MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
leôncio e leonel - sonhei que as plantas falavam
Moda de Viola
Um dia de madrugada, dormindo estava sonhando
Sonhei que as plantas falavam, eu estava escutando
Um pé da café falou meu cartaz está aumentando
O café no estrangeiro é o Brasil que está mandando.
Respondeu um pé de milho eu já sou mais afamado
Tenho mais utilidade do que o café torrado
Todo o lavourista tem roça de milho plantado
Pra poder criar as aves, animal de sela e gado.
O pé de algodão falou minha fama não é pouca
Eu vou dar a resposta você todos calam a boca
Pra vestir o mundo inteiro do algodão se faz a roupa
Pra ensacar o café e o milho, precisa saco de estopa.
Disse o pé de feijão não é minha estimação
Eu sou mais que o café, o milho e o algodão
Sou eu que alimenta o povo na cidade e no sertão
Não existe um ser humano que não goste do feijão.
Resmungou o pé de cana a verdade eu explico
Eu que dou a pinga boa sem meu cartaz eu não fico
Feijão que alimenta o pobre hoje em dia é só pra rico
Enquanto não tem feijão todo mundo molha o bico.
leôncio e leonel - dois corações que se amam
Sei que tudo tem um nome
E traz ele bem guardado
Sempre escrito no papel
Dentro de um baú fechado
Também tenho um comigo
No coração tá gravado
Este nome é de mulher
Não pode ser declarado
Dia primeiro do ano
O nosso olhar foi cruzado
Depois que passou um mês
Foi por ela confessado
Dizendo que me amava
Mas fiquei desconfiado
Pra confirmar o que ela disse
Me deu um abraço apertado
Quantas vez eu me disfarço
Quero ficar afastado
Mas se ela falar com outro
Fico um louco enciumado
Tenho o coração ferido
Foi por ela enfeitiçado
Se um dia ela for embora
Sei que morro apaixonado
Nas horas que eu fico triste
Ela vem fazer agrado
Ã?s vez chega a me beijá
Dando suspiro dobrado
Nesta hora eu penso a vida
Fico meio embaraçado
Por saber que ela me ama
E por eu já ser casado
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - goianinha
Vai fazê um ano mais ou menos
Goianinha que eu te conheci
Vai fazê um ano mais ou menos
Goianinha que eu te conheci
Seu cabelo prendia uma rosa
Tão bela e formosa que igual nunca vi
Seu cabelo prendia uma rosa
Tão bela e formosa que igual nunca vi
Ai, ai, ai, ai
A saudade é que me mata
Vou vortá lá pra Goiás
Goianinha eu não posso esquecê
A saudade me faz padecê
Goianinha eu não posso esquecê
A saudade me faz padecê
Goianinha o meu pensamento
Há todo momento tá sempre em você
Goianinha o meu pensamento
Há todo momento tá sempre em você
Ai, ai, ai, ai
A saudade é que me mata
Vou vortá lá pra Goiás
Ainda trago comigo guardado
A lembrança que você me deu
Ainda trago comigo guardado
A lembrança que você me deu
Um lencinho de seda estampado
Dois nome gravado, o vosso e o meu
Um lencinho de seda estampado
Dois nome gravado, o vosso e o meu
Ai, ai, ai, ai
A saudade é que me mata
Vou vortá lá pra Goiás
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - flor do sertão
No bairro aonde eu moro tem uma menina
Ã? uma rainha, flor do meu sertão
Fiz uma promessa e há de ser valida
Pra morar o resto da vida no meu coração
Corpinho delicado dessa criatura
Cheia de formosura, é igual a flor
Estando no meu braço é uma rainha
E ela há de sê minha e sê meu amor
Estátua tão querida que eu tanto amo
Por você eu chamo e você não quer vir
Você é uma flor que no campo mora
Vamos comigo embora, flor do meu jardim
Nunca abandone meu amor profundo
Lhe amar no mundo é a minha sina
Este teu semblante eu trago guardado
Será sempre alembrado, linda menina
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - peão disposto
No dia que eu tô disposto, tudo quanto eu quero eu faço
Piloteio e puxo vara na canoa que eu me embarco
No rio eu faço rodada, na lagoa eu pesco e caço
Nas baixada eu sevo a paca pra depois pegá no laço
Do leite do figueirão eu faço fisgo pra sanhaço
Na classe de boiadeiro eu sei honra meu bombacho
Cuiabano na ribada pra pegá não me embaraço
Meu apeio é reforçado não uso nada fracasso
Mestiço por ser ligeiro tá no peso do meu braço
Cai no tento do mateiro e vem na chincha do picasso
Não gosto de adomação, é um perigo eu mesmo acho
Minha vida eu sempre arrisco, nesse ponto eu me arrebaxo
Mas subo dando risada no lombo de qualquer macho
Se o bicho berrá abafado no tatu eu desabafo
O gosto de um cavaleiro é de fazê pará no garfo
Aprendi ler e escrevê, multiplico, somo e reparto
Já somei os seus carinho, nesta prova deu exato
Multipliquei a paixão, há tempo que eu combato
Pobre do meu coração, foi repartido em dois pedaço
Só não posso diminuí é tantos trabaio que eu faço
Nas noites que eu vou na festa divirto mesmo de fato
Sapateio e puxo Parma, canto por cima e por baixo
A respeito inventá moda, garganteio e bato papo
Que os assunto dos meus versos desabusa é campeonato
Onde eu canto a fama fica, onde eu piso eu deixo rastro
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - os reis da bola
Agora estamos lutando
Para o povo compreendê
Que as modinhas sertaneja
São fácil de entendê
Nossa viola cabocla
Parece que quer dizê
Que o sertão está sorrindo
Vendo o dia amanhecê
Com muita fibra e coragem
Nóis entremos pra valê
O sertão está sorrindo
Vendo o dia amanhecê, ai
Sonhando com as manhã
Eu ouço o sino batê
Os passarinhos cantando
Dando vida e mais prazê
O sol descampa na serra
Trazendo o anoitecê
A Lua clareia o espaço
E a mata florescê
Com muita fibra e coragem
Nóis entremos pra valê
O sertão está sorrindo
Vendo o dia amanhecê, ai
Nossos irmão lá do campo
Não devemos esquecê
São eles que planta e colhe
Para a cidade mantê
Os braços do lavrador
Que nos dá o que comê
Se não fosse o sertanejo
Ninguém podia vivê
Pra defendê nossa gente
Nóis entremos pra valê
O sertão está sorrindo
Vendo o dia amanhecê, ai
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - boi fumaça
Do tempo que eu fui peão ai eu nem gosto de alembrá.
De um transporte que eu fiz lá de Goiás pra Cuiabá.
Num dia de sexta-feira veja só o que foi se dá.
Quando a tarde foi caindo deu um forte temporá.
Relampiava e trovejava clareando o mundo inteiro.
O temporal foi deixando os animal em desespero.
Nessa viagem nós levava quinhentos boi pantaneiro.
Bem na frente caminhava o "boi fumaça" traiçoeiro.
Mesmo debaixo de chuva nossa viagem continuava.
Por não ter lugar de pouso aonde nós se encontrava.
Meu filho era o ponteiro que na frente caminhava.
Repicando seu berrante e a boiada acompanhava.
Ao passar numa porteira foi assim que aconteceu.
Seu burro não encostava e pra abrir ele desceu.
O "boi fumaça" investiu e o menino não percebeu.
Nas guampas o pantaneiro pros ar ele suspendeu.
Fiquei louco nessa hora quando meu filho gritou.
Eu quis salvar a sua vida mais já não adiantou.
O chifre do "boi fumaça" com seu sangue avermelhou.
Minhas lágrimas sentidas com a chuva descorou.
Perdi meu filho querido nessa viagem traiçoeira.
Mais guardei no coração suas palavras derradeiras.
Eu queria ser peão mais findou minha carreira.
Papaizinho me enterre aqui perto dessa porteira.
Abandonei essa lida meus prazer pra mim morreram.
Mais não posso me esquecer daquele golpe traiçoeiro.
Quando escuto um berrante me arrepia o corpo inteiro.
Alembro do filho querido tempo que eu fui boiadeiro.
leôncio e leonel - já fui humilhado
Há tempo que sou insurtado tenho prestado atenção
Eu nunca quis respondê pra mim não criá impressão
Agora queira escuitá esta minha solução
Tem gente que tá pensando que só ele que é o grandão
Quando o caboclo é teimoso precisa chamá a atenção
De tanto ser humilhado esta é a minha decisão
Pra cantá moda de viola eu não preciso instrução
Meu peito é forte e sadio não ronca que nem trovão
Se eu gostasse de baruio comprava um motor de avião
Eu nunca comi tutano pra mim derrubá campeão
Pra mim não tem sór nem chuva, nem noite de escuridão
Não tem violeiro papudo que eu não faça operação
Agora o trunfo viro, eu vou aproveitá a ocasião
Não truque de sete copa que eu tô de zape na mão
Galo carijó não canta perto do índio japão
Eu não sou de corriola, nem gosto de confusão
Quanto mais sou atacado tenho mais disposição
Pra cantá sou diplomado, esta é a minha profissão
Violeiro que me combate troque a sua inspiração
Tenho moda na cabeça que nem pórva do canhão
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - a Última valsa
(â??Nair saiu pelo mundo procurando seu amado
Que ela mesma por orgulho tinha um dia desprezado
Cansada e arrependida do seu erro praticado
Nair se atirou na lama pela estrada do pecado
Luiz também de desgosto se transformou num bandido
E numa noite bem longe num lugar desconhecido
Num combate com a polícia Luiz escapou ferido
Se escondeu dentro de um baile da polícia perseguido
Pra despistar a polícia que vinha no rastro seu
Dançou com a primeira moça que na frente apareceu
Era Nair, sua amada, mas ele não conheceu
Enquanto a orquestra num canto triste valsa assim gemeuâ?)
Naquela valsa chorosa
Rodaram pelo salão
E numa pausa da orquestra
Ela viu sangue em suas mão
Apavorada pensando
Ser um bandido ou um ladrão
Chamou depressa a polícia
Que lhe deu voz de prisão
Quando ela ouviu o seu nome
Chorando reconheceu
Que era aquele seu amado
Por quem tanto ela sofreu
Procurou pro mundo todo
Que triste destino seu
Estava com ele em seus braços
E para sempre perdeu
Quando a polícia saiu
Levando preso o rapaz
Aqueles gritos doídos
Foram ficando pra trás
De longe ainda se ouvia
De Nair seus tristes ais
Aquela última valsa
Separou pra nunca mais
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - desprezado
Esta noite eu não dormi
Os meus olhos não tinha sono
A noite inteira eu pensando
Meu amor tem outro dono
Eu conheço o dono dela
O nome falo depois
Coração que ama um
Ã? pecado amar dois
Penso nela todo dia
Todo instante, toda hora
Vivo chorando por ela
E ela por mim não chora
Se ela pra mim pedisse
Coração que sofre mais
Eu daria o meu pra ela
Fazia o que ninguém faz
Nosso Pai sofreu na cruz
E morreu por toda a gente
Eu também vivo sofrendo
De amor por ela somente
Quem tem seu amor não deixe
Não procure quem não tem
Procurando vai sofrer
Deixando sofrer também
leôncio e leonel - a viola e a estudante
Conheci um violeiro cantava com a voz macia
Apesar da sua idade enfrentava cantoria
Ele tinha uma filha que era sua alegria
Mandou ela estudar pra se formar algum dia
O estudo da menina a viola garantia
Depois da moça formada o velho ficou satisfeito
Mas ele nunca pensava que seu sonho era desfeito
A moça voltou pra casa com orgulho e preconceito
Ser filha de um violeiro ela achou que era defeito
Tinha vergonha de ver o pai com a viola no peito
O prazer do pobre velho aquele moça proibia
Não quero ver nessa sala suas danças de catira
A moda do estrangeiro todo mundo admira
Não quero ver em minha frente a sua viola caipira
Se tiver amor na viola, pega ela e se retira
Ele abraçou na viola dando suspiro e ais
Mas parece que a mocinha tava mesmo por demais
Sou formada e sou grã-fina, caipira não sou meu pai
Ainda resta dizer estas palavras finais
Se o senhor não der um fim na viola eu vou sumir pra nunca mais
O velho pegou a viola e saiu pro mundo afora
E a justiça seja feita por deus e nossa Senhora
Prefiro viver jogado, cantar pra ganhar esmola
Desprezo meu próprio sangue, não desprezo minha viola
Não despreze quem te deu esse seu luxo e sua escola
leôncio e leonel - sapatão 44
Moda de Viola
Ela tinha quinze anos quando aqui veio morar
Chegou cheia de encanto beleza não tinha igual
Não tinha na redondeza ninguém para comparar
Era mesmo uma princesa com feitiço no olhar.
Em prazo de pouco tempo começamos se notar
Mesmo que eu não quisesse não dava pra segurar
Toda vez que eu lhe via sentia as pernas bambear
Coração velho no peito pulsava quem nem marruá.
No dia de santo Antonio padroeira do lugar
Foi o dia mais feliz que podia imaginar
Foi Tereza e eu subimos juntos no altar
Fizemos sinal da cruz para deus abençoar.
Levantava bem cedinho antes do galo cantar
Arreiava meu cavalo antes do dia clarear
Levava o meu cachorro que só faltava falar
Pra casa eu só voltava na hora do sol entrar.
Onde a gente morava ninguém ia visitar
Somente todos os dias leiteiro ia levar
Pra fazer queijo e ricota e um pouco para tomar
Depois ficava sozinha esperando eu voltar.
Um dia cheguei em casa peguei então a cismar
Percebi que a maldade no meu rancho veio rodear
Embaixo da nossa cama olha que eu fui encontrar
Sapatão quarenta e quatro do leiteiro Juvenal.
Mandei Tereza embora pedi pra não mais voltar
Hoje só minha viola serve pra me consolar
Namoro com as estrelas, sou amigo do luar
Recordo do nosso amor, seguro pra não chorar.
leôncio e leonel - adeus querida
Adeus, adeus oh! querida
Eu vou-me embora e não chores por mim
Levo no meu pensamento
O teu juramento de um amor sem fim
Sua imagem segue comigo
No coração com sede de amor
Bem longe do teu carinho
Eu choro sozinho meus pranto de dor
Deixo como lembrança
Esta bonita canção
Ã? para nunca esquecê
Quem por você sentiu paixão
Deixo como lembrança
Esta bonita canção
Que é para nunca esquecê
Quem por você sentiu paixão
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - punhal de ouro
Conheci na mocidade
A cabocla linda flor
De tanta felicidade
Me tornei um sonhador
E num jardim perfumado
Trocava juras de amor
Ela me deu de presente
Guardei pra recordação
Juro que fiquei contente
Prova de amor e paixão
Um punhal feito de ouro
Cravado no coração
Depois deixou este mundo
A pobrezinha morreu
Lembro com amor profundo
O punhal que ela me deu
Alegria foi-se embora
Quem ficou triste foi eu
Enlutou meu coração
O adeus da despedida
Se pego o punhal na mão
Sinto minha alma ferida
Eu fiquei na solidão
Numa esperança perdida
Já me causou tanto mal
Ficou na ingratidão
Se existe outro punhal
Que só me faz judiação
Ã? o punhal da saudade
Que fere o meu coração
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
leôncio e leonel - duas jóias
Toada
Uma estudante filha de um rico doutor
Pra uma roceira caçoando assim falou
Lá na cidade eu tenho jóia de valor
E não sei nada desse rancho do interior.
E a caboclinha pra estudante respondeu
A minha jóia é meu filho que nasceu
Nada no mundo é igual o tesouro meu
Meu filho amado é a jóia que Deus me deu.
E a moça rica saiu sorrindo de lá
Passado o tempo se casou na capital
Depois de um ano viu o palácio alegrar
Teve uma filha que outra não tinha igual.
Mais o palácio de repente entristeceu
Com a filha doente a mãe quase enlouqueceu
Pra salvar a filha toda as jóia ela vendeu
Não adiantou nada a coitadinha morreu.
E a moça rica compreendeu que a vaidade
Nem dinheiro não compra a felicidade
Os nossos filhos são as jóias de verdade
Que Deus manda na sua infinita bondade.
Cds leôncio e leonel á Venda