MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
bruno batista - aço
Tá pensando que eu sou de aço?
Tá pensando que eu sou o quê?
Tá pensando em deixar-me em pedaços...
Tá pensando que eu sou de aço?
Tá pensando que eu sou o quê?
Se te quero tango em Barranquilha
Ã?s noiva na quadrilha do Ipê
E se te quero Franco, és Picasso
Onde te quero régua, compasso
Quando te quero, queres o quê?
Sou vazio por falta de espaço...
Tá pensando que eu sou de aço?
Tá pensando que eu sou o quê?
bruno batista - a nossa paz
bruno batista - acontecesse
Se um dia acontecesse
De nós se amirar
Um cadinho que sêsse
E se acaso ocorresse
E tu se engraçasse
E eu correspondesse
E nos se aprumasse
E se desgarrasse
De qualquer devesse
E na hora do enlace
Eu não me furtasse
E tu me arrecebesse.
E nós se empariasse
Tu me trespassasse
Eu não me contesse
E eu mais tu se embrenhasse
E nem assuntasse
De tanto queresse
E adispois começasse
Teus óio virasse
Minhas pernas tremesse
E se o Diabo gostasse
E Deus escutasse
E um anjo descesse.
E achegasse num susto
E com muito custo
Nós se apercebesse
E ele arresolvesse
Arrastar asa pra tu, e eu vêsse
E o safado eu maldasse
(Que Deus perdoasse)
Eu ensandecesse
E o anjo depenasse
Ele gargalhasse
E arrespondesse:
"Fui pro céu por acaso
(Um caso com uma santa estrangeira)
Os donzelo odiaram
E me agarraram com uma padroeira
Então fui rebaixado
Pra Anjo da Guarda das Virgem Embusteira
E agora depenado
Vou virar beato
Das alcoviteiras".
Risos....
Sou anjo meu irmão.
bruno batista - as cigarras
Desce as esquinas, acende um cigarro
Tranca os armários, aquece a manhã
Queima as cortinas, assalta um carro
Atira facas, esquece a maçã
Frequenta torres, bueiros, desmanches
Bebe champagne no quarto do rei
Paga os pecados com cheques de um amante
Nunca perdoou o instante em que eu lhe encontrei
Perde outra briga, esconde uma carta
Conhece taras e gestos banais
Beija uma amiga, apanha na cara
Nunca assinava os cartões postais
Corta os tapetes, os dedos, a grama
Deita na lama, invade um bistrô
Dança com o espelho e joga na cama
Acorda, diz que me ama e chora outra dor
E lembra da fogueira...
Havia as cigarras, havia a usina
Havia os bandidos e belas meninas
Taças de vidro e homens de bar
(ela lembrou que pensava em casar
Percebeu que o futuro não ficou de herança
E aquela esperança, de tão velha, enlouqueceu)
Quebra as vitrines, suspende o cenário
Fecha uma sala, perde a estação
Confessa um crime, engana um otário
Grita aos criados, acaba no chão
Troca os bilhetes, as chaves, os sinos
Dorme em cassinos, sonha em bordéis
Corre assustada, acorda à míngua
Volta e morde a língua jogada aos meus pés.
bruno batista - bonita
Que luz lilás, Bonita
Em teu blue eyes desponta
Que nunca cessa, qual a matriz
Quem paga a conta?
Que crime atroz, Bonita
Cometeram teus cabelos
Que nem cancela, que nem juiz
Ousa prendê-los?
Diz se o amor campana
Ou monta guarita
Se passa a semana
Quando faz visita
Se usava havaianas
O Deus à paisana
Que te fez, Bonita!
Que vale o letreiro
Se o filme que o amor escolheu
Quem assinava o roteiro
Meu papel esqueceu?
Por que o tempo não pára
Se é o fim da linha?
E se a felicidade é tão vizinha
Por que há tanto não vem pra um chá?
E diz quem cortou a fita
Quando você chegou
Se encontrou o nome na lista
Ou se apresentou
Diz quem fazia a revista
E onde fica o amor.
bruno batista - casamento
Ainda tenho do tempo
Tempo de te agradar
Se for pra te prender
Faço o que tu mandar
Vendo minha alma fiado
Canto com calma um fado pro diabo
Deixo minha palma num quadro
roubado
(Se não for um Renoir)!
E se tu quer que eu vá, vou
Dar de beber pro mar, dou
Pronto pra te encontrar, tô
Quando teu pai chegar, xô!
Que ainda tenho do tempo
Tempo de te avisar
Se for pra me perder
Ã? melhor tu ganhar
Vai de quebra um porção de louça
bonita
E o meu coração num laço de fita
Que a solidão é desdita sem mão...
Sem pressa e sem par, sou
Onde quer que tu vá, vou
Como em qualquer lugar, tô
Com anel e altar, xô!
Que ainda tenho do tempo
Tempo de me salvar
De mandar me benzer
Ou de me internar
Ai, meu Deus eu sou moço
E quero o meu tempo até o caroço
Um bom casamento eh nó no pescoço
(E o meu é grosso demais)!
Sem pressa e sem par, sou
Onde quer que tu vá, vou
Mas papel e aliança
Só se for herança do meu bisavô!
bruno batista - despedida
Hoje eu quero solidão!
Nenhum palpite, nenhum outro caminho
Hoje eu quero andar sozinho
Sem meu coração
Só meus sonhos vão comigo...
Vou na estrada sem abrigo
Ã? perigo procurar por mim
(Eu sigo trilhos de desilusão)
Se mantenho a direção
Ã? por andar perdido há tanto tempo
Que não preciso de chão...
Tantas voltas que eu já não sei
Se é chegada, se é partida
Solidão, ao menos, não me fez
Refém da despedida!
bruno batista - eu não sei sofrer em inglês
Eu não sei sofrer em inglês
Passam dias, o dia não passa
Foi pirraça que o tempo fez
Passo a vez, passo a vez
Eu não sei sofrer em inglês
Vem a moça que eu amei de longe
Vem um home triste e cortês
Outra vez, outra vez
Eu não sei sofrer em inglês
Nuvens brincam ao redor
Roupas secam a cada sol
Peixinhos dormem
E ninguém explica
Porque eu sou assim tão só
Marley, Lennon, Bowie, Morris Albert
Jack White, Dylan e Baez
De uma vez
De uma vez
Eu não sei sofrer em inglês.
bruno batista - fica melhor quando chove
Quem não conhece o ditado
Que tire a prova dos nove
Se madrugar no telhado é tão bom
Fica melhor quando chove!
Fica melhor porque tem
Uma espécie de trem
Que carrega os sonhos pra lá
E uma torneira no céu
Que só jorra a granel
E devolve os sonhos pra cá
Se alguém passar por engano
Tem placa avisando
Que é só Deus chorando
Na certa tá de castigo
Ou faltou abrigo e hoje não sai...
Chuva cai...
Que eu já te conto um segredo
Quando chegar vê se cai devagar
Que papai morre de medo!
bruno batista - hilda regina
Hilda Regina
Uma noite num sobrado de Lima
Fui ter com Hilda Regina
Bebendo cana-da-Índia
Made in Senegal
(Ã?pa, nêga)
Foi hostess em Coimbra
Abriu resort na China
Deu workshop em Medina
Sobre o crash ocidental
Decorou um brechó
Em bo, em bo, em Bojó
Com velas de Dubai
By Cristiano Dior
Traficava orquídeas em San Isidro
Tulipas em San Francisco
Foi vista em Porto Rico
Com o Ballet Bolshoi
(Opa, nêga)
Abriu um cyber em Cuba
Rondou Quebec e Aruda
Correu pelada em Bermudas
Indo pra um cassino em Hanói
Desfilou num café
Em ba, em ba, em Bagé
E passou a tarde em Itapoã
Numa avant premiere
Fez shiatsu em Macondo
E em London, London
Fundou o Cine Xingu
Saía com um lobista na Hungria
(Nêga, é fria!)
Pela franquia da Nova Daslu
Hilda, olha mais que loucura
(Madre)
Trouxe uma mistura
(Madre)
De Cingapura
(Madre, quizás)
Hilda Regina agora é freira
Quebra a bolsa sexta-feira
Vai de Limeira até Madagascar
Sem me levar.
bruno batista - lembranças
Do teu sono mais antigo
Herdei o cansaço e as contas vencidas
Do sonho, a mim não restou pedaço
Ou espaço em minhas mãos dormidas
No teu último sorriso
Tomei, por cuidado, estar distraída
Deixei sobre o linho revirado
As cartas que andavam perdidas
Então, farta de mim, pus a te procurar
Entre os cristais onde espelhei
As lembranças que inventei...
E já gasta de mim, quis poder confessar
O que me faz amarga e nua
Não sou minha...sem ser tua!
bruno batista - lia não vá
Lia, não vá
Agora mesmo tudo pode mudar
A novidade em algum lugar
E não vá
E não vá, e não vá
Pode acontecer
Uma cidade, um novo elã
E a felicidade chegar amanhã
De manhã, de manhã, de manhã
Se a alma é tão triste, voa
A vida insiste, boa
Se nada é pra sempre
Não cobre, não lembre
Não chore demais essa dor
Mais essa dor...
bruno batista - nossa paz
Encosta aqui, sob os lençóis
Esquece o tempo, lembra de nós
Dá tua mão, não sai assim
Fecha o portão e vem ouvir
A alegria entrar pela janela
E se ela não cair
Eu te asseguro, pode vir
Ã? a verdadeira, amor
Eu fiz de tudo pra impedir
O andar inteiro veio ouvir
A nossa paz
Olha pra mim
Eu posso ir bem mais
E põe o despertador pras dez
Que hoje a tristeza chega tarde
Deixa o cobertor e alguns papéis
Que a dor pode sentir saudade
Eu te asseguro, pode vir
Ã? a verdadeira, amor
Eu não fiz nada pra impedir
E o prédio inteiro veio ouvir
A nossa paz!
bruno batista - para um amor em paris
Mon amour
Como um drink vermelho e tropical, mon amour
Me entrego de bandeja
Do tipo que te sacoleja na mesa
Que faz qualquer Marselhesa um carnaval
(Beaujolais, capilé, coisa e tal)!
Mon amour
A felicidade é uma agitada maison
De antiguidades
La belle de jour era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde em teu futon
(Voilè, te acordar, até que é bom)!
Mon amour
Se a saudade chegar de Renault e Cartier
Nêga pode prender!
Vamos blefar, desfilar de chofer
Ã?s custas dessa mulher prêt-à-porter
(Tua classe, tua blague, touché)!
Mon amour
O descuido da fome é a hora do faquir
Devora-me a tempo, ma chérie
(Ou manda vir logo o prato principal...)!
Seja em Olinda ou em Orly
O desejo não respeita escala
Também sem essa de souvenir
Minha pressa mal cabe na mala
Rasgo o texto e recuso o papel
Minha deixa já é tua fala
Posso ser teu amante fiel
Posso ser quem te recebe à bala!
Nossa vida de jazz e de giz
Mais ou menos um cult noir
Menos "Ã?ltimo Tango em Paris"
Mais um romance de Yourcenar
Tu és carne eu fui sempre vapor
Um griot que se encheu de gritar
Pelo o amor que eu nunca te quis, por favor
Ne me quite pas!
bruno batista - rosa dos ventos
Sobre ondas velhas
Vou sem vela e sem chegar
Não sou eu quem me navega
E nem me navega o mar
Reconheço esta cidade
E suas capas de revistas
Deusas de eletricidade
Albergados, skatistas
Sob essa ponte
Bebi ponche em concha rasa
Morei logo ali defronte
Sei que o amor não teve casa
Nessa vida sem platéia
Sou a minha própria atriz
Alguém disse na estréia
Eu não ia ser feliz...
Fui Casanova num romance de novela
Beijei Lisbela, conheci os seus pecados
Perdi Joana e sonhei com o primo dela
Que morreu apaixonado!
Ganhei a espada de um herói de montaria
Ouro e mirra de um mago embriagado
Dancei no espaço e contei tanta mentira
Que adormeceste em meus braços...
Vi Condoleezas, Ritas, Joaquinas
Praias vermelhas, azuis e grenás
Uma trapezista montenegrina
Casar com o Marquês de Carabás
Vi Jim Carrey deixar Clementina
Numa cena de â??Eternal Sunshineâ?
(Se eu dissesse que estive no teu coração
Will you be mine?)
Hoje sou as sandálias do tempo
As medalhas de algum general
O perfume da Rosa dos Ventos
Uma esfinge de água e sal
Sou a carta à espera do jogo
E o tesouro que não espera o mar
Sou a vela que brinda com o fogo
Sou a dor e o esporro em quem se queimar!
A saliva, a cilada, o suspeito
Os morangos no pátio real
Se a saudade te arranha o peito
Sou feito de outro material
Nenhum corte me revela o corpo
Nem um sopro me faz confessar
O desejo é meu último porto
E hoje eu vejo, hoje eu mato, hoje eu morro
Hoje eu volto pra lá...
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