donga - este meio não serve
É feio! É feio!
Menina de família
Andar metida em certo meio
(É muito feio!)
As sobrinhas do almirante
Já saíram do Sion
Vão tomar vinho chianti
Lá pras bandas do Leblon
Os filhinhos da Candinha
Que andam sempre de má-fé
Fazem queixa à sua mãe da Zinha
E ela diz: "Sei lá se é..."
Quando a menina travessa
Dá palpites numa roda
Papai tem dor de cabeça
Mas mamãe não se incomoda
donga - não há castigo
Desta vez não há castigo
Se vais à Penha comigo
Tu tens que me dar vantagem
Vais pagar minha passagem
Carregar minha bagagem
(Oi... quero ver se tens coragem)
De subir a escadaria
Eu bem sei que tu não gostas
Mas juro que nesse dia
Vais me carregar nas costas
(Oi... quero ver se tens coragem)
Para pagares teus pecados
Pra ganhares o meu perdão
Vais subir de olhos vendados
Não é mais que obrigação
donga - pelo telefone
O chefe da folia
Pelo telefone manda me avisar
Que com alegria
Não se questione para se brincar
Ai, ai, ai
É deixar mágoas pra trás, ó rapaz
Ai, ai, ai
Fica triste se és capaz e verás
Tomara que tu apanhe
Pra não tornar fazer isso
Tirar amores dos outros
Depois fazer teu feitiço
Ai, se a rolinha, sinhô, sinhô
Se embaraçou, sinhô, sinhô
É que a avezinha, sinhô, sinhô
Nunca sambou, sinhô, sinhô
Porque este samba, sinhô, sinhô
De arrepiar, sinhô, sinhô
Põe perna bamba, sinhô, sinhô
Mas faz gozar, sinhô, sinhô
O ?peru? me disse
Se o ?morcego? visse
Não fazer tolice
Que eu então saísse
Dessa esquisitice
De disse-não-disse
Ah! ah! ah!
Aí está o canto ideal, triunfal
Ai, ai, ai
Viva o nosso carnaval sem rival
Se quem tira o amor dos outros
Por deus fosse castigado
O mundo estava vazio
E o inferno habitado
Queres ou não, sinhô, sinhô
Vir pro cordão, sinhô, sinhô
É ser folião, sinhô, sinhô
De coração, sinhô, sinhô
Porque este samba, sinhô, sinhô
De arrepiar, sinhô, sinhô
Põe perna bamba, sinhô, sinhô
Mas faz gozar, sinhô, sinhô
Quem for bom de gosto
Mostre-se disposto
Não procure encosto
Tenha o riso posto
Faça alegre o rosto
Nada de desgosto
Ai, ai, ai
Dança o samba
Com calor, meu amor
Ai, ai, ai
Pois quem dança
Não tem dor nem calor
O chefe da polícia
Com toda carícia
Mandou-nos avisá
Que de rendez-vuzes
Todos façam cruzes
Pelo carnavá!...
Em casas da zona
Não entra nem dona
Nem amigas sua
Se tem namorado
Converse fiado
No meio da rua.
Em porta e janela
Fica a sentinela
De noite e de dia;
Com as arma embalada
Proibindo a entrada
Das moça vadia
A lei da polícia
Tem certa malícia
Bastante brejeira;
O chefe é ranzinza
No dia de "cinza"
Não quer zé-pereira!
Coro (civis)
Me dá licença, não dou, não dou
Faça favô, não dou, não dou
Pra residença, não dou, não dou
Com pressa vou, não dou, não dou
Coro (madamas)
Do chefe é orde? não vou, não vou
Sua atrevida, não vou, não vou
Entrar não pode, não vou, não vou
Vá pra avenida, não vou, não vou.