MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
f.u.r.t.o. - não se preocupe comigo
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
Mas eu não volto mais pra casa não
Não se preocupe comigo
Mas com o que me aconteceu
Eu sumi, e eles podem levar um outro filho seu
Sem corpo, sem prova, sem prova, sem crime
O sal da lágrima fica no gosto e ao costume da lingüa
Em duas falas diferentes
Mães de Acari, da praça de maio e outras tantas por aí
Entre o conflito e a indecisão
Entre o conflito e a indecisão
As vítimas não encontradas
Somos todos nós
Os que não demos adeus e nem rezamos
Nos cemitérios clandestinos da justiça
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
Mas eu não volto mais pra casa não
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
Mas eu não volto mais pra casa não
Não se preocupe comigo
Mas com o que me aconteceu
Eu sumi, e eles podem levar um outro filho seu
Sem corpo, sem prova, sem prova, sem crime
O sal da lágrima fica no gosto e ao costume da lingüa
Em duas falas diferentes
Mãe já caí, na praça de maio e outras tantas por aí
Entre o conflito e a indecisão
Entre o conflito e a indecisão
As vítimas não encontradas
Somos todos nós
Os que não demos adeus e nem rezamos
Nos cemitérios clandestinos da justiça
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
Mas eu não volto mais pra casa não
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
Mas eu não volto mais pra casa não
Eu que talvez esteja mais próximo que pareça vago num grão da vida
Ou nas lembranças da beleza
Não sei se virei fim ou me perdi em mim,
Mas nessa expressão posso ser historia e recomeço.
Psicografado, nunca esquecido ou requerido, não se preocupe comigo,
Mas com a época que devora caminhos e destinos com tanta pressa,
Apagando rastros que nos ensinam e nos permitem a voltar
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
Mas eu não volto mais pra casa não
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
Mas eu não volto mais pra casa não
Não
f.u.r.t.o. - flores nas encostas do cimento
A infiltração no teto fazia marcas
que eu de tanto olhar via as faces mais lindas
para clarear o meu tormento
como flores nas encostas do cimento
Antes que o samba vire só um ruído de fundo
eu vou tocar mais alto para ouvir meu coração
porque não existe enredo do inferno que me tire a emoção
E se as luzes nos roubassem as estrelas
e nosso brilho só nos mostrasse
a silhueta do que poderíamos ser
eu já estive pior e agora posso entender
para clarear o meu tormento
como flores nas encostas do cimento
Antes que o samba vire só um ruído de fundo
eu vou tocar mais alto para ouvir meu coração
porque não existe enredo do inferno que me tire a emoção
f.u.r.t.o. - sombra líquida
O suor das costas que se apresenta
Como poesia trêmula de pai pra filho
E quando meu esforço quase não me convence
Privatizando a corrente sangüínea
E ela me persegue mais rápida que o nosso entendimento
Tão lenta quanto nosso perdão
Visto de cima, meu bairro é torto e glorioso
E se parece com o que nos transformamos em nossa fuga
Porque a sombra líquida, se te ganha, te escurece os olhos
Faz a honestidade vulnerável
E aí fica fácil nos tornar quem odiamos
Sob o céu vermelho das traçantes
O mesmo passado que nos caça nos salvou
E pouco antes do meu futuro
Enfatizar em convulsão
Eu entendi que caminhar para o fim do túnel
é ouvir um silêncio sem permissão
Essa é minha busca e minha intenção
Porque lá em casa
Mesmo quando não tinha trabalho
Só tinha trabalhador
f.u.r.t.o. - gente de lá
Eu vim jogando baralho em pé no trem
Com gente que eu nunca tinha visto antes
Me apaixonei por um rosto que me sorriu
e desapareceu na multidão
Comemorei na rua um título com alguém
que só tinha a mesma camisa que eu
Contei minha vida pro cara da cerveja ao lado
E no sábado encontrei alguém que me conhecia muito bem
Mas eu não sabia o nome de quem
Mas há um cheiro de pneu queimado no ar (2x)
E não vou na minha tia há muito tempo
Larguei o colégio ao lado quando a coisa apertou
E joguei fora as minhas calças vermelhas
que um amigo me deu
Fronteiras impostas, pistolas mais novas,
braços mais magros e mais violentos
Eu não devo nada a ninguém!
No meu comando invisível que às vezes
só aparece na cor inevitável do medo
de ser confundido com alguém
que duvide da minha carteira assassinada de trabalho
Banalizando a queda de mais um (2x)
No paradeiro mais cruel da minha área (2x)
Mas há um cheiro de pneu queimado no ar (2x)
E essa gente de lá (2x)
Já faz mais de um ano que não posso ver
E essa banda de lá
Já faz mais de um ano que não posso ir
E essa gente de lá
Já faz mais de um ano que não posso ver
Comando Vermelho, Comando G8, Terceiro Comando
Comando Banco Mundial, BID, PCC, FMI,
Amigos dos amigos
The enemy of the enemy
Comando dos comandos, fronteiras das fronteiras
De Washington à Síria, da Maré à Fazendinha
Cuidado: Onde há fumaça há outro fogo!
E quem controla esse jogo
Vicia muitos em gasolina
para vender armas mais barato nas esquinas
E essa gente de lá (2x)
Já faz mais de um ano que não posso ver
E essa banda de lá
Já faz mais de um ano que não posso ir
E essa gente de lá
Já faz mais de um ano que não posso ver
Mas há um cheiro de pneu queimado no ar (3x)
f.u.r.t.o. - paradoxo
Eu sou um misto de cinemas convertidos com funk de laje
Desenhos japoneses e pelada de rua
doce de Cosme e Damião versus televisão
Caixa de fósforo com MPC
Sub-ciências
equações de um desastre previsível
Olhos negros de olhar azul ao lado dela
Mãe demais para ser jovem
No país do paradoxo o ilegal transmitido ainda não é cultural
pois a maioria de nós como povo
ainda possui poucas virtudes para o mal
Pois a maioria de nós como povo
ainda possui poucas virtudes para o mal
Eu sou um misto de ossadas indigentes
ao lado do cadáver de Tim Lopes
com fliperama violento de boteco
Informação para desviciar os olhos
versus a verdade como um bem caro demais
Narco-deputados e um religioso ex-viciado
Equações de um desastre previsível
Olhos negros de olhar azul ao lado dela
Mãe demais para ser jovem
Pois a maioria de nós como povo
ainda possui poucas virtudes para o mal
f.u.r.t.o. - amém calibre 12
Amém Calibre 12
O santo que deu fim à humildade
Beatificado pelo ódio
Neo-liberal como uma Ferrari em frente ao Vidigal
Amém Calibre 12
Me ensinaram o que querer
Mas não disseram como ter
E agora os mesmos olhos que pediam
Vão descer
Para exigir (2x)
E não serão mais complacentes
Fazendo vítimas do outro lado da avenida
Mas dessa vez serão brancas bem-nascidas
Para ganhar nitidez
Porque o resto caiu, levantou, caiu,
levantou de novo e escorreu
Nos jornais que só quem é pobre leu
Amém Calibre 12 (4x)
Amém Calibre 12 faz os seus devotos desde os 12
Consumo, consumido, consumado
Serão medo, mas nunca respeito
Incendiando o seu próprio morro
Amém Calibre 12
Porque o poder alucina em qualquer canto (2x)
Tão paralelo quanto (2x)
Escutas telefônicas ilegais e outras manipulações
Pois na boca o mundo beira Beira-Mar
Mas ninguém entende o A.C.M.
E é quando o santo maldito surpreende e sai fora de repente
Porque só bandido pobre morre cedo,
só bandido pobre morre cedo
E nunca é tão cedo pra morrer pobre
Só.
Mas é tarde demais para explicar
Que pra você até o céu é dividido em castas
O sonho termina na vala comum
Calado por um novo absurdo
Adeus Calibre 12 (2x)
Essa disputa vai ter sangue (5x)
Que vai molhar da cabeça aos pés
Essa disputa vai ter sangue
Abalando a confiança dos fiéis
Amém, amém, amém calibre 12 (8x)
f.u.r.t.o. - caio pra dentro de mim
Caio pra dentro de mim!
Com a vertigem
dos que aprendem em queda livre
Já que tudo mudou, mudou, tão de repente
E o ar, em suspensão
só aos poucos me traz a minha lucidez
Passado o tempo do baque
Superar, me religar com voz que vem de dentro e grita! grita!
Que depois da tanto tempo
sangue, sirenes, quartos surdos enfim
Todas as transformações !
E é ela que cresce pra eu continuar a ser quem sou
Que o filme da vida passou e eu fiquei pra ver o fim (2x)
Pra ver o fim
Até o fim!!
Sai do escuro e vem te ver assim! (4x)
Caio pra dentro de mim!
Caio pra dentro de mim!
Com a vertigem
dos que aprendem em queda livre
Já que tudo mudou, mudou, tão de repente
E o ar, em suspensão
só aos poucos me traz a minha lucidez
Passado o tempo do baque
Superar, me religar com voz que vem de dentro e grita! grita!
Que depois da tanto tempo
sangue, sirenes, quartos surdos enfim
Todas as transformações !
E é ela que cresce pra eu continuar a ser quem sou
Que o filme da vida passou e eu fiquei pra ver o fim (2x)
Até o fim!!
Pra ver o fim
Até o fim!!
Sai do escuro e vem te ver assim! (5x)
f.u.r.t.o. - as cidades
Arranhando o céu por escadas de carne
Útero postiço de lâmpadas distantes
Cordão umbilical entre a fibra ótica e a ótica da fibra
Quando a arte se torna maior que a criação,
muitos a chamam de obra
Quando a obra se torna maior que o homem,
ela se chama cidade
Se todo homem tem um preço
Esse é o lugar do troco
Eu tô lá na esquina esperando seu rosto passar
Só os encontros vão salvar
f.u.r.t.o. - desterro
Um nordestino de nome Jesus
Procurado noite e dia em São Paulo
Turcos na Alemanha
Um Palestino servindo café em Israel
Afro-asiáticos nas ruas de Seatle
E mesmo assim ainda é difícil, vê um beijo
Multiracial em Hollywood
O mundo migra, e dá de cara com fronteiras
As chaves são as mesmas!
Samuel L. Jackson e Charton Haston
Tem a mesma cor da violência
Os dois acreditam em armas
Os dois abrem portas com dólares e euros
Um beijo na pátria amada, ao lado de uma bandeira queimada
Braço, é braço
Braço de terra negada
Braços pulando os muros do mundo
Do futuro por emprego
Braços de refugiados
Apesar de tudo, por um instante
Pousam num estado de aleluia
Sem religião
Desterro, Ah Desterro
f.u.r.t.o. - entre o conflito e a indecisão
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
Não se preocupe comigo, mas com o que me aconteceu
Eu sumi e eles podem levar um outro filho seu
Sem corpo, sem prova,
Sem prova, sem crime
O sal da lágrima fica no gosto que é o costume da língua
Em duas falas diferentes
Mães de Acari, da Praça de Maio
e outras tantas por aí
Entre o conflito e a indecisão
As vítimas não encontradas somos todos nós
Que não demos adeus
nem rezamos nos cemitérios clandestinos da justiça
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
Eu que talvez esteja mais próximo que pareça
Vago no umbral da vida ou nas lembranças da beleza
Não sei se virei fim ou me perdi em mim
Mas, nessa expressão posso ser história em recomeço
Psicografado, nunca esquecido ou requerido
Não se preocupe comigo
Mas com a época que devora caminhos e destinos
Com tanta pressa
Apagando rastros que nos ensinam e nos permitem voltar
Não se preocupe comigo
Mas eu não volto mais pra casa não
f.u.r.t.o. - terrorismo cultural
Um atentado contra golpe contra tudo que já se foi falado, jurado, esperado e prometido como solução
Um atentado contra golpe contra tudo que já se foi um ato de violência educada ou um ato de educação
para violar a situação
Antes do momento exato da intolerância virar desafeto
e o desafeto virar tonteira
na ciranda dos valores trocados pelo Deus Dinheiro
Eles roubaram livros e fugiram em manifesto
Eles roubaram livros como vacina antivírus
Eles roubaram livros e fugiram em manifesto
Eles roubaram livros
Reconhecidos e procurados como uma tribo de índios, negros, coloridos como todos nós
Fugiram da favela dos sentidos
cavando de dentro pra fora um novo dia de sol
porque o futuro começou quando dormíamos numa noite
longa e aflita
que aos poucos começa a escurecer a pista
a escurecer a pista
a pista, a pista
Eles roubaram livros e fugiram em manifesto
Eles roubaram livros
Reconhecidos e procurados como uma tribo de índios, negros, coloridos como todos nós
f.u.r.t.o. - todos debaixo do mesmo sombrero
Do Ai 5 ao 11 de Setembro chileno
Do Sendero Luminoso
Aos filhos encapuzados de Sandino
Depois de tantos planos tramados
Nas pastas de Kissinger
E em tantas fardas cegas
Que continuam a temer uma terra
Afro-latina e Ameríndia
Tão sugada quanto resistente
Tão sugada quanto resistente
Democracia sem dentes é o nosso presente
Fingindo não ter mais senhor
Vários generais exilados na velhice
ainda sonham com o corpo daquela jovem que se foi
porque não dedurou ninguém
Depois do sumiço dos meus ancestrais
Depois do sumiço dos meus pais
Aquelas utopias começam a ver sinais
Nos vemos nas ruas
quase em tempo real
Ressuscitando fantasmas
que pareciam ter virado fast-food globalizados
Tiros de festim ou uma lenda inesquecível de paixão
Depois do sumiço dos meus ancestrais
Depois do sumiço dos meus pais
A tão usada foto de Che
ainda tem força pra sugerir
que sempre é hora de sermos mais inteiros
Todos de baixo do mesmo sombrero
f.u.r.t.o. - ego city
Carros à prova de bala, com vidros à prova de gente
Cor fumê da indiferença
E vão lambendo os cartões de crédito
Comprando de quase tudo; do orgulho à cocaína
de dólares a meninas
Passando em frente à réplica da Estátua da Liberdade
que nos prende ao consumo siliconizado e farpado urgente
que diz: Bem-vindo a Ego City
Lutadores sem filosofia, crianças sem esquinas
Realidade da portaria, mas só se for pela porta dos fundos
De frente pro mar, de costas pro mundo
Perderam o governo, mas ainda seguram os trunfos
Quando cair, delete o meu nome dos seus computadores
Se você insistir, o meu descanso será seu pesadelo
Lembre-se do mistério de PC, dono do Avião Negro
Porque o terno e o uniforme ainda
são os disfarces mais usados pelo crime
Tráfico de influência, tráfico de vaidade, tráfico pra ocupar
melhor lugar na corte
Bem-vindo a Ego City
Cds f.u.r.t.o. á Venda