MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
leonel gomez - despacito
Despacito parceiro pelo meu jeito de ser
eu já pude compreender de quem se vai sem apuro
enxerga claro no escuro com coração destapado
pois lembra bem o passado e bombeia longe o futuro
Despacito e alma aberta olho no olho te digo
jamais presente o perigo alguem que vai em apuro
enxerga o vau da cruzada ao tranquito vai na estrada
pois lembra bem da cruzada e segue manso tranqueando
Um dia depois do outro despacito passa a vida
assim se cura a ferida assim se cura um amor
por maior que seja a dor lhes garanto não é changa
pois junto as pedras da sanga um dia eu vi uma flor
Despacito por pecado volta e meia tomo um trago
não posso cruzar de largo tenho a sica chegadeira
igual a vaca tambeira que se perde no potreiro
mas vem berrar pra o terneiro de manha junto a porteira
Despacito vou embora despacito eu de voltar
não quero ver lacrimar meu anjo na despedida
um saludo e adeus guarida neste tranquito me vou
e alguem que me desprezou a de me amar noutra vida
leonel gomez - alma de bolicheiro
Sou bolicho, bulperia
Venda e casa de negócio
Verdadeiro sacerdócio
Farmácia e perfumaria
Me chamam templo campeiro
Do velho pago lendário
Meu balcão confecionário
Meu sacerdote o pulpeiro
/:Fui o primeiro entreposto
Dentro do solo pampeano
Entra ano e passa ano
E eu nunca paguei imposto:/
Bolicheiro, bolicheiro, bolicheiro de campanha
Me bota um trago de canha
Pra matar meu desespero
Bolicheiro, perdi o rumo
E a memória já me falha
Me vende um maço de palha
Me vende um palmo de fumo
Bolicheiro eu nem apeio
Me dá uma vela depressa
Vou pagar uma promessa
Pro negro do pastoreio
Bolicheiro, bolicheiro
Eu vou ver a namorada
Me dá uma flor colorada
E um frasco de água de cheiro
/:Fui o primeiro entreposto
Dentro do solo pampeano
Entra ano e passa ano
E eu nunca paguei imposto:/
Bolicheiro, bolicheiro, bolicheiro de campanha
Me bota um trago de canha
Pra matar meu desespero
Bolicheiro, perdi o rumo
E a memória já me falha
Me vende um maço de palha
Me vende um palmo de fumo
leonel gomez - namoro de corvo
Num cerrito descarnado
Perau de pedra e de tuna
Clareado de blanca luna
A moldura arredondada
No arrancar da madrugada
Se enxergava uma figura
Lá no topo das altura
Negra estampa apaixonada
O verde pasto da pampa
Pelo sereno molhado
E o casal apaixonado
Na noite de primavera
Estar assim quem me dera
Cobiçei de relancina
Pensando na triste sina
Do meu coração tapera
Bombeava, bombeava o corvo pra corva
E ela com ar de ronronar...
Retinta como a cambona
Floreava o bico nas pena
E o corvo véio torena
Vaqueano e cooperativa
Largou uma asa por riba
Abraçando a linda morena
(solo de gaita, violão repete introdução)
Lembrei de volta as passadas
Num pala preto que tinha
E o galopito que vinha
Em direção ao povoado
E sempre o mesmo bragado
Pingo de rédea e de pata
Lembrei também da mulata
Por quem tive enfeitiçado
Assim se deu o romance
Pra quem se lembra o espanto
E juro por qualquer santo
E inté por nossa senhora
Que descobri nesta hora
A força bruta do amor
E lhes digo sim senhor
Que corvo também namora
leonel gomez - a don ávila e seu tobiano
Leonel Gomez - Temporona Mañanera
"Fumaceia a boca da estufa
E remolimos no angico
Pinga a graxa do granito
Pra churrasquear a peonada
La maula,que madrugada
Se plantou por esses campos
E um suavezito vento manso
Vem levantando uma geada"
Um poncho de gola parda
Se descansa sobre os ombros
E os recaus se vão sentando
Nos lombos de pelo grosso
Manhã fria de céu osco
Nem o sol teve a coragem
De madrugar com esta aragem
Semblante jeito de agosto
Tem ganas de ser garoa
Essa manhã que chegou fria
A indiada ajeita a encilha
E pros arreios já alcança
Um laço de boa trança
De cinchar rês atolada
Pra aliviar duma coreada
Por vaqueano, um peão de estância
Manhazita fria de maio
Trouxe uma geada temporona
Com serviço pra cambona
Chogou o inverno mais cedo
E um pelego preto estaqueado
Amanheceu atobianado
Lá debaixo do arvoredo
Neste garrão de Rio Grande
Passo um inverno atrás do outro
Sovando garras e potros
No largo das sesmarias
Nos galpões brasa e astilhas
Retovos de madrugada
E um mate de erva lavada
Pras manhãs de geada e encilha
leonel gomez - acalambrado
O brazino rompe o laço
Que já vinha com três tentos,
E um outro corta o espaço
No rumo que é um pensamento...
Na cincha toda a perícia,
No golpe todo o cuidado;
De que sabe busca a volta
Das voltas do acalambrado...
Coloreia a vista o brazino
Berra de alma agachada,
Firme raiz de querência
Nas quatro patas estaquiadas...
Se veio d'outra invernada
Ponta de vaca, enlotado
Agora parou rodeio.
Junto ao molho, acalambrado...
Garrão de touro sangrando
Na fúria da cachorrada...
Cincha e trança de laço
Brasão de pampa, a mirada!
Saca de pronto, paysano
Ponta de adaga afiada,
O touro salta pra diante
Na sangria assinalada...
Talvez o ritual campeiro
De xucra sabedoria,
Sentir o cheiro da morte
Que coloreia a sangria...
Se vem o touro berrando
Força de laço e eguada,
E o campo desacalambra
N'outra orelha assinalada...
leonel gomez - balconero
Fim de tarde balconeiro
Golpeando um trago de canha
Foi quando mirei a sanha
Que largou o bolicheiro
Pois chegava outro matreiro
Em frente ao rancho quinchado
A donde atei meu bragado
Num garupa palanqueiro
Repuja que traiçonera
A sorte que se despiona
Floreou uns baixos a cordeona
Num tranco firme de touro
Já prenunciando o estouro
Quando o índio entrou na sala
De chilena adaga e pala
Semblante de gavião mouro
Pero fiquem-se senhores
As voltas que dá o pago
E o quanto retorna amargo
O mal que se faz na vida
Andava dobrando a lida
Buscando plata pra o rancho
Quando lá bateu um carancho
Roubando pilcha e comida
E não é que na boca da noite
Num bolichito fronteiro
Me topei com meu sombrero
Passeando em outra cabeça
E por incrível que pareça
Andava junto minha rastra
E nesse caso me basta
Pra julgar e dar a sentença
"Buenas noites pilcha nova"
Saludei o mala branca
Que já manoteou na anca
E se parou pra um costado
Eu vim mal intensionado
Depois que prendi o berro
Saímo trançando o ferro
Num compassito chairado
De vereda a povoadeira
Levantou do chão de saibro
Foi quando bombiei o caibro
Donde alumbrava o candieiro
Levei o pala primeiro
E cerrou a escuridão
Só se ouvia de botão
Florear das mãos do gaiteiro
Se via o clarão da lua
E um vulto cruzando a porta
E o de mas que mas importa
Me desparou o matreiro
Mas esqueceu do sombrero
E da rastra no costado
Donde tava meu bragado
Num garupa palanqueiro
leonel gomez - campo santo
Passei por um campo santo
Em noite de lua nova
Tava um casal de finados
Mateando fora da cova
Refrão:
Esporei meu toso bueno
Não quiz saber do amargo
De noite em campo santo
"me gusta cruzar de largo"
Em outro passei com tropa
Na noite lua crescente
E um finado gauchão
Meta "saludo" pra gente
Esporei meu toso bueno
Num grito de passa um trago
De noite em campo santo
"me gusta cruzar de largo"
Andava pelando chiba
Numa coxilha de areia
Por de traz de sepultura
Brotava uma lua cheia
Esporei meu toso bueno
Fazendo cruz pra este pago
De noite em campo santo
"me gusta cruzar de largo"
Por falta de um bem querer
Num baile em lua minguante
Me fui talariando estrivo
Campeando a sorte a delante
Junto a cruz "una paisana"
Disse-me coração vago
"pere noche por campo santo
Me gusta cruzar de largo"
leonel gomez - continente
Nasci pra teu cantor e testemunho,
Rascunho de tuas falas e tuas gentes
E ando a traduzir-te, Continente,
Do que gravaste em mim de próprio punho.
A terra é contadeira de histórias,
De ventos, de mormaços e invernias,
Do homem, rasgador da geografia,
Da errância transformada em tragetória.
Teus mares que são dois,único cais,
Um é de sais, de barcos e lonjuras,
O outro, pra poente das planuras,
Mar doce que espelhou as catedrais.
Sou de tua gente crente e pagã,
Irmãos de Blau na sina vaqueana,
De ombrear com Martín Fierro em Santana
E bandear com Tio Lautério o Camaquã.
O verso quando encontra o elemento
E trama com seu mundo um segredo
é verso, é Continente de São Pedro,
Um todo, sem fronteiras e sem tempo.
leonel gomez - coplas para um índio xucro
leonel gomez - quisera ter sido
Quisera ser de outros tempos
De dantes, de muito antes
Quando centauros andantes
Amanheciam na luta
Quisera ter sido o tombo
Do primeiro sobrelombo
Na primeira reculuta
Quisera ter sido o chasque
Do feitiçeiro charrua
Marcando um quarto de Lua
Pra que um gaúcho chegasse
Quisera andar pelas covas
E furnas como o índio Blau
Pra vencer as sete provas
Dos feitiços do Jarau
Quisera ser a chispada
Do fogaréu de um corisco
Deixando apenas o risco
Na grama recém molhada
Quisera ser a clavada
De luz coloreando o sangue
No matambre do infinito
Quando prenderam o grito
E amanheceu o Rio Grande
leonel gomez - de mano
Saiu de mano, lombo riscado
Marca de argola, mas empatada
Se ergueu com gana de marimbondo
Se recompondo de uma patada
Saiu de mano, olhando ao longe, meio reinosa
Baixeiro suado, baixeiro suado
Sobrou do fervo, tastavilhada, terra e bocada
Tudo empatado, tudo empatado
Ficou na mesma, negando estribo
Sem lado manso, no atropelão
Não teve lucro e nem prejuízo
Fazendo juízo quem der a mão
Curado o trote da vida a fora
Ficou um belisco no coração
Tendo ressalga, tempo e salmoura
Com salsa-moura, rédea no chão
Saiu de mano, olhando ao longe, meio reinosa...
leonel gomez - la campaña
Muy buenas tardes
Señoras e señores
La campana....
Un palenque
El reservado
Y haciendo un costado
Dos cernos apadrinhadores
El ginete a montar
Es de los pagos del Rio Grande
Con su bombachita corta
La bueina bien p´al costado
Y en los talos atado
Do trin trin de las espuelas.
El tordillo reservado
Ya esta atado al palenque
También se hacem presentes
Apadrinhadores p´al muchacho
Que ya apretó los bastos
Y se encuentra enforquillado.
Se balansó en los estribos
Esta pidiendo campana.....
Sonó la campana!!!!!!
Ai que tordillo bellaco
Sale pateando las espuelas
Y por si dándose vuelta
Pero el muchacho baqueano
Trabaja bien com las espuelas
Trabaja bien com el ponchito
Y el ponchito sempre en aire
Como quien prende um saludo
Refrega el poncho en la anca
La rienda corre en la mano
Ã?igale indio paisano
Frontero del rededor
Gente guapa e aragana
Donde al sonar la campana
Llegam apadrinhadores
Com palmas,gritos,rumores
Primera vuelta de honor!!!!!
leonel gomez - ladrão de vaca
Ao tranco manso
Num morito maltosado
Arreio froxo
E um caroneiro que destapa
Estampa humilde
Que se vê cruzando a linha
Pero adivinha
Donde vai ladrão de vaca?
Será domero,
O que passa ao trote largo?
Bocal atado
Na bragaden da veiaca
Pelo sombrero
E o olhar bombeando longe
Se não é monge
Donde vai ladrão de vaca?
Esquadrilheiro
Del cavalo delgaçado
Quatro matreiro
De mirada quase opaca
Se a noite escura
De minguante estende manto
Dentro de campo
Donde vai ladrão de vaca?
E aquél milico
Baqueano de policia
Que monta guarda
Numa la zona retaca
Conhece o rumo
Do deitador que se abre
Mas nunca sabe
Pra onde foi ladrão de vaca
E o companheiro
Que veio semear a Terra
Porque é na Terra
Que a fome se desenpaca
Anda trilhando
Procurando outra seara
Colheita rara
Donde vai ladrão de vaca
E aquél milico
Baqueano de policia
Que monta guarda
Numa la zona retaca
Conhece o rumo
Do deitador que se abre
Mas nunca sabe
Pra onde foi ladrão de vaca
Ladrão de vaca,
Quem será
Ladrão de vaca?
leonel gomez - morena morena
Quisiera ser por um dia
El espejo que te mira
Mientras tu cambias lar opa
Quisiera ser en tu boca
El rojo del lápiz de labios
Ser parte del escenario,
Tus poemas de amores
Quisiera ser parte un dia
De tus sueños pecadores
Ando así... viviendo en sueños
De un dia, ser el dueño
Dese lindo corazón
-Realidad p'a mi ilusión?
-tu deseo prohibido,
Ser horqueta p'a tu nido
Florerito, p' a tu flor
Ser florcita em primavera
Y tu... piquito de pica flor
Morena... Morena...
Si paga la pena
Paso manso esta mi flor
Morena... Morena...
Aflojo mis chilenas... y estrego al monte
Mi caballo tranqueador
Até un manojo de flores
Cada cual con sus primores
Con tiento de enredadera
Fui buscando la manera
Para dar-te el regalo
Una a uma, mano a mano
Bajo el lindo azul del cielo
Vi tu cara, tu sonrisa...
Y tus dos ojitos negros
leonel gomez - pela cordeona do tempo
Pela cordeona do tempo que abre o fole e não fala
Muita moça de campanha bailou seus sonhos na sala
Muito romance fronteiro, desses que a noite ainda embala
Teve um floreio primeiro nos alvoroços de um pala
Quanta saudade perdida nos toques desta cordeona
Ensinou para o pago essa vaneira chorona
E muito foia a razão de uma noite redomona
De se entregar o coração pra os olhos d'alguma dona
Pela cordeona do tempo, nos ranchos beira de estrada
Alumbrados de candeeiro, clareando a copa e mais nada
Quanta promessa foi feita no escuro de uma ramada
Pra muita moça direita perder-se na magrugada
Quanto trago, por desgosto, já se golpeou no balcão
Ouvindo sem por sentido essa gaita de botão
Dos que procuram no trago uma verdade ou razão
Pra desfazer um estrago guardado no coração
Pela cordeona d tempo que abre o fole pra vida
Quanta alegria fez casa, quanto rincão deu guarida
Quanto gaúcho campeiro, campeando alguma investida
Abriu o peito troveiro, contando os causos da lida
Quanto adeus que ficou, quanto adeus que virá
Nas vozes de uma cordeona há muito que se cantar
Porque há quem tome um gole mirando a luz de um olhar
Bem antes que feche o fole e depois que o baile acabar.
Cds leonel gomez á Venda