MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
grupo querência - de fogões e inverneiras
Um vento forte me reboja o pensamento
Desquino o tento pra não ter o que pensar
Atiro os sonhos no banhado do potreiro
E a noite grande vem me por a guitarrear
Traço caminhos pra seguir no outro dia
E a alma encilha novos fletes a domar
Nas invernadas que se perdem na distância
Mato essas ânsias extraviadas no cantar
Fogões me agradam no clarim das inverneiras
Almas campeiras que povoam o galpão
São sonhos xucros mesclados com o minuano
Que esse aragano há muito tempo já domou
Que esse aragano há muito tempo já domou
Lá fora a vida se desmancha em chuva fria
Cortando tropas buscando se acomodar
Um quero-quero se anuncia na coxilha
Ensaia rimas de saudades a recordar
Negra parceira que o fogão te viu ausente
E até o poente se perdeu no teu olhar
Repasso rimas de fogões e inverneiras
Almas campeiras que me põem a guitarrear
grupo querência - a melhor coisa do mundo
CERVEJA GELADA
MULHER NA PARADA
Ã? A MELHOR COISA DO MUNDO
A MELHOR COISA DO MUNDO....A MELHOR COISA DO MUNDO
A CERVEJA GELADA VOU EXPLICAR COMO Ã?
ALEM DE TE DAR PRAZER, EMBELEZA AS MUIÃ?
JÁ Ã? NO PRIMEIRO GOLE, QUE A GENTE FICA SABENDO
SE NÃ?O FOR NUMERO UM, NÃ?S CONTINUAMOS BEBENDO
MAS EU SEI QUE TEM MAIS COISAS QUE FORMAM â??COMBINAÃ?Ã?Oâ?
CORDEONA, VIOLA E PANDEIRO PRA FAZER UNS â??VANERÃ?Oâ?
E ESSA VAI PARA OS MEUS AMIGOS QUE GOSTAM DE ANDAR A MIL
E PRA TODOS OS CERVEJEIROS DO MEU QUERIDO BRASIL
grupo querência - mercedita
Que dulce encanto tienen tus recuerdos merceditas
Aromada, florecita amor mio de una vez
La coneci en el campo allá muy lejos una tarde
Donde crecen los trigales província de Santa Fé
(Y así nacío nuestro querer com ilusión, com mucha fé
Pero no sé porque la flor se marchitó y morriendo fué
Y amandola con loco amor así llegué a comprender
Lo que es querer, lo que es sufrir porque le di mi corazón)
Como una queja errante en la campiña vá flotando
El eco vago de mi canto recordando aquel adiós
Pero apesar del tiempo transcurrido es mercedita
La leyenda que hoy palpita en mi nostalgica canción
grupo querência - surungo campeiro
Oigalê, mas que surungo, que festança no galpão
Quando ronca a gaita velha, não sobra poeira no chão
Dança novo e dança velho, se dança pra todo lado
Neste surungo campeiro não fica ninguém sentado
E dê-lhe festa campeira, dê-lhe xote e vanerão
Depois que a gaita se abre, levanta o pó no galpão
E o baile segue animado, entreveiro de alegria
Já passa da meia-noite, vem chegando o novo dia
Neste surungo campeiro, buenacho barbaridade
Deixa no peito da gente uma tropa de saudade
E dê-lhe festa campeira, dê-lhe xote e vanerão
Depois que a gaita se abre, levanta o pó no galpão
grupo querência - alma de campo
Tô sufocado dentro deste apartamento
Quatro paredes não me deixam "tomar ar"
A minha alma não quer mais confinamento
Me vou pro campo que eu preciso respirar
Meu tirador vai "flecoteá" pelas macegas
Quem não se entrega traz o minuano na cara
Quero alecrim dos verdes campos do meu pago
Fazendo "afagos" nestas ventas, sem amarras
Quero o xucrismo da marcação de mangueira
Pra alma campeira se "esparramá" com as melenas
E um mate gordo na ciranda dos costumes
Brotando ciúmes "faiscados" nas chilenas
Vou lá pra o fundo da invernada de à cavalo
Prumo de galo bombeando a anca boieira
Quero "lascá" deste meu peito, um "era boi"
Na tarca e marca que persiste a vida inteira
grupo querência - dê-lhe tchê
É mais um dia de lida que começa bem cedinho
Sento as "garra" no mouro que se incha e ronca venta
Eu boto o pé no estribo sabendo que, desta vez
Vou mostrar pra este matungo a besteira que ele fez
Dê-lhe, dê-lhe, dê-lhe, dê-lhe
Dê-lhe, dê-lhe, dê-lhe, dê-lhe, dê-lhe tchê
O cavalo é caborteiro, mas vai ter que obedecer
Tiro o mouro do galpão, mal dá tempo pra pensar
Ele não tá pra compadre e se prende a corcovear
O meu mango, acostumado, "estóra" pelas "oreia"
E a chilena corta o pobre, meus Deus, que peleia feia
Dê-lhe, dê-lhe, dê-lhe, dê-lhe ...
Este entrevero de estouro começou de madrugada
Vou avisando esse mouro, eu não refugo bolada
Acho que ele aprendeu, pois me olha com respeito
Sempre que eu aperto a cincha bem no osso do peito
Dê-lhe, dê-lhe, dê-lhe, dê-lhe ...
grupo querência - a estrela e o poeta
Uma estrela la no céu a caminhar
Mostra-me um rumo bem bonito a ser seguido
Para quem canta e encanta a própria alma
Siga com calma que nem tudo esta perdido
Dei um sorriso quando vi aquela estrela
Brilhando forte no meu mundo adormecido
Agradeci a ela pela paciência
Ficou a experiência do que podia ter sido
Na outra noite eu voltei pra minha janela
Pra esperar ela trouxe também o meu pinho
Me parecia que a estrela perguntava
Se eu continuava no meu rancho ali sozinho
Cantei um pouco pra desabafar meu peito
Não teve jeito isso parece um castigo
Eu supliquei olhando para aquela estrela
Desça na terra, vem e leva-me contigo
Porém a estrela que o poeta se refere
É a mais bonita de toda a constelaçao
Porém se um dia ela parar de brilhar
Para também o meu pobre coração
Notei que a estrela vinha seguindo meus passos
Em tudo que faço sempre resta uma esperança
Clareou o dia e a estrela foi embora
Levando consigo os meus sonhos de criança
grupo querência - anseios
Se tropeio légua a légua
Sem nunca vagar a esmo
É porque conheço os rumos
Das estradas de mim mesmo
Se trago nestes pessuelos
Alguns nacos de horizonte
É porque reparto sonhos
Entre pousos e repontes
Se germinam no meu canto
A semente das estradas
É porque, dentro de mim
Liberdade fez morada
Se procuro escuros olhos
Na densa noite morena
É porque dormem estrelas
No negrume das melenas
Se recruto, em cada catre
O calor de um carinho
É porque falta ternura
Pelas curvas do caminho
Se germinam no meu canto ...
Se tranço os tentos do tempo
Entretendo longa ausência
É porque, depois das idas
Vem a volta pra Querência
Se galopo na coxilha
Onde habita a ilusão
É porque não domo as ânsias
Deste potro coração
Se germinam no meu canto ...
grupo querência - arrasta-pé
Nunca mais vou esquecer
Dos "rastapés" lá de fora
Começa de tardezinha
Pra terminar, não tem hora
O salão era dos ranchos
Cheio de teia de aranha
E parede pau-a-pique
Nos cafundós da campanha
O fandango era de gaita
De violão e pandeiro
Nunca falta um dançador
Que pague um trago pro gaiteiro
Na quincha do rancho aceso
Pendurado, o candeeiro
E a poeira do chão batido
Vai retratando o entreveiro
Arrasta as botasna sala
Vem dançar comigo, morena
No arrasta-pé lá de fora
A noite fica pequena
grupo querência - barranca e fronteira
Quando chega o domingo, eu encilho o meu pingo que troteando sai
Rumo as velhas barrancas e histórias tantas do Rio Uruguai
Eu sou fronteiriço de rédea e caniço o perigo me atrai
Sou de Uruguaiana, de mãe castelhana igual ao meu pai
Se a terra não é minha, se a vida é mesquinha o que se há de fazer
Mais um sonho nasceu e o rio se fez meu e nele vou descer
Encontrar quem espera morena e sincera que é o meu bem querer
Meu momento é aí no chão onde nasci e onde vou morrer
Tem o verde do campo nos teus olhos
E o feitiço maleva que é puro veneno no caminhar
Uma noite serena adormece morena em seus cabelos
E seu corpo bronzeado é um laço atirado a me pealar
Tristeza e alegria são meu dia a dia já me acostumei
Sou de campo e de rio, faça sol, faça frio lá domingo estarei
Barranca e fronteira, canha brasileira assim me criei
Com carinho nos braços galopo aos meus passos e me torno um rei
Hoje meu dia a dia só tem alegria, tristeza deixei
Encontrei na verdade a outra metade que tanto busquei
Barranca e fronteira, canha brasileira feliz estarei
Com carinho nos braços da prenda, os abraços e me sinto um rei
Tem o verde do campo nos teus olhos
E o feitiço maleva que é puro veneno no caminhar
Uma noite serena adormece morena em seus cabelos
E seu corpo bronzeado é um laço atirado a me pealar
grupo querência - campereada da vida
PORTEIRA ABERTA
PRA OS CAVALOS QUE VÃ?O INDO
PARA OUTROS PAGOS DISTANTES DO MEU RINCÃ?O
SÃ?O HORAS LARGAS PARA UM CAMPEIRO TEATINO
QUE MAL TEM TEMPO PRA CEVAR SEU CHIMARRÃ?O
O MEU CACHORRO VELHO AMIGO E COMPANHEIRO
QUE ME ACOMPANHA E NUNCA ME DEIXA NA MÃ?O
MEU PALA VELHO QUE ME SERVE DE ABRIGO
VOU CAMPO A FORA CAMPEREAR A SOLIDÃ?O
SÃ?O ESSAS COISAS
QUE A GENTE DA VALOR
NAÃ? TEM MISTÃ?RIO, PRA QUEM SE CRIOU SEM LUXO
VOU AO â??TRANQUITOâ?
NO MEU ZAINO â??ESCARCEADORâ?
TEM QUE TER BRAÃ?O PRA AGUENTAR ESTE REPUXO
NÃ?O TEM DISTÃ?NCIA QUE EU NÃ?O TENHA PERCORRIDO
E NEM BAGUAL QUE ME TIRASSE DOS ARREIOS
NO MEU SERVIÃ?O EU NÃ?O CONHEÃ?O DOMINGO
TOCANDO A TROPA, NÃ?O ME ASSUSTA O TEMPO FEIO
TEM OUTRA COISA QUE EU RESPEITO NESTA VIDA
E ULTIMAMENTE NÃ?O ME DEIXA DESCANSAR
POIS JÁ ME VEJO COM A â??MELENAâ? EMBRANQUECIDA
E COM PATRÃ?O VELHO ALGUM DIA EU IREI TROPEAR
grupo querência - contraponto
Este meu jeito de alçar a perna
De mirar ao longe o horizonte largo
Ã? o contraponto de beber auroras
Quando cevo a alma pra sorver o amargo
Este silêncio que me traz distâncias
Que me agranda o canto entre campo e céu
Ã? o contraponto de acender o fogo
Meço um metro e pouco da espora ao chapéu
Esta coragem de pelear de adaga
De ser um gigante pela liberdade
Ã? o contraponto de ajuntar terneiros
De acenar aos velhos e ter humildade
Esta audácia de buscar o novo
Sem pisar no rastro ou reascender as brasas
Ã? o contraponto de ter prenda e filhos
De ficar tordilho ao redor das â??casaâ?
grupo querência - é pra sacudir, é pra balançar
É pra sacudir
É pra balançar
É o tranco da vaneira
Fazendo o povo dançar
É pra sacudir ê ô
É pra balançar
É o tranco da vaneira
Fazendo o povo dançar
É pra sacudir
É pra balançar
É o tranco da vaneira
Fazendo o povo dançar
É pra sacudir ê ô
É pra balançar
É o tranco da vaneira
Fazendo o povo dançar
grupo querência - gana de farra
Saí cedito, no más, deixando poeira pra trás
Campeando toque de cordeona pra dançar
Sou índio taura e faceiro, chegado num entrevero
Com alguma china hoje vou saracotear
Eu tô com gana de farra
Quero mulher e surungo
Atrás de um ronco de gaita
Eu vou até o fim do mundo
Lá no bolicho do fanha, vou me benzer numa canha
Fazendo o jeito do sangue "véio" acalmar
Depois, de novo na estrada, com essa ânsia emalada
Me vou, pachola, pra algum cambicho arrumar
Eu tô com gana de farra ...
grupo querência - ida e volta
Quando as cortinas da noite cerram as portas do
horizonte
A lua, de trás dos montes vem surgindo, ao despacito
Ali, noitando o ranchito, dedilhando o velho pinho
Vou disfarçando, aos pouquinhos, a dor de viver
solito
Solito é que a gente sente como é enganosa esta vida
Quantas lágrimas sentidas choramos, ao compreender
Que o lema "amar e viver" é falso e não tem valor
Pois desde o primeiro amor já se começa a morrer
Por isso, eu vivo cantando enquanto a morte não vem
Já que não tenho ninguém para chorar a minha ausência
Vou pra divina querência açoitado pelos anos
Repontando os desenganos pela estrada da existência
Só restam reminiscências, lembranças de outros dias
E a marca das judiarias que a minha prenda me fez
Mas se Deus, que é tão cortês, me reencarnar
novamente
Eu voltarei, bem contente, para lhe amar outra vez
Cds grupo querência á Venda