MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
francis hime - desembolada
Eu sou uma grande menina
Sou uma mulher e tanto
Eu não vou cair em pranto
Por coisa tão pequenina
Disfarça no dedilhado
Que esse verso tão maroto
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Pra quem quer tirar um côco
Você começou errado
É é o estrangeiro engasgado
Com a pamonha do cabloco
É é o destro atrapalhado
Com a viola do canhoto
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Pode ser que noutro porto
Você seja cortejado
Mas aqui no meu reinado
Você é um peixe morto
Vai arrebanhar seu gado
Se organize meu garoto
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Você tá falando torto
Porque anda despeitado
Tá com uma inveja danada
De me ver nesse conforto
Passe bem, muito obrigado
Que eu já tenho outro broto
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Você está ficando moco
Presunçoso e perturbado
Eu lhe conto o meu ditado
Se quiser fique com o troco
Pras ladeiras do meu lado
Eu escolho o meu piloto
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Você fala mas seu rosto
Tá ditando outro ditado
Vê se chega pro outro lado
Se não quer ter um desgosto
Se ocê não tomar cuidado
Vai ter um filho de Bôto
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Já amei que nem um louco
Também sofri um bocado
Quem esteve apaixonado
Já provou de tudo um pouco
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
Já mandei o meu recado
Quem quiser que mande outro
Olha só a cara do roto
Falando do esfarrapado
francis hime - luiza
Por ela é que eu faço bonito
Por ela é que eu faço o palhaço
Por ela é que eu saio do tom
E me esqueço no tempo e no espaço
Quase levito
Faço sonhos de crepom
E quando ela está nos meus braços
As tristezas parecem banais
O meu coração aos pedaços
Se remenda prum número a mais
Por ela é que o show continua
Eu faço careta e trapaça
E pra ela que eu faço cartaz
É por ela que espanto de casa
As sombras da rua
Faço a lua
Faço a brisa
Pra Luisa dormir em paz
francis hime - marina morena
Meia volta, volta e meia
Ciranda de areia
Volteio dobrado
Meu canto mexe um tempero
De amor feiticeiro
De corpo fechado,
Cego,
Solto,
Salvo,
Só.
Passei a semana pensando em você
Sofrendo por tudo querendo você
Lembrando mentiras bonitas para te dizer.
Marina morena você não pintou
Me vira o seu rosto me faça o favor
Me salva do abismo, do abismo de me perder.
No vento da maré cheia
Meu canto ponteia na noite calada
Fogueira que me clareia
E o fogo incendeia
De chama cerrada,
Leve,
Lenta,
Branca,
Só.
Quando ressoa o pandeiro
Festim cativeiro
Cantiga rimada
Meu sangue dança na veia
Canção de sereia de alma penada,
Vaga,
Magra,
Livre.
francis hime - desacalanto
Acorda, meu pai
Não te deixo dormir
Não toque em estrelas
Não vá por aí
Afasta o delírio
Não prove do mar
Não ouça a Iara
Do rio chamar
Acorda, meu pai
E me ajuda entender
Por que tanta fúria
Tanto malquerer
Eu estou muito assustado
Com o mundo que eu vi
Acorda meu pai
Não te deixo dormir
A noite se encosta
Num poste de luz
Em pó se desfaz
Em fragmentos azuis
Aos pés de um menino
A cidade afundou
Levando o vazio
De quem não sonhou
Sou moço de longe
De longe te ouvi
Dizendo: ?Meu filho,
Não vá por aí?
Não toque em estrelas
Não prove do mar
Não ouça a Iara do rio
De noite chamar
francis hime - eterno retorno
Tua imagem retorna de um passado
Que eu talvez jamais tenha vivido
Senão como alucinação
No entanto sei que fundamento em ti
Meu céu, minha revolta, minha nação
Não saberia navegar sem o oriente
Da tua rosa dos ventos
Nem saberia mais falar de amor
Sem tua minha língua mãe
Palavra que se arvora em flor
No instante em que se expressa
Em suma, toda vez que me lanço no teu mar
Tem sempre alguma coisa que regressa
Tua imagem retorna de um passado
Que eu talvez jamais tenha vivido
Senão como alucinação
No entanto sei que fundamento em ti
Meu céu, minha revolta, minha nação
Não saberia navegar sem o oriente
Da tua rosa dos ventos
Nem saberia mais falar de amor
Sem tua minha língua mãe
Palavra que se arvora em flor
No instante em que se expressa
Em suma, toda vez que me lanço no teu mar
Tem sempre alguma coisa que regressa
Tua imagem retorna de um passado
Que eu talvez jamais tenha vivido
francis hime - meu caro amigo
Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando que, também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer... que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus
francis hime - o tempo e a rosa
Tempo
Qual sera o tempo
Onde mora a rosa
Que morreu certo dia
Mas ficou na memória
Em prosa e poesia
A rosa-flor da fantasia
Será
Que existe outro tempo
Onde a rosa impera
Talvez fora do tempo
Em tempo de primavera
Lá onde a rosa-flor se inventa
Sempre ao sabor do vento
Rosa dos meus ventos
Rosa-flor de outro cais, não
Rosa a mais que eu sonhei, não
A rosa somente rosa
De nunca mais, de nunca sempre
Tempo
Será que essa rosa
Ã? a flor do meu tempo
Essa flor que só passa
Se inventa, some no vento
E sempre rosa me ultrapassa
Tempo
Qual será o tempo
Onde mora a rosa
Onde mora a rosa
francis hime - passaredo
Ei, pintassilgo
Oi, pintaroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge, asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol, sem-fim
Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde, colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiariti
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
Ei, quero-quero
Oi, tico-tico
Anum, pardal, chapim
Xô, cotovia
Xô, ave-fria
Xô pescador-martim
Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
francis hime - por tudo que eu te amo
Canto, por todo o nosso engano
Por tudo que eu te amo
Por todo esse fracasso
Pelo que eu te ameaço
Por essa nossa caça
Por essa nossa raça
De todas as maneiras
Com todas as besteiras
Eu cheiro a sua vida
E amanheço vivo
Por tudo que é sagrado
Com todos nossos medos
Me perco nesse inferno
Nosso colégio interno
E a gente não se cansa
E a gente não descansa
E nunca tem vergonha
Por tudo que se sonha
Sonho, somos
Nós somos um delírio
Com todos os prazeres
E a chama que nos cega
São tantos os demônios
Rondando a nossa cama
Com todas as verdades
Com a nossa liberdade
Voce é a cidade
Nós somos um caminho
Por todo esse carinho
Nós vamos tateando
Pisando nas esquinas
Nós somos uma quina
Que o tempo não domina
Eu quero o cotidiano
Por todos esses anos
Às vezes sem assunto
Mas acordando juntos
Sempre juntos
Fiéis ao desatino
Brincando com o destino
Por todos os momentos
Seguindo a nossa trilha
Com todo o sentimento
Por toda maravilha do amor.
francis hime - saudade de amar
Deixa eu te dizer amor
Que não deves partir
Partir nunca mais.
Pois o tempo sem amor
É uma pura ilusão
E não volta mais.
Se pudesses compreender
A solidão que é
Te buscar por aí
Amando devagar
A vagar por aí
Chorando a tua ausência.
Vence a tua solidão
Abre os braços e vem
Meus dias são teus
É tão triste se perder
Tanto tempo de amor
Sem hora de adeus.
Ó volta aqui nos braços meus
Não haverá adeus
Nem saudade de amor.
E os dois sorrindo a soluçar
Partiremos depois.
francis hime - sem mais adeus
Vim, cheio de saudade
Cheio de coisas lindas pra dizer
Vim porque sentia
Que nada existia fora de você
Nem a poesia amor
Na sua ausência quis me receber
Vim banhada em pranto
Eu te amo tanto
Vem
Vem aos braços meus
Sem mais adeus
Oh, vem.
francis hime - último canto
Vou acender uma vela
Vou só cantar o meu canto
E vou cantar da maneira, a mais singela
E só depois vou te esquecer.
Vou acender uma vela
Vou só chorar o meu pranto
E vou chorar da maneira, a mais singela
E só depois quero esquecer.
Quando um amor acaba em pranto
É o mesmo que alguém morrer
Vou acender essa vela
Que é por mim e é por ela.
francis hime - uma canção perdida
O que foi feito da tua canção
Que um dia já nos alegrou
O coração,
Se a melodia e o poema são
O que nos faz irmã e irmão.
O que será de todos nós
Sem a canção.
E se o artista foi se proteger
Atrás da lua,
Atrás do amor,
Atrás da porta,
Atrás da dor.
É que a canção que ele tentou cantar
Morreu nos lábios do inventor,
Pra só então se transformar
Em puro sentimento.
E hoje só se pode ouvi-la
Com o coração,
Viva no seu coração.
francis hime - 1 movimento lundu
Choro de manhã, rio de noitão
Que será, será? Quem viver, verão.
Sabe, morena,
Essa praia chamada Ipanema?
Sabe essa lua, essa cena
Essa luz de cinema
Esse eterno verão?
Pois é, sabe, morena,
O negócio aqui nunca foi fácil
Desde a chegada de Estácio
Em Primeiro de Março
No Cara de Cão.
Sabe o monarca balofo
Que armou seu cafofo
No fofo do Paço Imperial?
E na partida levou a mobília
O chofer e a família
Prá ver Portugal?
Sabe o pirata francês
Que roubou a cidade,
E inda de quebra ganhou um resgate
De mais de 600 barões?
Sabe o solar da marquesa
O bordel da francesa, o boquete, etc. e tal?
Sabe essa gente surfando ou pingente
No trem da Central?
Pois é, sabe, morena,
Eu não troco esse Rio por nada
Mesmo levando flechada
Tomei mais pancada que o Villegaignon tomou
Sabe, morena, eu às vezes me encanto com tudo
Mesmo com tanto urubu enfiando canudo
No nosso pirão
Sabe essa praia, essa areia, esse bar
Esse mar, esse beijo, esse desejo atroz?
Sabe a visão da janela
Esse clima, esse Cristo lá em cima
Que vela por nós?
Sabe, morena, se existe outra vida, eu declaro:
Quero esse mesmo calor, esse mesmo esplendor
Essa fascinação
Quero por felicidade
Esse mesmo cenário, só quero morrer de paixão
Quero encarnar outra vez
Na cidade de São Sebastião.
Choro de manhã, rio de noitão
Que será, será? Quem viver, verão.
Quando alguém dá corda
Nas cordas da memória
A gente se recorda das voltas
& revoltas da História
Deste país de loucos
Onde andam tubarões e outros barões
Aos trocos e barrocos
No samba-lelê, samba-lalá
Quero mamãe, quero mamãe
Quero mamar.
Choro de manhã, rio de noitão
Que será, será? Quem viver, verão.
francis hime - 2 movimento modinha
Amei duas ou três sereias
Fiz os meus castelos nas tuas areias
Fui como o rei de um reino ensolarado
Até ser destronado
Nas minhas batalhas de amador
Depois virei conquistador
No rumo do oriente
Andei por meio mundo
E de repente sem rosa dos ventos
Aportei aqui
Onde aprendi que nada sei
Cantei a lua, cantei outras deusas
Criaturas inconstantes
Deusas encantadas na madrugada
Ã? minha bem amada
Hei de viver aqui
Porque não sei me desprender
Da imagem tua
Fiz tantas viagens ao redor da lua
Nesta mesma rua
Não sei mais como te dizer adeus.
Andei penando por amor
Romântico de Cuba
Acumulando espantos
Por entre os cantos de tuas sereias
Ã? minha amada, eu era nada
Sem tua moldura
Eu era um criador
Assim sem criatura
Eu era a primavera
Somente à espera
Do clarão dos olhos teus
Andei buscando teus encantos
Pelo mundo afora
Em tantos outros cantos
E vejo agora que perdi meus passos
Entre os teus sargaços
Minha caravela se perdeu
Ã? minha amada se eu pudesse
Pararia o tempo aqui nos braços teus
Prá me fartar do teu amor
Como se fosse Deus.
Cds francis hime á Venda