MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
duarte - bagunça
O chão do teu quarto, a roupa jogada, o teu travesseiro
O teto riscado, a cama quebrada, a cor do teu cheiro
Não tinha quem se atrevesse, eu fui o primeiro
A entrar no teu lar, na tua bagunça, no teu coração
Teu filtro dos sonhos, teu violão, um quadro escuro
Rede na parede, e os cacos de vidro em cima do muro
Eu me apaixonei por cada canto do teu mundo
E cá eu morei, meu riso plantei no teu quintal
Fiz meu todo o teu jeito
Todas as manhãs eu vou dançar no campo do teu beijo
E nos teus lençóis vou afogar todo o meu desejo
Ã? que eu me encantei com esse teu jeito de se desarrumar
O teu caos é belo, eu sou sincero: eu amo a tua bagunça
Teus discos de samba amontoados numa mesinha
Teu gato listrado, tapete rasgado no chão da cozinha
Não precisa esconder que eu não vou reparar
Eu mesmo sei bem o conforto
que o caos pode proporcionar
Tenho um dentro do peito
duarte - cinco quadras ao gosto popular
Cantigas de portugueses
são como barcos no mar
vão de uma alma para outra
com riscos de naufragar
Dias são dias, e noites
são noites e não dormi
os dias a não te ver
as noites pensando em ti
Tenho vontade de ver-te
mas não sei como acertar
passeias onde não ando
andas sem eu te encontrar
Quero lá saber por onde
andaste todo este dia!
nunca faz bem quem se esconde
mas onde foste, Maria?
Quando a manhã aparece
dizem que nasce alegria
isso era se ela viesse
até de noite era dia
duarte - concreto
Como é que num instante tudo desabou
Cada parede dançou pelo ar
E um número par sobreviveu
Como é que eu e tu nessa destruição
Desviando de cada colisão
Ao lado somos poupados de dor
Eu nem notei o chão despedaçar
O assoalho inteiro se partiu
Se o céu desmoronava
Eu estava mais entretido por ti
Então de repente tudo virou pó
E no segundo seguinte sumiu
Eu to impressionado nem percebi
Tu partiu
Eu e tu trocamos de caminho
Tu seguiu primeiro e eu fui depois
Cada um sobreviveu sozinho
A demolição que veio por nós dois
E se eu sentir falta de carinho
Deito em vontade mas não vou tornar
Te visitar aqui, meu desejo por ti
Há muito acabou
Como é que tanto tempo não lhe devorou?
Como é que o riso e teu comportar
Não cederam lugar ao desprazer?
Como é que dentro desse enorme temporal
Tu escapaste ileso
Afinal, como é que no final
Tu sucedeu?
duarte - cortejo
Cê desapareceu, virou fumaça, e ai?
Finge de morto quando eu ligo
Mas eu sei que não
Resiste ao meu cortejo, isso dai é só charme
Tem que diga que eu, perdi a cabeça por ti
Mas eu não aguento, é tanto amor que eu colhi por você
Preciso de te ver, te espiar até tarde
Não tenho vergonha de dizer
Que eu só faço pensar em você
Já não adianta se esconder
Eu lhe acho, eu lhe caço, até lhe ter
Eu não vou me desacreditar
Nessa dança eu sou teu único par
Teu silêncio não me recuou
Não desisto tão fácil
Eu quero ser o teu nascer e pôr-do-sol
Cada canto teu, lhe fazer Dom Primeiro do meu reino
Desacelera esse teu esquivar
Você bem sabe que vou lhe alcançar
E ser teu homem
Sete vezes eu peço, e peço mais sete mil
Esse querer vem me tomando, eu não vou controlar
Falta você aceitar toda essa felicidade
Ã? esse teu sorriso que Deus tratou de esculpir
O réu primário, responsável por me enfeitiçar
Deixa eu morar ai, fazer a minha cidade
Não tenho vergonha de dizer
Que eu só faço pensar em você
Já não adianta se esconder
Eu lhe acho, eu lhe caço, até lhe ter
Eu não vou me desacreditar
Nessa dança eu sou o teu único par
Teu silêncio não me recuou
Não desisto tão fácil
Eu quero
Eu quero
Eu quero ser o teu nascer e pôr-do-sol
Cada canto teu, lhe fazer Dom Primeiro do meu reino
Desacelera esse teu esquivar
Você bem sabe que eu vou lhe alcançar, e ser teu homem
Foi teu sorriso que me trouxe pra cá
Eu não desisto antes de lhe provar, que eu sou o teu homem
duarte - Évora doce
Ã?vora doce
negro vestido
por capelinhas
cercada d'oiro
trigo em tesouro
mulher raínha
Guardas histórias
guerras e amores
por ti vividas
e tens no quarto
cercando a praça
mil avenidas
São tuas mágoas
que são escutadas
quando da Sé
por entre as horas
amargurada
bates o pé
E os teus cabelos
ficam mais belos
quando tu vês
capas traçadas
numa guitarra
cantando o que és
Envergonhada
se o Alentejo
lhe pede um beijo
e às escondidas
p'ra ninguém ver
mata o desejo
duarte - há quanto tempo não canto
Há quanto tempo não canto
na muda voz de sentir
e tenho sofrido tanto
que chorar fora sorrir
Há quanto tempo não sinto
de maneira a o descrever
nem em ritmos vivos minto
o que não quero dizer
Há quanto tempo me fecho
à chave dentro de mim
e é porque já não me queixo
que as queixas não têm fim
Há tanto tempo assim duro
sem vontade de falar!
já estou amigo do escuro
não quero o sol nem o ar
duarte - mal súbito
Eu que não queria mais olhar na tua cara
Me reencontrei com um desespero habitual
Eu que agradeço a distância que nos separa
Tive um mal súbito
Travou o meu peito engasgou a minha fala
E tirou proveito do meu medo natural
Quando eu te vejo o meu rosto escancara o meu incômodo
Difícil entender, como é que você ainda me afeta tanto
Evito dizer mas se eu te ver me recolho em espanto
Inutilmente tento esquecer o nome que eu canto
Repito que eu superei teu gosto e entretanto
Na rua do bairro na virada da esquina
Um vislumbre teu já é o que pode derrubar
Saindo de casa às dez horas da matina
Cê me vê em plácido
Tudo indica que eu estou sozinho na rotina
Nessa insanidade que insiste em se mostrar
Inerte no inferno que nem mesmo a medicina soube antídoto
Difícil entender, como é que você ainda me afeta tanto
Evito dizer mas se eu te ver me recolho em espanto
Inutilmente tento esquecer o nome que eu canto
Repito que eu superei teu gosto e entretanto
Eu que não queria mais olhar na tua cara
Tentei encaixar o meu semblante trivial
Quando você veio, sem pensar me pus à escada
Fiz o teu túmulo
duarte - mãos desencontradas
Na memória não me escondas
ouve a grandeza das ondas
que por nós foram quebradas
naufragámos sem passado
nesse encontro desejado
entre as mãos desencontradas
Se a lembrança nos condena
se por nós não vale a pena
mais alguém ficar ausente
sem pecado e sem demora
esqueceremos vida fora
tudo aquilo que é presente
Numa noite cega e fria
quando a chuva esquece o dia
e a madrugada é constante
junto a quem nunca perdi
hoje sei que não esqueci
quem de mim ficou distante
duarte - naquela manhã deserta
Naquela manhã deserta
chegaste cheia de nada
trazias sonhos de seda
perdida na madrugada
trazias sonhos de seda
perdidos na madrugada
Escolheste a cidade grande
nas malas trazias esperança
e por tudo ser tão grande
quiseste esquecer lembranças
e por tudo ser tão grande
deixaste a terra criança
Criança, que já não és
amada, que nunca foste
mulher que tens a teus pés
o nada que o mundo trouxe
Já não perguntas porquê
isso hoje já não interessa
o que lá vai não se vê
teus sonhos são o que resta!
duarte - queda
Ao terraço chegou
Complicou-se ao subir
Num tropeço engatou
Do prédio fez sair
Foi caindo sem ver
Era inútil gritar
Quem vai lhe socorrer
Quando o chão lhe abraçar?
O vento despertou
A velha lucidez
A urgência o obrigou
A aceitar de uma vez
E a leiga multidão
Aplaudiu sem mover
Cerra aos olhos João
Chegou tua sorte
Não tem altura fatal
Pra quem se compromete em ser
Mais do que um simples plural
Eu juro parar de doer
Foi só uma queda
Não se entrega
Cê pode levantar, meu bem
Faz das tuas marcas amuleto
duarte - sermão
Você se tornou tão desatento
Sucumbiu à interna pressão
Disparou tristeza aos quatro ventos
Salpicou o teu caminho com
Toda saudade que encontrou
Quando eu lhe peço o teu contexto
Tu verbaliza a sensação
Diz que a mágoa se apossou do peito
E que tu não lembra um dia só
Em que não sentiu nenhuma dor
Quantas vezes eu te dei a mão
Tentei ser salvação
Pros teus singelos problemas
Mas a cada um, uma solução
E a tua ingratidão, me pede por mais quatro
Atingi o fim da paciência
E a minha ausência vai ser tua lição
De hoje em diante o meu nome amarga
Junto de cada chance em vão
Por tanto esforço eu agradeço
Nunca quis ser fardo ou frustração
Eu tentei do fundo do meu peito
Satisfazer teus desejos e fiz
Enquanto eu nutria os meus também
Quantas vezes eu te disse não consigo
Eu não tenho forças pra me segurar
Toda minha história foi longo castigo
Mas agora eu levanto mais forte
Alcancei minha resiliência
Eu ergui minha cabeça e pus meus pés no chão
Perdoei cada parte de mim
Passei a dizer sim
Parei de dizer não
duarte - vendaval
Canta baixinho pra eu dormir
Estou tão sozinho longe de ti
Fala no meu ouvido que eu sou teu abrigo
E que ao meu lado não teme o perigo
Lá fora cai um vendaval. frio como o vento triste do litoral
Aqui dentro um amor atemporal
Daqueles, aqueles sem um final
Faz algum tempo que eu decidi
Não escrever mais uma linha pra ti
Mas desde então a solidão fez se presente a cada estação
Lá fora cai um vendaval. frio como o vento triste do litoral
Aqui dentro um amor atemporal
Daqueles, aqueles sem um final
Flores na decoração um outro tipo de amor
Que liberte aonde for
E navegar ate encontrar, um mar calmo pra velejar
duarte - vida
A gente passa a vida toda
Toda vida colecionando historias pra um dia contar
Das cartas de amor no colégio
As festas e os amigos que pra sempre vão ficar
São fases da vida (por toda vida)
São como frases escritas (a vida toda)
Que passam sem a gente ver
Escritas por quem não sabe escrever
Linhas entre eu e você, linhas que eu vou escrever
Só pra você lembrar
Da conversa a cerveja sob a mesa
Olhares abraços e no fim a tristeza
De não compartilhar a mesma cama
Com quem se ama. enquanto o coração engana
A gente busca uma resposta da vida
Que explique que a partida é o inicio e não o fim
São fases da vida (por toda vida)
São como frases escritas (a vida toda)
Que passam sem a gente ver
Escritas por quem não sabe escrever
(linhas entre eu e você)
duarte - dizem que meu fado é triste
Dizem que o meu fado é triste
E triste este meu cantar
Esta dor que em mim existe
Já desistiu de chorar
Senhora da solidão
Há tanto tempo calada
Cola este meu coração
Num pouco de quase nada
Há tanta coisa sentida
Há tanto por desejar
Foges... mas é tua vida
Baralha e volta a dar!
Dizem alguns que é destino
Eu não sei o que pensar
No meu caminho sozinho
Tentando as coisas mudar!
Cds duarte á Venda