MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
ana moura - andorinhas
Passo os meus dias em longas filas
Em aldeias, vilas e cidades
As andorinhas é que são rainhas
A voar as linhas da liberdadeEu quero tirar os pés do chão
Quero voar daqui pra fora
Ir embora de avião
E só voltar um dia!
Vou pôr a mala no porão
Saborear a primavera
Numa espera e na estação
Um dia disse uma andorinha
Filha, o mundo gira, usa a brisa a teu favor
A vida diz mentiras, mas o sol avisa antes de se pôr
Eu quero tirar os pés do chão
Quero voar daqui pra fora
Ir embora de avião
E só voltar um dia!
Vou pôr a mala no porão
Saborear a primavera
Numa espera e na estação
Já a minha mãe dizia
Solta as asas, volta as costas
Sê forte, avança pro mar
Sobe encostas, faz apostas
Na sorte e não no azar
ana moura - guitarra
Ó guitarra, guitarra, por favor
Abres-me o peito com chave de dor
Guitarra emudece
O som que me entristece
Vertendo sobre mim a nostalgia
Ó guitarra, guitarra, vais ter dó
Não rasgues o silencio ao veres-me só
Guitarra o teu gemer
Mais dor me vem fazer
Como o vento a afagar a noite fria
Guitarra emudece, o som que me entristece
Pois se te ouço chorar, eu também choro
Maior do que a madeira em que te talham
Guitarra é o teu mundo onde eu moro
Ó guitarra, guitarra, por favor
Abres-me o peito com chave de dor
Vertendo sobre mim a nostalgia
Ó guitarra, guitarra, fica muda
Sam ti, talvez minh?alma inda se iluda
Vais ter que responder
Se em mim tudo morrer
Ao peso desta enorme nostalgia
Guitarra emudece, o som que me entristece
Pois se te ouço chorar, eu também choro
Maior do que a madeira em que te talham
Guitarra é o teu mundo onde eu moro
Ó guitarra, guitarra, por favor
ana moura - a sós com a noite
A luz que se arredonda
Alongando uma sombra sozinha
A saudade a bater
Uma dor que ao doer é só minha
Um desvio inquieto
Um olhar indiscreto na esquina
Um rapaz de blusão
Arrastando pela mão a menina
Passa um velho a pedir
Incapaz de sorrir pelos passeios
Um travesti que quer
Assumir-se mulher sem receios
O alarme de um carro
Um cigarro apagado indulgente
Um cheiro inusitado
O semáforo fechado para a gente
Sobe o fado de tom
E o fadista que é bom improvisa
Estão em saldos sapatos
Desce o preço dos fatos de cor lisa
Um eléctrico cheio
Uma voz de permeio vai chover
Bate forte a saudade
Como é grande vontade de te ver
ana moura - a voz que conta a nossa história
Amiga no meu peito, as horas dormem
Num compassar dolente e sossegado
Seduz a minha alma uma voz de homem
Que ao longe entoa triste um triste fado
Seduz a minha alma uma voz de homem
Que ao longe entoa triste um triste fado
Como se aquela voz entristecida
Contasse a nossa história a toda a gente
Cada quadra parece ser escolhida
Do amor que quer doer lentamente
Cada quadra parece ser escolhida
Do amor que quer doer lentamente
E enquanto eu não reclamo a dor dos dias
Em que me afundo a sós nesta memória
O frio das noites frias e vazias
Só cabe a voz que conta a nossa história
O frio das noites frias e vazias
Só cabe a voz que conta a nossa história
O frio das noites frias e vazias
Só cabe a voz que conta a nossa história
ana moura - aguarda te ao chegar
Calas-me a voz, voz do olhar
Sinto que o tempo, tarda em chegar
Distante ausente, sinto apertar
O peito ardente por te encontrar
Na minha alma, que anseia urgente
Pelo momento de ter-te presente
Pelo infinito estendo os meus olhos
Num mar de mil desejos, aguarda-te ao chegar
Encho a minha taça vazia com perfumes de poesia
Bebo a saudade amarga e fria e então adormeço ao luar
Calas-me a voz, p'ra lá do tempo
Estrelas que caem por um lamento
Espuma na areia solta no vento
O meu silêncio meu sentimento
Em minha alma que chora vazia
Por um momento se acende a magia
Pelo infinito estende o meu sorriso
Num mar azul de sonhos, acorda-me ao chegar
Encho a minha taça ardente, com incenso doce e quente
Sirvo de beber a alegria que sinto ao ver-te a chegar
Calas-me a voz
Em minha alma que chora vazia
Por um momento se acende a magia
P'lo infinito estende os meus olhos
Um mar de mil desejos aguarda-te ao chegar
Aguarda-te ao chegar
ana moura - até ao fim do fim
Então está tudo dito meu amor
Por favor não penses mais em mim
O que é eterno acabou connosco
E este é o principio do fim
Então está tudo dito meu amor
Por favor não penses mais em mim
O que é eterno acabou connosco
E este é o princípio do fim
Mas sempre que te vir eu vou sofrer
E sempre que te ouvir eu vou calar
Cada vez que chegares eu vou fugir
Mas mesmo assim amor eu vou-te amar
Até ao fim do fim eu vou-te amar
Até ao fim do fim eu vou-te amar
Então está tudo dito meu amor
Acaba aqui o que não tinha fim
P'ra ser eterno tudo o que pensamos
Precisava que pensasses mais em mim
P'ra ti pensar a dois é uma prisão
P'ra mim é a única forma de voar
Precisas de agradar a muita gente
Eu por mim só a ti queria agradar
Mas sempre que te vir eu vou sofrer
E sempre que te ouvir eu vou calar
Cada vez que chegares eu vou fugir
Mas mesmo assim amor eu vou-te amar
Até ao fim do fim eu vou-te amar
Até ao fim do fim eu vou-te amar
Mas mesmo assim amor eu vou-te amar
Até ao fim do fim eu vou-te amar
Até ao fim do fim eu vou-te amar
ana moura - os búzios
Havia a solidão da prece num olhar triste,
Como se os seus olhos fossem as portas do pranto.
Sinal da cruz que persiste, os dedos contra o quebranto
E os búzios que a velha lançava sobre um velho manto.
REFRÃO:
À espreita está um grande amor, mas guarda segredo.
Vazio tens o teu coração na ponta do medo.
Vê como os búzios cairam virados p'ra Norte.
Pois eu vou mexer no destino, vou mudar-te a sorte.
Pois eu vou mexer no destino, vou mudar-te a sorte.
Havia um desespero intenso na sua voz.
O quarto cheirava a incenso mais uns quantos pós.
A velha agitava o lenço, dobrou-o, deu-lhe dois nós,
E o seu Pai de Santo falou usando-lhe a voz.
REFRÃO:
À espreita está um grande amor, mas guarda segredo.
Vazio tens o teu coração na ponta do medo.
Vê como os búzios cairam virados p'ra Norte.
Pois eu vou mexer no destino, vou mudar-te a sorte.
Pois eu vou mexer no destino, vou mudar-te a sorte.
REFRÃO:
À espreita está um grande amor, mas guarda segredo.
Vazio tens o teu coração na ponta do medo.
Vê como os búzios cairam virados p'ra Norte.
Pois eu vou mexer no destino, vou mudar-te a sorte.
Pois eu vou mexer no destino, vou mudar-te a sorte.
Pois eu vou mexer no destino, vou mudar-te a sorte.
ana moura - quem vai ao fado
Quem vai ao fado meu amor
Quem vai ao fado
Leva no peito algo de estranho a latejar
Quem vai ao fado meu amor
Quem vai ao fado
Sente que a alma ganha asas quer voar
Sempre que entristeço e a nostalgia cai em mim
Ouço de tão longe estranha voz por mim chamar
È um canto doce mavioso ou coisa assim
Logo a minha alma faz-se voz e quer cantar
Bálsamo bendito a esta terra quis Deus dar
Mais vale cantar do que chorar
Quem vai ao fado meu amor
Quem vai ao fado
Leva no peito algo de estranho a latejar
Quem vai ao fado meu amor
Quem vai ao fado
Sente que a alma ganha asas quer voar
Sempre que radioso o coração se agita em mim
Num impulso alegre a felicidade vem morar
Abandono a voz no Mouraria porque assim
Sei que o coração quer à guitarra forma dar
Bálsamo bendito a esta terra quis Deus dar
Mais vale cantar do que chorar
Quem vai ao fado meu amor
Quem vai ao fado
Leva no peito algo de estranho a latejar
Quem vai ao fado meu amor
Quem vai ao fado
Sente que a alma ganha asas quer voar
(2x)
ana moura - talvez depois
Deixei de mim as frases que trocámos
Os beijos e o tédio de os não ter
Sem querer nós nos cegámos
Sem querermos ver
As roupas e os livros não os trouxe
Que se envelheçam cobertos de pó
Por querermos que assim fosse
Deixo-te só
Recuso a sombra, triste véu sobre minh'alma
Quero-me longe e sem tremores fujo de mim
Esmorece o dia, cai a noite e não se acalma
O querer saber qual a razão de ver-me assim
Não sei ser razoável nem te espero
No tempo que pediste p'ra nós dois
Amar-te assim não quero
Talvez depois
Marcaste a minha dúvida cinzenta
Do sentimento que te unia a mim
Sabê-lo não me alenta
Melhor o fim
Palavras... só palavras que como alento
Seduzem a minh'alma a querer-te tanto
Atrais-me o pensamento
Como um quebranto
ana moura - agora É que É
ana moura - até ao verão
Deixei
Na Primavera o cheiro a cravo
Rosa e quimera que me encravam na memória que inventei
E andei
Como quem espera
Pelo fracasso
Contra mazela em corpo de aço
Nas ruelas do desdém
E a mim que importa
Se é bem ou mal
Se me falha a cor da chama a vida toda
É-me igual
Vi sem volta
Queira eu ou não
Que me calhe a vida
Insane e vossa em boda
Até ao verão
Deixei na primavera o som do encanto
Riça promessa e sono santo
Já não sei o que é dormir bem
E andei pelas favelas
Do que eu faço
Ora tropeço em erros crassos
Ora esqueço onde errei
E a mim que importa
Se é bem ou mal
Se me falha a cor da chama a vida toda
É-me igual
Vi sem volta
Queira eu ou não
Que me calhe a vida
Insane e vossa em boda
Até ao verão
E a mim que importa
Se é bem ou mal
Se me falha a cor da chama a vida toda
É-me igual
Vi sem volta
Queira eu ou não
Que me calhe a vida
Insane e vossa em boda
Até ao verão
Deixei na primavera o som do encanto
ana moura - amor afoito
Dou-te o meu amor
Se mo souberes pedir, tonto
Não me venhas com truques, pára
Já te conheço bem demaisDou-te o meu amor
Sem qualquer condição, por ora
Mas terás que provar que vales
Mais que o que já mostraste ser
Se me souberes cuidar
Já sei teu destino
Li ontem a sina
A sorte nos rirá, amor
Se quiseres arriscar
Não temas a vida
Amor, este fogo
Não devemos temer
Dou-te o meu amor
Em troca desse olhar doce
Não resisto e tu tão bem sabes
Tenho raiva de assim ser
Tudo em mim amor
É teu, podes tocar, não mordo
Sabes bem que não minto, tonto
Meu mal é ter verdade a mais
ana moura - ai eu
Aí eu, aí eu
De tanto chorar
Já dei a volta, e agora rio
Rio do rio, rio do mar
E até me rio deste meu riso
E assim a rir eu tento voltar
Ao choro triste, ao dia frioAí eu, aí eu
De tanto esperar
Já dei a volta e agora quero
Eu quero muito e não vou ficar
À espera de tudo quando nada peço
Só peço ter forma de voltar
Apenas a crer o que já não espero
Óai, para teu bem
Começa onde eu terminei
Aqui onde, eu não sei
E aqui onde, eu nem sei
Volta sempre
Aí eu, aí eu
De tanto calar
Já dei a volta e agora canto
E tanto canto para espantar
A voz que em mim, me causa espanto
E canto assim para voltar
Ao canto mudo, ao triste pranto
Aí eu, aí eu
De tanto voltar
Já dei a volta e agora vou
Para lá dos ais a querer ficar
Um pouco mais aonde não estou
E neste passo posso afirmar
Longe de mim por fim eu sou
Óai, para teu bem
Começa onde eu terminei
Aqui onde, eu não sei
E aqui onde, eu nem sei
Volta sempre
Ó, ai, para teu bem
Começa onde eu terminei
Aqui onde, eu não sei
E aqui onde, eu nem sei
Fica sempre
ana moura - a fadista
Vestido negro cingido
Cabelo negro comprido
E negro xaile bordado
Subindo à noite a avenida
Quem passa julga-a perdida
Mulher de vício e pecado
E vai sendo confundida
Insultada e perseguida
P'lo convite costumado
Entra no café cantante
Seguida em tom provocante
P'los que querem comprá-la
Uma guitarra a trinar
Uma sombra devagar
Avança p'ra o meio da sala
Ela começa a cantar
E os que a queriam comprar
Sentam-se à mesa a olhá-la
Canto antigo e tão profundo
Que vindo do fim-do-mundo
Ã? pressa perante o pregão
E todos os que a ouviam
Ã? luz das velas pareciam
Devotos em oração
E os que há pouco a ofendiam
De olhos fechados ouviam
Como pedindo-lhe perdão
Vestido negro cingido
Cabelo negro comprido
E negro xaile traçado
Cantando p'ra aquela mesa
Ela dá-lhes a certeza
De já lhes ter perdoado
E em frente dela na mesa
Como impressa uma deusa
Em silêncio ouve-se o fado
ana moura - águas do sul
Escurece o azul, está negro o céu
Águas do sul, nunca assim choveu
Passar a ponte, noite serrada
Água da fonte, turva enlameada
Rosário triste, nas mãos do crente
Deus guarde a sorte, da gente
Esquiva-se a luz, dos meus faróis
Passa-me a cruz, vida quanto dóis
Velho sinal curva apertada
Vê-se tão mal, na estrada molhada
Sorriso triste, ai de quem não mente
Deus guarde a sorte, da gente
Cedi aos medos, fugi à dor
Por entre os dedos, fugiste-me amor
Leve embaraço, não fere ninguém
Fundo cansaço, reduz o prazer
Que noite triste, penso de repente
Deus guarde a sorte, da gente
Deus guarde a sorte, da gente
Deus guarde a sorte, a sorte da gente
Cds ana moura á Venda