MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
gildo de freitas - a cachaça
Vou falar sobre a bebida
por que me veio na mente
eu vou expandir em verso
o que a minha alma sente
aconselhando esses moço
que ainda são inocentes
nem sabem que essa malvada
tem matado tanta gente
meninos vós a repare
quando encontrarem um vivente
com o rosto e os pés inchados
esse nem paladar sente
no inverno bebe em trago
esperando que esquente
no verão pra refrescar
por que o dia é muito quente
a cachaça deve ter
mil virtudes diferentes
faz alegre ficar triste
faz triste ficar contente
faz de um valente um covarde
faz de um covarde um valente
faz um rio todo chorar
faz um são ficar doente
depois que a cachaça toma conta de um pobre vivente
tira logo o apetite
deixa o corpo diferente
começa a ficar estranho
até dos próprios parentes
o sangue se vira em agua
e morre desgraçadamente
eu bebi,fiquei sabendo
desta bebida o efeito
pra quem nao bebe,não fuma
a vida tem mais proveito
sem jogo,morte,sem roubo
é um homem sem defeito
e se aceitar o meu conselho
Deus ficara satisfeito
Deus abençoe
gildo de freitas - a gaita do falecido
Quando morrer não quero grito e nem choro
Pois eu não quero que a tristeza vá comigo
Peguem minha gaita que pra mim vale um tesouro
E vão tocando até meu derradeiro abrigo
Quando chegar na porta do cemitério
Sei que o porteiro não vai deixar entrar tocando
Até ali já fizeram como eu quero
Larguem da gaita e podem continuar rezando
A minha gaita vou deixar como lembrança
Pra algum dos filhos que tiver a vocação
Eu só não quero ela em mão de criança
Andar rolando pelos banco ou pelo chão
Pra minha esposa eu vou deixar um pedido
Que por ventura de mim se recordar
Se por acaso arranjar outro marido
Na minha gaita não é pra deixar tocar
Não é ciúme não é nada não é intriga
Pouco me importa depois que eu tenha morrido
Eu só não quero que o malvado nunca diga
Fiquei com a gaita e a muié do falecido.
gildo de freitas - carta pra mamãe
Carta pra Mamãe
Oh minha querida mãe
Eu espero que essas linhas
Vai te encontrar com saúde
Minha querida mãezinha
Como eu não vou em pessoa
É que eu mando esta cartinha
Para buscar noticias tuas
E levar noticias minhas
Oh minha querida mãe
Tu de lá e eu daqui
Por mim eu sei que tu clama
Eu também clamo por ti
Mas eu vivo carregando
Está cruz que eu recebi
Mais dos teus doces carinhos
Ainda não me esqueci
Oh minha querida mãe
Digo com sinceridade
Só uma dor me maltrata
É esta malvada saudade
Te ver junto dos meus braços
É toda a minha vontade
Seria pra mim na vida
A maior felicidade
Jesus cordeiro divino
Nosso senhor do bom fim
São Jorge porque não faz
Eu ter um viver assim
Que eu viva para a minha mãe
E ela viva para mim
Seria pra mim na vida
Uma alegria sem fim
Eu queria que estes versos
Tivesse boca e falasse
Eu queria que essas rimas
Tivesse lábios e beijasse
Que tivesse compreensão
Que fizesse o que eu mandasse
Para chegar de surpresa
E beijar as suas faces
gildo de freitas - lembrança do passado
Tenho saudade dos tempos bons de outrora quando eu
vivia lá fora na fazenda do branquinho
Com a minha gaita a minha faca prateada a minha
gaucha amada senhora mae dos meus filhos
Com elas três sempre em minha compania vivo
cheio de alegria sou um gaucho feliz
E a minha faca que eu carrego na cintura conhece
a minha bravura pelas peleias qu eu fiz
Minha gaucha um anjo que Deus me deu ela por
mim já sofreu mas ainda me admira
Quando ela ouve eu no radio estar catando fica
quietinha escutando e de saudade suspira
Minha acordeona sempre boa e afinada não é gaita
pianada é sanfoninha singela
Mas para mim contem diverso valor porque muitos
trovador já surrei tocando nela
E a minha faca que à alguns anos atrás tinha
trabalho demais esta descançando agora
Mas quando enxerga o churrasco e a farinha
corcoveia na bainha querendo sair pra fora
E hoje velho com os meus cabelos brancos no
improviso eu sou franco a rima nunca faltou
Graças a Deus canto com facilidade porém me
resta saudade do tempo bom que passou.
"vamo encerrar indio velho não adianta não volta
mais!"
gildo de freitas - acordeana
De madrugada quando dia vem raiando
Eu to tomando no meu rancho chimarrão
E pra tristeza não ser muita no ranchinho
"A acordeona faz carinho e alegra meu coração
Ah acordeona tu te recorda da tua dona
Ah acordeona tu te recorda da tua dona"
Quando enxergo teu retrato na parede
Eu fico doido perco a sede me deito não tenho sono
Minha acordeona reconhece a pobrezinha
Que a gaúcha que era minha ta na mão do outro dono
"Ah acordeona tu te recorda da tua dona
Ah acordeona tu te recorda da tua dona"
Minha acordeona quando toca sempre diz
Que ao infeliz também chegará seu dia
Se acordeona disser isso com certeza
Leve a tristeza e depois traga a alegria
"Ah acordeona tu te recorda da tua dona
Ah acordeona tu te recorda da tua dona"
Eu já te amei como os anjos amavam a lira
Eu já te adorei como anjos adoram a Deus
Mas não enxergo em teu olhar esperança
Até nem quero ser feliz nos braços teus
"Ah acordeona da um desprezo na tua dona
Ah acordeona da um desprezo na tua dona"
gildo de freitas - eu não sou convencido
Esse negócio de dizer que tu me ama
E a minha ausência te causa desespero
Não é a minha boniteza quem tem chama
E com certeza deve ser o meu dinheiro
Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
"ah, é tão bonito a gente amar e ser amado"
Eu reconheço que sou um homem feioso
E que a feiúra caiu por cima de mim
Tenho no peito um coração amoroso
E a bonitona que me quiser é assim
Se eu descobrir que me amas com firmeza
Talvez uns tempo nós possa viver juntinho
Daí sou eu quem desfruta essa beleza
E tu desfruta essa feiúra e meu carinho
"ha há, daí é pouco pra ti"
Toda mulher é preciso ter beleza
Para deixar muitos corações aflitos
Porém o homem é feio por natureza
E para amar não é preciso ser bonito
Vamô acabá com esse apaixonamento
por que eu sou um gaúcho viajado
Eu estou velho mas tenho fibra e talento
não aprendi a amar sem ser amado
"vamô fechá a porteira e ta dado meu recadinho malvada"
gildo de freitas - vida de tropeiro
Eu vou contar pra vocês ó minha gente
A vida triste que leva nosso campeiro
Quando o patrão faz negócio na charqueada
Manda levar a boiada dando ordem os seus tropeiros
E um velho cusco que é seu fiel companheiroChegando a tarde já fica a tropa encerrada
De madrugada canta o galo no galpão
Anunciando para o coitado tropeiro
Que tome o mate ligeiro pra cumprir com a obrigação
E vai tropeiro cantando esta canção
Toma um amargo e põe o cavalo na encilha
E o laço na presilha e solta a tropa na estrada
E lá vão eles por este mundão aberto
Sem saber o lugar certo para fazer a pousada
E vai tropeiro tocando a sua boiada
Quando vão bem feliz a sua jornada
Cantando esta toada que se acalme as reses
E assim repete esta canção por várias vezes
São tradições do nosso querido estado
E esta cantiga tira a brabeza do gado
gildo de freitas - a mula do falecido palmeira
Pra mulão de qualidade só sendo a minha tostada
A mula me conhecia eu até pela pisada
Tinha uma franja bem grande de cola e crina aparada
Ganhou uma vez numa festa uma figa pra cabeçada
Eu cheguei a injeitá três mula pela tostada
Tinha uma mula picaça das quatro pata calçadas
Tinha uma mula rosilha e outra vermelha dourada
E eu arrespondi pro dono não me agradei da mulada
Quem vê eu contar a história pouco crê e dá risada
Mais a mula merecia por ser bem assinalada
Tinha uma estrela na testa pela natureza dada
Parecia a estrela dalva sinalando a madrugada
Hoje se eu deito eu não durmo é me lembrando da
Coitada
Vou contar pelo que foi minha mula foi roubada
Agarrei a minha pistola com bala bem azeitada
Abandonei o meu rancho saí campeando a tostada
Eu me encontrei com o ladrão a cada de tempo na
Estrada
Vinha vindo numa mula magrinha e mal encilhada
A mula me conheceu ali ficou empacada
Pela estrela eu conheci que era a minha tostada
O ladrão de prevenido fez a primeira pegada
Puchemo as pistola junto e as balas foram trocada
Uma bala eu peguei nele outra bala peguei na tostada
E a pobre da minha mula teve um fim triste na
Estrada.
gildo de freitas - mula preta
Ai três coisas em meu poder que eu não vendo pra ninguém
Eu tenho uma mula preta que poucos gaúcho tem
Eu tenho a minha chinoca que estimo e quero bem
E tenho a minha cordiona que quando toco apaixona certas chinoca de alguém
Por causa dessas três coisas tudo no mundo eu arrisco
A china por que se assanha quando declara eu belisco
A mula é lá de alegrete que eu ganhei do seu Francisco
E quem achar que é boato querendo ver seu retrato olha na capa do disco
Ela é preta bico branco tem sete palmo de altura
Minha gaita é todeschini sempre alegria procura
E a chinoca que eu tenho foi criada sem pintura
É linda minha chinoca que ate no andar provoca o olhar das criatura
Mas provoca sem querer não é que tenha esperteza
É que de longe se vê toda sua boniteza
De min da mula e da gaita a chinoca é a princesa
Sou feliz com estas três coisa com a gaita a mula e esposa completei minha riquesa.
gildo de freitas - eu reconheço que sou um grosso
Me chamam de grosso eu não tiro a razão eu reconheço a minha grossura
Porém sei tratar a qualquer cidadão até representa que eu tenho cultura
Eu aprendi na escola do mundo não fui falquejado em bancos colegiais
Eu não tive tempo de ser vagabundo porque quem trabalha vergonha não faz
Eu trabalhava ajudava meus pais sempre levei a vida de peão
Porque no tempo que eu era rapaz qualquer serviço era diversão
Lidava no campo cantando com os bichos porque pra cantar eu trouxe vocação
Por isso até hoje eu tenho por capricho de conservar a nossa tradição
Eu aprendi a dançar aos domingos sentindo o cheiro do pó do galpão
Pedia licença apeava do pingo e dizia adeus assim de mão em mão
E quem conhece meu sistema antigo reclamem por carta se eu estou mentindo
São documentos que eu trago comigo por que o respeito eu acho muito lindo
Minha sociedade é meu ctg porque lá existe a dignidade
E não se confunde eu explico por que os trajes da moças não são a vontade
E se por acaso um perverso sujeito querer fazer uso e abuso de agora
Já entra o machismo impondo respeito e arranco o perverso em seguida pra fora
Ó mocidade associem com a gente vá no ctg e leve um documento
Vão ver de perto que dança decente e que sociedade de bons casamentos
Vá ver a pureza vá ver alegria vá ver o respeito dessa sociedade
Vá ver o encanto das belas gurias que possam gerar uma felicidade
gildo de freitas - baile de respeito
Eu fui num baile
Donde tava o Teixeirinha
Já criando ladainha
Cheguei arrastando a espora
Preguei-lhe o grito
Hoje o baile tem respeito
E Olhei firme pro sujeito
E já se mandou porta afora
(-E vai te mandando nanico
Petiço da perna curta
Têm que largar primeiro)
Foi coisa linda
O Teixeira disparando
O lenço branco avoando
E as velhas gritando atrás
E as prendinhas ficaram
Agarrada em mim
Cantando e dizendo assim
Aquele não volta mais
(-Se voltar é pior pra ti)
Aquelas velhas gritaram
No mesmo tom
O comedor de batom
Com esse susto ele se ajeita
A minha filha da comadre e da vizinha
Não que mais o Teixeirinha
Só querem o Gildo de Freitas
(-E tá muito certo meninas
Vocês não tem mau gosto
Eu sou bonito mesmo)
Com aquele ato
Eu fiquei dono do campinho
Todo cheio de carinho
E era aquele troca e pega
E foi assim que eu dancei a noite inteira
Enquanto o pobre Teixeira
Chorava lá na macega
(-Pobre vivente, chorava mais que criança molhada)
Aquele baile eu dancei barbaridade
Me diverti a vontade até o dia clarear
Se levasse junto a Mary Terezinha
Eu creio que a coitadinha também ficasse por lá
(-E essa eu não te entregava mais)
gildo de freitas - escola do mundo
Escola do Mundo
Eu sou um poeta de nascimento
Que a escola n?me conheceu
Eu devo sim agradecimento
Pelas li?s que o mundo me deu
Eu surgi neste mundo terrestre
Por?n?sei como ?ue surgiu
Eu peguei o mundo por mestre
Com ele tudo na vida aprendi
Ai ai ai ai,
Eu agrade?a essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Est?reparado pra o resto da vida
Eu quando canto pra o povo querido
Sinto na alma um prazer profundo
Naquele instante que sou aplaudido
Eu agrade?a escola do mundo
Hoje me sinto no fim da viagem
Cantando e sorrindo e batendo palma
Pedindo aos seus uma santa passagem
E a salva? pra minha alma
Ai ai ai ai,
Eu agrade?a essa escola querida
O homem que aprende na escola do mundo
Est?reparado pra o resto da vida
?bem assim meus amigos
Sagrada escola do mundo
Para esta gaita gaiteiro
gildo de freitas - que negrinha boa
O povo já descobriu
Que eu gosto da Gabriela
Pegaram nós se beijando
Numa festa de capela
Ela é louquinha por mim
E eu louquinho por ela
Por isso me resolvi
Juntar os trapos com ela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela
De noite quando eu me deito
Ao lado da minha bela
Eu fecho a porta com a chave
Ponho a tranca e a tramela
O gavião é perigoso
Mete o bico na janela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela
Ela deita no meu braço
eu durmo nos braços dela
Ela agarradinha em mim
E eu agarradinho nela
Bem magrinha e bem pretinha
Negra boa de costela
Tenho medo é de um artista
Que anda de olho nela
Não tem prata nem brilhante
Que pague a minha donzela
Francamente eu até tenho
Bastante ciúmes dela
Eu agora vou pra casa
Pra cuidar da Gabriela
Por que já tem outro artista
Que anda de olho nela
Eu cuido da minha negra
Dou sopinha na tigela
Dou café, almoço e janta
Mingauzinho com canela
Tiro o pó todo da casa
Lavo os pratos e a panela
Não precisa trabalhar
Eu faço tudo por ela
Vou bater no Teixeirinha
Por andar de olho nela
gildo de freitas - sem você não sou feliz
Sem Você Não Sou Feliz
Morena vamos embora morar lá no meu rincão
Começando desde agora, te darei meu coração
Lá dentro do meu ranchinho feliz havemos de ser
Deus do céu abre os caminhos, serás minha até morrer
Eu preciso de você pra enfeitar meu ranchinho
E preciso merecer um pouco dos teus carinhos
Eu ao lado de você fica tudo mais azul
Embarca morena, embarca e vamos embora pro sul.
A terra é boa,. o gaúcho é bom, o céu é azul
Embarca morena, embarca vamos embora pro sul.
Vai lá conhecer meu pago, o rancho bem macanudo
Ali pra nossa vivenda no rancho tenho de tudo
Vertente de água boa tem no terreiro da casa
Fogão de lenha comprida que amanhece com brasa.
Porcada, chiqueiro alto pra conservar com limpeza
Setenta quadras de campo, pastagem por natureza
Muitas criações de gado, nunca conheci pobreza
Mas toda minha fortuna não paga tua beleza.
Tenho carro de passeio, um bom cavalo de encilha
Pra você já amansei uma potranca tordilha
Pra mim só falta você entre tantas maravilhas
Sou ricaço solitário, sou tristonho sem família.
Se tu gostares de mim conforme de ti gostei
Tu me respondas que sim pra casar perante a lei
Já te contei as riquezas que trabalhando eu já fiz
Mas sem a tua beleza não poderei ser feliz.
gildo de freitas - a grande perda do brasil
Dia 24 de Agosto teve o mundo um arrepio
Teve um sol, mas muito fraco
Foi um sol fraco e sombrio
E os astros se enfumaçaram
Com gestos de quem sentiu
E mesmo não é pra menos
Foi este o pai da pobreza
Aquele que nos tratava
Com tanta delicadeza
Quem nos deu tanta alegria
E hoje só nos da tristeza
Morreste gaúcho velho
Porém deixaste pedido
Pra não morrer, pra não matar
Não ferir, não ser ferido
Vamos forçar pra cumprir
As ordens do falecido
Apesar de que todos sabem
Que os gaúchos não são mansos
Mas nois temos que deixar
A sua arma em descanso
Mas se não fosse esta carta
O Brasil tava em balanço
Dr. Getulio me atenda
Este pedido que eu faço
O povo aqui não têm força
Sem a cana do teu braço
Peça licença pra Deus
E nos governe do espaço
Oh meu Deus esse gaúcho
Que foi pro seu e não vêm
Já governou quinze anos
Até cego sabe bem
Tinha força pra matar
Mas nunca matou ninguém
E por ele se matar
O Senhor dê o perdão
Porque ele se matou
Para não ver revolução
E já nasceu com esse instinto
Morrer sim, matar não
Tu no céu nois na terra
Hoje tudo mundo fala
Que teu pobre coração
Não merecia está bala
E o Brasil custa a encontrar
Um homem da tua iguala
Descansa Gaúcho velho
Tu no céu e nois aqui
E eu peço que Deus me atenda
Faça está praga cair
Dê-lhe uma câimbra na língua
Nos que falavam de ti
Foi-se o homem do cavalo
Do chapéu das abas largas
Hoje este Brasil sem ele
Serão coisas muito amargas
Vamos rezar pela alma
Do Doutor Getulio Vargas
Cds gildo de freitas á Venda