alvarenga e ranchinho - baião do ingá
Vancê qué jiló
Jiló taí
Vancê qué cuscuz
cuscuz taí
Vancê qué ingá
Ingá taí
Tomêmo café e fumo
Na festa da Manuela
Eu fui cá minha fia
Minha cumadi cá dela
Vancê qué jiló
Jiló taí
Vancê qué cuscuz
cuscuz taí
Vancê qué ingá
Ingá taí
Quando nóis ia chegando
Já era dinoitizinha
Ela tava destraída
Nem fé deu que a gente vinha
Vancê qué jiló
Jiló taí
Vancê qué cuscuz
cuscuz taí
Vancê qué ingá
Ingá taí
A noiva muito acanhada
Quiria cumê pamonha
O noivo disse préla
Pode cumê sem vergonha
Vancê qué jiló
Jiló taí
Vancê qué cuscuz
cuscuz taí
Vancê qué ingá
Ingá taí
Quiseram dançá cá noiva
Na hora da porquinha
O noivo virô e disse
Discurpe essa porca é minha
Vancê qué jiló
Jiló taí
Vancê qué cuscuz
cuscuz taí
Vancê qué ingá
Ingá taí
Jiló taí
cuscuz taí
Ingá taí
Jiló taí
cuscuz taí
Ingá taí
alvarenga e ranchinho - ave maria
Cai a tarde tristonha e serena
Em macio e suave lancor
Despertando no meu coração
A saudade do primeiro amor
Um gemido se vai lá no espaço
Nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura
Badaladas da Ave-Maria
Cai a tarde tristonha e serena
Em macio e suave lancor
Despertando no meu coração
A saudade do primeiro amor
Um gemido se vai lá no espaço
Nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura
Badaladas da Ave-Maria
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
alvarenga e ranchinho - a baixa do café
O café já deu a baixa
No mercado do estrangeiro
Não se vende mais café
Acabou-se os fazendeiro
Com a baixa do café
Acabou o ganho dos carreiro
Esse mundo tá perdido
Com a baixa do café
Quem comia de faca e garfo
Hoje come de cuiér
Quem andava de artomove
Hoje anda de a pé
Quem chamava seu Zequinha
Hoje chama seu José
Quem fumava só charuto
Fuma cigarro de papér
Quem andava de buique
Hoje anda de Chevrolet
Quem era generár
Abaixo pra coronér
Quem morava em São Paulo
Hoje mora em Taubatér
Quem usava meia fina
Hoje não tem meia no pé
Quem comia na pensão
Hoje o armoço é papér
Quem andava de chapéu
Hoje anda de bonér
Quem tava pra se casar
De certo ficô sem muiér
Quem era fazendeiro
Acabô catando papér
Quem mandava era os home
Hoje quem manda é as muiér
A causa dessa mudança
Foi a baixa do café
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
alvarenga e ranchinho - ai que saudade d ocê
Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê
Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade de ocê
E se quiser recordar
Daquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê
Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê
Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade de ocê
E se quiser recordar
Daquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê
alvarenga e ranchinho - balão
(o balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai
O balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai)
O balão que sobe e o vento leva
Cheio de vida na imensidão
Com ele vai um sonho lindo
E vai subindo como um rojão
(o balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai
O balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai)
O balão que desce meio apagado
E já sem forças caindo ao chão
Com ele vem uma esperança
Uma criança cheia de ilusão
(o balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai
O balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai)
O balão que sobe e o vento leva
Cheio de vida na imensidão
Com ele vai um sonho lindo
E vai subindo como um rojão
(o balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai
O balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai)
O balão que desce meio apagado
E já sem forças caindo ao chão
Com ele vem uma esperança
Uma criança cheia de ilusão
(o balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai
O balão que sobe vai, vai, vai, vai
O balão que desce cai, cai, cai, cai)
alvarenga e ranchinho - apelido dos jogadores
Neste futebór moderno
Uma coisa não combina
Ã? o nome dos jogador
Que muito me desatina
Pois correndo atrás da bola
Eu vi Bala e Carabina
Já tem jogador Sapólio
Que largô de lavá prato
Vestiu farda e foi pro campo
Disputar o campeonato
Eu vi Cavaco e Marmita
E um Cabo verde mulato
Vi um Peixe de carção
Um Machado na bequeira
Um Pardal jogar na extrema
Passarinho de chuteira
Eu vi Rato e Sabiá
Jogando de caneleira
Na classe de jogador
Tem legume com fartura
Tem Caju, Lima e Pepino
Espinafre que é verdura
Tem um que se chama Vela
Esse joga nas escura
Tem center-arfo volante
Volante sem direção
Um Carreiro sem boiada
Veja só que confusão
Um Doutor pegando a bola
Sem fazer operação
Um Jesus que não é santo
Joga muito quando qué
Tem um tár de Diamante
Que é preto que nem café
Tem o Lola que eu não sei
Se ele é home ou muié
Tem um Remo sem canoa
Jogador muito feliz
Um Pipi fazendo força
E o povo pedindo bis
Um Charuto sem fumaça
Tijolo feito juiz
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
alvarenga e ranchinho - aquela flor
Aquela flor que você me deu
Eu guardo ainda no peito meu
Aquela flor conserva ainda
O perfume que é todo seu
Sinto me feliz ao relembrar
Quanto amei e fui amado
Hoje guardo essa flor
O que resta do nosso amor
Aquela flor
Me faz chorar
Me faz lembrar
O nosso encontro
Ao luar
Nas linda noites
De verão
Daquele beijo de final
Sem igual
Que eu roubei
Dos lábios teus
Prendeu meu coração
alvarenga e ranchinho - calango
Ã? do calango
Ã? do calango do joá
Aprendi a cantar calango
Numa noite de Natá
Bebendo café com leite
E bolinho de fubá
Ã? do calango
Ã? do calango do joá
Bebi leite de cem vacas
Na porteira do curral
Não bebi de 120
Porque não quiseram dar
Ã? do calango
Ã? do calango do joá
Que eu andei 50 léguas
No lombo de uma preá
Mandioca no tipiti
Dá farinha e dá jubá
Ã? do calango
Ã? do calango do joá
Esta moda do calango
Vou cantando sem parar
Canto a moda do calango
Até o canto melhorar
Ã? do calango
Ã? do calango do joá
Menina de 11 anos
Chora pra me acompanhar
Quem não tem peneira fina
Não pode coar fubá
Ã? do calango
Ã? do calango do joá
alvarenga e ranchinho - cumpadre como é que ta tu
Cumpadre como é que ta tu
Cumpadre como é que tu ta
Não tão bem quanto vancê
Mas vo indo devagar
To com tudo, to com tudo
Eu sou mesmo felizardo
To com tudo meu cumpadre
To com tudo empenhado
Cumpadre como é que ta tu
Cumpadre como é que tu ta
Não tão bem quanto vancê
Mas vo indo devagar
Casamento e loteria
Vou dizer, sou muito franco
Me casei, fui conferir
O bilhete tava branco
Cumpadre como é que ta tu
Cumpadre como é que tu ta
Não tão bem quanto vancê
Mas vo indo devagar
Roubaram minha muié
Só pra me fazer sofrer
Eu procuro o ladrão
Quero lhe agradecer
Cumpadre como é que ta tu
Cumpadre como é que tu ta
Não tão bem quanto vancê
Mas vo indo devagar
Minha casa pegou fogo
Ardeu tudo de repente
Minha sogra tava dentro
Veja como to contente
alvarenga e ranchinho - a mulher e o bonde
A mulher é como o bonde
Que são iguar no serviço
A mulher corre perigo
E o bonde tem precipício
O bonde tem tabuleta
E a mulher tem compromisso
Mulher casada e fier
Foi pra isso que casou
Tem a hora do serviço
Pra isso se constatou
Ã? um bonde que caminha
Chega no ponto e parou
Mulher gorda passeando
Ã? bonde que toca andar
Gordura por todo canto
Não pode mais engordar
Ã? bonde superlotado
Não exeste mais lugar
Moça sortera que passa
Namorano o dia inteiro
Nem percura vê um home
Vê quarqué rapaz sortero
A gente logo adivinha
Ã? bonde sem motorneiro
Muié véia sorterona
Cara de grande amargura
Vem na rua passeando
Mostrando sua feiura
Ã? um bonde bem barato
Ã? um bonde cara-dura
alvarenga e ranchinho - adeus mariazinha
Adeus Mariazinha
Eu vou me embora
Pois chegou a hora
De cumprir obrigação
Defender nosso torrão
O Brasil esta chamando
Sou brasileiro já vou chegando
O Brasil esta chamando
Sou brasileiro já vou chegando
Ai o meu Brasil
Este Brasil
Que eu quero tanto bem
Que no passado
Brigou um bocado
E nunca perdeu pra ninguém
Mariazinha, meu botão de rosa
Minha flor mimosa
Meu maracujá
Não fique triste, oh Mariazinha
Que um dia eu volto
Para te buscar
alvarenga e ranchinho - boi amarelinho
Eu sou aquele boizinho
Que nasceu no mês de maio
Desde que nasci no mundo
Foi só pra sofrè trabaio
Fizeram logo o batismo
Lá nas margem do riozinho
Por causo da minha cor
Fui chamado Amarelinho
Quando eu tava de ano e meio
Já fizeram amansação
Em vez de amansá de carro
Amansaram de carretão
Carreiro que me tocava
Era um mulato tipão
Me dava com o pé da vara
E chuchava com o ferrão
Me dava com o pé da vara
Só fazendo judiação
Eu preguei uma chifrada
Que varou seu coração
Aí meu senhor já disse:
- Vou mandá esse boi pro corte
Não trabaia no meu carro
Boi que já deve uma morte
Olhei pro arto da serra
E avistei dois cavaleiro
Com dois laço na garupa
E dois cachorro perdigueiro
Pois era o senhor patrão
Que vinha me visitar
E o marvado carniceiro
Que já vinha negociar
Adeus campo de Varginha
Terreno dos ananáis
Os zóio que me vê hoje
Amanhã não me vê mais
Eu cheguei no matadô
Não encontrava saída
O melhor jeito que tenho
Ã? entregar a minha vida
O marvado carniceiro
Já correi afiá o facão
Pra largar uma facada
Bem certo no coração
Eu já fiz minha promessa
Pra quem meu couro tirar
Que o mundo dá muita vorta
E sem camisa há de ficar
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
alvarenga e ranchinho - casa de páia
Ã? que saudade que eu tenho,
Que doce recordação
Da minha casa de páia
Que eu deixei lá no sertão
Neste tempo eu fui amado
Por um anjo divinar
Minha casinha de páia
Era meu doce idear.
Parecia uma frô de taipa, sonhando no matagar
Parecia uma frô de taipa, sonhando no matagar
Ã? que saudade que eu tenho,
Que doce recordação
Da minha casa de páia
Que eu deixei lá no sertão
Na casinha pequenina
Não houve nunca lamento
Suportou a chuva forte,
Suportou os pé de vento.
Era pequenina por fora mas muito maior por dentro
Era pequenina por fora mas muito maior por dentro
Ã? que saudade que eu tenho,
Que doce recordação
Da minha casa de páia
Que eu deixei lá no sertão
Lá dentro dessa casinha
Viveu meu amor profundo
Lá viveu a minha bela,
Fia do Chico Raimundo
A casa menor da terra, o amor maior do mundo
A casa menor da terra o amor maior do mundo
Ã? que saudade que eu tenho,
Que doce recordação
Da minha casa de páia
Que eu deixei lá no sertão
alvarenga e ranchinho - coração de violeiro
Naquela tapera veia que o tempo já distroçou
morou Zé Dunga um pretinho valente, trabaiador
foi o maior violeiro que Deus no mundo botou
Sua viola parecia um passarinho cantador
Trabaiava o dia inteiro feliz sem se lastimar
mas quando a lua formosa no céu pegava a briá
toda gente arrudiava pra ver o preto cantar
Sua viola de pinho fazia as pedra chorar
Acontece que a Carolina cabocla esprito de cão
bonita como a sereia mas que muié tentação
pra judiá do pretinho fingiu lhe ter afeição
Querendo que nem criança brincar com seu coração
Coração de violeiro não é como outro qualquer
é frágil que nem as pétlas de um mimoso mal-me-quer
que cai com o vento das asas do beija-flor do Tié
perde a vida quando abeia vem pra lhe roubar o mel
Por isso o pobre Zé Dunga magoado pela traição
Não podendo mais guentar no peito a grande paixão
agarrado na viola e debruçado no chão
foi encontrado com um punhal cravado no coração
alvarenga e ranchinho - dança do chegadinho
Oi, vamos todos dançar o chegadinho
Chega, chega, chegadinho |
Chega mais um bocadinho | (repetir)
Chega, chega, chegadinho |
Chega mais um bocadinho /
Ã?, seu Joaquim
Olha pra mim
Ã?, seu José
Te piso o pé
Dona Maria
Olha que é tia
Ã?, Dona Aurora
Não vai embora
Oi, vamos todos...
Oi, vamos todos...
Ã?, seu Joaquim...
Vem, vamos todos, dançar o chegadinho
Chega, chega, chegadinho...