joão gilberto - besame mucho
Am7 Dm7/A A7 Dm7 E7/-9 Am7
Besame, Besame mucho, Como si fuera esta noche, La ultima vez
Em7 A7/-9 D/F# Fm6 Am7 C7/G B7/F#
Fdim E7/+5
Besame, Besame Mucho, Que tengo miedo perderte,Perderte despues ...
Am7 Dm7/A Bbm6 Dm7/A A7 Dm7 E7/-9 Am7
Besame, Besame mucho, Como si fuera esta noche, La ultimavez
Em7 A7/-9 D/F# Fm6 Am7 C7/G F#dim Fdim E7 Am7
Besame, Besame Mucho, Que tengo miedo perderte,Perderte despues ...
Dm7/A E7/-9 Am7 Dm7/A E7/-9 Am7
Quiero Sentirte muy cerca, Mirarme en tus ojos, Verte juntoa mi
Dm7/A G#dim C7/4/G C7/G B7/F# FdimE7/+5
Piensa que tal vez mañana, Yo estare lejos, Muy lejos de ti ...
Am7 Dm7/A Bbm6 Dm7/A A7 Dm7 E7/-9 Cmaj7/G
Besame, Besame mucho, Como si fuera esta noche, La ultimavez
Em9 A7/+5 D/F# Fm6 Am7 C7/G F#dim Fdim E7 Am7
joão gilberto - desafinado
Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é bossa-nova, isto é muito natural
O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Roleiflex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar
Você com sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados
Também bate um coração
joão gilberto - canta brasil
As selvas te deram nas noites ritmos bárbaros
Os negros trouxeram de longe reservas de pranto
Os brancos falaram de amores em suas canções
E dessa mistura de vozes nasceu o teu canto . . .
Brasil minha voz enternecida
Já dourou os teus brasões
Na expressão mais comovida
Das mais ardentes canções . . .
Também, a beleza deste céu
Onde o azul é mais azul
Na aquarela do Brasil
Eu cantei de norte a sul
Mas agora o teu cantar
Meu Brasil quero escutar
Nas preces da sertaneja
Nas ondas do rio-mar . . .
Oh! Este rio turbilhão
Entre selvas e rojão
Continente a caminhar!
No céu! No mar! Na terra!
Canta Brasil!
joão gilberto - manhã de carnaval
Manhã, tão bonita manhã
Na vida, uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso, tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que virás
Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábios teus
Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã
Deste amor
joão gilberto - chega de saudade
Vai minha tristeza
e diz à ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza, é só tristeza
E a melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim
joão gilberto - aquarela do brasil
Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor...
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta denovo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...
Esse coqueiro que dá côco
Oi! Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
Brasil, samba que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor...
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta denovo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Huuum!
Essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...
Esse coqueiro que dá côco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Huuum!
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...
Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor...
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta denovo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...
Esse coqueiro que dá côco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...
Oi! Essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil!
joão gilberto - sandália de prata
Isto aqui ô ô
É um pouquinho de Brasil, Iaiá
Deste Brasil que canta e é feliz
Feliz, feliz
É também um pouco de uma raça
Que não tem medo de fumaça ai, ai
E não se entrega não
Olha o jeito nas cadeiras que ela sabe dar
Olha só o remelexo que ela sabe dar
Olha o jeito nas cadeiras que ela sabe dar
Morena boa que me faz penar
Bota a sandália de prata
E vem pro samba sambar
Morena boa que me faz penar
Bota a sandália de prata
E vem pro samba sambar
joão gilberto - sampa
*homenagem à cidade de são paulo, brasil
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruzo a ipiranga e a avenida são joão
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim rita lee, a tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruzo a ipiranga e a avenida são joão
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi
De mau gosto, mau gosto
É que narciso acha feio o que não é espelho
E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende de pressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Panaméricas de áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa.
joão gilberto - águas de março
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
Um pingo pingando, uma conta um conto
Um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
O projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
Um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
Um pingo pingando, uma conta um conto
Um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
O projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
Um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau é pedra
joão gilberto - izaura
Ai, ai, ai, izaura, hoje eu não posso ficar
Se eu cair em seus braços, não há desperta- dor
Que me fa- ça acordar, (eu vou trabalhar)
Ai, ai, ai, izaura, hoje eu não posso ficar
Se eu cair em seus braços, não há desperta- dor
Que me fa- ça acordar, (eu vou trabalhar)
O trabalho é um dever, todos devem respeitar
O izaura me desculpe, no domingo eu vou voltar
Seu carinho é muito bom, ninguém pode contestar
Se você quiser eu fico
Mas vai me prejudicar
Eu vou trabalhar
joão gilberto - eclipse
Eclipse de luna en el cielo
Ausencia de luz en el mar
Muy solo con mi desconsuelo
Mirando la noche me puse a llorar
Pensaba que ya no me amabas
Con honda desesperación
Y en algo que siempre eclipsaba
La luz de tu amor
Eclipse de luna en el cieloA
usencia de luz en el mar
Muy solo con mi desconsuelo
Mirando la noche me puse a llorar
Eclipse de amor en tus labios
Que ya no me quieren besar
Quisiera olvidar sus agravios
Y luego soñar
joão gilberto - nova ilusão
Recomeçamos assim
A nossa felicidade
Jamais alguém pensaria
Que aquela amizade
Viesse de novo a ter fim
Mas durou pouco afinal
E essa nova ilusão terminou
E não sei se por bem ou por mal
Você foi e não voltou
Foi o destino talvez
Causador desse samba infeliz
Ter você junto a mim outra vez
Relembrar todas as juras que fiz
Tão satisfeito fiquei
Ao sentir nosso amor reviver
Eu nem sei se sorri ou se chorei
Custei até mesmo a crer
Recomeçamos assim
A nossa felicidade
Jamais alguém pensaria
Que aquela amizade
Viesse de novo a ter fim
Mas durou pouco afinal
Essa nova ilusão terminou
E não sei se por bem ou por mal
Você foi e não voltou
Você foi e não voltou
joão gilberto - o barquinho
Dia de luz,
festa de sol
e o barquinho a deslizar
no macio azul do mar.
tudo é verão,
o amor se faz
num barquinho pelo mar,
que desliza sem parar,
sem intenção, nossa canção
vai saindo desse mar
e o sol beija o barco e luz,
dias tão azuis.
Volta do mar,
desmaia o sol
e o barquinho a deslizar.
a vontade de cantar
Céu tão azul,
ilhas do sul
e o barquinho é um coração
deslizando na canção.
Tudo isso é paz,
tudo isso traz
uma calma de verão e então
o barquinho vai,
a tardinha cai,
o barquinho vai.
joão gilberto - coração vagabundo
Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos
Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim
joão gilberto - caminho de pedra
Velho caminho por onde passou
Carro de boi, boiadeiro gritando ô ô
Velho caminho por onde passou
O meu carinho chamando por mim ô ô
Caminho perdido na serra
Caminho de pedra onde não vai ninguém
Só sei que hoje tenho em mim
Um caminho de pedra no peito também
Hoje sozinho não sei pra onde vou
É o caminho que vai me levando ô ô