MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
baleia - jiraya
Máquina de escrever
Boneca velha lembra a plástica
De remendar colar o braço do jiraiya
Dá carrinho e é vermelho
Como o peito do jiraiya
Sai a nota e é vermelha
Cai o braço do jiraiya
Me desculpe essa dor do encanto
Pois encanto é alucinação
Trocaria figuras colantes por comandos em ação
Que me calem com um bombardeio
Trágica
Feição que hoje encarno, e solta toda lágrima
O desespero de ser nada além de mim
Que se basta em canção rota
Minimiza o que é o fim
Que se faz de maltratado
Maldizendo o querubim
Me desculpe essa dor do encanto
Meu encanto é alucinação
Trocaria figuras colantes por comandos em ação
baleia - breu
Pessoas são degustação devagar
Os corações sob pressão de uma invasão
De alguém que possa enxergar
Desatar o nó
E o mundo inteiro ruir
Pessoas são degustação devagar
E quanto elas pesam ao deitar
Se tudo fosse um pouco mais devagar
Um ponto azul, quebrando o vão, sem intenção
E se eu puder enxergar
O que é meu
No breu
E num estalo acordar
baleia - casa
Minha casa é simples
Mas é forte todavia
Chove todo dia
Uma calma solidão
Vento que arranca
Dos varais uma lembrança
Tudo que me alcança
Era sonho, agora, não
Da janela, vejo
Luzes da cidade, o peso
Todo o desejo
De um lugar nesse clarão
Como eles correm
Tão certinhos quanto à sorte
Rima com a morte
Mando um grito, mando um sinal
Ninguém nunca vê a minha casa
Ninguém nunca entra
Minha casa é simples
Mas é minha toda vida
Chove todo dia - uma brava solidez
Onda que me lança
Nunca quebra, só avança
Faz da dor bonança
Soa o sino - agora, sim
Sei que já é tarde
Hoje desço pra cidade - algo que se parte
Dou à sorte o meu amor
Em cima de um morro nem tão alto, nem tão baixo
Será que eu encaixo?
Era sonho
Agora, não
baleia - despertador
Cai
Cai noite sem fim, alucina
Todo sangue em mim ferve e vira e cai
Cai noite sem fim
Alucina, todo sangue em mim
Ferve e vira e cai
A janela sopra ar e arde
Dormir é desistir - tão cedo e tarde demais
Desmaiei num sono tão só
Meu sono corre em contramão
Sonhador solta o ar e pesa
Abraça essa pedra, afunda
O ar quer levar
Eu não quero, eu não quero
Meus pais, meu lugar
Eu não quero, eu não quero
Envelhecer
Eu não quero, eu não quero
O sol vai crescer
Eu não quero, eu não quero
O mar vai secar
Eu não quero, eu não quero
O sol, engolir
Eu não quero, eu não quero
Vi na tv
Eu não quero, eu não quero
Desaba em mim
O que eu quero, o que eu quero
Vento na mão
O que eu quero, o que eu quero
Sonho infantil
O que eu quero, o que eu quero
O céu do cerrado
O que eu quero, o que eu quero
Não quero esquecer
Eu não quero, eu não quero
Cai, cai noite sem fim
Todo sangue em mim vai
Vai, me traz lá do fundo
Queima todos os relógios do mundo
Quando o despertador gritar
Coragem: tanta vida e resta, a mim, deixar
Deixar morrer
Solidão, mãe de todo mundo aqui, dê à luz
Diz sim
baleia - duplo andantes
Eles correm sem distância
O olho alheio à sombra, alheia ao pé, alheio ao chão
Não identificam
Delimitam, delimitam
Eu vi o dono do rio num curso sem direção
Eu vi o dono da colina, ele mora embaixo do chão
E o suor na mão
E o suor na mão desconexo de uma pergunta
E não pergunta
Não pergunta
Não pergunta
E tudo vai estremecer e ser igual
Quando a noite embaçar
Eu me deito e passo a desfiar todas as linhas e bordas
O dentro correndo afora
A cidade se entorna
Eu vou levitar
Mas todos os sonhos sem carne desabam
Entre a vontade e a mão
Entre o peito e o impulso
A gravidade do chão
A lonjura entre a tela e a vista
Minimiza, minimiza, minimiza
Isso o tempo descarrega
Isso o tempo desafoga
Isso o tempo alivia
Isso o tempo esvazia
Eu vi o dono do sol
Ele só sabe dormir
Eu vi o dono do tempo ansiando tudo agora
E tudo cansado sem esforço
E tudo ecoa sem espaço
Sem distância, meu grito não alcança
Meu grito não alcança
E tudo quer me levar a ser igual
Há um deus sem entusiasmo
baleia - estrangeiro
cidade aqui
longe de mim
impedindo as mãos
imenso altar
cidade a quem?
se sob o sol eu sou refém da paisagem
vessou, cidade me atra
vessou, cidade me atra
cidade que
a beleza trai
vai lavando as nossas mãos
cidade em mim quer acordar
guardo um dilúvio no meu pulmão
cidade lá, restando ao som das velhas fitas a rebobinar
rebobinar
rebobinar
e retorcer
tudo entorta nesse calor
fundindo os pés
desfigurei na ilusão
meus pedaços vão cobrir o chão
não vai me enxergar
eu sou fração da miragem
cidade, um triz
um mau festim
ciscando em si um triz de mim
me refaço
sempre inteiro
nunca escasso
vessar cidade, vou atrave
vessar cidade, vou atrave
baleia - furo
Se perdeu numa poça
E caiu em um furo de céu
Refletido
Seu rosto no abismo
Tão azul quanto seu umbigo
Escondeu-se no escuro
Dei um beijo, virou susto
E correu pro espelho, mas não há luz
Que cubra o seu custo
Se perdeu numa poça e caiu em um furo de céu
Desencontra rio e mar
Diz que é ferida sarada
Mas não vai parar de assoprar
Doce voz, velada e só
Ã? deriva entre o ar e o pó
Ria antes que o medo divida
Não se perca na multidão
Grita
E antes que eu perca de vista
Incendeia as mãos
baleia - furo 2
De longe, seu nome cativa e cega
Ã? puro
O tempo revela um furo
O peso do fardo
Corte cicatrizado
Contradição opaca
Vítima de uma faca esterilizada
Surra de mãos lavadas
Sangue do Paraguai
Arde
Sopra a lesão covarde
Xinga e transfere a culpa
Foge do enxame e exume o que sepulta
Num linguajar que insulta
Dentro da nossa norma culta
Embaixo ecoa a imensa voz do cume
De perto é só um frágil sussurro
Fardo
Corte cicatrizado
Contradição opaca
Vítima de uma faca esterilizada
Surra de mãos lavadas
Sangue do Paraguai
Arde
Sopra a lesão covarde
Xinga e transfere a culpa
Foge do enxame e exume o que sepulta
Num linguajar que insulta
Dentro da nossa norma culta
baleia - hiato
De manhã, tudo é explosão
A cidade, ela nunca foi gentil
O som de um grito é tão sutil
Na solidão do estrondo
Ruas se estendem na surdez
Rasgos de um progresso já senil
O som do tempo tão febril e o pulso que insiste em mim
Hão de ser um compasso que...
Numa apatia afônica, eu recordo as senhas eletrônicas
Os números que me envelhecem
A cicatriz dos sisos
No silêncio entre as ligações
Na distância entre as sinalizações
Ruído branco da TV
No tédio de mais um café
Na quebra quando falha a voz
Sozinha quando acaba a luz
Num hiato
Na imensidão de um segundo a mais
Posso ouvir um sussurro que...
baleia - in
Sempre haverá
Alguém melhor que eu pra isso e aquilo
Sempre haverá
Em seu vocabulário definitivo, alguém lá
Mais suado
Mais sorriso
E autopromoção
E eu caído no asfalto
E todos olhos verão
Vão tremer
Mas quem vai avisar?
Quem vai avisar como é que eu ando na vida?
Agora, afora e tão? Eu não sei
Pois sempre haverá
Sempre haverá
E aquele da frente
Sorri tão mais dente
Que não há meio
Forma suficiente
De minhas olheiras transparecerem
No meio de tanta gente incoerente
baleia - killing cupids
All these winged children playing with guns
Have fun, don't mind them
There's a singing voice in your black hole iris
Fuck this, I'm jumping
But first, there's an entire world of lovers we have to deny
Let's smoke, let's get drunk
Watch them flying by
Rip their wings like flies
We're gonna laugh so much
That my hope will be silent
My hope will behave today
My heart will be a mule
Do you hear that?
It's not a heartbeat
It's not a heartbeat
It's the wind slamming the door of an empty house
Yeah, my heart's an empty house
It's so dramatic
You love the static
Under my clothes that fever grows
It's automatic
This agreement is on fire
Your lust and my desire
Make promise, promise
I promise we are friends when we fall tired
Take your bathing suit
My heart is water blue
There's a world built of "mes" and yous"
Take me on a ride for the sake of time
These boots are worn out,
the sky has faded out
Would you knock on my door, put me back in place?
Give a little taste?
My heart will be silent
My heart will be safe today
We'll hunt them all
We'll dig them out
let's kill 'em
baleia - língua
Quieto, as palavras querem encarnar
Quieto, tua língua morta de tentar conter
Esvazio no precipício em que resta o ruído
Onde os dentes rangem
Eu desacerto em não dizer algo que atravesse
E quando digo não sou
Quando falo não
Não se faz numa palavra
Não se cria numa invocação
Quieto
Quieto em busca de violentar
Grito com o som do vento nas vogais
Falto
Esvaecem as coordenadas que haviam
Me enche a boca o peso de me saber irromper só quando alguém me invoca
A existência do outro carrega-me
Só me sou nessas palavras
Não escapo num discurso
O que é meu não se diz
Falar é ficar
Preciso me calar
baleia - motim
Todas rotas vão apagar
Esses frutos vão perecer
Criaturas surdo-mudas vivem lá fundo
No fundo do fundo do mar
E o motim ergue a prancha pra mim
Abre a boca, monstro do mar
Sob um céu de deuses hostis
Tira a venda
Eu não nego - eu vi, eu vi!
Um peixe estranho, nas águas, piscou pra mim
Dou um passo à beira
Eu vejo a terra incógnita
Quebra azul
Ã? só casca
Olho cru
Ovo mundo
Criaturas surdo-mudas
Lambem beiço
Mostram os dentes
Mas quando eu pulo
Cantam
baleia - salto
de mim a você vive um monstro infeliz
o seu delírio é sussurrar
diz palavras glaciais
elas vêm ancorar a distância entre nós dois
daqui a aí, um triz de abismo nos quer engolir
até o monstro se cansar, vai berrar os fins do mundo
as más-certezas emprestadas. E tudo em volta vai ruir
mas se a gente não fugir, ele vai se dissolver
em um verso que dirá
é só ruído
faz um rasgo em mim, tira o coração
joga, no lugar, o verso
vamos declamá-lo
e dizer outra vez
o quanto precisar até
ser o corpo em si
de mim a você, o terror de ser feliz
baleia - triz
No olho de um turbilhão
Meu nome em deserção
Genetriz irreprimível
Um bilhão de cordões umbilicais que se entrelaçam
Então, me enforcam
Desvencilhei
Órfão
Meu nome fora de mim
Eu sempre estive aqui
Por um triz
Cds baleia á Venda