MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
marco brasil - meu velho pai
Meu velho pai
Preste atenção no que eu lhe digo
Meu pobre papai querido
Enxugue as lágrimas do rosto
Porque papai que você chora tão sozinho
Me conta meu papaizinho
O que lhe causa desgosto
Estou notando que você esta cansado
Meu pobre velho adorado
Sua filha esta falando
Quero saber qual a tristeza que existe
Não quero ver você triste
Por que é que esta chorando
Quando lhe vejo tão tristonho desse jeito
Sinto estremecer meu peito
Ao pulsar meu coração
Meu pobre pai você sofreu pra me criar
Agora vou lhe cuidar
Essa é a minha obrigação
Não tenha medo meu velhinho adorado
Estarei sempre do teu lado
Não lhe deixarei jamais
Eu sou o sangue do seu sangue papaizinho
Não vou lhe deixar sozinho
Não tenha medo meu pai
Você sofreu quando eu era ainda criança
a sua grande esperança
era me ver homem formado
Eu fiquei grande, estou seguindo meu caminho
E você ficou velhinho
Mas estou sempre ao seu lado
Meu pobre pai, seus passos longos silenciaram
Seus cabelos branquiaram
Seu olhar escureceu
A sua voz quase que não se ouve mais
Não tenha medo meu pai
Quem cuida de você sou eu
Meu papaizinho não precisa mais chorar
Saiba que não vou deixar
Você sozinho, abandonado
Eu sou seu guia, eu sou seu tempo e sou seus passos
Sou sua luz e sou seus braços
seu filho abençoado
marco brasil - filho ingrato
Certa vez estive viajando por esse Brasil afora
Quando me vi no sertão
Numa estrada de chão, era tarde, umas 3 hs
De repente, meu carro quebrado,
Fechei os vidros, deixei ali encostado
E ajuda eu fui procurar
Quando eu vi uma casa ali perto
O lugar era deserto
Pelo trilho comecei a andar
Fui chegando devagarinho
E quando vi estava pertinho
Por ajuda fui gritando
A casa parecia abandonada
A porta não estava trancada
Eu abri, fui entrando
Na entrada logo vi que alguém morava ali
Pois tinha uma cama velha,
Duas panelas na prateleira
Num canto, um banco encostado,
O fogão de lenha do lado
E a moringa era geladeira
De repente ouvi um gemido
Entrei e vi um velho caído
Que me disse com a voz extremecida:
meu filho, sente aqui do meu lado,
Só ouça, fique calado
A história da minha vida...
Eu era um rapaz faceiro,
Era o rei dos boiadeiros
Tinha vida pra dar e vender
Na viola eu era um açoite
Trabalhava dia e noite,
Só não sabia ler e escrever
Me apaixonei por uma moça
Chamada Tereza
E no dia do nosso casamento
Dançamos até noite adentro
E eu fazia meus planos,
Vou construir nossa casinha
Criar gado, criar galinha
Nem que demorasse muitos anos
Mas aí veio a tristeza
A minha querida Tereza
O filho não pôde suportar
Foi sentindo a dor do parto
E ai nesse mesmo quarto
Ela partiu e com Deus foi morar
Fiquei eu e o menino
Tracei ali o seu destino e jurei a ele,
Estudo dar
Nem que eu tivesse o sacrifício
Se fosse pro seu benefício
Até sangue eu ia derramar
Mas quem tem Deus não se apura
Mesmo levando uma vida dura
Eu não podia me queixar
Eu era muito valente
O menino inteligente
Arroz e feijão nunca ia faltar
Me lembro como se fosse agora
Ele chegando da escola
No ultimo dia do ano
E com sua simplicidade me disse
Pai, eu quero entrar na faculdade
Pois é esse meu plano
E se foi para a cidade grande
Me deixando aqui tão longe
Para vencer no seu futuro
Eu fazia economia, trabalhava noite e dia
Para manter o seu estudo
Se passaram quatro anos
E eu na roça lutando
Numa vida muito dura
Mas ao céu eu agradeci
Pela graça que recebi
Pois chegou o dia da sua formatura
Vesti meu terno de estopa
Eu não tinha outra roupa
No meu pé, meu velho sapatão
Com as unhas sujas de terra
Pulei vale, cruzei serras
Pra ver meu filho receber a sua formação
Fui chegando na cidade
E com a minha simplicidade
No salão eu fui entrando
Quando vi meu filho do lado
Tava bonito, tava arrumado
E pro seu lado fui andando
Eu fui com os braços abertos
Mas na hora ele saiu de perto
Com uma cara risonha
Criticou minha roupa velha
As unhas sujas de terra
Falou que de mim estava com vergonha
Foi embora e me deixou ali num canto
Dos meus olhos escorreu pranto
E no meu peito uma grande dor
Pois ali me desprezava
Quem eu tanto ajudava
do fundo do meu amor
Fui saindo do salão
Cruzei aquela multidão
Com o peito cheio de tormento
Então voltei pra essa casinha
Pra tocar minha vidinha
E esquecer meu sofrimento
Hoje... hoje estou velho, eu sei!
De tanto que trabalhei
Da minha dor que mais parece uma ferida
O meu filho eu não vi nunca mais
Hoje deve ser doutor ou senhor dos tais
E eu aqui, no fim da minha vida
Mas vá, parte agora
E se um dia encontrar meu filho
Por essa estrada afora
Diga à ele que aquele terno de estopa
Que eu usei no dia da sua formatura
É o mesmo terno que usei
No dia que me casei
Com aquela que morreu para lhe dar a vida
E é com ele que eu vou para sepultura
Diga também que foi com aquele velho sapatão
Que eu trabalhei e tirei desse chão
O sustento do seu futuro
E as unhas sujas de terra
Representa o anel de formatura
De quem nunca teve estudo
E por fim, diga a ele que eu lhe perdôo
Que por Deus eu lhe abençôo
E não reclamo a minha cruz
Foi tão grande meu sofrimento
Mas não se compara em nenhum momento
Ao sofrimento de Jesus"
marco brasil - adeus papai adeus mamãe
Adeus Papai, Adeus Mamãe
Eu sou o filho que volta, a bater na mesma porta
Que há muito tempo eu fechei,
Quando fui embora chorando e aqui soluçando
Papai e mamãe eu deixei
Hoje, vejo a gaiola vazia do canário que um dia,
Eu mesmo mandei soltar,
Talvez o pobre passarinho, voltou ao seu velho ninho
Como eu voltei ao meu lar
Vejo o meu cão policial latindo ali no quintal
Nem me reconheceu
Vem lobo, vem ver o seu dono que te deixou no abandono
Sem ao menos dizer-lhe adeus.
Já vai alta a madrugada, vejo a janela fechada
Do quarto de meus velhinhos
Talvez mãezinha chora, sem nunca pensar que agora
O seu filho está tão pertinho!
Talvez pensam que eu morri, porque nunca lhes escrevi
Desde a minha despedida.
Eles devem estar velhinhos, já na curva do caminho
Que conduz ao fim da vida
Abra a porta papai!
O seu filho está de volta prá pedir sua benção,
Sei que sua voz não sai, cortada pela emoção
Não precisa dizer nada, deixe as lágrimas derramadas
Banharem meu peito de dor.
Eu que vivi sem carinho, 20 anos papaizinho
Quero agora o seu calor!
Papai, cadê minha mãezinha?
Meu pensamento adivinha, olhando nos olhos seus
Meu filho, chorando quero te dizer:
Sua mãe não pode viver, foi se embora morar com Deus.
Qual uma flor entre espinhos, no abandono murchou
Papai como você está velhinho
Seus cabelos estão branquinhos,
foram as tardes sem fim
Vejo na parede a fotografia da mãezinha que um dia
Eu deixei chorar,
Parece que ela me diz:
"Filho como estou feliz, de ver você regressar"
Parti pra fazer riqueza, pra tirar-me da pobreza
Ao meu pai e minha mãezinha,
Mas compreendi tarde demais,
Que eram os meus velhos pais, a maior riqueza que eu tinha.
marco brasil - bens materiais
Bens Materiais
Preste atenção minha gente no que eu tenho pra dizer
Este é fato muito triste e que jamais vou esquecer:
Existiu um cidadão ganancioso demais,
Só pensava em poder e em bens materiais.
Tinha uma esposa mal amada e um filho por nome Juninho,
A quem pouco dava atenção e jamais dava carinho!
O pai ignorava a família e só pensava no dinheiro
Não tinha morada certa nem tão pouco paradeiro.
Quantas vezes a mãe ao lado de seu filhinho
Passavam Natal, aniversários e outros dias sozinhos.
O filho às vezes chorava querendo o pai encontrar
E a mãe sempre dizia querendo lhe consolar
Seu pai está trabalhando pra mais conforto nos dar!
O pai sempre viajando por este chão brasileiro
Não media as conseqüências
Pra ganhar o seu dinheiro.
Certa vez um bom dinheiro ele conseguiu ganhar
Comprou o carro importado que ele vivia a sonhar
E depois de um bom tempo, com a família veio encontrar.
Chegou em casa no seu carro dirigindo
E para a sua família foi logo se exibindo
Era um carro de luxo da cor azul do céu
Que para todos ele mostrava, como se fosse um troféu.
O filho com saudades, perto do pai chegava.
mas ele não dava atenção, nem sequer pro filho olhava.
O homem só falava do carro, até parecia um louco
Depois de algum tempo, resolveu descansar um pouco.
O pai foi dormir e o garoto ficou acordado
Olhando pra aquele carro viu uma sujeira do lado.
Na inocência de criança querendo o pai ajudar,
Pegou um balde de água para o carro lavar
Pegou uma bucha de aço e começou a esfregar.
Depois com simplicidade foi correndo o pai acordar!
O homem ao ver o carro todo arranhado
Parecia um animal feroz e descontrolado
E como um demente que não sabe o que faz
Nas mãozinhas do menino começou a bater
A mãe num quarto trancada não pode seu filho ajudar
Vendo o pai com muito ódio o garoto castigar!
O pai mostrando maldade impedia e não deixava
Que a mãe buscasse socorro pro seu filho que ali chorava.
Três dias se passaram de sofrimento sentido
Atá que o pai foi consertar o carro e o filho pode ser
atendido.
O médico deu a notícia tão triste de se escutar
Mãe, a mãozinha de seu filhinho teremos que amputar!
Em estado de choque a mãe foi internada
E naquele mesmo dia a cirurgia do filho marcada.
Passaram-se alguns dias e o pai foi avisado
A notícia deixou o homem totalmente desesperado.
Saiu correndo para o hospital onde o filho estava internado.
Quando viu o seu filho, com a mão amputada, começou a chorar.
O menino o abraçou e quis o pai consolar.
Na inocência de criança para o pai começou a falar:
"Papai eu nunca mais vou fazer você chorar,
Pois eu já não tenho minha mãozinha para o seu carro arranhar!"
O homem saiu correndo sem saber o que fazer
Com tanta dor e remorso não queria mais viver.
Não tinha mais solução, não tinha mais outro jeito.
Pegou então uma arma e sem pensar
atirou contra o próprio peito.
Aquele tiro tirou a vida em poucos instantes
De um homem egoísta, covarde e ignorante!
Termino esta triste história e espero não ver outras iguais.
E deixo aqui uma mensagens para filhos e pais:
"Na vida há coisas mais importantes do que bens
materiais!"
marco brasil - meu país
Aqui não falta sol
Aqui não falta chuva
A terra faz brotar qualquer semente
Se a mão de Deus
Protege e molha o nosso chão
Por que será que tá faltando pão ?
Se a natureza nunca reclamou da gente
Do corte do machado, a foice, o fogo ardente
Se nessa terra tudo que se planta dá
Que é que há, meu país ?
O que é que há ?
Tem alguém levando lucro
Tem alguém colhendo o fruto
Sem saber o que é plantar
Tá faltando consciência
Tá sobrando paciência
Tá faltando alguém gritar
Feito um trem desgovernado
Quem trabalha tá ferrado
Nas mãos de quem só engana
Feito mal que não tem cura
Estão levando à loucura
O país que a gente ama
Feito mal que não tem cura
Estão levando à loucura
O Brasil que a gente ama
marco brasil - amigos
Amigo, Se me permites, gostaria de saber.
Se quando a gente ama mesmo pra valer. Se vale a pena encarar um sentimento?
Amigo se já passou por tudo que eu estou passando.
Me diga agora porque eu estou amando, uma pessoa que não sabe o que é o amor.
Amigo se já passou por tudo que eu estou passando.
Me diga agora porque eu estou amando, uma pessoa que não sabe o que é o amor.
marco brasil - menina da aldeia
Te conheci criança,
Quando você morava na aldeia,
Você era uma menina feia,
De chinelinho nos pés,
Sempre despenteada,
Saia rasgada nas cadeiras,
O dia inteiro abanando a peneira, na colheita do café.
Te encontro agora, completamente diferente,
Tão bonita e atraente, um encanto de mulher,
Queria tanto ser o seu primeiro namorado,
Seu marido apaixonado, cheio de amor e fé.
(Refrão)
Menina da Aldeia...
Ai quem me dera se eu pudesse agora,
Voltar de novo ao tempinho da escola,
E com você novamente estudar.
Menina da Aldeia...
Lembro me ainda como se fosse agora,
Eu no caminho lhe te tomava a sacola,
Só pra ver você chorar.
Quem diria que você iria ficar tão bonita?
Não usa mais o vestido de chita,
Nem a sandalia de amarrar,
Ficou moderna agora,
Lindas curvas na cintura,
Parece mesmo uma escultura,
Delicada no andar.
O tempo transformou aquela menina feia,
Num corpinho de sereia,
Um encanto de mulher,
Queria tanto ser o seu primeiro namorado,
Seu marido apaixonado, cheio de amor e fé.
marco brasil - a gostosona
Gostosona sai na rua assanha a rapaziada
Seu rebolado é igual uma cobra mal matada
Ela usa saia curta, ela arrasa, ela detona
E o povo grita em cora ela é mesmo um tesouro
A danada é gostosona
Ela faz pobre beber,
faz rico ficar na lona
Gaiteiro fica maluco e rasga sua sanfona
Homem sério de verdade por ela se apaixona
Também estou nesse jogo eu já amarrei
Um fogo por causa da gostosona
Mulherada lá do bairro morre de ciúmes dela
Casadas estão unidas para dar um couro nela
Eu que estou desimpedido meu coração
Tá sem dona eu quero subir no trono tô doido
Pra ser o dono do corpo da gostosona
Ela faz pobre beber, faz rico ficar na lona
Gaiteiro fica maluco e rasga sua sanfona
Homem sério de verdade por ela se apaixona
Também estou nesse jogo eu já amarrei
Um fogo por causa da gostosona (bis)
marco brasil - touro de rodeio
Em toda festa de Rodeio tem arrasta pé
Aí é que chove mulher
A fim de segurar peão
Aí eu pego logo um copo e peço uma cerveja
Depois que eu fico beleza
Eu gasto as botas no salão
Ã? neste agarradinho que eu me dou bem
Sou um campeão não tem pra ninguém
Ninguém me derruba dentro da arena
Eu sou bom de montaria eu sou bom de braço
Vou prender você dentro do meu laço
Dou o meu amor pra você morena
Eu sou seu Cowboy e Violeiro
Eu quero em voce me agarrar
Meu coração ta que nem touro de rodeio
marco brasil - boate azul
Doente de amor procurei remédio na vida noturna
Como uma flor da noite em uma bote aqui na zona sul
A dor do amor é com outro amor que a gente cura
Vim curar a dor deste mal de amor na boate azul
E quando a noite vai se agonizando no clarão da aurora
Os integrantes da vida noturna se foram dormir
E a dama da noite que estava comigo também foi embora
Fecharam-se as portas sozinho de novo tive que sair
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou
Muito vagamente me lembro que estou
Em uma boate aqui na zona sul
Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer
Qual é o nome daquela mulher, a flor da noite da boate azul
Doente de amor procurei remédio na vida noturna
Como uma flor da noite em uma bote aqui na zona sul
A dor do amor é com outro amor que a gente cura
Vim curar a dor deste mal de amor na boate azul
E quando a noite vai se agonizando no clarão da aurora
Os integrantes da vida noturna se foram dormir
E a dama da noite que estava comigo também foi embora
Fecharam-se as portas sozinho de novo tive que sair
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou
Muito vagamente me lembro que estou
Em uma boate aqui na zona sul
Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer
Qual é o nome daquela mulher, a flor da noite da boate azul
marco brasil - fecha não buteco
Fecha não buteco que hoje eu não saio daqui
Mais um gole da marvada eu não quero nem dormi
Fecha não buteco que hoje eu não saio daqui
Só por causa da marvada hoje vivo pelas beiradas
Bebendo até cair.
Esse trem foi embora Me deixou na solidão
Hoje vivo arrependido Hoje vivo no mundão.
Marvada acertou de Jeito Catucou meu coração
Me deixou desnorteado Um menino apaixonado
Buteco não fecha não.
Fecha não buteco que hoje eu não saio daqui
Mais um gole da marvada eu não quero nem dormi
Fecha não buteco que hoje eu não saio daqui
Só por causa da marvada hoje vivo pelas beiradas
Bebendo até cair.
Esse trem foi embora Me deixou na solidão
Hoje vivo arrependido Hoje vivo no mundão.
Marvada acertou de Jeito Catucou meu coração
Me deixou desnorteado Um menino apaixonado
Buteco não fecha não.
Fecha não buteco que hoje eu não saio daqui
Mais um gole da marvada eu não quero nem dormi
Fecha não buteco que hoje eu não saio daqui
Só por causa da marvada hoje vivo pelas beiradas
Bebendo até cair.
marco brasil - gaúcho de passo fundo
Me perguntaram se eu sou gaúcho, está na cara, repare o meu jeito
Eu sou gaúcho lá de Passo Fundo e trato todo mundo com muito respeito
Mas se alguém me pisar no pala meu revolver fala e o buchincho está feito.
Não sou nervoso, nem carrego medo, eu me criei em conhecer remédio
Eu meto o peito em qualquer fandango, mas quando me zango até derrubo prédio
Eu sou gaúcho e se me agride eu tundo, sou de Passo Fundo do Planalto médio
Me perguntaram qual era a razão de ter orgulho em ser passofundense
Eu respondi sou da terra do trigo tem povo amigo e quando luta vence
É um pedaço do Rio Grande amado, orgulha o estado e o povo riograndense
Já respondi a pergunta seu moço, me dá licença vou encilhar o cavalo
Brasil a fora atravessei os estados, troteando apressado vim tirando o talo
Pra ver as prendas mais lindas do mundo, chega em Passo Fundo no cantar do galo
marco brasil - franguinho na panela
O recanto onde moro é uma linda passarela
O carijó canta cedo, bem pertinho da janela
Eu levanto quando bate o sininho da capela
E lá vou eu pro roçado, tenho Deus de sentinela
Têm dia que meu almoço, é um pão com mortadela
Mais lá no meu ranchinho a mulher e os filhinhos
Tem franguinho na panela
Eu tenho um burrinho preto bão de arado e bão de sela
Pro leitinho das crianças, a vaquinha Cinderela
Galinha tá no terreiro papagaio tagarela
Eu ando de qualquer jeito, de butina ou de chinela
Se na roça a fome aperta, vou apertando a fivela
Mais lá no meu ranchinho a mulher e os filhinhos
Tem franguinho na panela
Quando eu fico sem serviço a tristeza me atropela
Eu pego um bico pra fora, deixo cedo a corruptela
Eu levo meu viradinho é um fundinho de tigela
É só farinha com ovo, mas é da gema bem amarela
É esse o meu almoço, que desce seco na goela
Mais lá no meu ranchinho a mulher e os filhinhos
Tem franguinho na panela
Minha mulher é um doce e diz que sou o doce dela
Ela faz tudo pra mim, tudo o que eu faço é pra ela
Não vestimo lã nem linho é no algodão e na flanela
É assim a nossa vida, que levamos na cautela
Se eu morrer Deus dá um jeito, pois a vida é muito bela
Não vai faltar no ranchinho pra mulher e os filhinhos
Um franguinho na panela.
marco brasil - rodeio no céu
Eu não sei se é uma miragem
Ou é aviso o que ando tendo
Talvez seja uma mensagem
O que vem me acontecendo
Esta noite eu fui dormir, já estava amanhecendo
Tive um sonho esquisito, parece que estava vendo
Tinha sido convidado para um rodeio lá no céu
Agradeci, disse que ia
Peguei o microfone e o chapéu
Ms quando entrei no carro, logo vi a diferença
No meu carro tinha asas, vejam só que desavença
E ele em autocomando, partiu dali em um segundo
Ao chegar lá no recinto,
Vi que estava em outro mundo
Só que a companheirada, era um povo conhecido
Meus amigos de rodeio, gente que havia morrido
Apesar do grande susto, eu logo me eles festejei
Dei um abraço em cada amigo, e com eles festejei
Nisto começou a abertura, tudo virou emoção
Orestes Ávila ao microfone, fazia uma declamação
Depois vinha Zé do prata e Fernando mourão
Um prestava homenagens, outro fazia oração
Haviam muitos tropeiros,
Mas só alguns que eu conhecia
Chico piu, Mauricio Alves,
valtinho biazi e companhia
Gauchinho e Carlos binatti
Estavam com as caras pintadas
Vicente ramalho e belarmino,
Madrinhavam as boiadas
Fernando nogueira de Marília,
Era o empresário da festa
E organizando provo do laço,
De presidente prudente estava o testa
O Zé louco e João Luciano, estavam dando sedém
Zé Luiz de lima e o Floriano, os ajudavam também
Jair horliani e tonho do neno,
Estavam de portereiros
E no fundo da querência,
Tinha oitenta boiadeiros
Nisto um gritou meu nome;
-Marco Brasil! Você não se lembra de mim?
Sou o kiko da Albertina
E logo dele me lembrei, e fiquei a imaginar
O que um menino tão novo,
Fazia naquele lugar
Vi que a morte leva todos,
Uns vão tarde, outros mais cedo
Mata os que tem coragem,
E também os que tem medo
Nisto em uma barraca ao lado,
Escutei umas cantorias
E lá estavam Artur Bernardes,
Declamando poesias
Acompanhando com a viola
Só tinha gente famosa
Teddy Vieira, tião carreiro,
Estavam afinando a voz
E num canto conversavam,
Tonico e Paulinho queiróz
Com isso, meu povo,
Acordei assustado e me lembrei do Faustão
Barraqueiro assassinado,
Que morreu junto ao irmão
E eu fiquei desnorteado
Não consigo entender até agora
Porque quando acordei,
Segurava um par de espora,
Ao lado a imagem de Nossa Senhora.
marco brasil - garoto de rua
Você que fica aí parado vendo televisão
De repente uma notícia forte te chama atenção
Uma cena estúpida, brutal e cruel
Mas ainda parece tão pouco
Pra mudar seu coração
Eu sou o personagem central
De toda essa história
História que você ignora
E faz que não vê
E exclui de seu consciente a vontade de um povo
Um povo que luta e que sofre pra sobreviver
Você tem em suas mãos
A força e o poder
Mas não tem a sabedoria pra entender
Que o Brasil é a sua pátria acima de tudo
E o povo precisa de luz
Pra sair desse escuro
Eu sou muito pequeno
Perante você
Eu sou apenas pedaço de alguém tão comum
Eu sou a ignorância da cabeça sua
Simplesmente sou, mais um garoto de rua
Cds marco brasil á Venda