MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
colligere - a aplicação poética do materialismo
Olhando para as coisas que possui ele pode até sentir-se feliz. Algumas vezes uma coisa qualquer enche seu peito por um instante, como um sopro. E como um sopro elas vão embora, mas isto é algo com a qual ele se acostumou a viver. Pessoas mortas ficam agarradas as suas lembranças, as verdades que foram embora e as promessas que se quebraram. Ele dorme pensando em como tudo mudou. Desde a morte de seu Deus não há nada a esperar. Os sacrifícios são outros e não é preciso ajoelhar, nem viver esperando por tempos e coisas que nunca virão. Não há sentido além da morte e não há razão além do prazer. A vontade de viver por mais um instante. Como se fossem parasitas grudados na pele ele arranca as coisas tristes. E sente o alívio.
colligere - amarga a boca
Olhando pro futuro através de um retrovisor, você pisa fundo e sem direção. Ok, eu também não sei para onde ir e na certa tenho menos que você. Menos trabalho e menos dinheiro. Menos lágrimas e menos certezas. Eu não sei o que diabos me ensinou a jogar tudo fora e estar sempre correndo, seguro de nada. Às vezes perdido em minha própria direção. E cada minuto me ensina a não olhar para trás. Você diz que não pode amar o que eu me tornei e eu digo que há pouco que eu ainda posso amar. Sugo a mesma fruta que você deixa apodrecer. Sinto o cheiro do que você guarda e tenho náuseas. Sugo a mesma fruta que você deixa apodrecer. Não sou chão firme agora. Então, segure-se! Se quiser caminhos que não podem te garantir um destino. Às vezes perdido, em minha própria direção! Ok, eu também não sei pra onde ir e na certa tenho menos que você! Não, eu não me importo e, por favor... Ah esquece!
colligere - assalto ao céu
Dê o seu melhor. Alcance o céu. Mas aproveite a queda, pois não há como se manter. O melhor nunca é o bastante. Eu quero voar. Mas não tenho asas. Quero fazer tudo certo mas sou apenas humano. As palavras saindo da sua boca doce me fazem menos infeliz. Mas até quando eu vou conseguir fazer tudo direito? Não esperar deveria nos fazer viver o presente, mas matar os sonhos não vai nos fazer feliz. As palavras saem sem força de sua boca e seu toque é sempre tão tímido. Eu te pedi pra ir com calma, mas tudo o que queria era ver você queimando. Aonde levar nossos corações. No mais profundo dos seus olhos procuro o calor, para fazer deste instante um momento perfeito. Ninguém pode julgar seus desejos, a única coisa pura em você. Talvez fosse melhor estar sempre com os pés no chão, mas quem pode dizer que isto seria uma vida de verdade? ?Viver é não conseguir.? De joelhos, a madrugada vem, e eu fico pedindo para que isso pegue fogo. Meu coração diz para esquecer a felicidade, porque é quem sofre com o fracasso. Meu coração diz pra esquecê-lo num canto e satisfazer meus sentidos.
colligere - bendito em seus olhos, maldito em sua boca
Quando viaja a voz, que sem a boca continua, sabe calar a palavra quando já não encontra. O momento que a necessita, nem o lugar que a quer? E a boca sabe morrer? Tornei-me mudo porque você nada me fala. As palavras que deixamos escapar, onde estarão? Meu (e seu) silêncio acabará me convencendo... Se respirar, vai se contaminar. Se pensar, vai ter angústia. Se duvidar, vai ter loucura. Se sentir, vai ter solidão. Se perguntar, vai ter medo. E quando pensava ter todas as respostas, mudaram as perguntas. O medo do silêncio atordoa as ruas. E as vozes sem boca me obrigam a escutar o que dizem em meu nome. E o medo continua sendo nosso pior conselheiro. Tornei-me cego, você não me olha. Tornei-me esquecido porque você não me recorda. Não lembra mais! Rumo ao porto, ou ao naufrágio, que nos espera esta noite. Não lembra mais! Apenas em quanto pode ser desbotado o vermelho de nosso sangue. E quanto rouco e silencioso pode ser o nosso grito?
colligere - colligere
Urge! / topo
Eu digo: não confie na bondade das pessoas. se alguns
Têm aquilo que todos precisam haverá conflito. pedaços
Pequenos são divididos e nós estamos indo a todo vapor,
Para onde não sabemos. necessidades ampliadas. a chave
Foi roubada e agora eu exijo mais que apenas
Trivialidades. sobretudo, eu exijo as coisas boas da
Vida. e o que eu vou fazer se tudo o que eu desejo é
Ilegal ou imoral? irônica e contraditória nossa voz
Denuncia a vida moderna em nome dos valores que a
Própria modernidade criou. se não agora... se não
Você... se não agora, quando? se não você, então quem?
Você que aprendeu a ter olhos te vigiando, bocas
Dizendo o que é permitido. estamos cansados de mera
Informação, de temer o fantasma dentro da máquina. de
Repente, da calma fez-se o vento e do momento único
Fez-se a trama. agora não pode passar. é simplesmente
Como nós vivemos. miramos o alvo e atiramos, quebramos
A lógica. desejar ser livres... o que pode nos impedir
De tentar?
colligere - consumir o tempo
Tentando a todo custo dominar a fera que lhe escapa numa série de tempos diferentes. E quando se pensa apanhá-la, ela já não é. Tudo é fugaz, uma corrida atrás do vento. Embaixo da linha que divide o dia da noite, o fotógrafo perdeu a melhor parte. E o que seria se tivesse escolhido o caminho mais curto? Nenhum instante pode ser preso. Relógios deixaram escapar mais uma vez... E eu não vou prender. Não vou perder de novo a chance de ver o sol indo embora, se o horizonte agora é quase cinza, mais que quem disse que podemos imaginar, se pudessimos sentir. Não espere até o momento de aplaudir o ato. Vem! É esta a mão que anula e despedaça... Nossos pés que dançam sobre escombros. Todos os dias em que não há dança estão perdidos. Todos os dias em que não há dança estão perdidos. Todos os dias em que não há dança até a pele arder, incomodar e nos mover.
colligere - coração gelado, corpo aquecido
Necessidade ou aprovação? Você precisa? Não importa de onde vem. Causas e conseqüências são ignoradas. O fim de uma vida justificada pelo calor que a pele proporciona. Nós passamos por cima, em nossos tratores de luxo, abastecidos com suor e merda. E daqui de cima não podemos ver quase nada, e talvez nunca mais sintamos o chão sob nossos pés. De nossos carros, tratores, tanques de guerra nós guiamos direto para a morte, atropelando outras vidas no caminho. Grandes rodas. Gigantes de ferro. Carregando pessoas amedrontadas. Nós seguimos arrancando peles para compensar nossas perdas. Não há vitória em provocar a dor, sim em evitá-la. Quantas vezes você tem olhado dentro dos olhos e há quanto tempo não se sente em paz?
colligere - crítica
Onde buscarei paixão para conceber novas idéias?
De que inferno trarei palavras com algum calor?
Um mar de cinismo engoliu meu chão e encheu as ruas de
entulho.
Mas nossas fragéis construções caíram com o primeiro
vento.
Se esta música deve expressar uma vida diferente
É porque a vida que temos não vale ser cantada!
O que você procura aqui?
Somente na imagem, a felicidade. Só na palavra, a
verdade.
Se toda idéia responde a uma vontade de viver, por que
não viver?
Matar a fome. Destruir a idéia. matar a fome. Minha
promessa de felicidade.
O dinheiro não me livrou dos remédios. As idéias não
me dão certezas. Minha fé não me livrou do medo.
Onde buscarei paixão para conceber novas idéias? De
que inferno, trarei palavras com algum calor?
colligere - derramem sangue ao invés de lágrimas
-Derramem sangue em vez de lágrimas os olhos rebeldes
O resultado de todo nosso labor é apenas vaidade.
Como todos os divertimentos deste mundo também o são.
O que nos enche o coração sem o tornar pesado é a alegria verdadeira.
A glória deste mundo efêmero.
Não te suponhas livre do pecado.
A diferença entre a igreja e o templo do infiel é apenas vaidade.
colligere - desencanto
Este é um mundo construído dentro de outro mundo. Onde a vida tem um sentido e um valor, medido por aquilo que não existia e foi construído. Este é um sistema baseado na produção insustentável, onde temos cada vez mais coisas para comprar e fazer a economia girar. É a arma na sua cabeça. Jogando com o desejo e a insegurança. Lacunas entre o que somos e o que gostaríamos de ser são preenchidas não com tentativas, mas com devaneios fascinantes. Não é surpresa o produto não cumprir a promessa, pois a vida é assim mesmo e todos nós estamos acostumados ao que é falso. Ao compensar a monotonia da vida com ilusão, a propaganda mostra a monotonia do real. Ao mostrar o que as pessoas poderiam ser, mostra o que elas não são. Ao mostrar o que as pessoas não são, mostra o que elas podem ser.
colligere - do rio
Toda contenção é limitada pelo poder que se prende.
A força do rio está no movimeto da água
que corre junta e separada, que não pode secar.
Quando as águas que conheci passaram, quem sou este
que retorna!
A água vai e o rio ficará! Quem sou eu este que recorda!
Escuto a mesma música da minha adolescência.
Nela cada nota está no lugar. Tudo mudar não mudou
muito.
Tudo mudar. Tudo mudar.
Saber viver sozinho é uma ciência, saber com quem você
pode contar.
Cada momento destrói minha velha ilusão.
O que é a verdade então, além de ruinas?
Saber viver sozinho.
Não me vejo mais na imagem que este rio reflete.
Mudar de forma, não se conforma
Mas me escuto no barulho da água que corre.
Que muda de forma. Que não se conforma
colligere - eu não espero o bem que mais desejo
Para você que acreditou que um dia tudo podia ser, tente descrever o som dos sonhos caindo ao chão e a dor de quem perdeu. Neste mundo de ilusões, a mesma porta sob tantas visões abre para lugares diferentes. Mas nós não queremos ir para o mesmo lugar e não podemos fazer o que queremos. Aquilo que eu perdi não posso mais ter. Não importa se foi jogado fora ou fugiu de mim. Se você pudesse ver, por baixo de minha pele dura, as feridas que estão me matando a cada dia. Todas essas pessoas ao redor não significam nada pra mim, eu juro, nunca me senti tão sozinho.
colligere - falso
Você vai ouvir se eu te trouxer velhas coisas
pra dizer de outra forma?
Tão nova quanto posso negar o passado...
Tento carregar o peso das palavras
Trago aqui as idéias que me formaram,mas esta forma também pode criar novas escolhas
Lendo os fatos, produzo conseqüências
Posso criar uma nova leitura
E o verbo então se fará carne ou toda pele será como
espelho?
E a paixão de um novo modo pode brilhar sobre essas
palavras gastas?
Toque de novo, toque o refrão da música
que diz tudo o que você pensa
Estrago aqui as idéias que me formaram
Se mudar meu jeito de falar, você vai ouvir?
colligere - fuga do vale das lágrimas
Porque continuar a viver sob moldes de santos e heróis? Somos desgraçados seres condenados à morte. Pedaços de carne que pensam e sentem prazer. O melhor a fazer é encarar nossos medos. O melhor a fazer é encarar que vitoriosos estão longe demais. A perfeição é um instrumento de tortura. Negamos nossa humanidade acreditando que é possível não errar, não sofrer, não sangrar. Quebre os túmulos de seres vivos. Fale sobre seus sentimentos, sobre sentimentos reais. Cada um traz dentro de si um inferno. Lâmina fria, em sua carne. A imagem na escuridão. Criados sob o signo do medo e autocondenação. - Criamos a pureza para ter o que buscar por toda nossa existência. Algo para temer (pecado, castigo, aberração, diferença).
colligere - glória é um momento silencioso
E se os olhos começassem a fechar? Cada parte do seu corpo morrendo... Perceber os limites é sentir a existência. Experimentar é a única maneira de estar vivo, ou tudo se resumirá a respirar e ver tudo passar. Quero arranhar sua pele e faze-lo sangrar. Faze-lo sangrar! Você sente no ar a tempestade que se aproxima e a eletricidade lhe traz uma sensação agradável. Alguma coisa vai acontecer. Mas e se tudo acabasse por aqui? Viver é encontrar maneiras diferentes de não morrer - e morrer também é aceitar as condições que não nos deixam viver. O problema é não ter escapado vezes o bastante, como se já estivesse enterrado desde o começo. Sem vontade, seu corpo se torna um instrumento, um objeto que não tem razão para existir além do que vem do sentido dado pela vontade exterior. Sem vontade, seu corpo se torna um instrumento. Todo bem e todo mal residem nas sensações. Nas sensações o espírito se realiza. - experimentando a morte, é a única maneira de viver. - Porque um objeto não deseja.
Cds colligere á Venda