marcelo barra - frutos da terra
Periquito tá roendo o coco da guariroba
Chuvinha de novembro amadurece a gabiroba
Passarinho voa aos bandos em cima do pé de manga
No cerrado é só sair e encher as mãos de pitanga
Tem guapeva lá no mato
No brejinho tem ingá
No campo tem curriola, murici e araçá
Tem uns pés de marmelada
Depois que passa a pinguela
Subindo pro cerradinho, mangaba e mama-cadela
Cajuzinho quem quiser é só ir buscar na serra
E não tem nada mais doce que araçá dessa terra
Manga, mangaba, jatobá, bacupari
Gravatá e araticum, olha o tempo do pequi
Tem guapeva lá no mato
No brejinho tem ingá
No campo tem curriola, murici e araçá
Tem uns pés de marmelada
Depois que passa a pinguela
Subindo pro cerradinho, mangaba e mama-cadela
marcelo barra - cora coralina
Mulher da terra
Ao pé da serra
Velha menina
Voa e me ensina a ser passarinho
Que bebe da fonte e volta pro ninho
Cora, da casa da ponte
Dos versos, do tempo
Do rio que leva
Segredos de Ana
Pra algum lugar
Coralina coragem
Coralina coração
Flor do tempo
Força e vontade
Pedra por pedra
Ana por Ana
Cora senhora
No espelho de agora
A ponte, o rio
Os sonhos de outrora
Mulher passarinho
Que bebe da água
E volta pro ninho
Coralina coragem
Coralina coração
Flor do tempo
Força e vontade
Pedra por pedra
Ana por Ana
marcelo barra - pequi
Tem que ser devagarinho,
rói daqui, raspa dali.
Py é casca, Qui espinho,
seu nome vem do Tupi.
Ouro e carne do cerrado,
gosto forte e exótico.
Com seu verde e dourado
é um fruto patriótico.
'Tá em todas as receitas,
sejam doces ou salgadas
e são muito bem aceitas,
mundo afora apreciadas.
O sabiá, o canarinho
e o atento bem-te-vi
têm o peito amarelinho
de tanto bicar pequi.
Cata pequi no cerrado,
cata pequi.
Cata pequi no cerrado,
cata pequi.
Não existe similar,
trem igual eu nunca vi.
Pro sertanejo caryocar
basta só comer pequi.
Viagra do sertão,
seu cheiro atrai paixão.
Quando é tempo de pequi
é cada um por si.
marcelo barra - araguaia
Longas noites, madrugadas
Quanta beleza pra um só lugar
Água limpa a se perder
Não, não volta nunca mais
Lentamente no abandono
Um estrela atravessou o céu
Encena um tema de ternura
Um pesadelo da razão
Meu Araguaia
Suas areias cobriram meus pés
Seu encanto fez do pranto
Um acalanto pra nós dois
E na rede ensimesmado
Sonho sonhos que já estão em mim
Sinto a vida que eu levo aqui
Não esqueço nunca mais
marcelo barra - goiás É mais
marcelo barra - saudade
Se queres compreender o que é saudade
Terás que antes de tudo conhecer
Sentir o que é querer, o que é ternura
E ter por bem um grande amor viver
Então, compreenderás o que é saudade
Depois de ter vivido um grande amor
Saudade é solidão! Melancolia!
Ã? nostalgia! Ã? recordar...! Viver!
Se queres compreender o que é saudade...
Terás que antes de tudo conhecer!
Sentir o que é querer, o que é ternura!
E ter por bem um grande amor viver!
Então, compreenderás o que é saudade!!!
Depois de ter vivido um grande amor...
Saudade é solidão! Melancolia! Ã? nostalgia! Ã? recordar. Viver!
marcelo barra - saudade brejeira
Que saudade do meu alazão
Do berrante imitando o trovão
Da boiada debaixo do sol
Nos caminhos gerais do sertão
Das estrelas a noite de luar
Capelobo na mata azul
Do arroz,com pequi do ingá
Dos amigos de fé da minha terra
Minha terra de Ribeirão das caldas
De olho d´gua magia e procissão
De congada do meu chapeu de palha
Desse amor natural do coração
Quando mãe traz noticias de lá
A vontade é de voltar pra ficar
Me abençoa o céu de acuã
De ripina e pinhé num pé de serra
Minha serra de ouro e dor dourada
Quanta tristeza nas tardes do sertão
Que a noite transforma em serenata
Cantoria que afasta solidão
O meu peito goiano é assim
De saudade brejeira sem fim
Quando gosto,ele diz "que trem bão!"
Quando canta a vida é paixão
marcelo barra - bodas de prata
Beijando teus lindos cabelos
Que a neve do tempo marcou
Eu guardo nos olhos molhados
A imagem que nada mudou
Estavas vestida de noiva
Sorrindo e querendo chorar
Feliz, assim, olhando para mim
Que nunca deixei de te amar
Vinte e cinco anos vamos festejar de união
E a felicidade continua em meu coração
Vai crescendo sempre mais o meu amor por ti
Eu também fiquei mais velho e quase não senti
Vinte e cinco anos de veneração e prazer
Pois até nos momentos de dor
O meu coração me faz compreender
Que a vida é bem pequena para tanto amor
Beijando teus lindos cabelos
Que a neve do tempo marcou
Eu guardo nos olhos molhados
A imagem que nada mudou
Estavas vestida de noiva
Sorrindo e querendo chorar
Feliz, assim, olhando para mim
Que nunca deixei de te amar
marcelo barra - ipê branco
Lembra dos versos que fiz
Teu coração junto ao meu
O nosso amor tão feliz
Naturalmente cresceu
Lembra do ipê amarelo
Manchando o verde do morro
Nosso amor de apenas um dia
Por toda vida ficou
Ah! o ipê que era roxo
Perdeu a flor da idade
Deixando ternura e saudade
Feito um final de tarde!
Lembra do ipê branco
Dando lições de vida
Na solidão do dia
Renasce a cada ano
Hoje os teus cabelos
Lembram o ipê branco
Tingiram nossa vida
De amor e encanto
marcelo barra - noites goianas
Tão meigas, tão claras
Tão belas, tão puras
Por certo não há
São noites de trovas
De beijos e juras
As noites de cá
Em Nice, em Lisboa
Na Itália famosa
Tais noites não há
São noites somente
Da pátria formosa
Do índio Goyá
As noites goianas
São claras, são lindas
Não temem rivais
Goianos, traduzem
Doçuras infindas
As noites que amais
São noites somente
Da pátria formosa
Do índio Goyá