MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
egberto gismonti - feliz ano novo
feliz ano novo
no breque, na brahma
no lar ou na lama
com cana ou champanhe
no mar, na macumba
no rumo ou na rumba
nas noites cariocas...
feliz ano novo
no corpo, nas docas
os ratos nas tocas
comprando os navios
no sarro ou no cio
no lado sombrio
do fio da navalha
feliz ano novo
cantando ou calada no blue
na balada com a boca na trombeta
no grito, na greta, no gol
na mutreta atrás de gente fina...
feliz ano novo
no sono ou na sina
no chão, na chacina
nos casos de polícia
na velha ferida
no pé, na partida
no ronco da cuíca
feliz ano novo
na massa ou no muque
no bar, no batuque
nos corações vadios
com festa ou sem festa
na luta indigesta
nos fogos de artifício
feliz ano novo
cantando ou calada no blue
na balada com a boca na trombeta
no grito, na greta, no gol
na mutreta atrás de gente fina...
egberto gismonti - palhaço
Instrumental
egberto gismonti - água e vinho
Todos os dias passeava secamente na soleira do
quintal
À hora morta, pedra morta, agonia e as laranjas do
quintal
A vida ia entre o muro e as paredes de silêncio
E os cães que vigiavam o seu sono não dormiam
Viam sombras no ar, viam sombras no jardim
A lua morta, noite morta, ventania e um rosário sobre
o chão
E um incêndio amarelo e provisório consumia o coração
E começou a procurar pelas fogueiras lentamente
E o seu coração já não temia as chamas do inferno
E das trevas sem fim. Haveria de chegar o amor.
egberto gismonti - ano zero
Jo...sé despertou com
A noite e o na...da
Apenas uma mulher
Junto à mesa de jantar
O que fazer, José
É hora de partir
Na escuridão
É hora de fugir
Como os ratos fogem do chão
Co...mo um ci...ga...no den...tro da
es...cu...ri...dão
Co...mo um ma...ri...nhei...ro tor...to sem
ru...mo no mar
O vinho lhe su...bia à cabe...ça
E o so...nho queimava o coração
Junto à mesa de jantar
O que fazer, José?
Sentar pra esquecer
E esperar
Que ela num sorriso
Vá servir a mesa de dor
Que e...la faça o prato e não se
es......que...ça do pão
A...fo...gar as má...goas com muito ar......roz e
feijão
egberto gismonti - atento alerta
Nem sei quem sou nesta vida
pensei: que fiz neste mundo?
eu sou gente, um ser consciente
ou sou androide? que trabalha
vota em branco, vai ao banco
vide amor, voto meu
quem sou eu?
depois me entrego em pó ao chão
atento, alerta
ao que se oferta a mim
dor, lei
guerra quente; fria
chega
ao novo mundo dos homens
foge o meu próprio viver
passo do olhar num lugar amor... camará
lute você se quiser
eu fujo a mando de amor
armas de amante ansioso
brancas polidas
eu sou desertor, desertei
eu quero achar a poesia
do mundo e o poeta
que fez que a rosa rosasse
fique em mim quem
padece amando
sobrepondo amor
eu vou ser
cego, surdo, mudo ou mundo
dos que se entregam a batalhas
mas não estampam a medalhas
fazem do peito um lugar a dor... camará
lute você se quiser
eu fujo armado de amor
armas de amante ansioso
brancas polidas
eu sou desertor, desertei
no amor eu acho a poesia
do mundo e o poeta
que fez que a lua luasse
fique em mim quem
padece amando
sem descrer do amor
atento, alerta...
egberto gismonti - café
Cada vez que te vierem falar de afeto, de amor, de
paixão
dê a volta por cima ou não
mas não esqueça que a marca é a marca no fim
Cada vez que te vierem prensar num abismo, na rua ou
num gol
transe um papo malandro ou não
mas não esqueça que o tempo revela o fim
Sabe Deus por quantas vezes puseram a mão na ferida e
falaram
meu caro, relaxe porque isso vai melhorar
é só deixar rolar num samba solto
Cada vez que te vierem propor personagens pra vida
real
jogue as máscaras fora ou não
mas não esqueça que é triste o flagrante no fim
Bote o pé numa estrada qualquer e carregue no medo a
paixão
que vai dominar a loucura do seu não ser
a toa pra rolar num samba solto
E por fim, se sua maneira de ser é só aquela quem sabe
de mim sou eu
beba uma pro santo também ou não
Mas não esqueça que um dia a casa cai
egberto gismonti - educação sentimental
Se você diz: eu te amo
Meu coração, se mira no espelho
E faz piruetas de circo
Se você diz: eu te quero
Meu coração, distraído lixa as unhas e diz:
Não se comova babe
Se você diz: eu te adoro
Meu coração faz versos como quem sonha demais
E não se abala nunca
Mas se você diz: eu não te amo
Meu coração tristonho acende as luzes
Porque a noite é negra como a asa da graúna
egberto gismonti - federico
Eram passadas, três horas depois
Das ave-marias
Quando o seu corpo de morte caiu sobre a terra fria
Eram passadas, três horas depois
Das ave-marias
Quando o silêncio das almas desceu sobre Andá Luzia
Sim, contaram os homens
Assim, falaram teu nome
Te escuto ainda as palavras
Bailando no firmamento
Eram passadas, três horas depois
Das ave-marias
Quando o seu corpo de morte caiu sobre a terra fria
Eram passadas três horas depois
Das ave-marias
Quando o silêncio das almas desceu sobre Andá Luzia
egberto gismonti - janela de ouro
Não quero mais o cheiro de dor
Confusão, os dias febris
Descobrir um país na manhã ao som dos sinos de metal
Na vila do mar
Não sabia quanta chuva e sol
Eu trazia entre as minhas mãos
Eu esperei a pedra gritar
Mas Maria Cruz não sabe porque
O suor, os dragões da manhã
E o mistério do sertão
No país do sol
Acho o rastro da destruição
E essas serras não me enganam mais
Não quero mais o mofo e o pó
A cicatriz perdendo suor
Traição, e clarins na manhã ao som dos sinos de metal
Na vila do mar
Não sabia quanta chuva e sol
Eu trazia entre as minhas mãos
A traição, a traição...
egberto gismonti - lírica ii
mulher
que embaralha
e me atenta de ilusoes
que me espera junto as noites de calor
és mais bonita
que o tempo que viveu
toca bem pro alto
teu rebanho de tristezas esperando
que ele caia numa só queda bem fatal
que morra então pra que tu nasças de uma vez
correndo em toda luz criada
que se faz no vento
do nosso tempo
depois, mulher
te contentas pra sorrindo me dizer
bem amado me abrace porque eu
te gosto, te gosto
como és
egberto gismonti - lírica n 1
Oh amada em pouco tempo
Tu criaste o quanto tempo
Oh amada mais que o tempo
Tu criaste o amor
Namorada mais amada
Tu trouxeste junto ao vento
Um amor que de tão grande
Fez-se brisa me envolveu
Oh mulher por quanto vou te precisar
Oh mulher por quanto vou te descançar
Vou mulher, vou namorar
Só de abraços pra você
Quanto mais quieto
Mas sinto lhe ter
Vou precisar de você
Dê-me a mão
Já só me ouço
Podendo dizer
Fique mulher
Só até eu morrer
egberto gismonti - luzes da ribalta
sentados ao fundo
quase imortais
enquanto sorriem
não se falam mais
nas fotografias
não se falam mais
sentados ao fundo
quase imortais
que o hábito da morte é uma assombração
e na segunda feira tudo vai mudar
e não se desespere com essa escuridão
que na segunda feira tudo vai mudar
quando cai o pano
não se falam mais
sentados ao fundo
quase imortais
um clarão de nada
entre as luzes da ribalta
e a ilusão vira poeira
não engana mais
que o hábito da morte é uma assombração
e na segunda feira tudo vai mudar
e não se desespere com essa escuridão
que na segunda feira tudo vai mudar
quando cai o pano não se falam mais...
que o hábito da morte é uma assombração
e na segunda feira tudo vai mudar
e não se desespere com essa escuridão
que na segunda feira tudo vai mudar
egberto gismonti - mais que a paixão
Não espere de mim nada mais que a paixão
Não espere nada de mais do meu coração
Que bate, rebate e grita
Geme, chora e se agita
Sambando nas cordas bambas de uma viola vadia
Não espere encontrar numa canção
Nada além de um sonho, nada além de uma ilusão
Talvez, quem sabe, a verdade
A infinita vontade de arrancar
De dentro da noite a barra clara do dia
egberto gismonti - memória e fado
Por que o sonho terminava
Quando o dia amanhecia
No espelho
Vinha um medo desse gosto morto do passado
Mergulhado na memória
Eu não queria que a vida findasse no abismo desse quarto
Amargando amargurada solidão
Por que a hora se esvazia
Na memória do espelho
Como um fado
Teço o fio do meu sonho cheio de mistério
Um rosário de silêncio
E a minha boca fechada com medo das sombras desses anjos
Que se foram e não voltam nunca mais
egberto gismonti - o sonho
Sinto que ora salto
Meu foguete some
Queimando espaço
Tudo vejo e abraço
A vaidade
Estou morando em pleno céu
Namorando o azul
Ando no espaço rouco
Meu foguete some
Deixando traços
Entre estrelas vejo
A liberdade
Fotografo todo céu
E revelo paz
Busco cores e imagens
Faltam pássaros e flores
Coração na mão
Corpo solto estou
Entre estrelas
Vou deitar neste luar
Indo de encontro ao riso
Do quarto minguante
E o sol queimando
A pele branca
Despertando, vejo a cama e meu amor
Acordado estou
Choro, choro, choro....
Cds egberto gismonti á Venda