MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
cacique e pajé - a lenda do caipora
Meu velho avô contava
Uma história interessante
Diz que depois do dilúvio
Que acabou com os habitantes
A geração de Noé
Da Terra foi ocupante
Aquele povo selvagem
Numa intriga constante
Se dividiram em tribos
Seguindo rumos distantes
Foi numa daquelas tribos
Que seu destino seguia
Uma mulher teve um filho
No meio da mataria
A pobre mãe faleceu
Quando o menino nascia
Aquela gente criada
Dentro da selvageria
Abandonaram a criança
Naquela selva bravia
Uma grande chimpanzé
Que perdeu seu filhotinho
No meio da selva bruta
Encontrou o garotinho
Por instinto maternal
Ou por lembrar do filhinho
Pegou aquela criança
Com muito amor e carinho
Com o leite do seu peito
Criou o inocentinho
Criado na selva bruta
Cresceu valente e veloz
As unhas cresceram tanto
Que pareciam anzóis
A fera que ele atacava
Tinha um destino atroz
Ele dominava a fera
Amarrava com cipós
Depois de surrar bastante
Soltava o bicho feroz
Daquele tempo pra cá
Conforme diz a história
Aquele homem selvagem
Tornou-se o rei das floras
Montado num porco-espinho
Percorre o sertão afora
Protegendo todos os bichos
Que dentro da selva moram
Ã? o terror dos caçadores
Conhecido por Caipora
cacique e pajé - o chifre do boi soberano
Na cidade de Andradina
Um boiadeiro chegou
Com mil e quinhentos bois
Com destino ao matador
Com o latido dos cachorros
A boiada estourou
Foi grande a correria
Era só grito que ouvia
Não tinha quem socorria
Mas o milagre Deus mandou
A boiada esparramou
Pelo centro da cidade
Batendo os cascos na rua
Parecia tempestade
Tinha criança brincando
Em sua simplicidade
Levaram um grande espanto
Foi grito por todo canto
Por milagre de algum santo
Não houve fatalidade
Apareceu um peão
Com o berrante repicando
Naquele mesmo instante
A boiada foi parando
Para perto do peão
A boiada foi chegando
Era um gadão de raça
Ficaram todos sem graça
Sem fazer mais ameaça
E vinham todos berrando
Com o som deste berrante
Vi muita gente chorando
Cheguei perto do peão
E fui logo perguntando
Pela marca do berrante
Assim ele foi falando
Marca nele não há
Você pode acreditar
Este berrante que aqui está
Ã? o chifre do Soberano
O Soberano morreu
Mas sua fama ficou
Do couro foi feito um laço
Que até hoje não quebrou
Do chifre, este berrante
O meu pai quem fabricou
Recebi como herança
E guardo como lembrança
Eu sou aquela criança
Que o Soberano salvou
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
cacique e pajé - as flores e os animais
Feliz do homem que um dia possa entender a verdade que só entre os animais existe sinceridade as aves pelas florestas cantando ao cair da tarde traz pra alma da gente a paz e a felicidade.
Queira bem a natureza e os belos roseirais nossos melhores amigos são os fiéis animais as aves numa gaiola deixaram os matagais pais chamando pelos filhos, filhos chorando seus pais só os animais é que sabe dar carinho e perdão uma cachorro quando apanha vem lamber as nossas mãos um passarinho que canta quando está numa prisão ele está chamando os filhos que ficaram no sertão.
Neste mundo de loucura onde há só ilusão só encontramos descanso no verde cobrindo o chão os animais e as aves que são nosso irmãos mesmo sendo irracionais tem amor, tem coração. entre todos os animais, as flores a perfumar tudo o que vem da terra temos o dever de amar porque viemos da terra, pra terra vamos voltar na terra onde nasce a flor um dia vamos pousar!
cacique e pajé - caçando e pescando
Fiz um rancho no espraiado, na beira da lagoa
Derrubei um pé de cedro e construí minha canoa
Pra fazer a pescaria
A matula vai na proa, tenho um cachorro malhado
Pra caçar é coisa boa
Quando a tarde vem chegando navego duzentas braças
Armo a rede e armo copo e bebo minha cachaça
Depois vou pescar de vara
Quando o anzol não embaraça, pra espantar as muriçocas
Eu pito e faço fumaça
Eu guardo os peixes miúdo num samborá de taquara
Quando é de madruga eu me escondo nas coivaras
Ponho a láporte na mira
Esperando a capivara, tiro o coro e gordura
Porque sei que a coisa é cara
Eu fico todo domingo na sombra de um timburi
Tomando meu bom traguinho esperando os paturis
Quando descem pra lagoa
Vou pra baixo advertir, quando a noite vem chegando
Volto pro rancho dormir
cacique e pajé - cai cai
Cai a chuva lá do céu
E molha todo o sertão
Cai morena nos meus braços
Pra me dar seu coração
Cai o sereno nas flores
E o bicho na armadilha
Cai as bênçãos de Jesus
Abençoando as famílias
Cai o peão do cavalo
Se não for bom domador
Cai a fama do vaqueiro
Se não for bom laçador
Cai na rede a capivara
Quando o cachorro lhe ataca
Cai a fama do violeiro
Que só canta modas fraca
Cai a geada malvada
Queima tudo que se planta
Cai a telha do telhado
Aonde o meu peito canta
Cai o rabo do foguete
Quando solta numa festa
Cai todas as folhas das matas
Deixando triste a floresta
Cai a moral de um homem
Quando é desacreditado
Cai aplauso pro artista
Quando ele é bem aceitado
Cai tudo e meu nome sobe
Com sucesso e muito brilho
Cai as bênçãos de um pai
Para ao filho que é bom filho
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
cacique e pajé - canoa do rio
Canoa Do Rio
Canoa, canoa, canoa do rio
Ã? uma moda, uma moda, uma moda
Canoa, canoa, canoa do rio
Ã? uma moda, uma moda, uma moda
Pescador só sai de casa
Antes do sol raiar
Pescador só sai de casa
Antes do sol raiar
Uberão e Pessati
Um eterno pescador
Entre eu e esse rio
Há um velho pranto de amor
E a mortarrafa da vitória régia
cacique e pajé - laço da saudade
Domingo a tarde remuido de cansaço
Pus a rede no terraço
E balançando adormeci
Talvez puxado pelo laço da saudade
Sonhei deixando a cidade
E voltando onde eu nasci
Entre ramagem maqueada de poeira
Pela estrada boiadeira
Eu cheguei ao por do sol
Eu fui pisando sobre a relva verdejante
Eu senti por um instante
Pisar no verde lençol
Eu vi o gado ruminando na envernada
Ouvi um pio na palhada
Do Inhambu-Xororó
vi a paineira, o curral e o mangueirão
Vi o velho carretão
Já coberto de cipó
Vi as abelhas revoando num enxame
Entre a cerca de arame
Vi a nascente da mina
Lavei o rosto e bebi água com as mãos
Contemplando a perfeição
Da natureza divina
Vi meu cavalo relinchar na estribaria
Dos guardados que um dia
Deixei no velho baú
Vi barrigueira, chinchador e travessão
Que eu mesmo fiz a mão
Com completei de couro crú
Vi o chapéu, o par de botas e a sineta
Uma espora sem rosetas
Que eu quebrei num rodeio
Eu vi o laço, o berrante e a guaiaca
Protegidos pela capa
Pendurados no esteio
Eu vi mamãe com o vestido de bola
E papai com a viola
De cravelhas de madeira
Neste momento eu acordei tão tristonho
E revivendo meu sonho
Eu chorei a noite inteira
Tudo que eu vi sei que não reverei mais
Porque ao perder meus pais
Para tudo disse adeus
Mas não lamento meu sofrimento profundo
Porque tudo neste mundo
Ã? por vontade de Deus
cacique e pajé - peão sabido
Sou peão sabido e sou viajado já conheço bem os vinte sete estados no lombo do burro lidando com gado peão muito pobre, mas sempre honrado só fui camarada nunca fui patrão
Mais um belo dia tive meu quinhão. do rio grande do sul recebi um chamado pra ir com urgência ? venha preparado quando lá cheguei fiquei encantado era uma gaúcha dos quatro costados. viúva bonita cheia do dinheiro
Moço eu te quero pra ser meu herdeiro. que gaúcha linda era um pancadão ficou sendo dona do meu coração casei coma viúva cheia do granão pensando no gado e no fazendão;
O pobre precisa dessas proteção
Quem era empregado hoje é patrão. que vida feliz que eu levo agora dinheiro bastante e uma boa senhora pois eu me casei pra viver na glória eu agrado ela e ela me adora sou dono de tudo nada me amola se ela fizer fiasco me viro por fora.
cacique e pajé - puro brasileiro
Puro Brasileiro
Sou filho do verde da mata
Tenho minha pele bronzeada
Tenho sangue do índio que abriu
Neste imenso Brasil as primeiras picadas
Meu colar é de dente de bicho
Trago no pescoço pendurado
Meu penacho arrastando no chão
E por todo sertão sou guerreiro afamado
De aroeira eu fiz minha aldeia
Bem distante da povoação
O meu lar para mim é a floresta
A caça e a pesca é minha profissão
Sou ligeiro no arco e flecha
Garanto minha vida segura
No perigo sou forte e valente
Se fico doente as raízes me cura
Se na taba repica os tambores
Pros guerreiros saírem caçar
Sou o primeiro a correr pela mata
De noite e de dia sem medo de errar
O meu corpo não sente cansaço
Quando em luta as feras enfrento
Invencível minha força bruta
Carne, peixe e fruta é meu alimento
Quando a noite chega eu me deito
Numa esteira estendida no chão
Esperando o dia amanhecer
Faço ao Tupã a minha oração
Sou da raça dos Caiapós
Que aqui chegaram primeiro
Me ergulho deste país
E me sinto feliz por ser puro brasileiro
cacique e pajé - pó de mico
Venho vindo da montanha
Lá do alto bem do pico
Sou um canário guerreiro
Nasci na copa do angico
Eu defendo os passarinhos
Das rolinha ao tico-tico
Destruí o gavião penacho
Desde a garra até o bico
São Paulo é uma floresta
De cimento aonde eu fico
Ponteando a minha viola
E ouvindo o fuxico
Na onda de uma estação
Pelo rádio eu comunico
Pro meu povo sertanejo
Modas boas eu dedico
Minha rima vem de cima
Nos meus versos logo aplico
Com a minha viola no peito
Não dou volta e nem tropico
Pra furar barra da inveja
Meu pagode é um maçarico
Pra fazer dançar miudinho
Minha viola é pó de mico
Quem nasceu pra galo índio
Faz de poleiro o nanico
Onde corre o puro sangue
Matungo vira burrico
Quem nasceu para Pelé
Não tem inveja do Zico
Quem nasceu pra Silvio Santos
Faz o pobre ficar rico
cacique e pajé - santa cruz dos milagres
Foi no Rio Grande do Sul
Há muitos anos passados
Existe um pé de cedro
Na estrada de Gramados
No formato de uma cruz
Com flores todo cercado
Por objetos estranhos
Seu tronco era rodeado
Provando ali os milagres
Pelos fiéis alcançados
Uma senhora viúva
Nesse recanto morava
Sua filha ficou cega
Mas a mãe não conformava
Ela aclamava a Jesus
De joelhos ela implorava
Se a menina enxergasse
Seus olhos ela doava
E no pé da santa cruz
Como prova ela deixava
Sete anos de idade
A menina completou
Com sacrifício um bolo
A pobre mãe preparou
Ao apagar as velinhas
Com alegria gritou
Mamãe veja como é lindo
O mundo que Deus criou
Ao ver a filha enxergar
De emoção a mãe chorou
Foi ao pé da santa cruz
Cumprir o que ela falou
Agradecer o milagre
Que Jesus Cristo mandou
Quando foi tirar os olhos
Uma voz ela escutou
Não tire seus lindos olhos
Sua filha já sarou
A menina está enxergando
Foi sua fé quem curou
cacique e pajé - baixinha
(?Ã?, ê baixinha
Tá do jeito que o índio gosta?)
Baixinha, oi paixão
Essa baixinha me tira da fossa
Mesmo sabendo que seu pai é fogo
Falo com ele para ser meu sogro
Baixinha linda da perninha grossa
Baixinha, oi paixão
Essa baixinha me tira da fossa
Mesmo sabendo que seu pai é fogo
Falo com ele para ser meu sogro
Baixinha linda da perninha grossa
Eu quero muito essa belezinha
Ã? do meu gosto, bem ajeitadinha
Cabelo longo, rosto de santinha
Eu gosto dela porque é baixinha
Baixinha, oi paixão
Essa baixinha me tira da fossa
Mesmo sabendo que seu pai é fogo
Falo com ele para ser meu sogro
Baixinha linda da perninha grossa
Baixinha, oi paixão
Essa baixinha me tira da fossa
Mesmo sabendo que seu pai é fogo
Falo com ele para ser meu sogro
Baixinha linda da perninha grossa
Essa baixinha me deixou gamado
Seu velho pai está desconfiado
Essa baixinha vai ter que ser minha
E muito breve estarei à seu lado
(?Ã? Isso aí baixinha
Eu sei que seu pai é bravo
Mas você tem que ser minha?)
Baixinha, oi paixão
Essa baixinha me tira da fossa
Mesmo sabendo que seu pai é fogo
Falo com ele para ser meu sogro
Baixinha linda da perninha grossa
Baixinha linda da perninha grossa
Baixinha linda da perninha grossa
Baixinha linda da perninha grossa...
cacique e pajé - cultura e sabedoria
Nem todos que tem cultura
Possuem sabedoria
Cultura a gente decora
No livro do dia a dia
Sabedoria é divina
Ã? dom que nasce com a gente
Ã? força intuitiva
Que tem cadeira cativa
Na faculdade da mente
Tem caboclo lá da roça
Sem cultura e sem estudo
Mas com o seu sexto sentido
Adivinha quase tudo
Pela posição da lua
Sabe quando vai chover
Se prepara e vai plantar
Pedindo a Deus pra ajudar
Para sempre ele colher
Cultura é decorativa
Se aprende de tanto ler
E tudo o que é decorado
Pode de novo esquecer
Toda a porta de entrada
Sempre deixa uma saída
Sabedoria é o que fica
Igual grama tiririca
Porque faz parte da vida
Jesus nunca teve escola
Mas teve sabedoria
E foi o Mestre dos mestres
Um sábio da profecia
Jesus assombrou o mundo
Com doze anos de idade
Entre os mais sábios doutores
Deu prova de seu valor
E sua capacidade
cacique e pajé - retrato da mãe amorosa
Deitado na rede com os meus filhinhos
A minha mãezinha me veio a lembrança
Sinto saudade dos seus carinhos
Chorei ao lembrar meu tempo de infância
O tempo é igual o rio que corre
Depois de passar não retorna mais
Ah, seu eu pudesse eu parava o tempo
Pra não ficar velho mamãe e papai
Mãezinha eu sei quanto você sofreu
Pra me defender enfrentava o perigo
Se me via triste você chorava
Na minha alegria sorria comigo
Hoje andando na estrada da vida
Esses versinhos eu fiz pra você
Sua bondade não será esquecida
Por isso eu quero lhe agradecer
Mãezinha eu noto no seu lindo rosto
Vejo a estampa do mapa da vida
Em cada traço uma longa estrada
Representando uma missão cumprida
Sinto saudade de minha infância
E dos carinhos que você me fez
Queria ser criança de novo
Para deitar em seu colo outra vez
Mãezinha eu vejo seus cabelos brancos
Me vem a lembrança que o tempo passou
Juntinho de ti me sinto feliz
Estão eu percebo que nada mudou
Quanta alegria eu sinto agora
Em ver seu amor quanta és carinhosa
O seu coração nunca vai ficar velho
Tu és o retrato da mãe amorosa
cacique e pajé - o trouxa e a fera
Cds cacique e pajé á Venda