MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
leôncio e leonel - dois corações que se amam
Sei que tudo tem um nome
E traz ele bem guardado
Sempre escrito no papel
Dentro de um baú fechado
Também tenho um comigo
No coração tá gravado
Este nome é de mulher
Não pode ser declarado
Dia primeiro do ano
O nosso olhar foi cruzado
Depois que passou um mês
Foi por ela confessado
Dizendo que me amava
Mas fiquei desconfiado
Pra confirmar o que ela disse
Me deu um abraço apertado
Quantas vez eu me disfarço
Quero ficar afastado
Mas se ela falar com outro
Fico um louco enciumado
Tenho o coração ferido
Foi por ela enfeitiçado
Se um dia ela for embora
Sei que morro apaixonado
Nas horas que eu fico triste
Ela vem fazer agrado
Ã?s vez chega a me beijá
Dando suspiro dobrado
Nesta hora eu penso a vida
Fico meio embaraçado
Por saber que ela me ama
E por eu já ser casado
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - peão disposto
No dia que eu tô disposto, tudo quanto eu quero eu faço
Piloteio e puxo vara na canoa que eu me embarco
No rio eu faço rodada, na lagoa eu pesco e caço
Nas baixada eu sevo a paca pra depois pegá no laço
Do leite do figueirão eu faço fisgo pra sanhaço
Na classe de boiadeiro eu sei honra meu bombacho
Cuiabano na ribada pra pegá não me embaraço
Meu apeio é reforçado não uso nada fracasso
Mestiço por ser ligeiro tá no peso do meu braço
Cai no tento do mateiro e vem na chincha do picasso
Não gosto de adomação, é um perigo eu mesmo acho
Minha vida eu sempre arrisco, nesse ponto eu me arrebaxo
Mas subo dando risada no lombo de qualquer macho
Se o bicho berrá abafado no tatu eu desabafo
O gosto de um cavaleiro é de fazê pará no garfo
Aprendi ler e escrevê, multiplico, somo e reparto
Já somei os seus carinho, nesta prova deu exato
Multipliquei a paixão, há tempo que eu combato
Pobre do meu coração, foi repartido em dois pedaço
Só não posso diminuí é tantos trabaio que eu faço
Nas noites que eu vou na festa divirto mesmo de fato
Sapateio e puxo Parma, canto por cima e por baixo
A respeito inventá moda, garganteio e bato papo
Que os assunto dos meus versos desabusa é campeonato
Onde eu canto a fama fica, onde eu piso eu deixo rastro
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - boi fumaça
Do tempo que eu fui peão ai eu nem gosto de alembrá.
De um transporte que eu fiz lá de Goiás pra Cuiabá.
Num dia de sexta-feira veja só o que foi se dá.
Quando a tarde foi caindo deu um forte temporá.
Relampiava e trovejava clareando o mundo inteiro.
O temporal foi deixando os animal em desespero.
Nessa viagem nós levava quinhentos boi pantaneiro.
Bem na frente caminhava o "boi fumaça" traiçoeiro.
Mesmo debaixo de chuva nossa viagem continuava.
Por não ter lugar de pouso aonde nós se encontrava.
Meu filho era o ponteiro que na frente caminhava.
Repicando seu berrante e a boiada acompanhava.
Ao passar numa porteira foi assim que aconteceu.
Seu burro não encostava e pra abrir ele desceu.
O "boi fumaça" investiu e o menino não percebeu.
Nas guampas o pantaneiro pros ar ele suspendeu.
Fiquei louco nessa hora quando meu filho gritou.
Eu quis salvar a sua vida mais já não adiantou.
O chifre do "boi fumaça" com seu sangue avermelhou.
Minhas lágrimas sentidas com a chuva descorou.
Perdi meu filho querido nessa viagem traiçoeira.
Mais guardei no coração suas palavras derradeiras.
Eu queria ser peão mais findou minha carreira.
Papaizinho me enterre aqui perto dessa porteira.
Abandonei essa lida meus prazer pra mim morreram.
Mais não posso me esquecer daquele golpe traiçoeiro.
Quando escuto um berrante me arrepia o corpo inteiro.
Alembro do filho querido tempo que eu fui boiadeiro.
leôncio e leonel - já fui humilhado
Há tempo que sou insurtado tenho prestado atenção
Eu nunca quis respondê pra mim não criá impressão
Agora queira escuitá esta minha solução
Tem gente que tá pensando que só ele que é o grandão
Quando o caboclo é teimoso precisa chamá a atenção
De tanto ser humilhado esta é a minha decisão
Pra cantá moda de viola eu não preciso instrução
Meu peito é forte e sadio não ronca que nem trovão
Se eu gostasse de baruio comprava um motor de avião
Eu nunca comi tutano pra mim derrubá campeão
Pra mim não tem sór nem chuva, nem noite de escuridão
Não tem violeiro papudo que eu não faça operação
Agora o trunfo viro, eu vou aproveitá a ocasião
Não truque de sete copa que eu tô de zape na mão
Galo carijó não canta perto do índio japão
Eu não sou de corriola, nem gosto de confusão
Quanto mais sou atacado tenho mais disposição
Pra cantá sou diplomado, esta é a minha profissão
Violeiro que me combate troque a sua inspiração
Tenho moda na cabeça que nem pórva do canhão
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - desprezado
Esta noite eu não dormi
Os meus olhos não tinha sono
A noite inteira eu pensando
Meu amor tem outro dono
Eu conheço o dono dela
O nome falo depois
Coração que ama um
Ã? pecado amar dois
Penso nela todo dia
Todo instante, toda hora
Vivo chorando por ela
E ela por mim não chora
Se ela pra mim pedisse
Coração que sofre mais
Eu daria o meu pra ela
Fazia o que ninguém faz
Nosso Pai sofreu na cruz
E morreu por toda a gente
Eu também vivo sofrendo
De amor por ela somente
Quem tem seu amor não deixe
Não procure quem não tem
Procurando vai sofrer
Deixando sofrer também
leôncio e leonel - duas jóias
Toada
Uma estudante filha de um rico doutor
Pra uma roceira caçoando assim falou
Lá na cidade eu tenho jóia de valor
E não sei nada desse rancho do interior.
E a caboclinha pra estudante respondeu
A minha jóia é meu filho que nasceu
Nada no mundo é igual o tesouro meu
Meu filho amado é a jóia que Deus me deu.
E a moça rica saiu sorrindo de lá
Passado o tempo se casou na capital
Depois de um ano viu o palácio alegrar
Teve uma filha que outra não tinha igual.
Mais o palácio de repente entristeceu
Com a filha doente a mãe quase enlouqueceu
Pra salvar a filha toda as jóia ela vendeu
Não adiantou nada a coitadinha morreu.
E a moça rica compreendeu que a vaidade
Nem dinheiro não compra a felicidade
Os nossos filhos são as jóias de verdade
Que Deus manda na sua infinita bondade.
leôncio e leonel - goianinha
Vai fazê um ano mais ou menos
Goianinha que eu te conheci
Vai fazê um ano mais ou menos
Goianinha que eu te conheci
Seu cabelo prendia uma rosa
Tão bela e formosa que igual nunca vi
Seu cabelo prendia uma rosa
Tão bela e formosa que igual nunca vi
Ai, ai, ai, ai
A saudade é que me mata
Vou vortá lá pra Goiás
Goianinha eu não posso esquecê
A saudade me faz padecê
Goianinha eu não posso esquecê
A saudade me faz padecê
Goianinha o meu pensamento
Há todo momento tá sempre em você
Goianinha o meu pensamento
Há todo momento tá sempre em você
Ai, ai, ai, ai
A saudade é que me mata
Vou vortá lá pra Goiás
Ainda trago comigo guardado
A lembrança que você me deu
Ainda trago comigo guardado
A lembrança que você me deu
Um lencinho de seda estampado
Dois nome gravado, o vosso e o meu
Um lencinho de seda estampado
Dois nome gravado, o vosso e o meu
Ai, ai, ai, ai
A saudade é que me mata
Vou vortá lá pra Goiás
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - a Última valsa
(â??Nair saiu pelo mundo procurando seu amado
Que ela mesma por orgulho tinha um dia desprezado
Cansada e arrependida do seu erro praticado
Nair se atirou na lama pela estrada do pecado
Luiz também de desgosto se transformou num bandido
E numa noite bem longe num lugar desconhecido
Num combate com a polícia Luiz escapou ferido
Se escondeu dentro de um baile da polícia perseguido
Pra despistar a polícia que vinha no rastro seu
Dançou com a primeira moça que na frente apareceu
Era Nair, sua amada, mas ele não conheceu
Enquanto a orquestra num canto triste valsa assim gemeuâ?)
Naquela valsa chorosa
Rodaram pelo salão
E numa pausa da orquestra
Ela viu sangue em suas mão
Apavorada pensando
Ser um bandido ou um ladrão
Chamou depressa a polícia
Que lhe deu voz de prisão
Quando ela ouviu o seu nome
Chorando reconheceu
Que era aquele seu amado
Por quem tanto ela sofreu
Procurou pro mundo todo
Que triste destino seu
Estava com ele em seus braços
E para sempre perdeu
Quando a polícia saiu
Levando preso o rapaz
Aqueles gritos doídos
Foram ficando pra trás
De longe ainda se ouvia
De Nair seus tristes ais
Aquela última valsa
Separou pra nunca mais
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - sonhei que as plantas falavam
Moda de Viola
Um dia de madrugada, dormindo estava sonhando
Sonhei que as plantas falavam, eu estava escutando
Um pé da café falou meu cartaz está aumentando
O café no estrangeiro é o Brasil que está mandando.
Respondeu um pé de milho eu já sou mais afamado
Tenho mais utilidade do que o café torrado
Todo o lavourista tem roça de milho plantado
Pra poder criar as aves, animal de sela e gado.
O pé de algodão falou minha fama não é pouca
Eu vou dar a resposta você todos calam a boca
Pra vestir o mundo inteiro do algodão se faz a roupa
Pra ensacar o café e o milho, precisa saco de estopa.
Disse o pé de feijão não é minha estimação
Eu sou mais que o café, o milho e o algodão
Sou eu que alimenta o povo na cidade e no sertão
Não existe um ser humano que não goste do feijão.
Resmungou o pé de cana a verdade eu explico
Eu que dou a pinga boa sem meu cartaz eu não fico
Feijão que alimenta o pobre hoje em dia é só pra rico
Enquanto não tem feijão todo mundo molha o bico.
leôncio e leonel - flor do sertão
No bairro aonde eu moro tem uma menina
Ã? uma rainha, flor do meu sertão
Fiz uma promessa e há de ser valida
Pra morar o resto da vida no meu coração
Corpinho delicado dessa criatura
Cheia de formosura, é igual a flor
Estando no meu braço é uma rainha
E ela há de sê minha e sê meu amor
Estátua tão querida que eu tanto amo
Por você eu chamo e você não quer vir
Você é uma flor que no campo mora
Vamos comigo embora, flor do meu jardim
Nunca abandone meu amor profundo
Lhe amar no mundo é a minha sina
Este teu semblante eu trago guardado
Será sempre alembrado, linda menina
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - esposa de boiadeiro
A esposa do boiadeiro
Quando foi abandonada
Vortô na casa dos pais
Com a cabeça raspadaO pai dela virou e disse
Tudo isso não é nada
Comprou uma peruca loira
Daquela bem ondulada
Colocou na cabeça da filha
Ela ficou entusiasmada
A cabocla era morena
Mas tinha a face manchada
No instituto de beleza
Sua pele foi tratada
Sumindo a mancha do rosto
Usando boas pomadas
E a morena transformou-se
Numa loira cobiçada
Todo mundo admirava
Aquela loira perfumada
Foi depois de um ano e meio
Lá na festa dos Andradas
Boiadeiro chegou e disse
Garota você me agrada
Se quiser casar comigo
Ela deu uma risada
Não posso casar contigo
A razão que eu sou casada
E mostrou a sua aliança
Iniciais dele gravada
Ela tirou a peruca
E falou dando risada
Eu já sou a sua esposa
Que fiquei abandonada
Coração do boiadeiro
Recebeu uma pancada
Pediu perdão de joelhos
Sua jura foi quebrada
Boiadeiro novamente
Voltou com a mulher amada
leôncio e leonel - condenado por amor
Coração que ama não guarda segredo
Também não tem medo
E fala verdade
Sei que és casada mas te quero bem
Eu queria também
Ter a sua amizade
Já quis ser alegre mas também nada consigo
Vim trazer comigo
A dor em meu peito
Por que seu marido sempre te abraçando
Ás vezes beijando
Eu sinto despeito
Eu fico pensando na sua beleza
Porque a natureza
Te fez bela assim
Pra eu ser feliz me responda então
Se o seu coração
Também gosta de mim
Eu sinto ciúmes e tenho desejo
De provar um beijo
Dos lábios seus
Se amar condena, estou condenado
Por ter cobiçado
O que não é meu
Sei que com outro e comprometida
Pois temos na vida
Um destino igual
Nós olhamo pro ar e olhamos depois
Foi assim pra nós dois
Um destino fatal
Não pude esquecer e dormindo sonhava
Que te abraçava
E na hora acordei
Suspirei pensando que tinha sonhado
E apaixonado
Por ti eu fiquei
Por seres casada não é prisioneira
De qualquer maneira
Senti ilusão
Seu marido pode olhar onde anda
Mas ele não manda
No seu coração
Não quero com isso destruir dois lares
Podemos amar
E viver separados
Guardar um segredo é tudo que peço
a ti eu comfesso
Que também sou casado
leôncio e leonel - a geada
(â??No norte do Paraná me cortou o coração
Um pobre empreiteiro que ali foi ganhar o pão
Vinte mil pés de café ele plantou neste chão
Esperando nesta safra melhorar de situaçãoâ?)
Lutando de sol a sol seu Chico estava animado
Falava pra filharada, podem ficar sossegado
Este café é o suor que seu pai tem derramado
Vamos tirá o pé do lodo porque Deus tem me ajudado
Do pé de café mais alto um raminho ele colheu
E olhando para o céu pra Virgem ofereceu
O coitado não sabia do triste destino seu
Não há nada que atalhe aquilo que vem por Deus
Numa triste madrugada houve choro e lamento
Cinco ano de trabalho, de luta e de sofrimento
A geada queimou tudo o seu único sustento
Seu Chico desesperado enlouqueceu no momento
Seu Chico daquele jeito poucos dias agüentou
A família sem recurso chorava mágoa de dor
Na soleira do ranchinho triste lembrança ficou
O raminho de café que a geada não queimou
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - lavoura da saudade
Passei a mão na viola
E saímos de viage
Pro lado do Paraná
Onde tem felicidade
Ao povo paranaense
Merece nossa homenage
No estado do café
Nós batemo o pé deixemo saudadeParaná é terra boa
Afamada no mundo inteiro
O nosso café querido
Orgulho dos brasileiro
É um estado florido
Dos café e dos pinheiro
O café aguenta o batente
Da nossa gente nos estrangeiro
Sou paulista de nascencia
Criado no Paraná
Matuto de natureza
Eu nasci para cantá
Também já fui lavourista
E já tive cafezá
No balanço da peneira
Eu fazia poeira subi no ar
Na lavoura da saudade
Foi aonde me criei
Foi na minha despedida
De paixão quase chorei
E nesta terra querida
Minha homenagem prestei
E agora pra termina
Adeus Paraná breve eu voltarei
leôncio e leonel - louvação a são gonçalo
Mandei chamá São Gonçalo
Que viesse nesta hora
Que viesse nesta casa
Com a Virgem Nossa SenhoraMandei chama São Gonçalo
Que viesse a toda pressa
Que viesse nesta casa
Recebê sua promessa
Aí vem o São Gonçalo
Entre flor e maravilha
Quem dançá pra São Gonçalo
Há de amanhecer o dia
São Gonçalo do Amarante
Casamenteiro das véia
Por que não casa as moça
Que mal lhe fizeram elas?
São Gonçalo desceu do céu
Com sua viola no peito
Quem dançá pra São Gonçalo
Dance com todo o respeito
São Gonçalo do Amarante
Fazedô de pau de pinho
Que me dê força nas perna
Que nem São Gonçalo tinha
São Gonçalo desceu do céu
Sentado numa tripeça
Terminando esses versos
Já cumpri minha promessa
Cds leôncio e leonel á Venda