MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
goiá - recordação
Amargurado pela dor de uma saudade
Fui ver de novo o recanto onde eu nasci
Onde passei minha bela mocidade
Voltei chorando com a tristeza que senti
Vi a campina que brincava com maninho
Vi a palmeira que meu velho pai plantou
Chorei demais com saudades do velhinho
Que Deus do Céu há muitos anos já levou!
E onde estão meus estimados companheiros
Se foram tantos janeiros desde que eu deixei meus pais
Adeus lagoa 'Poço Verde' da esperança
Meu tempinho de criança que não volta nunca mais!
Meu pé de cedro desfolhado já sem vida
Final amargo de uma rósea esperança
O monjolinho quero ouvir sua batida
A embalar a minha alma de criança
Manso regato que brotava lá da serra
Saudosa fonte que alegrava o meu viver
Adeus paisagem céu azul da minha terra
Rincão querido hei de amar-te até morrer!
E onde estão meus estimados companheiros
Se foram tantos janeiros desde que eu deixei meus pais
Adeus lagoa 'Poço Verde' da esperança
Meu tempinho de criança que não volta nunca mais!
goiá - aurora do mundo
Quem teve os amores que tive na vida
É gente entendida na mágoa e na dor
E sabe por certo que um doce carinho
Às vezes é espinho em forma de flor
Estando sofrendo aqui na cidade
A louca saudade de um certo amor
Busquei o remédio pra mente saudosa
Na vida gostosa do interiorCruzei os cerrados, chapadas e serras
Pro lado das terras de Minas Gerais
Vi campos floridos e belos cenários
Ouvi os canários nos macaubais
Fumaça distante no azul do horizonte
Na encosta do monte, formando espirais
Vi tudo que amo na tranquilidade
Mas minha saudade ainda era mais
Passei uma noite no Rancho Amizade
E vi na saudade o começo do fim
A chuva caía naquele borbulho
Num triste murmuro sobre o capim
A noite avançava e eu não dormia
Agora sabia que amar era assim
Pois me entreguei ao sono profundo
E a aurora do mundo caiu sobre mim
Voltei pra cidade, fiquei na agonia
Até que um dia meu bem encontrei
Beijei a menina com todo carinho
E aquele rostinho acariciei
Cantando seguiu a linha da vida
Na estrada florida que eu lhe mostrei
Porque ela sabe que agora é so minha
És minha rainha eu sou o seu rei
goiá - adeus filhinha
Adeus, adeus filhinha
Meu amor e minha fã
Vou partir na claridade
Da estrela da manhã
Pelos campos orvalhados
Vou chorando por saber
Que os olhos que te amam
Nunca mais irão te ver
Quando o sol da sexta-feira
Esquentar essa poeira
Do vermelho estradão
Estarei já bem distante
Recordando teu semblante
Teu amado coração
Adeus Paranaíba
Rio Manso do Coró
Vejo aqui na multidão
Mas me sinto muito só
Sairei escondidinho
Pois o pranto é meu mal
Quem não pode defender-se
Não enfrenta tribunal
Quando o sol da sexta-feira
Esquentar essa poeira
Do vermelho estradão
Estarei já bem distante
Recordando teu semblante
Teu amado coração
Adeus, adeus filhinha
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
goiá - canção do meu regresso
Fiz tantos versos, recordando com carinho,
Um mimoso pedacinho do interior do meu país!
E quanta gente, propagou minha cidade,
O recanto da saudade, onde um dia fui feliz...
Após dez anos, fui rever o berço amado,
Na história do passado, revivi o meu papel,
E hoje escrevo a canção do meu regresso,
Encantado com o progresso, lá no meu Coromandel.
Quem admira e entende minha sorte,
Ao cantar de Sul a Norte a "Canção do Meu Adeus",
Entenderá o meu amor aquele povo,
Que voltei a ver de novo pela graça do Bom Deus;
Esse regresso, deu-me um mundo de beleza,
E das trevas da incerteza, novamente vi a luz,
Porque rever minha gente tão querida,
Foi a paz de minha vida, foram bençãos de Jesus.
Terra dos Castro, dos Resende e dos Barbosa,
Dos Goulart, dos Pena e Rosa, dos Machado, Cruvinel,
Dayrel, Ferreira, Aguiar, Moraes, Pereira,
Nobre gente hospitaleira, que elevou Coromandel.
Querida terra, dos Calixto e dos Caetano,
Se eu fosse um soberando, de poder descomunal;
Escreveria o seu nome triunfante,
Na estrela mais brilhante do sistema universal.
Bendito seja, o voltar do filho ausente,
Ao convívio de uma gente, que lhe dá tanto valor.
Tanta homenagem recebí em minha vida,
Mas nenhuma tão querida, quanta aquela do interior.
Óh garimpeiros, fazendeiros e doutores,
Nós seremos defensores dessa terra tão gentil.
Coromandel, fragmento radioso,
O diamante mais formoso dos garimpos do Brasil.
goiá - gente de minha terra
Fiz tanta homenagem ao interior
E ao trabalhador de alma gentil
Os versos que fiz os colegas gravaram
E se espalharam por este Brasil
E a 'Saudade da Minha Terra'
Tornou-se um hino na voz do meu povo
Porque quem deixou sua terra querida
Embora alcançando sucesso na vida
Não há quem não queira revê-la de novo
Quem é que esquece o campo, a cascata
O lago, a mata, a pesca de anzol
O gado pastando, o capim do atalho
Molhado de orvalho brilhando ao sol
E a gentileza daquele povo
Que a todos dispensa o mesmo calor
Eu gosto da vida também da cidade
E sei que existe a felicidade
Mas deve ser filha do interior
Nos bailes da roça eu sempre cantava
Alguem que me amava chorava por mim
Depois eu dançava no grande terreiro
Sentindo o cheiro da flor de jasmim
E até hoje ainda sinto aquele perfume pairando no ar
Que faz reviver a feliz mocidade
É o perfume da doce saudade
Que nada no mundo consegue apagar
É quase um mistério da vida da gente
A luta da mente é quase que vã
Aquilo em que hoje se vê naufragada
Talvez será nada em nosso amanhã
E a 'Saudade da Minha Terra'
Está em minh'alma e em todo o meu ser
No palco da vida eu vou trabalhando
Mas quando sentir a cortina fechando
É na minha terra que eu quero morrer
goiá - messalina
Deixa-te desse orgulho
Pobre Messalina dos tempos modernos
Eu te admirava, mas de hoje em diante
Já não sou teu fã
Esta matéria podre
Células terrestres que compõem o corpo
Servirá de pasto numa campa escura
No nosso amanhã
Quem sou eu?
Mero peregrino ante mil espelhos
Eu não sou ninguém para dar conselhos
Repito sozinho, meu Deus quem sou eu?
Mas eu sinto
Muito sutilmente a presença de alguém
Trazendo-me versos, talvez do além
Para dar conforto a quem se perdeu
Vieste de outras eras
Trazendo contigo a nobre missão
Na podridão do mundo
Pegaste de novo instinto animal
Pois cuida-te, menina
Porque esse corpo já não vale nada
Mas resta-te o conforto
De cuidar da parte espiritual
Quem sou eu?
Mero peregrino ante mil espelhos
Eu não sou ninguém para dar conselhos
Repito sozinho, meu Deus quem sou eu?
Mas eu sinto
Muito sutilmente a presença de alguém
Trazendo-me versos, talvez do além
Para dar conforto a quem se perdeu
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
goiá - minuano do sudoeste
Oh! minuano do sudoeste
Ventinho frio do anoitecer
Na primavera de minha vida
Sinto o inverno se aproximar
Enfrento a chuva miúda e fina
Que a lei do carma me faz viver
Os grandes erros de outras vidas
Aqui na Terra eu vim pagar
Venho de longe, de muito longe
De algum pontinho da eternidade
Um prisioneiro dos próprios atos
Pagando agora suas ações
Tal qual a todos, nasci chorando
Sem ter a chance de liberdade
Pois vim cumprir a minha sentença
Nesse planeta de provações
Humanidade que pouco a pouco
No próprio erro quer se afogar
Ã? impossível qualificar
Tanta maldade que todos tem
Porém conforme disse um poeta
Não tenho chance de condenar
Não me assiste esse direito
Pois sou um pobre humano também
Não tenho nada de puritano
Pelo contrário, errei demais
A alma vulgar de pouca cultura
Que vem dos tempos dos filisteus
Mas não lamento as amarguras
Pois afinal em linhas gerais
A dor que ensina a alma impura
Como chegar mais perto de Deus
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
goiá - poente da vida
Amigo escute com calma
A minha pobre canção
Que traz lembranças da alma
Guardadas no coração
Há quase dezoito anos
Um sertanejo menino
Partiu seguindo o destino
Buscando uma ilusão
Só muito tarde entendeu
Que a sua felicidade
Era viver de saudade
Do seu amado sertão.
Marcado pela tristeza
Desesperado e aflito
Fez versos à natureza
E àquele solo bendito
Nas matas, campos e lagos
Encantos de uma terra
Citou o alto da serra
No amanhecer mais bonito
E o astro rei majestoso
Nas manhãs mais coloridas
Pintando quadros da vida
Na tela do infinito.
Que vida mais cor-de-rosa
A sorte deixou perdida
Na estradinha mimosa
De minha infância querida
Porque sou eu o caboclo
Que por missão ou vaidade
Deixou a felicidade
Na terra nunca esquecida
Quis o destino mandar-me
Sentir na grande cidade
O alvorecer da saudade
Já no poente da vida
Voltar não pude é verdade
À terra dos madrigais
Pra não morrer de saudade
Com a falta dos velhos pais
E hoje um tanto alquebrado
Herança dura da sorte
Espero antes da morte
Nos meus instantes finais
Que Deus permita que eu sonhe
Com aqueles campos de flores
Na terra dos meus amores
Que não verei nunca mais
goiá - saudade de coromandel
Quem é neste mundo que não tem saudade,
Da felicidade que não volta mais.
Do verde esperança, de um vale formoso,
Do tempo saudoso dos queridos pais.
Eu vivo sofrendo de tanta saudade,
De uma cidade, razão dos meus áis.
Uma saudade amarga e cruel,
De Coromandel em Minas Gerais.
Eu tinha meu mundo na fonte do açude,
Na mansa quietude dos velhos quintais.
De um mundo de cores eu fui companheiro,
Foi tão passageiro mas lindo demais.
Me lembro até hoje com todo carinho,
Do sabiazinho, lá nos laranjais.
Uma saudade amarga e cruel,
De Coromandel em Minas Gerais.
O dia em que a morte com sua inclemência,
Tirar minha vivência com outros mortais,
Imploro às pessoas, às quais considero,
Na campa só quero as iniciais.
Mas deixem na pedra bem fundo gravada,
De jeito que nada apaga os sinais:
"Uma saudade amarga e cruel,
De Coromandel em Minas Gerais".
goiá - sonho de criança
O sonho mais belo que tive em criança
Foi ser algum dia um compositor
Louvar em meus versos o verde da mata
O canto da ponte, o orvalho na flor
Com 14 anos deixei minha terra
E quase que a mágoa me mata de dor
Morei em palácio, em rancho de palha
Comi em banquete, vivi de migalha
Mas o itinerário de Deus nunca falha
Na grande batalha eu fui vencedor
Fiz grandes amigos em minha jornada
Sem ter preconceito de raça ou de cor
Fui incentivado em várias escalas
De mão de lixeiro a governador
Sou grato por tudo mas não vaidoso
As coisas da mente só tem um autor
Tal qual a aragem que ondula a campina
A onda serena que acalma e ensina
Embora imperfeito a mim ilumina
A Graça Divina do Meu Criador
Às vezes perguntam aos meus companheiros
Do grau de cultura que sou portador
Não faço campanha em meu benefício
Pra mim a modéstia tem muito valor
Sou filho dileto da simplicidade
Adoro a vida do interior
Viajo na escala do meu carrossel
De trem ou de bonde, embala o corcel
E a minha cidade sou sempre fiel
Por Coromandel eu morro de amor
Na força sublime dos meus protetores
Conquisto amizades por onde eu for
Caminho tranquilo não temo a inveja
Quem não é maldoso não guarda rancor
Cultura não muda a alma da gente
Das coisas mais simples serei defensor
Os reis da intriga e as imperatrizes
Que se equilibrem nos próprios deslises
Se livrem das peles de falsos juízes
E sejam felizes na Paz do Senhor
goiá - Última esperança
Liguei o rádio nesta triste madrugada,
E ouví os versos que a tantos anos fiz,
Em homenagem a menina mais amada,
Que em outros tempos me fizera tão feliz.
Fui ao passado e revi tão comovido,
A bela história que o nosso amor viveu;
Não acredito que ela tenha me esquecido,
Seu sentimento é tão grande quanto o meu.
Onde andarás a alma-gêmea de minh'alma?
Já não mais posso esconder estes meus ais!
Todo esse tempo que de ti estou ausente,
Infelizmente cada vez te quero mais.
Sei que tu dizes que eu sou o teu artista,
Que não mais queres outro alguém em teu viver,
Mas te pertence igualmente esta conquista,
Pois como disse, não consigo te esquecer.
Busquei conforto no calor de mil amores,
No desespero de apagar tua lembrança,
Mas não encontro teu perfume em outras flores,
E te encontrar é minha última esperança.
Onde andarás a alma-gêmea de minh'alma?
Já não mais posso esconder estes meus ais!
Todo esse tempo que de ti estou ausente,
Infelizmente cada vez te quero mais.
goiá - tipos populares de minha terra
Às almas simples da cidade onde nasci
Ofereço esta homenagem, pois jamais a esqueci
Quanta saudade das festanças de janeiro
Da sanfona, pé de bode, do amigo Tonho BarreiroMaria Louca, Madalena e Toniquinho
Limiro, João Baianinho, Gustavinho pescador
As Mutuquinhas e a Maria Breveira
Lembro da Rita Pereira que tratava de doutor
O Maroveu garimpeiro itinerante
Que sonhava com diamante pra ganhar um grande amor
("- Olá Maroveu, como vai o garimpo?
Você já bamburrou?
Ainda não, mas eu vô pegá um diamante e comprá um tomove
e passá perto da minha namorada e fazê assim, piripipi, porópopó
Ah! ah! ah! ah! ah! ... ")
Lá nos Pereira numa festa que se fez
Foi essa a primeira vez que o Zé Arruda dançou
Na outra noite voltou pra dançar de novo
E em vez de ver o povo só silêncio encontrou
Desesperado, mas fingindo não ser nada
Com aquela voz gozada na janela ele falou
("- Compadre Bastião, eu vortei aqui hoje pra dançá outra veiz
mas se tá tudo mundo dormindo aí
Pode ficá di quitinho debaixo das coberta aí
Num precisa se levantá, se incomodá nem nada não
Pode ficá di quitinho aí
Compadre Bastião, eu vortei aqui hoje pra dançá outra veiz
mas se tá tudo mundo dormindo aí
Num precisa se levantá, se incomodá nem nada não
Pode ficá di quitinho debaixo das coberta aí"
Compadre Bastião
Ah! ah! ah! ah! ah! ...)
Quatrocentão, Meio Metro e Aristóte
Que bebia um pipote de caninha de uma vez
Lá na corrida João Bodé era famoso
Por ser muito caprichoso ao falar o português
Em um comício de campanha pra prefeito
Mais ou menos deste jeito um discurso ele fez
("- Amigos que estudam a sintaxe, didática, metódica e prática
O paroxítono eleva a gramática principalmente na tesidogmática
porque prevalece a boa pregmática
Observemos a inflorescência do vergel universal
obliguliflóreo, dicotiledônea, cluvaginácio, rodiculácea
Qualquer elitroxilácea provoca a melifluidade
e o relés do esternoclidomastódeo
Ah! ah! ah! ah! ah! ... ")
Segura o taco, oh! querida tia Rita
O fogo apaga e nóis não pita desse alegre recordar
Na minha volta no começo ou fim do ano
Zé Calixto e Tião Caetano vão comigo passear
Naquela casa tão modesta e pequenina
Onde a dona Brasilina certamente irá falar
("- Bom dia, Dona Brasilina!
Bom dia, cê pode fazê isso cumigo não, Gerson
ficá me remedano na rádio, dexa esse tem pá lá sô
Oi, sempe que cê vié em Comandel
dá um pulim lá em casa
Cê sabe, a casa é pobe mas um cafezinho
graças a Deus tem pocê
Ah! eu virei sim, mas e o seu amor
ele não vai ficar com ciumes?
Ah! vai tombano sô, trem bobo
num gosto disso não, vô contá tudo pa tuliça
Ah! ah! ah! ah! ah! ... ")
Joana Padeira, o Chapu e o Antero
Tanto bem que eu lhes quero, não me esqueço de ninguém
E terminando esta simples homenagem
Vou contar uma passagem de outro ser que quero bem
Um certo dia quando voltava da escola
Eu ouvi o velho Lola conversando com alguém
(" Foi lá na casa do Perique
tava lá o Lola encostado na parede
quando passou uma senhorita e falou
"- Olá Lola, você está bom? "
"- Ah eu tô e ocê? "
"- Você está contente hoje, não? "
"- Ah eu tô e ocê? "
"- Ah, mas que elegância, tá de calça nova, hem? "
"-Ah eu tô e ocê, tá boa?
Ah! ah! ah! ah! ah! ... ")
Quanta saudade das festanças de janeiro
Da sanfona, pé de bode, do amigo Tonho Barreiro
goiá - campos amados de coromandel
Na melancolia da grande cidade
O que ameniza o meu dissabor
É a doce lembrança da simplicidade
Dos meus conterrânoes aos quais tenho amor
E hoje sentindo o peso da idade
Levando no peito um mundo de dor
Vou perambulando pro sul ou pro norte
Quem sabe chegando à casa da morte
Mas penso que antes mereça a sorte
De ainda rever o meu interior
As moças usavam cabelos de tranças
Que hoje em dia não vejo iguais
Os casais de velhos de falas tão mansas
Nas Festas de Reis, em Minas Gerais
Congadas, catiras, trucadas e danças
Na bisa cheirosa dos buritizais
A vida de hoje vai se transformando
As coisas tão lindas que estou recordando
Na noite dos tempos estão se apagando
Daqui a alguns anos não existem mais
Eu fui a criança sem vocabulário
Que acreditava em Papai Noel
A deusa que cuida do itinerário
Jogou-me na torre da 'Grande Babel'
E hoje escrevendo da vida o diário
Cantando eu sinto tristeza cruel
Não nego que sou estimado onde moro
Mas um velho sonho à Deus eu imploro
Andar abraçado com quem eu adoro
Nos campos amados de Coromandel
goiá - chapadão
Chapadão já alquebrado
Cofre de recordação
Do pau-terra recurvado
Pelos ventos do sertão
Chapadão da velha igreja
Eu sou quase um filho teu
Triste aldeia sertaneja
Que o progresso esqueceu
Chapadão da passarada
Revoando em mais de mil
Na mais linda alvorada
Do interior do meu Brasil
Canarinhos, avinhados
Pintassilgos, bem-te-vis
Cantadores muito amados
Das manhãs primaverís
Chapadão se eu pudesse
Florescer-te novamente
Se de novo aí viesse
Conviver a mesma gente
Chapadão da Sônia Guedes
Doce imagem da ilusão
Chapadão do Arquimedes
Pescador de solidão
Hoje vejo o sol poente
Muito além da pradaria
Descambando lentamente
Num aceno de agonia
A canção aqui se encerra
Num contraste assustador
Chapadão de minha terra
Mausoléu de um sonhador
goiá - coromandel
Coromandel, dos meus tempos de criança,
Ai, nunca consegui te esquecer;
Os lindos campos onde canta a seriema,
E o inhambuzinho a piar no entardecer,
Na velha igreja, depois da Ave-Maria,
Ao cair da tarde fria, velhos discos a tocar;
Noites de Reis e a Saudade do Matão,
Meu Deus que recordação, tenho mesmo que chorar.
Me perdoe se falo tanto, nesta querida cidade,
Onde hoje a mocidade, já nem lembra mais de mim.
Mas quem é que não recorda sua aventurosa infância,
Que os anos e a distância, para sempre deram fim.
Monte Carmelo, Patrocínio, Lagamar,
Ai, vivem para sempre na lembrança;
Quanta saudade do meu Rio Paranaíba,
Em sua margens vi nascer a esperança;
Patos de Minas, faz lembrar Padre Tomáz,
Que me deu força e paz que um artista deseja.
Minas Gerais, te envio com emoção,
A mais pura gratidão de minh`alma sertaneja.
Santo Inácio, Santa Clara, Abadia dos Dourados,
São lugares bem lembrados, cada um tem seu papel;
São os sonhos da criança, misto de saudade e dor,
Do poeta sonhador, filho de Coromandel.
Cds goiá á Venda