MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
délcio tavares - mate de esperança
Eu vou cevar um mate gordo de esperança
Com a erva verde do verde do teu olhar
Tomar um trago bem graúdo
E preparar tudo para te esperar
E o meu rancho que era escuro de saudade
Eu vou fazer uma pintura de alegria
Para te impressionar e te agradar
Se tu voltar guria
Eu fiz promessa pro negrinho
Eu fiz promessa pro negro do pastoreio
Levei fumo em rama e um gole de canha
Como oferenda
Só para ele me ajudar
Só pra ele me ajudar a encontrar um meio
E um laço forte pra que eu te prenda, prenda
Oh!oh!oh!
E então sem mágoa
Posso até sentir o que virá depois
Oh!oh!oh!
Vou esquentar a água e feliz servir
Um mate pra nós dois.
délcio tavares - os cardeais
Não chora, menina, não chora, porque foram os cardeais,
Se cantavam na prisão,
campo a fora cantam mais.
tanta gente, anda vagando,
sem saber onde pousar, mas as aves só voando, é que podem se
encontrar
Você ainda não sabe, oque cabe nessa paz, quando a gente abre as
asas, nunca mais, nunca mais
Era tão triste menina não tinha aceno este cais
Na despedida eram dois depois, depois serão mais
A gaiola abriu as asas,
porque até prisão se trás,
e o campo se fez casa, para o canto dos Cardeais
Você ainda não sabe, oque cabe nessa paz, quando a gente abre as
asas, nunca mais, nunca mais
Tinham as asas de punhais
E traziam nos olhos a paz
E é por isso que esses pássaros sempre fogem e voltam pra casa
Você ainda não sabe, oque cabe nessa paz, quando a gente abre as
asas, nunca mais, nunca mais
délcio tavares - chico mendes
Por onde é que anda quem antes cruzava
Na paz do meu mundo sem armas na mão
Por onde é que anda quem antes sonhava
Parar derrubadas chamando a razão?
Terá desistido da luz do seu sonho
Por ver na cidade seu ronco vazio?
Terá sucumbido na luta perdida
Deixando as coivaras, macaco e bugio?
Roncaram na trilha que o Chico morreu
Foi morte matada, pecado de gente
Maleva cobiça na mão dos ateus
E a força da bala plantou de silêncio
O caminho da vida, no rumo de Deus
A serra que serra, no alto da serra
É a mesma que mata por todo o país
Floresta arrasada e a vida findando
E os homens olhando morrer a raiz
O Chico rondava com sonhos de bicho
Parando as queimadas com voz de bugio
Será que por isso se ergueram os fortes
Com mão de poder, e o Chico sumiu?
Roncaram na trilha que o Chico morreu
délcio tavares - ho de casa
Venho vindo de longe
E muito tenho que andar
Por isso peço patrão
Um lugar para pousar
Chegue seu moço e apeie
Puxe o pingo pro galpão
Neste rancho de gaúcho
Tem pousada e chimarrão
Ho de casa!
Ho de casa!
Quanta alegria se sente
Quando alguém nos recebe
Ho de casa!
Ho de casa!
E no dia seguinte
A jornada prossegue
Quando se dá um ?ho de casa!?
Na estância do bem querer
E só o eco responde
Fazendo a gente sofrer
Sem rumo quase cansado
Se sai sem ter direção
É o ?ho de casa!? mais triste
Na estrada da ilusão
Ho de casa!
Ho de casa!
Só o eco responde
Fazendo a gente penar
Ho de casa!
Ho de casa!
Pela estrada da vida
A gente tem que pousar
Na estância lá de São Pedro
De joelho e chapéu na mão
Vou dar o último ?ho de casa!?
Com respeito e devoção
Peço patrão do céu
Que de mim tenha piedade
Me arranje qualquer cantinho
No rancho da eternidade
Ho de casa!
Ho de casa!
Peço ao patrão do céu
Um cantinho pra mim
Ho de casa!
Ho de casa!
Esta tropeada da vida
Que um dia chega a seu fim
délcio tavares - rio de lágrimas
Eram armas de Castela
Contou a velha mestiça
De Portugal também vinham
E a paz nos olhos não tinhamChereçá Apacuí
Chereçá Apacuí
Nas coxilhas de Marica
Nas serras do Batovi
O rio nasce dos olhos
A luz nasce do olhar
A lágrima dos vencidos
Em vida se transformar
Rio das lágrimas
Rio das lágrimas
Correnteza de tristezas
Quando Sepé chorou
Ameríndio esse rio
É um fio, filete, caudais
A lágrima dos vencidos
Não se chora nunca mais
Não se chora nunca mais
Nos campos meridionais
délcio tavares - a primeira vez
A primeira vez que eu vi você meu grande amor,
Não quis acreditar e mesmo assim aconteceu...
A primeira vez que eu vi você...
O vento pela rua assobiava o chamamé...
A primeira vez que eu vi você,
Senti no teu olhar a luz do entardecer,
Aprendi sonhar antes de adormecer,
E a vida foi chegando de uma vez...
E,o amor se fez, quem me dera ter você mais uma
vez...
E, o amor se fez, essas coisas só acontecem uma
vez...
Pois quando o amor se faz,
A gente não esquece mais (2x)
Nasci nos olhos dentre os suspiros
O bem-me-quer se desfolhou
Vai batendo o coração porque encontrei meu grande
amor
Marquei o dia marquei a hora
No calendário que o amor fez
A estação da paixão e a minha primeira vez
délcio tavares - cavalo preto
Fui passear lá na cidade
No meu preto marchador
Dei uma volta na praça
E uma moça me chamou
Me venda o cavalo preto
oito mil cruzeiros dou
Sei que é de um gaúcho
E gauchinha também soi
Não vendo cavalo preto
Não tenho ele pra negócio
Não alugo, não empresto
com ele eu não tenhp sócio
Não há prata e nem há ouro
Que consiga tal divórcio
Se eu vender o cavalo preto
Depois eu sinto remorso
Gauchinho, Gauchinho!
Aperte bem minha mão
Me venda o cavalo preto
Que eu te dou meu coração
Peguei na mão da gaúcha
Nunca vi mais delicada
Puxei ela pro meu lado
Se chegou toda corada
Olhei nos seus olhos pretos
Naquelas faces rosadas
Hoje leva o meu cavalo
Ele não te custa nada
Dei meu preto de presente
Arranjo outro se puder
Entreguei pra gauchinha
ela faça o que quiser
Agora que eu vi bem
Meu fraco todo é mulher
Meu cavalo dei de presente
Voltei pra casa de à pé!
Gauchinho, gauchinho!
Faça um rancho pra nós dois
O teu cavalo vai hoje
Teu coração vai depois...
délcio tavares - encantado de encantos
Desci a encosta serpenteando lindos vales
Pra flagrar todo o encanto que há em ti
E me banhar nas águas peregrinas
No remanso do rio taquari
Reverente eu te contemplo qual o ninho
Em que a vida pulsa alegre ao despertar
Loiras paisagens tem a marca do imigrante
Boa semente, a terra sempre faz brotar
Encantado em meu canto teu encanto
É a magia do tempo que me invade
No passado foste lenda e mistério
No presente és um sonho realidade
O céu mergulha na lagoa da garibaldi
O sol põe brilho no cenário encantador
A sinfonia de passarinhos contagia
E enternece mesmo quem não tem amor
Os pinheiros numa prece erguem seus galhos
Sempre há motivos pra externar a gratidão
É forte o homem que acredita no trabalho
Seu peito é um templo de fé e devoção
délcio tavares - invernada do coração
Na invernada do fundo que é o meu coração
Tem um açude de lágrimas e uma taipa de ilusão
Tem um rio de fantasia com margem de esperança
E um capão de novos sonhos e cachoeiras de lembranças
Tem rezes nesta invernada que pastam mil emoções
E muitos cavalos crioulos, tão puros qual tradição
E também marcas de cascos, cicatrizes do destino
Nas aves e nuvens voam meus sonhos meninos
Às vezes sopra o minuano assoviando no alambrado
Outras vezes, vento norte me deixando desnorteado
E das casas dos meus olhos que miram sem poder ver
Esta invernada do fundo, sei onde é sem conhecer
délcio tavares - no coração do rio grande
(No coração do Rio Grande
Um dia eu fui morar
Lá encontrei muito amor
Lá aprendi a amar
Naqueles pagos chegado
Qual aconchego de um lar
Domei a força gaudéria
E me apeguei ao lugar)(refrão)
Nas entranhas do Rio Grande
A cultura e a tradição
Os valores se entrelaçam
Em confraternização
Lá eu vi a gauchinha
Vi também o velho peão
A cantar a prenda minha
A cantar a prenda minha
Com sua canha e o chimarrão
(refrão)
Na convivência crioula
O Rio Grande me mostrou
Toda a beleza da vida
O seu sentido e o que sou
Vi o guasca e a chinoca
O minuano e o pampeiro
Vi bandos de quero-quero
O chicote e o cavalo do Negro do Pastoreio
(refrão)
délcio tavares - ao tranco
Ao tranco largo numa noite de inverno
Com um ventito a dobrar o meu chapéu
Nem a lua se escapou do doze braças
E as estrelas se sumiram lá no céu
A nazarena acompanhando o vento norte
Que assobiava debruçado no aramado
E um lombilho a ringir em contraponto
Lembrando um baile de sapo no banhado
Que coisa linda andar à noite a tranco largo
Repontando uma tropilha de lembranças
Recorro o pampa no meu flete faz-de-conta
E volto à infância no petiço da esperança
O moiro é um mestre uma coruja atenta chia
Contemplando o andarengo desconfiada
E o zaino velho já andava até solito
Pois conhecia há muito tempo aquela estrada
délcio tavares - de flertes e amores
Soltei meus cavalos pro fundo do inverno
Tropeiro de outonos só traz folhas mortas
Meus sonhos mais puros beberam estradas
E as duras estradas beberam meus sonhos
Soltei meus cavalos de tropear amores
E as chuvas de julho lavaram os pêlos
E eu vi os segredos de fletes e amores
Que ao sol tem mil cores, e à chuva são negros
Adeus às estradas e aos teus olhos negros
Amar-te é uma adaga voltada pra mim
Adeus horizontes de céus e de prantos
Que os meus olhos brandos gastaram de ti
Voltei pro meu rancho de barro e silêncios
Domei meus cavalos pra campo e mangueira
Que os fletes de estradas só plantam poeira
Que a chuva do inverno despreza e apaga
délcio tavares - meia lua levantina
Na noite escura e prenhe vertia um tropéu de sonhos
Galopando mistério, desejos, segredos
De águas cristalinas das tinas, das sangas
De amoras, pitangas, dos seios crescendo
Como o luar
Lua menina era só cantar
Depois levantina
Aprendeu a amar
Aquele fogo ardia febre de guria
Vinha sempre sorrateiro às vésperas dos dias
E na madrugada, num frenesi de aves
Em revoada, meia lua levantina
Fazia mulher a menina
Depois, faceiro o tropéu se despedia
Deixando o céu da boca banhado de luar
délcio tavares - morena orvalho dos meus poemas
Há um ar de brisa cálida no teu rosto
E claridade de estrelas no teu olhar
Um arrepio de agosto eriçando o teu corpo
E um buquê de nostalgia quando noiva no altar
Há uma voz que voa mansa nos teus lábios sedutores
E verões pigmentados na tua pele morena
Um perfume extasiante lembrando campos em flores
E uma saudade andarilha que me habita serena
Ah, morena serena
Serenata de carinhos
No sereno dos caminhos és orvalho em meus poemas
Morena, orvalho dos meus poemas
Tens no ventre um campo fértil semeado de esperas
E bandos de andorinhas prenunciando o teu futuro
Se a solidão é a tapera, o coração é a morada
Das notas das madrugadas, com sabor de vinho puro
Há no calor do braseiro, labaredas e silêncio
Crepúsculo da ausência que adormeceu toda nua
E na alma do poeta, uma rima sonolenta
Parceira da melodia entoada pela lua
délcio tavares - o moço e o rio
Quase a sombra da figueira
Carcomida pelo tempo
Uma cruz de guajuvira
Bota mistérios no rio...
Saiu entrando na tarde
E dentro da tarde sumiu
Chutando a pedra dos passos
sentou-se a beira do rio...
Jogando pedra nas águas
A tarde entrando saiu
Como se pedra e mágoa
Fossem pro fundo do rio...
Tudo é silêncio no passo
É tarde, anuncia o frio
E o vento apagou o seu rastro,
Na areia clara do rio
E dizer que o mesmo vento
Cruzou num rancho vazio
Por que a lembrança da moça
O moço afogou no rio...
Saiu entrando na tarde...
Cds délcio tavares á Venda