MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
deolinda - ai rapaz
Ai,rapaz!
Se tu soubesses bem
como é que eu fico
quando vou ao bailarico
e te miro a dançar
ó-ai, à marcial...
Já tentei dançar assim também
a esse ritmo, cada passo com sentido
e eu nem gosto de marchar.
Ó-ai, mas quem me viu?!
Ai, rapaz, mas eu queria
uma valsa a três passos,
dar-te a mão e ver a vida,
agarrada a teus braços, ai...
Fui-me pôr
Sentada mesmo à frente
e ali esperei...
A tantos eu neguei
o prazer da minha dança
ó-ai, que era só tua...
Mas o bar também chamou por ti,
num entretanto, a banda ia tocando
e quando tu de lá voltaste
ó-ai, a valsa acamou!
Ai, rapaz, mas eu queria
ir na roda e ser teu par!
Dar-te a mão, ir na folia
E não mais a te largar, ó-ai...
Foi então
Que a roda se fez,
ao largo, larga
tanta gente, muita farra
e nós ali na multidão
ó-ai, com outro par!
Fui passando
par a par, nem sei
quantos ao certo
e tu cada vez mais perto
e quando só faltava um
ó-ai, veio o leilão!
Ai, rapaz, o que eu queria
era um baile bem mandado
que nos guiasse à sacristia
e voltássemos casados,ai...
E do palco
surgiu uma voz
e a concertina:
"Roda manel, vira maria
e quem não vira perde a roda!"
Ó-ai, e eu virei!
Mas a voz,
puxada à concertina,
mais pedia
e acelarava a melodia
os pés trocavam-se no chão
Ó-ai, e assim foi...
Ai, rapaz, e foi o baile,
sem alma nem coração
mal cantado e mal mandado
que me atirou ao chão,ó ai...
E foste tu a dar-me a mão...
deolinda - alvalade e as portas de benfica
Entra sempre em Campolide,
vem sentar-se à minha frente.
E algo me diz que ele anda triste,
pela forma como insiste
em olhar-me indiferente.
E algo me diz que ele anda triste
pela forma como insiste
em olhar-me indiferente.
Quando deita para a rua
os seus tristes olhos frios,
juro ouvir animais do zoo
tilintar atrás do muro
quando passa sete rios.
Juro ouvir animais do zoo
tilintar atrás do muro
quando passa sete rios.
Já pensei em meter conversa,
perguntar-lhe pela vida.
Mas acho que uma vida não cabe
no percurso entre Alvalade e as portas de Benfica
Mas acho que uma vida não cabe
no percurso entre Alvalade e as portas de Benfica
Só resta esperar que ele repare,
no meu triste e frio
Olhar...
deolinda - canção ao lado
Desculpem todos os homens estudantes,
espíritos poetas, almas delicadas.
A falsidade do meu génio e das minhas palavras.
E é daí a lição que eu canto,
cada vida um espanto que é do bela graça,
mas eu só ambiciono arte de plantar batatas.
-Desculpem lá qualquer coisinha
mas não está cá quem canta o fado.
Se era pra ouvir a Deolinda,
entraram no sítio errado.
Nós estamos numa casa ali ao lado.
Andamos todos uma casa ao nosso lado.
Bem sei que há trolhas escritores,
de trato estucadores e serventes poetas;
e poetas que são verdadeiros pedreiros das letras.
E canta em arte genuína o pescador humilde,
a varina modesta;
e tanta vedeta devia dedicar-se à pesca.
[Refrão]
Por não fazer o que mais gosto
eu canto com desgosto, farto de aqui estar;
e algures sei que alguém mal disposto
ocupa o meu lugar.
Ninguém está bem com o que tem...
é sempre o que vem que nos vai valer;
porém quase sempre esse alguém não é quem deve ser.
[Refrão]
E é a mudar que vos proponho!
Não é um posso medonho em negras utopias;
é tão simples como mudarem de posto na telefonia.
Proponho que troquem convosco e acertem com a vida!
deolinda - clandestino
a noite vinha fria
negras sombras a rondavam
era meia-noite
e o meu amor tardava
a nossa casa, a nossa vida
foi de novo revirada
à meia-noite
o meu amor não estava
ai, eu não sei aonde ele está
se à nossa casa voltará
foi esse o nosso compromisso
e acaso nos tocar o azar
o combinado é não esperar
que o nosso amor é clandestino
com o bebé, escondida,
quis lá eu saber, esperei
era meia-noite
e o meu amor tardava
e arranhada pelas silvas
sei lá eu o que desejei:
não voltar nunca...
amantes, outra casa...
e quando ele por fim chegou
trazia flores que apanhou
e um brinquedo pró menino
e quando a guarda apontou
fui eu quem o abraçou
o nosso amor é clandestino
deolinda - contado ninguém acredita
Ai contado ninguém acredita!
Quando eu vou na procissão
Não há moça mais bonita.
Ai contado ninguém acredita!
Vão os santos pelo chão
E eu no andor da santinha.
Como é milagre,
Diz quem sabe,
Eu não sei!
Mas até a virgem mãe
Me gabou a casaquinha.
Como é milagre,
Diz quem sabe,
Eu não sei!
De tão bela até ganhei
Um altar na capelinha.
Óh!, mas ainda não sou Deus
P'ra reinar nos olhos teus
Que veneram o Divino.
E eu tão bela e imaculada
Só não sou idolatrada
Por quem eu mais admiro.
Ai contado ninguém acredita!
Quando eu vou na procissão
Até o menino assobia.
Ai contado ninguém acredita!
Os homens em multidão
Fazem a mim romaria
Com é milagre,
Diz quem sabe,
Eu não sei!
Se é das unhas que pintei...
Se é da luz que me alumia.
Como é milagre,
Diz quem sabe,
Eu não sei!
Todos dizem que o meu bem
lhes dá mais sentido à vida...
Óh!, mas ainda não sou Deus
Para reinar nos olhos teus
Que veneram o Divino.
E eu tão bela e imaculada
Só não sou idolatrada
Por quem eu mais admiro.
deolinda - eu tenho um melro
Eu tenho um melro
que é um achado.
De dia dorme,
à noite come
e canta o fado.
E, lá no prédio,
ouvem cantar...
E já desconfiam
que escondo alguém
para não mostrar.
Eu tenho um melro,
lá no meu quarto.
Não anda à solta,
porque, se ele voa,
cai sobre os gatos.
Cortei-lhe as asas
para não voar.
E ele faz das penas
lindos poemas
para me embalar.
Melro, melrinho,
e se acaso alguém te agarrar,
diz que não andas sozinho
que és esperado no teu lar.
Melro, melrinho
e se, por acaso, alguém te prender,
não cantes mais o fadinho,
não me queiras ver sofrer.
E não voltes mais,
que estas janelas não as abro nunca mais.
Eu tenho um melro
que é um prodígio.
Não faz a barba,
não faz a cama,
descuida o ninho...
Mas canta o fado
como ninguém.
Até me gabo
que tenho um melro
que ninguém tem.
Eu tenho um melro...
(-Que é um homem!)
Não é um homem...
(-E quem há-de ser?!)
É das canoras aves
aquela que mais me quer.
(-Deve ser homem!)
Ah, pois que não!
(Então mulherÂ?)
Há de lá ser!?
É só um melro
com quem dá gosto adormecer.
Melro, melrinho...[refrão]
E não voltes mais,
que a tua gaiola serve a outros animais.
deolinda - fado castigo
Proibissem a saudade de cantar,
Havia de ser bonitoÂ?
Entre os versos da canção mais popular,
Ai, é o dito por não dito.
E as guitarras, sob a escuta na batuta de outras modas,
Escondem no trinar das cordas o pesar.
E o poeta vigiado, forçado ao assobio,
Carpias mágoas do destino sem mostrar.
E ao calor de uma fogueira, um amigo
Com a voz mais aquecida lá entoa:
Que a saudade mais que um crime é um castigo,
E prisão por prisão, temos Lisboa.
Na-rei-ah
Na-rei.ah
Na-rei-ah
Na-reii-ah
Proibissem a saudade, era cantar
Havia de ser bonitoÂ?
Entre os versos da canção mais popular
Ai, é o dito por não dito.
E as guitarras, sob a escuta na batuta de outras modas,
Escondem no trinar das cordas o pesar.
E o poeta vigiado, forçado ao assobio,
Carpias mágoas do destino sem mostrar.
E ao calor de uma fogueira, um amigo
Com a voz mais aquecida lá entoa
Que a saudade mais que um crime é um castigo
E prisão por prisão, temos Lisboa.
Na-rei-ah
Na-rei.ah
Na-rei-ah
Na-reii-ah
Na-rei-ah
Na-rei.ah
Na-rei-ah
Na-reii-ah
deolinda - fado toninho
Dizem que é mau, que faz e acontece,
arma confusão e o diabo a sete.
Agarrem-me que eu vou-me a ele
nem sei o que lhe faço...
desgrenho os cabelos
esborrato os lábios.
Se não me seguram
dou-lhe forte e feio:
beijinhos na boca,
arrepios no peito.
e pagas as favas
eu digo: - "enfim,
ó meu rapazinho
és fraco pra mim!"
De peito feito ele ginga o passo
arregaça as mangas e escarra pró lado.
Anda lá, ó meu cobardolas
vem cá mano a mano
eu faço e aconteço
eu posso, eu mando.
se não me seguram
dou-lhe forte e feio:
beijinhos na boca,
arrepios no peito.
e pagas as favas
eu digo:"-enfim,
ó meu rapazinho
sou tão má pra ti!"
Ó meu rapazinho, ai
eu digo assim:
"- Se não me seguram
dou cabo de ti!"
deolinda - fon fon fon
Olha a banda filarmónica,
a tocar na minha rua.
Vai na banda o meu amor
a soprar a sua tuba.
Ele já tocou trombone,
clarinete e ferrinhos,
só lhe falta o meu nome
suspirado aos meus ouvidos.
Toda a gente - fon-fon-fon-fon -
só desdizem o que eu digo:
Â?...Que a tuba - fon-fon-fon-fon -
tem tão pouco romantismo...Â?
Mas ele toca - fon-fon-fon-fon -
e o meu coração rendido
só responde - fon-fon-fon-fon -
com ternura e carinho.
Os meus pais já me disseram:
Â?Ó Filha, não sejas louca!
Que as Variações de Goldberg
p'lo Glenn Gould é que são boas!Â?
Mas a música erudita
não faz grande efeito em mim:
do CCB, gosto da vista;
da Gulbenkian, o jardim.
Toda a gente -fon-fon-fon-fon.
só desdizem o que eu digo:
Â?... Que a tuba -fon-fon-fon-fon-
tem tão pouco romantismo...Â?
Mas ele toca - fon-fon-fon -
e cá dentro soam sinos!
No meu peito -fon-fon-fon-fon-
a tuba é que me dá ritmo.
Gozam as minhas amigas
com o meu gosto musical
que a cena é Â?electroacústicaÂ?
e a moda a Â?experimentalÂ?...
E nem me falem do rock,
dos samplers e discotecas,
não entendo o hip-hop,
e o que é top é uma seca!
Toda a gente -fon-fon-fon-fon-
só desdizem o que eu digo:
Â?... Que a tuba -fon-fon-fon-fon-
tem tão pouco romantismo..."
Mas ele toca -fon-fon-fon-fon-
e, às vezes, não me domino.
Mando todos -fon-fon-fon-fon-
que ele vai é ficar comigo!
Mas ele só toca a tuba
e quando a tuba não toca,
dizem que ele continua;
que em vez de beijar, ele sopra...
Toda a gente - fon-fon-fon.fon -
só desdizem o que eu digo:
Â?... Que a tuba - fon-fon-fon-fon -
tem tão pouco romantismo...Â?
Mas ele toca -fon-fon-fon-fon-
e é a fanfarra que eu sigo.
Se o amor é fón fón fón fón
que se lixe o romantismo!
deolinda - fungaga da bicharada
Vamos falar de animais e de como eles são
Do periquito, do gato e do cão
E outros mais também virão
Talvez uma girafa um macaco ou um leão
Ã? o fungaga
Fungaga da bicharada
Ã? o fungaga
Fungaga da bicharada
Ã? o fungaga
Vamos todos aprender como vive a bicharada, cão cardume e uma manada
Vamos ver não tarda nada
Quem é que afinal tem a voz bem afinada
Ã? o fungaga
Fungaga da bicharada
Ã? o fungaga
Fungaga da bicharada
Hummmmmm hmmmmm :)
Vamos também descobrir os amigos bestiais
Bem diferentes dos habituais
E vamos rir até não poder mais
Com as palhaçadas dos amigos animais
2x é o fungaga
Fungaga da bicharada
8x é o fungaga
2x é o fungaga
Fungaga da bicharadaâ?¦
deolinda - garçonete da casa de fado
Eu sou brasileira e já arranho o Português
Cheguei vai pró?ma semana e já me viram com freguês
Tem feijão, fava, sardinhas, bacalhau, chouriço
assado
E vá ficando prá noitinha, que vai se cantar o fado
E vá ficando prá noitinha, que vai se cantar o fado
Aiiii e quando eu escutei cantar
Aquele chorinho delicado
Deu uma vontade de pegar
Alguém com quem dançar o fado
Ouça, mas ninguém dança o fado?
Fica aqui a te ouvir
Puxa mas no brasil casa de fado
Não seria mole assim
No brasil casa de fado
Não seria mole assim (+1)
Aiiiiiiiiiii
Eu sou brasileira e já me entendo com turistas
Nicissite na nover teê, Cause this one is pós
fadistas
Sou garçonete competente até aviso no palco
peço silêncio minha gente que vai se cantar o fado
peço silêncio minha gente que vai se cantar o fado
Aiiii e quando eu escutei cantar
Aquele chorinho delicado
Deu uma vontade de pegar
Alguém com quem dançar o fado
Ouça, mas ninguém dança o fado?
Fica aqui a te ouvir
Puxa mas no brasil casa de fado
Não seria mole assim
No brasil casa de fado
Não seria mole assim
deolinda - há dias que não são dias
Com alegria fico louca
e acaso te beijei um dia.
Foi um beijo que me escapou da boca
e andou a noite toda, a fazer o que eu nao queria.
Agora danço arrependida.
Um passo em frente, dois atrás.
E quanto mais me rodopias,
menos culpo a alegria na tristeza como farras.
Não te quero dar mais esperança
que a alegria não é tanta,
e há dias que não são dias.
Mas se tu dançares comigo
e aos meus passos deres sentido,
Não me alegras, mas conquistas.
Com alegria digo coisas, que nem em sonhos te diria,
nem a ferros nem por sombras
ouvirias certas coisas,
que eu te disse outro dia.
E agora danço arrependida,
que eu já nem sei dançar contente.
E quanto mais me rodopias
menos culpo a alegria.
Um passo atrás e dois à frente.
Não te quero dar mais esperança
que a alegria não é tanta,
e há dias que não são dias.
Mas se tu dançares comigo
e aos meus passos deres sentido,
não me alegras, mas conquistas.
Mas se tu dançares comigo
e aos meus passos deres sentido,
não me alegras, mas conquistas.
deolinda - lisboa não é a cidade perfeita
Â?Inda bem que o tempo passou
e o amor que acabou não saiu.
Â?Inda bem que há um fado qualquer
que diz tudo o que a vida não diz.
Ainda bem que Lisboa não é
a cidade perfeita p'ra nós.
Ainda bem que há um beco qualquer
que dá eco a quem nunca tem voz.
Â?Inda agora vi a louca sozinha a cantar,
do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar:
Um dia juntar-me a ela.
Um dia cantarÂ?
como ela.
Â?Inda bem que eu nunca fui capaz
de encontrar a viela a seguir.
Â?Inda bem que o Tejo é lilás
e os peixes não param de rir.
Ainda bem que o teu corpo não quer
embarcar na tormenta do réu.
Ainda bem se o destino quiser
esta trágica historia, sou eu.
Â?Inda agora vi a louca sozinha a cantar,
do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar:
Um dia juntar-me a ela.
Um dia cantarÂ?
como ela.
deolinda - mal por mal
Já sou quem tu queres que eu seja,
Tenho emprego e uma vida normal.
Mas quando acordo e não sei
Quem eu sou, quem me tornei
Eu começo a bater mal.
O teu bem faz-me tão mal!
Já me enquadro na tua estrutura.
Não ofendo a tua moral.
Mas quando me impões o meu bem
Eu ainda sinto aquém.
O teu bem faz-me tão mal,
O teu bem faz-me tão mal!
Sei que esperas que não desiluda,
Que por bem siga o teu ideal.
Mas não quero seguir ninguém
Por mais que me queiras bem.
O teu bem faz-me tão mal,
O teu bem faz-me tão mal!
Sei que me vais virar do avesso
Se eu te disser foi em mim que apostei.
Não, não é nada que me rale
Mesmo que me faças mal.
Do avesso eu te direi:
O teu mal faz-me tão bem!
deolinda - movimento perpétuo associativo
Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!
Agora não, que é hora do almoço...
Agora não, que é hora do jantar...
Agora não, que eu acho que não posso...
Amanhã vou trabalhar...
Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos vencer!
Agora não, que me dói a barriga...
Agora não, dizem que vai chover...
Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...
Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, é esta a direcção!
Agora não, que falta um impresso...
Agora não, que o meu pai não quer...
Agora não, que há engarrafamentos...
Vão sem mim, que eu vou lá ter...
Cds deolinda á Venda