MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
lisandro amaral - algum dia milagreiro
Alma de fronteira...derramou garoas em prantos iguais
Aos índios que o tempo mostrou,junto ao vento, razões de chorar
Em pontas de lanças, a velha esperança e um grito voraz!!!
Tombaram vaqueanos, pecado humano
Que a história sepulta em tempo de paz
E o vento minuano...é o mesmo de outrora rondando na pampa,
Mudaram estampas, chegaram bandeiras e um tempo ? sem paz!!!
Rezaram humanos, mas outros vaqueanos sangraram por terras...
Pecado aos homens, a ganância consome
E sepulta sem nome com fúria voraz!
Minha alma endurecida se moldou a voz do vento
E a paisagem consumida tem canções presas por dentro
Algum dia milagreiro abro o fole e curo a alma
Contemplando a noite calma ? ergo a paz num chamamé
Sonho peregrino...sob o teu destino esquecemos da fé,
E aos olhos do vento não temos mais tempo nem força no andar...
A vida é um lança e a velha esperança é um grito voraz
Cansaram humanos, dos tantos vaqueanos
Que aos olhos do povo mataram a PAZ...
lisandro amaral - décima pa l altamir cardozo
Los campos de serrilhada
- cruzada Del contrabando
Donde el sol viene clareando
Cimarrones y potradas
Miro la estampa entonada
De un hermano potreador
-sombrero aludo señor
En un bagual venenoso,
Altar de Altamir Cardozo,
Jinetazo y domador
La fortaleza en los ojos
Que miran siempre pa?lejos,
A campear algún reflejo
De los tiempos olvidados,
Pero así, por bien montado
Es más uno a campo fuera,
Gaucho pampa a su manera
Cruzando los pajonales,
Com tropillas de baguales
y uma gana de fronteira.
Yo quisiera que los tiempos
Con sus vueltas sin paradas,
Ofertaran sus payadas
Pa?los criollos de mi pago
Y en la seiva los amargos
Conservaran sus cadencias
En la más pampeana herencia,
Alma a dentro guitarreros
No dejaran la querencia
Y así con crinaje al viento
Por contento los baguales,
Saludando los mortales
-fuerza, casco, sangre y pelo-
Invitaran pa?sinuelo
Un hermano potreador
-sombrero aludo señor
-en un bagual venenoso,
-altar de Altamir Cardozo,
-jinetazo y domador.
lisandro amaral - vencendo fronteira
Renasce o pampa, denovo
No olhar de tigres cantores
Semeiam novos pastores
A religião da coxilha
E é de novo farroupilha
A alma dos domadores
E é de novo farroupilha
A alma dos domadores
Um largo pampeano
Pra um bueno campero
Um baio, um oveiro
Um zaino, um cebruno
E o tempo "toruno"
A pedir cavalhada
A Raça Crioula
Vencendo fronteira
Mesclando bandeiras
Na ancas dos mouros
E os Freios de Ouro
A brilhar na alvorada
E os Freios de Ouro
A pedir cavalhada
Que venham pingos buenaços
Na alvorada dos galos
E a badeira que aqui falo
Manteremos como herança
Pois tremula uma esperança
Quando estamos a cavalo
A Raça Crioula
Vencendo fronteira
Mesclando bandeiras
Na anca dos mouros
E os Freios de Ouro
A brilhar na alvorada
Um largo pampeano
Pra um bueno campero
Um baio, um oveiro
Um zaino, um cebruno
E o tempo "toruno"
A pedir cavalhada
A Raça Crioula
Vencendo fronteiras
Mesclando bandeiras
Na anca dos mouros
E os Freios de Ouro
A brilhar na alvorada
E os Freios de Ouro
A pedir cavalhada
lisandro amaral - ao tranco de uma noite
O mouro troca orelha, carregando minha saudade
Escuta a sonoridade dos grilos pelos varzedos
Rédea na ponta dos dedos, numa ânsia costumeira
De cruzar pela porteira do rancho dos meus segredos
A noite chegando mansa, esconde as curvas da estrada
O vento tapeia o prada, que abriga estes meus anseios
Meus olhos buscam luzeiro de uma casinha perdida
Onde a china mais querida me esperou o mês inteiro
Meu poncho sente o minuano, que alvorotou as carquejas
E minha alma sempre andeja, relembra o calor de um mate
Me imagino no arremate desta jornada teatina
Entre os braços da minha china, sobre os pelegos de um catre
São léguas sobre os arreios cortando o clarão da lua
E molhando as cordas cruas no orvalho da madrugada
Na solidão desta estrada vou buscando um sinuelo
De uma flor no seu cabelo adornando a minha chegada
O sol levanta o topete, anunciando um novo dia
E o meu rancho se anuncia, no acôo do cusquedo
Que obedece meus gritos e vêm encontrar meu pingo
Nesta manhã de domingo, que se chegou tão bonito
Os escarceios do mouro anunciam minha chegada
E a silhueta da minha amada, me contempla da janela
Me esperou de sentinela, com um mate e um sorriso
Isto é tudo que eu preciso, pra voltar pros braços dela
lisandro amaral - chamarrita saudade
Chamarrita da lua clara
Que em noite rara canto por ti
Por saber da minha saudade
Nenhuma estrela sabe sorrir
Chamarrita,banho de sanga
Lua e pitanga em costa de arroio
Chamarrita,é tarde de tropa
Onde o vento é quem sopra meu grito de aboio
Chamarrita, a minha cordeona
Se espicha na espera
Que a primavera te traga bonita
Em vestido de chita,com olhos de mate
Eu tenho um mouro que é um pingo de estouro
E um preparo de ouro,já está no arremate
Pra ser teu mimo, flor do meu jardim,
Reformei o selim pra os domingos de tarde
lisandro amaral - da estância véia
Afirma o laço, paisano, que eu embuçalo!
Ando à cavalo muito antes das fronteiras
E as boleadeiras que sovei correndo eguada
São retovadas sem divisas nem bandeiras
Buçal torcido e o maneador mal sovado
Chapéu tapeado e as marcas no tirador
Golpe de potro que sente o peso das garras
E uma guitarra exaltando o domador
Sou cria da estância véia
E pro bagual que veiaqueia trago a força no garrão
Uma estampa de fronteira batizada na mangueira com suor de redomão
À moda antiga ata o queixo que eu encilho
Com este lombilho benzido à moda torena
Em lua buena me sinto o rei na coxilha
Se um da tropilha me pateia as nazarenas
O verso é o terço, o altar que campereio
Donde mateio busco força pro cantar
Que a estância antiga, companheira, o templo santo
E quem é campo com certeza há de ficar
Sou cria da estância véia
E pro bagual que veiaqueia trago a força no garrão
Uma estampa de fronteira batizada na mangueira com suor de redomão
Sou cria da estância véia...
lisandro amaral - ponciano te vai com deus
Ponciano te vai com Deus
Que eu garanto a cavalhada
E a certeza que a milonga
Seguira de cola atada
O zaino deixa que enfreno
Pra ser florão na manada
De pechar boi campo a fora
E ser um raio na estrada
Quando eu pilchar o domingo
De amores na madrugada
Fica um rosilho veiaco
Assustado e pescoceiro
Porém um flor de picaço
Da procedência de ?Hornero?
E uma gateada que sabe
A hora em que solto o braço
Pra ver um boi se dar volta
Com as mão pealada no laço
Quem sabe a paz de São Pedro
Te guarde um sol veraneiro?
E deus perdoe os pecados
De um andarilho fronteiro
Que andou trampeando cavalo
Contrabandista e campeiro
lisandro amaral - xote e recado
Sabor de mate, brilho de estrela
Leva um recado de um cantador
Que por humilde ?bajo la luna?
Compôs um chote para uma flor.
Tenho um rosilho, bem tosado e já leviano,
Que amansei faz mais de ano
Pros caprichos da paixão
E uma cordeona, oito-soco de fronteira.
Que floreio da maneira de agradar teu coração.
Sabor de mate...
Cantar da noite, água de sanga
Falta a ?escramuça? na cavalhada
Daqui a uns três dias me sobra uns pila,
Encilho a alma e ?to? na estrada.
Levo a cabresto uma pintura de mouro,
Um presente de namoro, tranco Bueno pro selim.
E de retorno, chimarrita do banhado,
Quero um sorriso estampado nesse rosto de jardim.
Sabor de mate...
lisandro amaral - a modo de anunciação
Contra um fundo de invernada
Mais... muito mais que solito
Se agarra um rancho posteiro
Adonde acaba o infinito.
Morada e pouso de tropa
Légua e mais légua do povo
Não é antigo nem novo
Que o tempo ali não lhe toca.
Rancho sonoro de ventos
Arvoredos e cigarras
Bate compassos tão lentos
Quando a tardinha lhe agarra
E o seu morador, posteiro
Nessa bruta imensidão
Se transforma em guitarreiro
De duo com a solidão.
Estribilho
Pra quem toca este homem?
A modo de anunciação
Quando pulsa sua guitarra
De duo com a solidão.
Cantará para o ponteiro?
Anunciando a comitiva
Na encerra do saladeiro
Canta pra tropa ainda viva.
Quem sabe para os chibeiros
Que entoam sem palavrear
Sussurando contra o vento
Cantam pra dentro ao cruzar.
Ou canta pro peão campeiro
Longe... parando rodeio
Para o rangido do arreio
Companhia del nochero.
Cantará ao alambrador
Socando terra e moirão
Pra aquele que lavra a boi
Ouvindo o rasgar do chão.
Estribilho
Pra quem canta esse homem?
A modo de anunciação
Quando pulsa sua guitarra
De duo com a solidão.
Sozinho, canta pra si.
São todos pedaços seus
Canta pra sentir quem é
Nestes fundões de meu Deus.
lisandro amaral - casório de fronteira
?Se deu a festança brava
Quando o sol meteu a cara num postal de um céu bem limpo
e os convidados se rindo vinham sacudir a carcaça
porque água benta é cachaça num casório à moda antiga
desses de engorda lombriga com carne e trago de graça?
O patrão de lenço novo
Recebe a indiada do povo
No costume dos campeiros
Sorriso de toda a boca,
Buenos dias de voz rouca
Na cancela do potreiro
Na cozinha a revelia
Tem canjica, ambrosia
Mate doce e goiabada
Donde as véia cozinhando
Mexe o bolo foqueando
Mateando e dando risada
É casório de fronteira
Carne gorda, borracheira
E surungo no galpão
Onde o padre sem batina
Chega abençoando as chinas
Escramuçando um redomão
E a noiva por caborteira
Vem no laço pra mangueira
Sentadita nos garrão
Um cachimbo em cada ?oreia?
De vestido veiaqueia
Olha o noivo e diz que não!
Muy cascudo o pai da noiva
Diz que a coisa anda goiva
Mas confia nos padrinhos
Mal o troco deu pro véu
E a tal de lua-de-mel
Vai ser no rancho dos vizinho.
lisandro amaral - de cruzada
DE CRUZADA:
Avisto quincha e torrão num povoado em São Martin
vejo um pedaço de mim extraviado n'outra era
foi morada, hoje espera poetizando agonias
pois no museu destes dias não nos vale ser tapera
tomba a quincha, rompe o barro qual um pranto terminal
do abrigo tradicional trincheira perante a guerra
hoje um semblante que encerra depois do ser e o partir
há um destino a seguir...todos voltamos pra terra
eu que venho de cruzada desgastando nazarenas
matrereio as mesmas penas deste rancho a desabar
tenho ausências no olhar e a alma a sombra do verso
me sinto mais que o universo quando me ponho a cantar
me sinto mais que o universo quando me ponho a cantar
estas cenas que me abrem consciencia para o passado
pára o mundo do outro lado na querência de quem parte
mais sincero será o mate sem refugos por bandeira
a alma olha a porteira quando Deus faz o aparte
aceno o lenço e rumo por onde o extinto trilha
enforquilhando tropilhas redomoniando quimeras
até encontrar minha era sem ausências no olhar
felizmente guitarrear num grande céu sem tapera
lisandro amaral - descendente
Será índio o filho novo
Que recebi destes tempos?
Terá o sopro dos ventos
E cantará ao seu povo?
Pensando assim, vou de novo
Á intenção de indagá-lo.
Agora hei de cantá-lo
Na eternidade de irmão,
Pois traz o campo nas mãos
E o sangue dos meus cavalos...
Indiozito curandeiro
Dos meus espinhos que sangram...
Das dores que arremangam
Bombachas de peão tropeiro.
Há um vulto em mim - noiteiro,
Que reza em verso e que canta
E, quando a luz se levanta
Aos olhos baios do dia,
Eu agradeço a poesia
Que derramei da garganta;
Eu agradeço a poesia,
Que reza em verso e que canta...
João antonio eu te batizo,
Verso perfeito de pai,
Nome composto que atrai,
Porque lembrar é preciso.
Se ao versejar me escravizo
Diante á pena contida,
Escorro - joão - dolorida
A hora em que está teu mundo;
E ás vezes respiro fundo,
Te oferecendo esta vida...
O mundo é mundo e será
Até quando deus quiser!
Quando se pensa o que quer,
Um pai ao filho dirá.
Espinha e caraguatá,
Dá sombra o umbu campeiro;
O amor é mais que o dinheiro,
O espírito - sim - é eterno,
E só é frio o inverno
Pra que não crê - curandeiro.
lisandro amaral - à moda antiga
Seu Leovegildo abana um pala
Num dos crioulos da "canelera".
Será bolicho ou Gauchada?
Leva a tostada, vai pras carrera!!!
Que estampa antiga-me traz saudade-
Daqueles tempos que o Graciliano
De pulso firme simbrava um pealo
-Só pelo golpe de um orelhano
E o Alencastro não tinha rancho
Mas tinha um reino- vida e estrada-
Sorriso largo pelos bolichos
E algum cambicho de carreira atada
À moda antiga (3x)
Hoje resgato o "Pança de burro".
Ato a capricho meu "serenero"
e o meu chiripá renasce altivo
Com "calzoncillo "faca e "culero
As nazarenas, ferro templado.
"Gauchas potreras" de todo pé
Diz que "hay" surungo, luz de candieiro,
Gaita e pandero lá por Bagé.
lisandro amaral - catedral
Também de pedra - meu cantar não se terminar;
Caído ao solo, beijo a terra e escrevo a sina...
Terra vermelha é minha cor no arrebol,
Pois tenho sol no sangue em paz que me ilumina.
Também de bronze, estou de joelhos, catedral,
No pedestal que cala os sinos, faço prece...
Quem não merece - a terra em si - terá perdão,
Pois gratidão a vida tem e nunca esquece!
Dormem aqui ruínas índias e horizontes,
Bebendo a fonte do silêncio natural...
Senti teu cheiro, mão divina, em berço livre,
Hoje o que eu tive foi tua bênção, catedral.
Seguem aqui emplumados guaranys,
No bem-te-vi, no joão-barreiro e entre os guardiões,
Querendo sempre querer mais que o quero-quero;
Sei o que espero e busco aqui - muitos perdões...
Também de vento, estou soprando em ti, templário,
No pedestal que fala o tempo, a crosta esquece;
Ouvindo prantos que derramam tua imagem,
Achei coragem e sou guardião, com pena e em prece.
Hoje o que eu tive foi tua benção - catedral.
lisandro amaral - chamando tropa
Nem bem a tarde lobuna assombrou o outono
Me achou empurrando tropa num chamamé
O gado em pêlo de maio e sina marcada, vai pra charqueada
Boqueando poeira de estrada, rumo a Bagé
Não fosse 'os tempo'de tropa, grito e cachorro
Não fosse 'as volta' do Inácio, que é bom ponteiro
Bandeava o São Luiz com chuva, tormenta e raio estropiava o baio
Altar de campo e distância, irmão tropeiro
#refrão#
Vai, num mouro bueno, Inácio Leal
Chamando a ponta da tropa que nega a água
Deixando a querência perdida lá no Uruguay
# #
Cambona, cincerro, espora, o arreador
Mugido e grito de "venha...arrrarrrá...se foi!..."
No rastro do contrabando eu conheço o pago e venho cansado
De tanto 'mudá' cavalo, pechando boi
São Pedro, protege 'os bueno' que vem da lida
De poncho a escorrer na anca, pesado e frio
E sabem que nada a tropa na Ferraria, que judiaria!
Mesclando poeira de estrada e espuma de rio.
#refrão#
Cds lisandro amaral á Venda