procura ouvir
A minha voz
Na tua solidão
Procura ver
Meu corpo a sós
Arder na escuridão
Procura, amor
Em tua dor
Sentir o pranto meu
Aqui estou eu
A te esperar
Com tudo que foi teu
Não tardes mais
Que as tardes más
Já vão anoitecer
[atheredrum]
marilia medalha - tarde em itapuã
Um velho calção de banho
Um dia prá vadiar
O mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois, na Praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de côco
Ã? bom!
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã
Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha
E com olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda rodar
Ã? bom!
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã
Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz
E o diz-que-diz-que macio
Que brota dos coqueirais
E nos espaços serenos
Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos
Da lua de Itapuã
Ã? bom!
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã