MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
amália rodrigues - a chave da minha porta
Amália Rodrigues - A Chave Da Minha Porta
Eu vi-te pelo São João
Começou o namorico
E dei-te o meu coração
Em troca de um manjerico
O nosso amor começou
No baile da minha rua
Quando São Pedro chegou
Tu eras meu e eu era tua
Esperava por ti
Como é de ver de quem ama
Tu vinhas tarde p'ra casa
Eu ia cedo p'rá cama
P'ra me enganar
Que a esperança em mim estava morta
Deixava a chave a espreitar
Debaixo da minha porta
Deixava a chave a espreitar
Debaixo da minha porta
Passou tempo e noutro baile
Tu sempre conquistador
Lá foste atrás de outro xaile
E arranjaste outro amor
Fiquei louca de ciúme
Porque sei que esta paixão
Não voltará a ser lume
Pra te aquecer o coração
Espero por ti
Como é sina de quem ama
Tu já não vens para casa
Mas eu vou cedo p'rá cama
P'ra me enganar
Que a esperança em mim já está morta
Eu deixo a chave a espreitar
Debaixo da minha porta
Eu deixo a chave a espreitar
Debaixo da minha porta
P'ra me enganar
Que a esperança em mim já está morta
Eu deixo a chave a espreitar
Debaixo da minha porta
amália rodrigues - a janela do meu quarto
Lá vem brincando, pela nau de uma quimera
Essa garota, que fui eu sempre a sorrir,
Como se a vida fosse eterna primavera
E não houvesse dores no mundo pra sentir.
As gargalhadas vêm poisar na janela
E ao ouvi-las tenho mais pena de mim
Ai, quem me dera, rir ainda como ela
Mas quando rio eu já não sei rir assim!
Tenho a janela do peito
Aberta para o passado
Todo feito de fadistas e de fado!
Espreita a alma na janela,
Vai o passo, ela a passar,
Ao ver se nela a alma fica a chorar!
Lá vem gingando nesse teu passo miúdo
Morena, preta, calça justa, afiambrada
Como mudamos, tu que foste pra mim tudo
Hoje és meus olhos, pouco mais és do que nada!
Tuas assolastes de graça a maioria
Eram da rua, andavam de boca em boca!
E era ver-te que não sei o que sentia
Talvez loucura, por ti andava louca!
Desilusões, as que tive
Já eram, ou lá estão
A gente vive dos tempos que já lá vão!
amália rodrigues - ai mouraria
Ai Mouraria
Da velha rua da Palma
Onde eu um dia
Deixei presa a minha alma
Por ter passado mesmo ao meu lado certo fadista
De cor morena, boca pequena, olhar trocista
Ai Mouraria
Do homem do meu encanto
Que mentia
Mas que eu adorava tanto
Amor que o vento
Como um lamento
Levou consigo
Mas que ainda agora
E a toda a hora
Trago comigo
Ai Mouraria
Dos rouxinóis nos beirais
Dos vestidos cor-de-rosa
Dos pregões tradicionais
Ai Mouraria
Das procissões a passar
Da Severa em voz saudosa
Da guitarra a soluçar
Ai Mouraria
Das procissões a passar
Da Severa em voz saudosa
Da guitarra a soluçar
amália rodrigues - tarantella
Jammo a bedere 'nterr'a la rena
Mentre ca spánfia la luna chiena,
Ch'è notte e pare fosse matina...
Li piscature de margellina,
Ca te cumbinano, friccicarella,
La tarantella, la tarantella...
Ca te cumbinano, friccicarella,
La tarantella, la tarantella....
E tiritùppete - ttùppete - ttùppete
Ttùppete - ttùppete - ttùppete - ttù...
E tiritùppete - ttùppete - ttùppete
La tarantella la llara lla llá....
N'ommo e na femmena 'mmiezo se fanno
A fá rociello la gente stanno...
Ma co' malizia, lo pescatore,
Mentre ch'abballa sa fá ll'ammore...
Non è sortanto pazziarella
La tarantella, la tarantella...
Non è sortanto pazziarella
La tarantella, la tarantella...
Isso la 'nvita, chella è scornosa,
Po' fa la spruceta, po' n'è gelosa,
Po' nc'è ll'appicceco, 'nguerra se stace...
Po' s'addenocchiano, po' fanno pace...
Tutta specifica, políta e bella,
La tarantella, la tarantella...
Tutta specifica, políta e bella,
La tarantella, la tarantella...
Ah, vorria essere no marenaro
E chillo spasso, ch'è tanto caro,
'mmiez'a 'sta chiaja, ch'è 'no piacere,
Nce pigliarríamo tutte le ssere...
Po' vedarrisse si nun è bella,
La tarantella, la tarantella!...
Po' vedarrisse si nun è bella,
La tarantella, la tarantella!...
amália rodrigues - casa portuguesa
Numa casa portuguesa fica bem
pão e vinho sobre a mesa.
e se à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co'a gente.
Fica bem esta franqueza, fica bem,
que o povo nunca desmente.
A alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar, e ficar contente.
Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejos
mais o sol da primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
No conforto pobrezinho do meu lar,
há fartura de carinho.
e a cortina da janela é o luar,
mais o sol que bate nela...
Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar
uma existência singela...
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tigela.
Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
amália rodrigues - maria da cruz
Amália Rodrigues - Maria Da Cruz
Chamava-se ela Maria,
De sobrenome da Cruz,
E na aldeia onde ela vivia, sorria
Vivia na paz de Jesus
Tinha um amor, a quem ela
Seu coração entregara
Junto ao altar da capela
Singela, onde ela
Paixão lhe jurara!
Mas certo dia
Veio trazer-se na aldeia
Que o seu pastor lhe mentia,
Que esse amor se extinguia
Como a luz de uma candeia!
Desiludida do seu amor, a Maria
Deixou o lar e, perdida,
Saiu dali desvanecida
Foi pro cais da Mouraria!
Sofreu a dor d´amargura,
Perdeu o viço e a cor.
E não voltou à ventura,
À docura, à ternura,
Do amor do pastor!
E hoje por cruz, a Maria,
Que é da Cruz, por seu fadário,
Arrasta na Mouraria
A cruz da agonia,
A cruz do Calvário!
Ainda canta
Uma canção quase morta
Traz o pastor na garganta,
Oiço já, quando ela canta,
Ao passar à sua porta!
Num certo dia
Em que ela, enfim, já vencida,
Terminará a agonia
De ainda estar na Mouraria
Toda a cruz da sua vida!
amália rodrigues - nem às paredes confesso
Não queiras gostar de mim
Sem que eu te peça,
Nem me dês nada que ao fim
Eu não mereça
Vê se me deitas depois
Culpas no rosto
Eu sou sincera
Porque não quero
Dar-te um desgosto
[refrão:]
De quem eu gosto
nem às paredes confesso
E até aposto
Que não gosto de ninguém
Podes sorrir
Podes mentir
Podes chorar também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso.
Quem sabe se te esqueci
Ou se te quero
Quem sabe até se é por ti
por quem eu espero.
Se gosto ou não afinal
Isso é comigo,
Mesmo que penses
Que me convences
Nada te digo.
amália rodrigues - a minha canção é saudade
De ilusões desvanecidas
Filme de esperanças perdidas
Minha canção é saudade
Ai, que de tranças caídas
Via tudo em cores garridas
E em todos via bondade
Ai, que de tranças caídas
Via tudo em cores garridas
E em todos via bondade
E nesta sinceridade
De amor e sensualidade
Ponho a alma ao coração
Numa angústia, uma ansiedade
Minha canção é saudade
Do amor sonhado em vão
Numa angústia, uma ansiedade
Minha canção é saudade
Do amor sonhado em vão
Nesta saudade sem fim
Choro saudades de mim
Sou mulher mas fui pequena
Também brinquei e corri
Mas quem sabe se sofri
Se é de mim que tenho pena
Também brinquei e corri
Mas quem sabe se sofri
Se é de mim que tenho pena
amália rodrigues - a minha terra é viana
A minha terra é Viana
Sou do monte e sou do mar
Só dou o nome de terra
Onde o da minha chegar.
Ó minha terra vestida
De cor de folha de rosa
Ó brancos saios de Pena
Vermelhinhos de Areosa
Virei costas à Galiza
Voltei-me antes para o mar
Santa Marta saias negras
Tem vidrilhos de luar.
Dancei a gota em Carreço
O Verde Gaio em Afife
Dancei-o devagarinho
Como a lei manda bailar
Como a lei manda bailar
Dancei em a Tirana
E dancei em todo o Minho
E quem diz Minho diz Viana.
Virei costas à Galiza
Voltei-me então para o sol
Santa Marta saias verdes
Deram-lhe o nome de azul.
A minha terra é Viana
São estas ruas estreitas
São os navios que partem
E são as pedras que ficam.
É este sol que me abraza
Este amor que não engana
Estas sombras que me assustam
A minha terra é Viana.
Virei costas à Galiza
Pus-me a remar contra o vento
Santa Marta saias rubras
Da cor do meu pensamento.
amália rodrigues - sombra
Bebi por tuas mãos esta loucura
De não poder viver longe de ti
Ã?s a noite, que à noite me procura
Ã?s a sombra da casa onde nasci
Deixa ficar comigo a madrugada
Para que a luz do sol me não constranja
Numa taça de sombra estilhaçada
Deita sumo de lua e de laranja
Só os frutos do céu que não existe
Só os frutos da terra que me deste
Hão fazer-te ausência menos triste
Tornar-me a solidão menos agreste
Vou recolher à casa onde nasci
Por teus dedos de sombra edificada
Nunca mais, nunca mais longe de ti
Se comigo ficar a madrugada
amália rodrigues - ai as gentes ai a vida
Amália Rodrigues - Ai As Gentes, Ai A Vida
Ai, as gentes, ai, a vida
Que amargos frutos me dão!
Sonho uma árvore florida
E apanho frutos no chão
Ai, as gentes, ai, a vida!
Que amargos frutos me dão!
Amargos frutos me dão
Ai, as gentes, ai, a vida
De apanhar frutos no chão
Já tenho a vida dolorida!
Ai, as gentes, ai, a vida!
Que amargos frutos me dão!
Sonho uma árvore florida
E apanho frutos no chão
Ai, tristeza desmedida,
Que amargos frutos me dão
Ai, ânsias do coração!
Ai, as gentes, ai, a vida!
Ai, as gentes, ai a vida!
Que amargos frutos me dão!
amália rodrigues - ai esta pena de mim
Amália Rodrigues - Ai, Esta Pena De Mim
Ai, esta angústia sem fim
Ai, este meu coração
Ai, esta pena de mim
Ai, a minha solidão
Ai, minha infância dolorida
Ai, o meu bem que não foi
Ai, minha vida perdida
Ai, lucidez que me dói
Ai, esta grande ansiedade
Ai, este não ter sossego
Ai, passado sem saudade
Ai, minha falta de apego
Ai de mim, que vou vivendo
Ai, meu grande desespero
Ai, tudo que não entendo
Ai, o que entendo e não quero
amália rodrigues - foi deus
Não sei, não sabe ninguém
Por que canto o fado
Neste tom magoado
De dor e de pranto
E neste tormento
Todo o sofrimento
Eu sinto que a alma
Cá dentro se acalma
Nos versos que canto
Foi deus
Que deu luz aos olhos
Perfumou as rosas
Deu oiro ao sol
E prata ao luar
Foi deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
E pôs as estrelas no céu
E fez o espaço sem fim
Deu o luto as andorinhas
Ai, e deu-me esta voz a mim
Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade, ternura
E talvez amor
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando
Se tem um desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor
Foi deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E deu o azul às ondas do mar foi deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta o rouxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu as flores à primavera
Ai!, e deu-me esta voz a mim.
amália rodrigues - a tendinha
Junto ao arco de bandeira
Há uma loja tendinha
De aspecto rasca e banal
Na história da bebedeira
Ai, aquela casa velhinha
É um padrão imortal
Velha taberna
Nesta Lisboa moderna
É da tasca humilde e terna
Que mantém a tradição
Velha tendinha
És o templo da pinguinha
Dois dois brancos, da ginginha
Da boêmia e do pimpão
Noutros tempos, os fadistas
Vinham, já grossos das hortas
Pra o teu balcão returrar
E inspirados, os artistas
Iam pra aí, horas mortas
Ouvir o fado e cantar
amália rodrigues - abana a casaca
Amália Rodrigues - Abana A Casaca
Abana a casaca, abana,
Abana, sacode o pó!
Teu tenho sete casacas,
Todas elas de filó!
Abana a casaca, abana,
Abana devagarinho.
Eu tenho setes casacas,
Todas elas de paninho!
Abana a casaca, abana,
Abana, não tenhas dó!
Eu tenho sete casacas,
Do tempo da minha avó!
Abana a casaca, abana,
Abana, torna a abanar,
Quem tiver casaca, abana,
Quem não tem, que vá comprar!
Abana a casaca, abana,
Abana, torna a abanar,
Eu tenho sete casacas,
Todas elas por telhar!
Abana a casaca, abana,
Abana, sacode o pó,
Eu tenho sete casacas
Do tempo da minha avó!
Cds amália rodrigues á Venda