MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
capicua - 7 dias
Refrão:
Se a segunda não atendo, à terça deixas recado, à
quarta feira não te ligo e quinta está complicado,
sexta e sábado é a seguir e ao domingo não parece, não
gasto tempo contigo porque quero fazer rap
Capicua:
7 dias para as rimas porque o rap é tipo prozac,
melhor que o xanacz, feminino como o tampax, cheiras a
axe mas eu prefiro um bom beat, não há relax
já disse que não descanso, nunca me canso disto, só
quem é tanso não vê que eu nasci para estar num disco,
insisto em ser competitiva, é como me sinto viva, e com
a cabeça activa, sou uma alma criativa
agenda ocupada como um compasso, quatro tempos para os
quatro membros para mais não tenho espaço, faço o que
posso e gosto, aposto horas numa letra, sou veículo de
escrita tal e qual uma caneta, nem minutos nem segundos
eu só conto barras, controlo tempo em bpms não me
distraio com farras, encaixo no horário se não estas
no dicionário e se és adversário és caldo de
abcedário
M7:
Amigo as minhas horas são sagradas,
já chega de dar em cima, estou numa de estar na minha,
desde que encontrei a rima, nunca mais fiquei sozinha,
seja em casa ou na rua, luz do sol ou da lua, saltar a
qualquer altura e eu fico fula, é vício que dá ressaca,
aponta senão escapa, não arrebata então é fraca tenho
que te deixar de maca, passo noites em clara, espero
que a tal apareça, momento de iluminação dá-se na
minha cabeça, tudo bate certo parece que estava
escrito, foi tudo dito até no flow eu fiz bonito,
acorda, não é moda, é um modo de estar consciente, tá
foda, querias corda para te enforcar diariamente, só
gente com substância tem acesso ao progresso, valente
merda o teu verso só tens azedo sucesso.
Refrão: (2X)
Se a segunda não atendo, à terça deixas recado, à
quarta feira não te ligo e quinta está complicado,
sexta e sábado é a seguir e ao domingo não parece, não
gasto tempo contigo porque quero fazer rap
Ã? isso eu só quero fazer rap...
capicua - medusa
(Nas confusas redes do seu pensamento
prendem-se obscuras medusas)
Ela é medusa
A vítima que toda a gente acusa
E de quem a vida abusa
Ela é Medusa e recua e recusa
E resiste, ele insiste e arranca-lhe a blusa e usa-a
Escusa, ela acua, sozinha na rua
Seminua
Semi-sua
Semi-morta!
Porque mais ninguém se importa!
Ela é Medusa
O corpo pra que toda a gente aponta
Que posta, não gosta
faz troça, desmonta
Comenta, ali exposta na montra
De fita métrica pronta
Examina-se a carne
E critica-se a? coisa?
O resto não conta
Ã? uma sombra
(Uma medusa em vez de coração)
Por cada vítima acusada
E transformada em monstro
Em cada casa, cada caso
Cada cara e cada corpo
Em mais um dedo apontado ao outro
Cresce a ira da Medusa que me vês no rosto
(Valete)
Em cima da ponte está a tua irmã desaparecida
em interação com aqueles instintos suicidas
abatida na depressão duma história nunca esquecida
vencida por um trauma de uma violação aos 15
Em cima da ponte está a mulher que bombardeiam
Por usar a liberdade sexual tão proclamada
Degolada por tantas ofensas que vocês fraseiam
Exterminada pelo nojo daqueles que a rodeiam
Em cima da ponte está Maria Conceição
Vítima de uma relação e de um amor tirano
Marcada pela opressão e traumatismos cranianos
Golpeada por quase 20 anos de agressão doméstica
Em cima da ponte está a tua vizinha acanhada
Há muito aniquilada por esperanças que se esfumam
Há muito rebaixada por vexames que se avolumam
Embaraçada pelo próprio corpo que todos repugnam
Em cima da ponte
(Nas confusas redes do seu pensamento
prendem-se obscuras medusas)
Por cada vítima acusada
E transformada em monstro
Em cada casa, cada caso
cada cara e cada corpo
em mais um dedo apontado ao outro
Cresce a ira da Medusa que me vês no rosto
Ela é Medusa
A miúda de que toda a gente fala
Na rua, na sala de aula, e à baila
Vem ela, a cadela, a perdida, sem trela
Vadia, cautela com ela
Que é livre, e vive
A vida dela
Como se atreve?
Aquela
Ela é Medusa
Aquela de que mais ninguém tem pena
Que apanha, sem queixa, que deixa e aguenta
Aquela que pensa que o amor é pra sempre
E na crença, sofre em silêncio
Só
Completamente só
Esconde a nódoa negra com o pó
Por cada vítima acusada
E transformada em monstro
Em cada casa, cada caso
cada cara e cada corpo
em mais um dedo apontado ao outro
Cresce a ira da Medusa que me vês no rosto
Ã? a minha ira, a nossa ira, a ira
A minha ira, a nossa ira, a ira
Ã? a minha ira, a nossa ira, a ira
(Uma medusa em vez de coração)
A minha ira, a nossa ira, a ira
(Uma medusa em vez de coração)
capicua - a mulher do cacilheiro
Passa o passe pelo torniquete
Espera que o portão abra assim que a hora chegue
Para que o barco saia
Ainda é de madrugada
O ar frio corta-lhe a cara
E no cais os sons metálicos são a banda sonora
Um grito de gaivota
Um puto chora com sono
Enquanto a mãe tenta calá-lo
Com um biberão de leite morno
E ela lembra-se dos filhos
Que ficaram sós em casa
E dos filhos da patroa
Pra cuidar na outra margem
Já se vê lisboa ao fundo
Que amanhece sonolenta
E o motor do barco reza numa lenga lenga lenta
Come bolacha maria
Ali sentada entre as mulheres
E na revista maria fica a par dos fadi vers
Mão gretada da lixivia
Pele negra cabelo curto
Saudade de Cabo Verde
Vontade de um mundo justo
Porque é sempre mais difícil
Pra ela que tem um útero
Escolher a solidão
Entre um bebado e um adultero
Entre o pó e a sanita
Vai limpar também as lágrimas
E vai rezar também a Fátima
Para a filha não estar grávida
[Avé maria cheia de graça
O senhor é convosco
Bendita sois vós entre as mulheres]
Este balanço do barco
Lembra o Mar de Santiago
E ao largo do Barreiro
Quase vê a Ilha de Maio
Quase sente o mesmo cheiro
E vai crescendo o seu desejo
De seguir no cacilheiro
A eito até Pedra Badejo
Até que vê a ponte Salazar
Ali ao lado esquerdo
Ou 25 de Abril
Como agora é bom dizer
E percebe que mesmo
Que façam pontes sobre o rio
Ele é demasiado grande
Pra que consigam unir-nos
E ali no meio do Tejo
Debaixo do céu azul
Deu conta que até cristo
Virou as costas ao sul
Ali no meio das mulheres
Do barco da madrugada
Sente a fadiga da lida
Da faxina e da faina pesada
Sofre da dupla jornada
Pra por comida na mesa
Com a força de matriarca
Que arca com a despesa
E entre toda aquela gente
Ela é só mais uma preta
Só mais uma emigrante
Empregada da limpeza
Só mais uma que de longe vê a imponência imperial
Do tal terreiro do paço da lisboa capital
Mais uma que à chegada vai dispersar da manada
Enquanto a cidade acorda
Já elas estão na batalha à muito tempo
Por que o metro, comboio, o autocarro
Podem-nos faltar à gente
Mas não a gente ao trabalho
São os outros cacilheiros
Outras pontes do povo
Porque a grande sobre o rio
Mesmo se o estado é novo
Tem nome de um grande herói da história colonial
E ela mais uma heroína que não interessa a portugal
Em comum só este barco o mesmo rio o mesmo mar
E a mesma fé que esta vida foi feita pra navegar
Em comum só este barco o mesmo rio o mesmo mar
E a mesma fé que esta vida foi feita pra navegar
Navegar é preciso viver não é preciso
Navegar é preciso viver não é preciso
Navegar é preciso viver não é preciso
O barco
Meu coração não aguenta
Tanta tormenta
capicua - alfazema
Eu calo as palavras, poupo o vocabulário, é que
Pró meu silêncio ainda não há um dicionário
E eu não falo sem pensar e não quero pensar demais
Não espero interpretações ou traduções emocionais.
Como todas as mulheres quero sentir que sou diferente
Sou todo o cliché da vida toda pela frente.
Sou carente que.b. como um domingo persistente em que
Não sei porquê a gente tem olhar ausente.
Amiga como tu tenho medo da rejeição
Chorei deitada no chão, achei que era em vão e não
Havia solução a ferida ficaria aberta,
Ã? certo que te marca mas não mata só desperta.
Também sou insegura ponho a lupa nos defeitos,
Tenho a fúria do espelho, muitas dúvidas no peito
Ás vezes não me valorizo, não grito quando é preciso
Não tenho juízo e vivo em função doutro indivíduo
Como tu não sou perfeita mas esse é o nosso carisma
E quem cisma e não respeita não consegue ver um
cisne.
A beleza não se finge é aquilo que tu emanas, mana
Como uma esfinge fica sólida a uma deusa humana.
Somos assim cheias de contradições como as tradições
sem fim que nos atiram pra depois.
Vestem-nos de cor de rosa pra enfeitar um mundo que é
cinzento,
Querem-te vistosa mas cagam em como estás por dentro
E não tens tempo pra te amares a ti
Tens de ser loira, boa, magra, sensual e com que.I.
Claro que assim manter uma auto-estima dá muito
trabalho.
Não sou a super-mulher e mando o mundo po caralho!
Carta fora do baralho mas serei dama de copas,
Serei rainha como tu um dia, topas?
E quando fraquejares vais repetir num sussurro
Aquilo que eu canto pra sorrir um dia escuro.
Eu cheiro a alfazema, eu sou poema
Eu sou aquela que tu querias ao teu lado no cinema
capicua - casa no campo
Eu quero uma casa no campo como Elis Regina
Plantar os discos, os livros e quem sabe uma menina
Por mim até podem ser mais, um amor como os meu pais
Uns dias como os demais, sem serem todos iguais
Casa no campo com a porta sempre aberta
Para deixar entrar amigos, partir à descoberta
Ter a minha cama grande, a colcha predileta
E um cão desobediente em cima da coberta
Eu quero uma casa completa com um pedaço de terra
E com o espaço, com o tempo, adormecer na relva
Longe da selva, de cimento
Eu acrescento que quero cultivar
mais do que mero conhecimento
Quero uma horta do outro lado da porta
E quero a sorte de estar pronta quando a morte me colher
Quero uma porta do outro lado da morte
Ter porte, de mulher forte quando a vida me escolher
Quero uma casa no campo que cheire a flores e frutos
(Ah!)
Gomas e sucos
(Ah!)
Doces e sumos
Cozinhar para quem quer comer
Comer como sem viver com apetite
Já disse que não quero emagrecer
Comer de colher de sopa
Fazer pão, estender a roupa
Faço pouco das bocas que me dizem para crescer
Eu quero rasgar janelas, nas paredes, cujas pedras
Que regar com as mãos que uso para escrever
Casa no campo com lareira e fogo branco, ilumina todo o ano
Sorriso de quem ame
Quero uma casa no campo que possa ser na cidade
Mas tem de ser verdade, mesmo não tendo morada
Foi na contracapa de um livro da Anita
(Diz-me qual é o teu perfume favorito)
Pão quente, terra molhada e manjerico
Foi na contracapa de um livro da Anita
(Diz-me qual é o teu perfume favorito)
Pão quente, terra molhada e manjerico
(Quente! Terra molhada e manjerico)
Anda viver comigo, colamos o nosso ídolo
E não passaremos frio no nosso lugar estranho
Anda viver comigo, colamos o nosso ídolo
E não passaremos frio no nosso lugar estranho
capicua - domingo
Hoje é domingo e se não é domingo é feriado
E se é domingo é escusado
Temos o caso mal parado, porque eu detesto o domingo
Porque eu não presto ao domingo
E sinto que o resto do mundo aborrece e bate no fundo
Faço tudo para ficar no meu canto e para estar shanti
E num instante vai entrando o elefante na cristaleira, é irritante
Eu tinha pedido tanto, a deus e a todos os santos
Para só acordar segunda-feira!
Não suporto a fatiota de ir dar
A volta no shopping, ficar no sofá no zapping
No jogo do porto sporting. a matiné na missa
Na fila para qualquer lado, na praia maré de gente
No parque, no hipermercado
Manadas de namorados, calados e amuados a apanhar seca
Nos carros, cinemas superlotados. pesadelo e desgraça
Ressaca sem aspirina, paciência no limite
Tipo falta de nicotina, fico em casa a ver se passa como a gripe
Faço pizza, vejo um filme, é domingo, por favor mantém-te firme!
Mais um domingo, por favor mantém-te firme!
Mais um domingo, por favor mantém-te firme!
Eu nasci num domingo e o parto não foi fácil e eu também
Não sou fácil como a manhã de domingo! eu choro ou grito
Não tenho limite, bem me esquivo do meu mau feitio e não
Me livro, não consigo! do dia de descanso é de descanso
Que eu preciso, isto é tanto dia santo que é um dia de juízo!
Devia ser proibido, ia ser divertido ter dois sábados colados
E a segunda livre! ya, fazer de conta que não há e não existe
(que) era triste e foi excluído, banido, subtraído! domingo
Ã? como um spm, dá vontade de esganar tudo o que mexe
E de comer bolos com creme. enjoa como quando o barco
Treme, por não haver mão no leme, é que hoje é deus quem
Descansa e o seu sono é solene! quem se lixa é a plebe
Que anda no inter-cidades, domingo é uma merda, há que
Dizer as verdades! é a angústia que antecipa o começo
Da semana, contrário de dia útil, gatilho de melodrama
Não gosto de partir num domingo ao final da tarde, é pior
A despedida e perde-se a melhor parte, a noite na cidade
Quando o silêncio invade, ficamos com o alívio do domingo
Ter passado! e já debaixo da manta é reconfortante a ideia
Que o antídoto para o domingo é colo e barriga cheia!
capicua - jugular
Vida de escritório das 9 às 5
Horas extraordinárias
De borla até às 20 e tal
Fora o fisco
Fora o risco
De ficar fora disto!
Cinto aperta é perto a jugular
Carta aberta é conta pra pagar
A fome aperta é perto o limiar
Ferida aberta o abutre a voar!
Eureka deu merda moderna
A moeda em queda e a meta
Medem a média e dá nada
Euro e europa e euribor
E ouro e outro que é diesel
Cobre e coroa de níquel
Cobras cobram sacrifícios!
Cortam no que comes
E mantêm o vício
O ministro fez a conta
Ã?s desperdício
E agora tens a escolha
Ntre o precipício
E a espada!
Eu insistia que queria esta vida
Para mim um dia
E se eu sabia que ia dar
Em via sem saída
Será que ainda resistiria
Ficava ou fugia
Gritava com valentia
Ou soria para a fotografia?
A cidade é ácida
A vida é ávida e rápida
A idade é ápice
E há de passar
De dádiva a dívida!
Fera mecânica
Nesta era do pânico
Nesta mira automática
A nossa ira é vulcânica
Selva sintética
Nesta meca satânica
Nesta merda higiénica
A matemática é sádica!
Cinto aperta é perto a jugular
Carta aberta é conta pra pagar
A fome aperta é perto o limiar
Ferida aberta o abutre a voar!
Espeta roda a faca e corta o pulso
Ou cerra o punho, faz discurso!
Espeta roda a faca e corta o pulso
Ou cerra o punho, faz discurso!
Como é que eu saio daqui?
Como é que eu saio daqui?
Como é que eu saio daqui?
Todos temos revolta
Nós andamos à solta
Todos vemos a porta!
O que é que falta?
O que é que falta?
O que é que falta?
Todos temos revolta
Nós andamos à solta
Todos vemos a porta!
O que é que falta?
O que é que falta?
capicua - lenga
Eu vou mandar esta tristeza embora
Dizer a mim mesma que há mundo lá fora
Mas sou tão pequena que até apavora
E o peito sente a falta de quem já não mora
Lá, onde o nunca prefere ser sempre
Perdi o relógio pra não perder tempo
E fui perguntar ao meu pensamento
Porque é que não se cala nem por um momento
Há milhões de anos que o mundo rebola
E nem para um minuto chega a minha história
Como uma miúda à porta da escola
Vejo um caderno em branco e uma palmatória
Ao mesmo tempo sou uma optimista
E coisas menos boas não pesam na lista
Quando eu for grande vou ser alpinista
Pra subir à montanha e perdê-las de vista
Já sei de cor os nomes das cores
Mas tenho de aprender mais uns pormenores
Para poder pintar um colar de flores
Ã? volta dos poetas e dos sonhadores
Amor de mim, esse amor nos braços
Não tem um fim esse amor do espaço
Amor de mim, este amor nos braços
Não tem um fim esse amor do espaço
(De todos os cantos do mundo)
(Amo com um amor mais forte e mais profundo)
Amor de mim, este amor nos braços
Não tem um fim esse amor do espaço
Amor de mim, este amor nos braços
Não tem um fim esse amor do espaço
Amor de mim, este amor nos braços
Não tem um fim esse amor do espaço
Amor de mim, este amor nos braços
Não tem um fim esse amor do espaço
capicua - líquida
Eu uno e separo todas as margens do mundo
Inundo tudo, mergulho fundo
E quando me encolho junto mundos afastados
Empurro cascos de paquetes e barcos de escravos
Eu finto as redes do arrasto
Porque passo nos buracos e evaporo no espaço
Eu é que te lavo enquanto me sujas
Como cristalina e pura e volto turva e imunda
Até me fazerem espuma
E desabar de nuvem em chuva
Baptizo cristãos, engulo corpos na morte
Lavo a sua carne e dou as cinzas à sorte
Sou forte, faço mover os moinhos
E no meu umbigo moram monstros marinhos
Sou de todos e assumo qualquer forma
Sem cor, sem sabor, inodora
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Líquida
Dou de beber à terra, dou vida, dou pesca, dou rega
E por mim haverá guerra
Se me quiserem presa, se me fizerem escassa
Se o meu corpo não chega para a vossa festança
Serei uma ameaça, darei luta
Enquanto for engarrafada, vendida, poluta
Pela puta da indústria que me suja
E que depois me quer privada me rotula, sua
Por mim caminham as mulheres do pé descalço
Que me distancia quem as vê do outro lado
E o deserto, tão perto, tão certo, tão vasto
A obra-prima do homem civilizado
Faz a mesma falta o iate a jangada
Ao pirata, à criada, ao diplomata
Mas a sede não mata na corte e na cobata
Com a mesma força, e a mesma faca
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Líquida
Azul do planeta azul, dá o sal e a pimenta
O sul é o cabo da tormenta
E na barca do inferno bebo um shot de água benta
Só porque a sede é ciumenta
E quero matar mais do que a fome e a doença
Azul do planeta azul, dá açúcar e canela
O sul é o fundo da panela
E na caravela bebo um gole de aguardente
Só pra que a gente não se lembre
Que o império já matou mais do que a sede
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Líquida... E nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Líquida
capicua - lupa
Hoje a minha dor é esta
No pasmo dos descaminhos
Querer deitar fogo à floresta
Sem queimar os ninhos
Nem um som da sesta
Tu conheces as minhas fases todas
Como a lua
E desconheces que a vida muda
Até a tua lupa
E que eu não sou a única que está diferente
E não há uma só critica ou vitima em julgamento
Eis o reconhecimento vamos começar de novo
Reconhecermos os erros é conhecermos o outro
Faz o que é suposto, recomeço é necessário
Seco as lagrimas do rosto em mais um aniversario
E confio que por muito que isto tudo seja um erro
Tem de haver a recompensa para se ser tao ingenuo
E eu juro, finjo que páro
Digo que saio mas não vou
Eu calo e quando falo
Eu nunca abro o jogo todo
Eu fico achando que arco
Mas depois mato o que restou
Não queimo então
Não chega porque amor para mim é fogo!
Insisto, eu não desisto ainda resisto a mais um teste
Se não é isto, não existe porque amor tem de ser este
E eu deitava fogo à casa com palavras se pudesse
Eu punha o pe na estrada e não voltava mais a ver-te
Eu rezava se soubesse ou se desse algum resultado
E se houvesse alguma prece que mudasse o meu passado
Pra não te ter tatuado a ferro quente no colo
Com a frieza de que quem mata com uma lupa ao sol
Pra não te ter sempre ao lado, em fantasma quando não estás
Sentindo que olhar para a frente é voltar andar para trás
Tatuado a ferro quente queimo a mata lupa ao sol
O passado à minha frente e o fantasma no meu colo
Tatuado a ferro quente queimo a mata lupa ao sol
O passado à minha frente e o fantasma no meu colo
Hoje a minha dor é esta
No pasmo dos descaminhos
Querer deitar fogo à floresta
Sem queimar os ninhos
Nem um som da sesta
Tatuado a ferro quente queimo a mata lupa ao sol
O passado à minha frente e o fantasma no meu colo
Tatuado a ferro quente queimo a mata lupa ao sol
O passado à minha frente e o fantasma no meu colo
Hoje a minha dor é esta
No pasmo dos descaminhos
Querer deitar fogo à floresta
Sem queimar os ninhos
Hoje a minha dor é esta
No pasmo dos descaminhos
Querer deitar fogo à floresta
Sem queimar os ninhos
Nem um som da sesta
Juro, finjo que páro
Digo que saio mas não vou
Eu calo e quando falo
Eu nunca abro o jogo todo
Eu fico achando que arco
Mas depois mato o que restou
Não queimo então
Não chega porque amor para mim é fogo
capicua - medo do medo
Ouve o que eu te digo
Vou-te contar um segredo
Ã? muito lucrativo
Que o mundo tenha medo
Medo da gripe
São mais uns medicamentos
Vem outra estirpe
Reforçar os dividendos
Medo da crise e do crime
Como já vimos no filme
Medo de ti e de mim
Medo dos tempos
Medo que seja tarde
Medo que seja cedo
E medo de assustar-me
Se me apontares o dedo
Medo de cães e de insetos
Medo da multidão
Medo do chão e do teto
Medo da solidão
Medo de andar de carro
Medo do avião
Medo de ficar gordo, velho
E sem um tostão
Medo do olho da rua'
Do olhar do patrão
E medo de morrer mais cedo
Do que a prestação
Medo de não ser homem
Medo de não ser jovem
Medo dos que morrem
E medo do não
Medo de Deus
E medo da polícia
Medo de não ir para o céu
E medo da justiça
Medo do escuro, do novo
E do desconhecido
Medo do caos e do povo
E de ficar perdido
Sozinho, sem guito
E bem longe do ninho
Medo do vinho e do grito
E medo vizinho
Medo do fumo, do fogo
Da água do mar
Medo do fundo do poço
Do louco e do ar
Medo do medo
Medo do medicamento
Medo do raio, do trovão
E do tormento
Medo pelos meus
E medo de acidentes
Medo de judeus, negros
Árabes, chineses
Medo do "eu bem te disse"
Medo de disser tolice
Medo da verdade, da cidade
E do apocalipse
O medo da banca rota
E o medo do abismo
O medo de abrir a boca
E do terrorismo
Medo da doença
Das agulhas e dos hospitais
Medo de abusar, de ser chato
E de pedir demais
De não sermos normais
De sermos poucos
Medo dos roubos, dos outros
E de sermos loucos
Medo da rotina
E da responsabilidade
Medo de ficar para a tia
E medo da idade
Com isto compro mais cremes
E ponho um alarme
Com isto passo mais cheques
E adormeço tarde
Se não tomar a pastilha
Se não ligar à família
Se não tiver um gorila
Ã? porta de vigília
Compro uma arma
Agarro a mala, fecho o condomínio
Olho por cima do ombro
Defendo o meu domínio
Protejo a propriedade
Que é privada e invade
Uma vontade de por grade
Ã? volta da realidade
Do país e da cidade
Do meu corpo e identidade
Da casa e sociedade
Família e cara metade
Eu tenho tanto medo
Nós temos tanto medo
Eu tenho tanto medo
O medo paga à farmácia
Aceita a vigilância
O medo paga à máfia
Pela segurança
O medo teme de tudo
Por isso paga o seguro
Por isso constrói um muro
E mantém a distância
O medo paga à farmácia
Aceita a vigilância
O medo paga à máfia
Pela segurança
O medo teme de tudo
Por isso paga o seguro
Por isso constrói um muro
E mantém a distância
O medo paga à farmácia
Aceita a vigilância
O medo paga à máfia
Pela segurança
O medo teme de tudo
Por isso paga o seguro
Por isso constrói um muro
E mantém a distância
O medo paga à farmácia
Aceita a vigilância
O medo paga à máfia
Pela segurança
O medo teme de tudo
Por isso paga o seguro
Por isso constrói um muro
E mantém a distância
Eles têm medo de que não tenhamos medo
capicua - sereia louca
Ela queria usar sapatos, dançar de salto alto
Beijar a boca de um homem, embranhar-se no mato
Queria perder as escamas e rasgar as barbatanas
Até que pernas humanas lhe saissem da carne
Poder conhecer o doce o amargo e o ácido
Ali tudo era salgado azulado e aquático
Partir o aquário deixar de vez o atlântico
E rogava por ajuda aos marinheiros com o seu cântico
Mas seu canto era grito que não suportavam
E só ulisses vivera depois de a ter escutado
O seu canto era um feitiço carpido como o fado
Que levava navios perdidos para outro lado
Eu tenho um búzio que me diz coisas estranhas ao ouvido
Eu tenho um búzio que me diz coisas estranhas ao ouvido
Eu tenho um búzio que me diz coisas estranhas ao ouvido
Eu tenho um búzio que me diz coisas estranhas ao ouvido
Sua voz era livre como ela não era
Como sempre quisera que o seu corpo fosse
E por cantar o sonho e a sua quimera
Era para as almas como um cumplice
Forte como um coice, como uma foice
Trespassava gelada o silêncio fundo da noite
Enquanto a sua melodia como a maresia
Envolvia em maravilha a lonjura da sua corte
Chega a maré vazia para lavar em água fria
A sua melancolia e o seu medo da morte
Não é que a lágrima é da mesma água salgada
Gritava entre o mar e a estrela da madrugada
Eu tenho um coração de esponja que cresce com a tristeza
Eu tenho um coração de esponja que cresce com a tristeza
Eu tenho um coração de esponja que cresce com a tristeza
Eu tenho um coração de esponja que cresce com a tristeza
Sereia louca que vai tentar deixar deixar o mar
Com a coragem de quem sai do seu habitat
Sereia louca que vai gritar, chorar
Bramir, esbracejar tentar até conseguir
Sereia louca que vai sentir a falta do mar
Sentir a falta de ar que há neste lugar
Sempre que digam que é louca
Ã? melhor muda que rouca
Eu fico nua que a roupa que aperta o respirar
E grito ainda mais alto neste barco suspenso
Que pior que o meu canto há-de ser o meu silêncio
Pior que o meu canto há-de ser o meu silêncio
Eu tenho um búzio que me diz coisas estranhas ao ouvido
Eu tenho um búzio que me diz coisas estranhas ao ouvido
Eu tenho um búzio que me diz coisas estranhas ao ouvido
Eu tenho um búzio que me diz coisas estranhas ao ouvido
Eu tenho um coração de esponja que cresce com a tristeza
Eu tenho um coração de esponja que cresce com a tristeza
Eu tenho um coração de esponja que cresce com a tristeza
Eu tenho um coração de esponja que cresce com a tristeza
Não é que a lágrima é da mesma água salgada
Gritava entre o mar e a estrela da madrugada
E grito ainda mais alto neste barco suspenso
Que pior que o meu canto há-de ser o meu silêncio
capicua - tabu
ui,
Es uma brasa,
bora deitar fogo a casa
vencedor, eu sou a taça
tens raça de fogetao da nasa
sê o meu romeu,
o meu trofeu
e sei que sou o teu...
eu sou o teu ceu
Deixa levar a roupa a mao nos teus abdominais
rezar aos teus peiturais
dar os parabens ao pais
basta de mijaria,
a rainha quer um rei
eu arranco a campainha
e nao estou para mais ninguem
por ti eu faço contracto,
uniao de facto
boza para o mato no acto
para te rasgar esse fato
por ti declaro no pacto
que es doutro campionato
e grito alto ao teu lado
"gajo mais gata é boato"
Ui
isto é em publico
tipo naziqualis
eles até pedem bis
a gente para os ver feliz, faz
nao sou actriz, digo
estás por um triz, filho
chamo-te um figo
e faço figas para tu vires comigo
dou-te um motivo em concreto
es meu fetish secreto
do teu umbigo por perto
(certo faço o que é certo)
o mundo fica deserto
a gente trabalha po metro
tatuo hoje o teu nome enorme
frente e verso
eu faço birra, (hum) eu faço greve
mas a cima de ti nao existe
e abaixo nao me serve
(Não)
eu faço birra, eu faço greve
mas a cima de ti nao existe e abaixo nao me serve
Refrão:
Dá-me um deus grero
ou dá-me um deus Ebanu
nao sou de ferro
nao nego que um homem como,
deixa-me rouca,
fico louca,
com agua na boca,
pouca roupa,
mao na coxa,
humm isso já é tabu (2x)
Eih
Tudo maxe micha
ao pé de ti bebé,
quando provei esse cacau
cagei pra Nestle
Sou bue tua fã
olhos de avelã
que deixa tesudo
o conteudo do meu sutian
Sabes que contigo eu sou
mais caliente que a J-lo
e que dou muito mais show
que o pateu vasta" a dar no flow
m7 acelera
repas tibera
dizes-me bera
podera
ponho-te a ouvir passarinhos
(sou a primavera)
tu arrumas para a esquerda
mas eu sou mulher
para te fazer beijar
um bigode a hitler
no dia em que te senti
eu disse ao meu tó, bye bye
baby nao há pai para ti
fechas mais que a takus cazay
partimos a loiça da roca e valadres
pedes a hardcor da versao
hardcore da Sara Tavares
ela amarra o beijo que se ter soltar
eu amarro-te, deixo-te solto
com um beijo naquele lugar
Quero ser tua mulher
nao é só cinta para baixo
encaixo em ti tipo colher
es o testo do emu tacho
despacho seja quem for
ate ai tico e o teco
faço uma canção de amor
no beat "break your neck"
(Amo-te
I love you
Ti amo
J'teime
se nao fosses o caramelo o que serias?
O leite creme) 2x
Refrão 2x
Veneno @
capicua - vayorken
Quando for grande, vou ser prof. de windsurf
E quando danço, rodo e faço "brinc-dance"
Que como a Jane Fonda, é de Vayorken
E Vayorken, a gente diverte-se imenso! (x2)
Era para ser Artur e nasci Ana
(Ana quê?) Ana só
(Ana só?) Sim, sou a Ana
Era percentil noventa nos anos oitenta
E entre colheradas chorava sempre faminta
Sempre vestida como um mini comunista
Com roupas que a mãe fazia com modelos da revista
Eu queria ser pirosa, vestir-me de cor-de-rosa
Vestir Jane Fonda na ginástica da moda
Com sabrina prateada, licra collant
Cria de pequeno pónei bem escovadas, espampanante
Tinha a mania de pôr as cores a condizer
No meu entender, rosa com vermelho não podia ser
Uma noctívaga que não dormia a sesta
E, de manhã, sempre quis menos conversa
Uma covinha só de um lado da bochecha
Adormecia com o pai e a mesma canção do Zeca
"Dorme, meu menino, a estrela-d'alva"
Era sempre mais Mafalda do que Susaninha
Ai de quem dissesse mal do Sérgio Godinho!
Ainda tenho alguns postais para a gentil menina
Enviados pelos pais de um qualquer destino
E se alguém me perguntar pelo pai, pela mãe
Eu sei, sei, foram para Vayorken, Vayorken
Foram para Vayorken, Vayorken, Vayorken
Quando for grande, vou ser prof. de windsurf
E quando danço, rodo e faço "brinc-dance"
Que como a Jane Fonda, é de Vayorken
E Vayorken, a gente diverte-se imenso! (x2)
Com dois anos, o primeiro palavrão
Cheia de medo, em cima do escorregão
Mau feitio bravo, vício de gelado
Todo sábado sagrado, mesmo durante o inverno
Acabava com a arca do café ao pé do prédio
Ainda comi os gelados que eram do meu primo Pedro
Ana da bronca, sempre do contra!
E coragem de fechar duas miúdas na arrecadação
Ã?s escuras, pobres criaturas!
Por me serem impingidas como amigas à pressão
(Ã? Ana, onde é que está a Rita e a Joana?)
(Sei lá! Não sei.)
No infantário dei o meu primeiro beijo
Ainda me lembro como se fosse hoje
Contei à minha avó que tanto se riu
Que até debaixo da mesa com vergonha me escondi eu
O tal espigueiro e o gato amarelo
No meu poema, no novo caderno
Muito elogio pela redacção
E muita paciência para o poder de argumentação
Quando for grande, vou ser prof. de windsurf
E quando danço, rodo e faço "brinc-dance"
Que como a Jane Fonda, é de Vayorken
E Vayorken, a gente diverte-se imenso! (x2)
O "brick-dance" vem de Vayorken
O graffiti vem de Vayorken
O hip-hop vem de Vayorken
Vayorken, Vayorken, Vayorken
O "brick-dance" vem de Vayorken
A Jane Fonda vem de Vayorken
O windsurf não
O windsurf não vem de Vayorken
Quando for grande, vou ser prof. de windsurf
E quando danço, rodo e faço "brinc-dance"
Que como a Jane Fonda, é de Vayorken
E Vayorken, a gente diverte-se imenso! (x4)
capicua - madrepérola
Ostra feliz não faz pérola
Não faz pérola, não faz pérola
Ostra feliz não faz pérola
Não faz pérola, não faz pérolaMadrepérola
Eu mando como Chimamanda, no comando como Che
Sambo como Jojô samba, se caio, caio de pé
Imortal como Chavela, sensual como Sade
Vertical como Mandela, Nobel como Malala
Má como Mala Rodrigues, amada como Amália Rodrigues
Como Nina Simone o Simone de Beauvoir
Dá-me um microfone, sou Simone a cantar
Invencível como Elza, eterna como Lhasa
Diva como Eva, Donna como em casa
Mandona como Madonna, bossy como Kelis
Louca como Maradona, prima dona como Elis
Manda-chuva quem te manda, sou malandra tipo Anitta
Pelo na venta, tu tentas, eu sou Conchita
Wasted como Rita, livre como a Lee
Eu faço a minha guita com o rap, Cardi B!
Madrepérola
Eu mando como Chimamanda, no comando como Che
Sambo como Jojô samba, se caio, caio de pé
Imortal como Chavela, sensual como Sade
Vertical como Mandela
Madrepérola
Eu mando como Chimamanda, no comando como Che
Sambo como Jojô samba, se caio, caio de pé
Imortal como Chavela, sensual como Sade
Vertical como Mandela
A mensagem se espalha
A resistência é combustível pra batalha, oiá-iá
Sem contos de fadas
Pesadelo causado por quem tá de farda, ô!
Só quem vive sabe
Num mundo de ambição, não tem perdão
Só quem vive sabe, ê!
Criar a condição na contramão
E eu faço do meu jeito
Se vem com pouco, não me contento
Tento fazer do meu tempo o meu sustento
Vejo que não temos nada a temer
Nada a esconder, é!
Só quem vive sabe
Se vem com pouco, não me contento
Tento fazer do meu tempo o meu sustento
Vejo que não temos nada a temer
Nada a esconder
Capicua e Karol Conka, sabe
Madrepérola
Eu mando como Chimamanda, no comando como Che
Sambo como Jojô samba, se caio, caio de pé
Imortal como Chavela, sensual como Sade
Vertical como Mandela
Madrepérola
Eu mando como Chimamanda, no comando como Che
Sambo como Jojô samba, se caio, caio de pé
Imortal como Chavela, sensual como Sade
Vertical como Mandela
Madrepérola
Como Frida, não me calo
Faço arte da ferida, cuspo no patriarcado
Faço parte da família, como Venus e Serena
Temos pena, como Azaelia a minha língua dá problema
Tombo como Conka, reino como Badu
Bailo com a Blaya, ave Maya Angelou!
Tu não entras na disputa, sou filha da luta
Histórica como Djamal neste rap tuga
No pódio como Laurin Hill, Cruella De Vil
Tinha 101 problemas, derreti-os num vinil
Pioneira como Lady Pink, tu não te compares
Tu chegas-te a mim, eu digo: Dracarys!
Primeira de meu nome, rainha da rima sábia
Tipo Grace Jones, revolucionária
Vim dar lições a putos e a homens das cavernas
Sobre a vida com V grande e V no meio das pernas
Madrepérola
Eu mando como Chimamanda, no comando como Che
Sambo como Jojô samba, se caio, caio de pé
Imortal como Chavela, sensual como Sade
Vertical como Mandela
Madrepérola
Eu mando como Chimamanda, no comando como Che
Sambo como Jojô samba, se caio, caio de pé
Imortal como Chavela, sensual como Sade
Vertical como Mandela
There is no way anyone would dare
Test their strenght down on me, because you all know
There is nothing stronger
Than a broken woman who has rebuilt herself
Cds capicua á Venda