MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
carminho - contrato de separação
Olha, essa saudade
Que maltrata o meu peito
Ã? ilusão
E por ser ilusão é mais difícil de apagar
Ela vai me consumindo lentamente
Ela brinca com meu peito
E leva sempre a melhor
Eu quis fazer com ela um contrato de separação
Negou-se, então, a aceitar
Sorrindo da minha ilusão
Só tem um jeito agora
Ã? tentar de vez me libertar
Brigar com a lembrança
Pra não mais lembrar
carminho - à beira do cais
Esse bando de gaivotas
Brincando encanta a maré
Esse luar de água parada
Que alimenta a minha fé
Os barcos que vão chegar
Os barcos que vão partir
Todo este cais é um mundo
Todo este cais é um mundo
Donde não quero fugir
À beira do cais, quem me vê já me conhece
Sou a tal que não se esquece
Que é do mar que tu virás
À beira do cais, tenho o meu destino agora
Estou sempre à espera da hora
Em que um dia voltarás
Há quem não ache acertado
Mas a mim, pouco me interessa
Que não é por vir aqui
Que tu voltas mais depressa
Mas ficou-me este costume
Que até hoje não perdi
Junto ao mar, eu acredito
Junto ao mar, eu acredito
Que estou mais perto de ti
carminho - a bia da mouraria
Lá vai a Bia que arranjou um par jeitoso
É vendedor como ela ali para o Bem Formoso
São dois amores, duas vidas tão singelas
Enquanto ela vende flores, o Chico vende cautelas
Na Mouraria só falam do namorico
A Bia namora o Chico e as conversas são iguais
Ai qualquer dia, Deus queira que isto não mude
A Senhora da Saúde vai ser pequena demais
O casamento já tem a data marcada
Embora qualquer dos noivos tenha pouco mais que nada
Vai ter a Bia, a festa que ela deseja
Irá toda a Mouraria ver o casório na igreja
carminho - a voz
Às vezes há uma voz que se levanta
Mais alta do que o Mundo e do que nós
E faz chover-me os olhos, quando canta
Num pranto que emudece a minha voz
Afunda-me os sentidos e o tempo
Ao ponto mais distante do que sou
E abraça aquele lugar que, tão cinzento,
Se esconde sob a névoa que ficou
E grita-mo no peito quando sente
Chegar a face triste de um amor
Mais alta do que o mundo e do que a gente
A voz já não é voz chama-se dor.
carminho - água louca da ribeira
Água louca da Ribeira,
Que corres em cavalgada,
Porque não vais devagar?
Essa corrida é cegueira...
Não vês, nem olhas p'ra nada,
Na pressa de ver o mar!
Já corri dessa maneira,
Nas asas duma ilusão,
Na loucura de chegar...
Fui deixando pela ladeira,
Pedaços do coração,
Beijos loucos, sem amar!
Vida que foste vivida
A correr tão velozmente,
Paraste à beira do mar...
Agora, vives perdida,
São saudades, o que sentes,
Por não poderes regressar
carminho - as pedras da minha rua
Esta noite choveu muito
Nas pedras da minha rua
Depois vi nelas a sombra
Que me parecia ser a tua
Esperei que subisses as escadas
Mas teus passos não ouvi
Lá fora nas pedras molhadas
Pareciam chorar chorar por ti
Não pisaste mais as pedras
As pedras da rua
Hoje piso-as sem saber
Se ainda sou tua
Eu e elas não te vemos
Meu amor há mais de um mês
Volta amor volta a pisar
Estas pedras outra vez
O candeeiro da esquina
E até mesmo a luz da lua
Não viram mais tua sombra
Nas pedras da minha rua
Quando chove como hoje
E as pedras estão a brilhar
Eu vejo os meus olhos nelas
Já tão cansados de tanto esperar
Não pisaste mais as pedras
As pedras da rua
Hoje piso-as sem saber
Se ainda sou tua
Eu e elas não te vemos
Meu amor há mais de um mês
Volta amor volta a pisar
Estas pedras outra vez
Eu e elas não te vemos
Meu amor há mais de um mês
Volta amor volta a pisar
Estas pedras outra vez
carminho - bom dia amor
Bom dia amor
Dizem as rosas da janela ao ver o sol nascer
Bom dia amor
Tal como as rosas espero sempre por te ver
E um dia há-de ser dia corra o vento para onde for
Juntam-se as rosas para me ver com o meu amor
Bom dia digo sempre quando vens
Quando passam por mim os olhos seus
E mais diria ao olhos do meu bem
Se ao menos uma vez vissem os meus
E mais diria ao olhos do meu bem
Se ao menos uma vez vissem os meus
Bom dia amor
Dizem as rosas da janela ao ver o sol nascer
Bom dia amor
Tal como as rosas espero sempre por te ver
E um dia há-de ser dia corra o vento para onde for
Juntam-se as rosas para me ver com o meu amor
Daqui eu digo tudo o que te vejo
A cada teu passar na minha rua
Assim é como vivo e assim te beijo
E trago esta maneira de ser tua
Assim é como vivo e assim te beijo
E trago esta maneira de ser tua
Bom dia amor
Dizem as rosas da janela ao ver o sol nascer
Bom dia amor
Tal como as rosas espero sempre por te ver
E um dia há-de ser dia corra o vento para onde for
Juntam-se as rosas para me ver com o meu amor
Bom dia amor
Dizem as rosas da janela ao ver o sol nascer
Bom dia amor
Tal como as rosas espero sempre por te ver
E um dia há-de ser dia corra o vento para onde for
Juntam-se as rosas para me ver com o meu amor
carminho - cabeça de vento
Lisboa, se amas o Tejo
Como não amas ninguém,
Perdoa num longo beijo
Os caprichos que ele tem.
Faço o mesmo ao meu amor
Se me aparece zangado,
Para acalmar-lhe o fulgor,
Num beijo canto-lhe o fado.
E vejo todo o bem que ele me quer.
Precisas de aprender a ser mulher.
Tu também és rapariga,
Tu também és cantadeira,
Vale mais uma cantiga
Cantada à tua maneira
Que andarem os dois à uma,
Nesse quebrar de cabeça.
Que lindo enxoval de espuma
Ele traz quando regressa.
À noite é de prata o seu lençol,
De dia veste o pijama de Sol.
Violento mas fiel,
Sempre a arrojar-se a teus pés.
Meu amor é como ele,
Tem más e boas marés.
Minha cabeça de vento,
Deixa-o lá ser ciumento.
Minha cabeça de vento,
Deixa-o lá ser ciumento.
carminho - cais
Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de encontrar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar
carminho - carolina
Carolina, nos seus olhos fundos
Guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar
Seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar
Ã? hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor, uma rosa nasceu
Todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ói que lindo
Mas Carolina não viu
Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor
O amor que já não existe
Eu bem que avisei, vai acabar
De tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar
Agora não sei como explicar
Lá fora, amor, uma rosa morreu
Uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela
Só Carolina não viu
carminho - carta à leslie burke
Para além de mim, para além de nós e deste mundo,
Criei um mundo nos meus olhos p'ra te olhar
E por amor refiz o céu e o mar profundo
E se não foi amor que mais pudera eu dar.
Deixei saudades no teu rosto desenhado
Pelo meu jeito infantil de te querer.
Fomos a casa, o sol e o vento apregoado,
Erguendo os braços quando a vida os quis erguer.
Dentro de mim, dentro da infância e deste rio
Deixei o amor ao rio que a alma me prendera
E juro a Deus que fico aqui neste vazio,
P'ra além de mim, p'ra além de nós à tua espera.
carminho - carta a lisboa
Tal qual o velho Tejo e as águas p'ra depois,
Aqui me tens na espera de quem partiu de mim.
Em ti Lisboa eu vejo as horas de nós dois
E sei não ser quem era num tempo antes do fim.
Como eu, barcos parados cansados deste mar,
Ocultam liberdades na frágil luz das velas
Que às mãos doutros recados que o vento quis roubar
Perderam-se as saudades, fecharam-se as janelas.
Assim vivo comigo num rio de mim p'ra mim.
Maiores os dias de hoje são menos que outros dias
Talvez por ser abrigo dâ??alguém que antes do fim
Me chega e que me foge deixando as mãos vazias.
E há tanto por dizer nas linhas desta dor
Que a voz do que mágoa confunde-me o desejo
Aqui espero por ter o rio do meu amor
Correndo em ti Lisboa tal qual o velho Tejo.
carminho - disse te adeus
Disse-te adeus não me lembro
Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada
A rua estava deserta
E até a lua discreta
Fingiu que não deu por nada
Sorrimos à despedida
Como quem sabe que a vida
É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontrámos
E nunca mais perguntámos
Um pelo outro a ninguém
Que memória ou que saudade
Contará toda a verdade
Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história
Da falta que tu me fazes
carminho - escrevi teu nome no vento
Escrevi teu nome no vento
Convencido que o escrevia
Na folha dum esquecimento
Que no vento se perdia
Ao vê-lo seguir envolto / Na poeira do caminho
Julguei meu coração solto / Dos elos do teu carinho
Em vez de ir longe levá-lo / Longe, onde o tempo o desfaça
Fica contente a gritá-lo / Onde passa e a quem passa
Pobre de mim, não pensava / Que tal e qual como eu
O vento se apaixonava / Por esse nome que é teu
E quando o vento se agita / Agita-se o meu tormento
Quero esquecer-te, acredita / Mas cada vez há mais vento
carminho - espelho quebrado
Com o seu chicote o vento / Quebra o espelho do lago
Em mim foi mais violento o estrago
Porque o vento ao passar / Murmurava o teu nome
Depois de o murmurar, deixou-me
Tão rápido passou / Nem soube destruír-me
As mágoas em que sou tão firme
Mas a sua passagem / Em vidro recortava
No lago a minha imagem de escrava
Ó líquido cristal / Dos meus olhos sem ti
Em vão o vendaval pedi
Para que se quebrasse / O espelho que me enluta
E me ficasse a face enxuta
Ai meus olhos sem ti sem ti
Em mim foi mais violento, o vento
Cds carminho á Venda